O Conto Do Nerd escrita por Princess


Capítulo 1
Quem não se apaixona não sofre


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeey! Espero que gostem da fic *u*



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O conto do Nerd e seu coração partido

Há sempre um garoto que gosta de uma garota que não faz ideia que ele existe. Bem, no meu caso ela sabe.

Claro que sim, como ela não saberia quem sou? Scorpius Malfoy, o garoto de quem ela deveria manter distância. Incrível como apesar dos tempos terem mudado o preconceito e rivalidade entre nossas famílias ainda fosse tão vivo! Quem é ela? Ora, Rose Weasley. Quem mais? A garota ruiva com sardinhas pelo rosto e olhos tão azuis quanto o céu.

Minha paixão por ela começou no primeiro ano. Eu estava atrás dela na fila para o Grande Salão. Naquela época seus cabelos eram cheios de cachos lindos e eu me lembro de tê-los admirado durante todo o caminho. Quando chegou sua vez, ela estava nervosa e quase tropeçou, mas eu a segurei. Foi incrível como a sua pele reagiu sobre a minha.

- GRIFINÓRIA! – o grito do Chapéu me trouxe de volta até o salão abarrotado de gente.

Ela desceu sorridente e caminhou até a mesa de sua casa. Eu era o próximo. Ao ouvir meu nome, andei com firmeza até onde eu deveria me sentar e esperei pelo veredicto do Chapéu Seletor.

“- Sonserina é nossa casa, mas creio que não será a sua. – meu pai disse.”

Você é tão inteligente quanto à garota Weasley... Sim. Mas tem muito de seu pai em você garoto. Qual a melhor casa para você...? A voz do Chapéu ecoou por minha cabeça. Silêncio. Ah! Sim... Compreendo. A resposta está aí.

- SONSERINA!

Legal, não? Toda minha família achando que eu acabaria na Cornival e então fui para a Sonserina. Meu pai me deu uma vassoura nova e vinte galeões extras além da minha mesada tamanha era sua felicidade. Eu também achei legal ser sonserino. Verde combina comigo... Mas sempre me pego admirando o azul celeste das vestes da Casa de Rowena Ravenclaw.

Em minha primeira aula de Herbologia, o professor Longbottom me fez sentar com Albus Potter. Não sei por que, mas eu tinha a doce sensação de que o professor Longbottom não gostou de mim (ele não gosta até hoje). O garoto Potter era bem interessante. Ele não prestou muita atenção na aula, ficou cutucando a mesa com uma caneta e só levantou o rosto quando uma garota ruiva se aproximou e falou com ele.

Era a garota do dia anterior, a dos cabelos bonitos. Seu rosto era muito mais belo que os fios de cabelo ruivo. Tinha feições de uma princesa. Falava como uma, andava como uma e prendia o cabelo como uma. Depois que se afastou, perguntei a Al quem era.

- É minha prima, Rose Weasley. – ele disse.

- Ela é bonita. – falei olhando para ela há duas mesas de distância.

- Também acho, mas você não tem chance. O pai dela a proibiu de ficar perto de você.

Isso teria acabado com as esperanças de qualquer um, menos de um Malfoy. Se eu consegui me aproximar dela? Não... Mas continuei apaixonado. Era como naqueles filmes trouxas de romance. A mocinha se apaixona por um cara que é apaixonado por outra, mas acaba ficando com ele no final. No caso, a mocinha sou eu. Só que sou muito mais inteligente que os outros caras de Hogwarts e nunca parti diretamente para cima de Rose. Da última vez que um garoto fez isso, vomitou lesmas por três semanas. Conquistei a confiança dela com pequenas atitudes. Ajudei quando não sabia como fazer as atividades de poções, ensinei feitiços que seu pai não ensinou por achar perigoso e no fim... Ela começou a sair com Lorcan Scamader.

Vou te dizer uma coisa, nada – absolutamente nada – te deixa mais nerd do que um coração partido. Depois de todo o meu esforço ela começa a namorar com ele?! Transformei a biblioteca em meu refugio e passava metade de meus dias lá. Quando ia para casa, a biblioteca de meu pai era habitada somente por mim. Tudo para evitar vê-la, para não pensar nela. Minhas notas eram as melhores e eu recebia medalhas por competições e honra ao mérito. Ninguém conseguia me superar, nem mesmo Rose e toda a sabedoria Granger.

Só que ela não se importava.

Lorcan era mais importante que suas notas e, de repente, a garota meiga por quem eu me apaixonei se transformou na Princesa de Hogwarts. Estava sempre maquiada e seu cabelo agora era liso. Não mais cheios de cachos ou trançado...

Agora, no quarto ano, prestes a ter minha vida mudada para a saída da pré-adolescência e a entrada para o mundo dos adolescentes me vi em uma situação totalmente mortificante: eu nunca tinha beijado uma garota. E escolhi Rose Weasley como a primeira.

Para conseguir isso coloquei em ação um plano de três simples fases.

A primeira era me livrar de Lorcan.

Aproveitei as sobras de uma poção experimental do professor Slughorn e acidentalmente derrubei no suco de abobora do individuo. Conclusão: Scamader no St. Mungus por, no mínimo, três semanas.

A segunda fase do meu plano diabólico era conseguir ficar a sós com Rose.

Por alguma razão, o professor Flitwick pediu para que Rose e eu limpássemos os livros que seriam usados na próxima aula. Não, eu não enfeiticei meu professor de feitiços para que ele me deixasse a sós com a garota dos meus sonhos. Albus Potter fez isso por mim.

Apesar da diferença berrante que existe entre nós até hoje, somos bons amigos.

E agora, faltava apenas a coragem para beijar minha garota. Se a coragem veio? Claro que sim!

Ela veio quando Rose deixou cair um livro. Eu me abaixei e devolvi a ela, mas acabamos próximos demais e então eu a beijei. No começo, nós dois estávamos tensos. Ela pela surpresa, eu pelo nervosismo. Quando pensei que teria finalmente conseguido mais que um beijo, Rose me empurrou e deu o tapa mais cruel da história dos tapas.

Minha pele sempre foi muito clara e ficou linda com a marca vermelha de cada um de seus dedos.

No dia seguinte, quando fiz a estupidez de contar a Albus sobre o tapa, me senti realmente envergonhado. Ele riu tanto que pensei que fosse morrer engasgado com sua própria saliva.

- Eu sabia que isso ia acabar assim! – Al disse entre gargalhadas.

- Então porque não avisou cartomante de araque?! – perguntei dando-lhe um soco em seu ombro.

- Você estava tão determinado... Não queria quebrar o clima.

- Minha única chance eu a estrago dessa maneira. Como sou idiota! – falei batendo em minha própria testa.

- Bem, única não. Eu tenho um truque nas mangas... – Albus disse falando um pouco mais baixo – Lembra-se da aula de poções da semana passada?

- Sim, sim. Eu tirei um 10 naquela poção do amor. Por quê?

Eu estava confuso. Aonde Albus queria chegar?

- Para sua sorte, caro amigo sonserino, eu guardei um pouco daquela poção.

- Você está dizendo... Para dar a poção a sua prima? – perguntei totalmente incrédulo.

- Não quero ver Rose magoada por isso nunca disse nada, mas já vi o Scamader com outras garotas. – Albus disse suspirando. Toda a alegria que antes transbordava dela agora estava perdida.

- Quando você diz que o viu, quer dizer...?

- Sim, eu o vi traindo Rose. Eu tentei dizer a ela, mas aquela garota estupida está trancada em uma bolha de felicidade. Não consegue ver a verdade nem que ela fosse esfregada na cara dela.

- Você acha que vai funcionar...? Se eu usar a poção, acha que Rose vai sair dessa bolha? – eu perguntei olhando para meu amigo.

- Eu espero que sim. – Albus disse aquilo coçando a cabeça. Aquilo não era um bom sinal...

Quando Albus coça a cabeça é porque ele sente que alguma merda vai acontecer.

- Ora, ora... Vejam só os maricas. – alguém disse atrás de nós. Conhecíamos aquela tão hipócrita voz. Lysander Scamader, irmão de Lorcan.

Ao contrário do irmão, Lysander sempre deixou que todos soubessem que ele é um canalha que não presta, enquanto Lorcan fazia as coisas escondido para que todos pensassem que ele é perfeito.

Albus e eu sempre fomos do tipo que falam o que querem e que se explodam em milhões de moléculas os fortões do time de Quadribol. E Lysander era nossa melhor cobaia. Ele pode ter força, mas eu tenho um cérebro. De nossos pequenos encontros pelos corredores, eu sempre saí vitorioso. Isso não ia mudar agora.

- Está ouvindo Al? – eu disse me concentrando – Tem um macaco falando conosco.

Alguns dos amigos de Lysander tentaram não rir, mas foi em vão. O motivo? Lysander realmente se parecia com um macaco. Um mico-leão-dourado para ser mais exato. Tinha aquele cabelo loiro e comprido e seu corpo era todo peludo.

- Você é muito engraçado pequeno Malfoy. Haha... – Lysander disse debochado.

- Ele não está animado hoje Scorp! – Albus disse parecendo surpreso. Aperto o braço do amigo e o sacudiu. – Quem irá nos salvar do tédio absoluto agora?!

- Chega de palhaçada! – Lysander disse empurrando a mim e a Albus. – Fiquei sabendo que foi você quem colocou aquela poção na bebida de meu irmão pequeno Malfoy.

Os Scamader adoravam me chamar de pequeno Malfoy. Não tiro a razão deles... Eu era pequeno mesmo. Mas até aquele momento, eu nunca tinha os respondido quando o assunto era eu ser ‘o pequeno Malfoy’.

- Sabe o que dizem, Al, quando gostamos de repetir uma palavra? – perguntei a meu amigo.

- Não, o que dizem? – Albus perguntou curioso.

- Dizem que estamos apenas tentando tirar essa palavra de nós mesmos. Lembra quando você gostava de falar merda o tempo todo? Era só prisão de ventre... – falei dando de ombros.

- Isso é verdade... – um dos amigos de Lysander disse.

- Vocês dois são loucos! – o Scamader disse olhando de mim para Albus. – Me responda de uma vez pequeno Malfoy... Foi você, ou não?

- Sabe de uma coisa Lysander, eu entendo porque você gosta tanto de me chamar de pequeno. É a sua mente... Ela é menor do que uma noz. Então você fica me chamando de pequeno para tentar reparar isso, mas saiba que a sua burrice não tem cura. – eu disse extremamente sério.

- Fedelho petulante! Como ousa dizer algo assim a meu respeito? – o moleque da Grifinória estava tão vermelho quando o leão em seu uniforme, o que o deixou mais hilário ainda.

- Oh, me desculpe! Realmente me desculpe... Eu confundi as palavras. Eu não quis ofender você e sua intelectualidade... Não, longe de mim. Eu queria dizer que o seu pênis é pequeno. Merlin... Eu revelei seu segredo Lysander! Me desculpe! – eu disse um pouco mais alto – Eu realmente não queria dizer que você é gay e que seu pênis não funciona para nada! Eu sinto muito por isso... – minha voz subia cada vez mais, até que não aguentei mais e comecei a rir.

As pessoas que assistiam de longe, mas não podiam escutar começaram a rir descontroladamente. Lysander tentou avançar para cima de mim, só que fui mais rápido. Ao contrário dele e todos os outros estudantes do meu ano, eu já sabia usar feitiços não verbais. Apenas segurei minha varinha no bolso e pensei: ‘Impedimenta’ e então Lysander foi jogado em cima de seus amigos.

- Lysander? O que houve? Não ia me atacar? – perguntei totalmente sínico.

- Seu bastardo! – ele gritou e retirou sua varinha do bolso das vestes, mas eu a fiz voar longe. – O que pensa que está fazendo?

- Nada. – respondi olhando para Albus. – Estou fazendo algo?

- Não. – ele me respondeu.

- Está ficando louco Lysander... – eu disse mostrando uma expressão triste. – Pare de se preocupar tanto com seu pênis e trate da sua saúde mental...

Puxei Albus pelo braço e voltei a caminhar, deixando Lysander com sua plateia extremamente empolgada. Eu tinha uma garota para conquistar . Bem, não eu, mas sim a poção, só que isso não vem ao caso agora.

Eu e Albus planejamos tudo perfeitamente. Se é que poderíamos chamar o que aconteceu de perfeito, mas enfim... Eu deveria ir até a Torre da Grifinória durante o jantar. Ele daria um jeito para que Rose ficasse em seu quarto e eu deveria ir de vassoura até a janela dela. Como eu saberia? Um garoto sempre  sabe qual é o quarto de sua amada. Meu genial amigo Al Potter usou o mais absoluto de todos os presentes que um Potter pode ter: o Mapa do Maroto. Na verdade ele pegou emprestado com James, seu irmão, mas isso também não importa.

Ele disse que deixaria comigo, mas que se eu não devolvesse ele arrancaria meu coração e daria a Lula Gigante para comer.

- Não confia em mim? – eu perguntei.

- Não. – Al respondeu.

Um garoto sensato, o Albus.

Quando o sol começou a se por, peguei minha vassoura e voei até o telhado da Torre. Me sentei lá e observei o pôr-do-sol. Quando o último raio de sol se foi, peguei o mapa e procurei por Rose. Ela estava bem abaixo de mim, sozinha em seu quarto.

Era a minha chance.

Respirei fundo e peguei minha vassoura. Fiquei planando na janela por alguns instantes. Rose estava deitada em sua cama lendo um grosso livro sobre Runas. Estava com seus cabelos ao natural... Com os cachos ruivos descendo pelas costas.

Mordi com força meu lábio inferior e pigarreei. Ela se assustou e olhou para mim, sentado em sua janela.

- O que está fazendo aqui? – perguntou totalmente assustada.

- Eu estava dando uma volta por aqui e pensei: ‘Nossa, faz tempo que não vejo a Rose! Vou passar lá para dizer um oi.’ – eu disse sorrindo.

- Você me viu hoje, na aula de Poções. – ela disse levantando uma sobrancelha.

- Droga, eu não sei mentir mesmo! – eu disse socando o ar. – Ok, eu digo a verdade. O professor Slughorn me deu uma garrafa de Whisky de Fogo. Só que eu não bebo.

- Whisky de Fogo, hum? E porque veio até aqui? – Rose perguntou olhando para minhas mãos.

- Por favor, Rose... Eu sei que você adora Whisky de Fogo. – eu disse revirando os olhos.

-E o que quer em troca dele? – perguntou sentando na cama e cruzando as pernas.

Tentação.

- Você acha que eu vim até aqui, correndo o risco de manchar meu impecável histórico, porque quero um favor em troca dessa bebida? Que tipo de pessoa acha que eu sou? – eu disse fingindo  estar ofendido.

- Eu quase acredito em você agora... – Rose disse sorrindo.

- Não quero nada, apenas conversar um pouco. – eu disse me aproximando dela.

Entreguei a garrafa em suas mãos e me sentei no chão. Uma sensação horrível de arrependimento estava começando a me consumir. Eu não deveria fazer isso, era errado! Levantei meu rosto  pronto para pedir que ela devolvesse a garrafa, mas já era tarde demais. Rose já tinha bebido.

- Sobre o que quer conversar?  - ela perguntou depois de secar uma gota da bebida que escorria por sua boca.

- Nada específico. – eu disse dando de ombros.

- É uma garota, certo? – Rose perguntou um pouco mal-humorada. – É sempre uma garota... Quem é?

- Hãn... Ninguém. – eu disse corando um pouco.

- É claro que é alguém! – ela disse agora um pouco mais alto. – Alguém mais bonita que eu, certamente. Não é Scorpius? – completou.

- Não, não é. Você é a mais linda de todas, Rose... – eu disse tentando acalma-la.

- Está mentindo... Karen Willians é muito mais bonita que eu. – a ruiva falou se encolhendo na cama.

- Karen Willians não tem cabelos ruivos ou olhos azuis lindos. Sem contar no senso de humor. Você é muito mais engraçada que ela. – eu disse me ajoelhando perto de sua cama.

- Você acha? – Rose perguntou fazendo biquinho.

- É, eu acho sim. – respondi sorrindo de lado.

- Aww, seu sorriso é tão lindo Scorpius! – ela disse pulando na cama, parando bem próxima a mim.

- Obrigado. – respondi me afastando um pouco.

Rose estava me olhando de uma maneira estranha. Obviamente a poção começava a fazer efeito. Limpei minha garganta e sorri enquanto sentava próximo a outra cama.

- Então Rose... Como andam as coisas?  Seu namoro com Lorcan vai bem? – perguntei fazendo uma careta na última palavra.

- Ah! Bem, Lorcan ainda está no St. Mungus. Acho que recebe alta ainda essa semana... Mas nós não estamos muito bem, sabe? – ela disse cutucando a colcha de sua cama. Tinha abaixado a voz e parecia abatida. – Ele não é mais tão carinhoso e quase nunca tem tempo para conversar comigo.

- Ele deve estar ocupado com outras... Coisas.

- Talvez. – Rose falou dando de ombros. – Não me importo tanto assim. De qualquer maneira, estava tentando arranjar uma forma de terminar com ele.

- Ah é? – perguntei me fazendo de desinteressado.  – Por quê?

- Tem... Outro garoto. – disse me olhando.

Seus olhos azuis me fitavam tão profundamente que poderia jurar que Rose via a cor de meus ossos. Ela se levantou e caminhou até mim. Meu coração batia tão rapidamente que eu poderia morrer de um ataque cardíaco. Rose sentou bem à minha frente e sorrio.

- Lembra quando você me beijou, alguns dias atrás? – ela perguntou com a voz baixa.

- Sim... E me desculpe por aquilo. – eu disse tentando manter minha voz firme.

- Sonhei com aquele beijo durante a semana toda. Na verdade, eu sonho com você desde sempre. – falou de uma maneira carinhosa, quase melosa... Apaixonada.

Merlin... Aonde fui me meter?! Se ela continuasse assim, o plano iria por agua abaixo...

“- Lembre-se: diga a ela sobre Lorcan quando o efeito da poção estiver passando, enrole-a enquanto isso. E NÃO BEIJE A GAROTA, ENTENDIDO?”

A voz de Al soou em minha cabeça como um alto falante desregulado. Doía escutá-lo... Eu queria beijar Rose! Ela estava parada bem a minha frente mordendo seu lábio inferior. Porque eu continuava resistindo à isso? Ignorando o que Albus havia me pedido, encurtei a distância que havia entre Rose e eu.

Seus lábios pressionaram os meus de forma doce no começo. Rose parecia receosa. Coloquei uma das mãos em seu pescoço, acariciando seu rosto com o polegar. Puxei-a para mais perto e pedi passagem por sua boca. Quando nossas línguas se encontraram foi como se milhões de fogos de artificio estivessem saltitando ao meu redor e de repente tudo estava muito mais brilhante.

Rose beijava muito bem e foi ela quem conduziu o nosso beijo. Foi ela quem aumentou a velocidade com que nossas línguas se encontravam e foi ela quem mordeu meu lábio primeiro. Eu sentia todo a minha vergonha passando e tudo o que sobrava era o desejo. Eu queria mais dela. EU queria estar no comando. Puxei seu cabelo forçando-a a se afastar de mim. Rose sorriu de uma maneira sádica, o que me excitou muito. Suguei seu lábio e o mordi para logo depois voltar a beija-la, mas agora era eu quem estava no comando. Eu decidia a velocidade e eu decidi que seria devagar, para tortura-la. Rose estava ofegante e o ar também me faltava, então parei de beija-la.

- Scorpius... Eu acho que te amo. – ela disse me olhando no fundo dos olhos.

Algo em meu estomago – se é que havia algo lá – revirou-se. Me ama... Ela acha que me ama. Suspirei e me levantei. Ela me ama... Me ama agora, enquanto a poção faz efeito. Amanhã, ou mais tarde, quando já não haveria resquícios da poção, Rose não me amaria.

- Disse algo errado? – Rose perguntou.

- Sim... Quer dizer, não. – me contradisse rapidamente. – Eu não acho certo você me beijar enquanto está namorando Lorcan. É errado.

- Você tem razão... Mas vou continuar te amando do mesmo jeito. – falou colocando um lindo sorriso em seus lábios.

Rose ficava linda sorrindo – na verdade, ela era linda de qualquer maneira (e é até hoje).

- Você não ama... – eu disse baixinho.

- Scorpius...? – a ruiva me chamou.

- Preciso ir. Suas colegas de quarto podem voltar a qualquer momento. – eu disse olhando para a porta.

- Fique só mais um pouco... Por favor. – ela pediu fazendo manha.

- Não voltarei enquanto estiver namorando Lorcan, Rose. – eu disse sério.

Ela pareceu entender que não me faria ficar e abaixou os olhos, envergonhada.

- Devo procura-lo quando não estiver mais com ele? – Rose perguntou insegura.

- Caso você se lembre... – eu disse dando de ombros.

- Porque não me lembraria? – a garota perguntou confusa.

- Boa noite Rose. – eu disse indo até a janela.

- Espere! – ela gritou.

- O que é? – perguntei ainda de costas.

- Um último beijo? Caso eu não me lembre. – Rose falou de uma maneira tão doce que seria um pecado dizer não à ela.

Me virei e caminhei em sua direção. Rose tinha quase meu tamanho, apenas um ou dois centímetros de diferença.  Sorri para ela. Dei um beijo em sua testa e me afastei.

- Boa noite Rose...

- Assim não. – ela falou e logo depois me puxou para seus lábios.

Ah, seus lábios. Meu grande vício. Eles eram tão macios pressionados contra o meu... Doces, assim como ela.

Rose foi um pouco mais... Qual a palavra certa? Tarada desta vez. Ela me empurrou delicadamente na direção de sua cama. Só pude perceber o que ela estava fazendo depois que a senti sentar em meu colo de uma maneira muito, muito pervertida.

- Rose... – eu disse, mas faltava-me coragem para afastá-la.

- Quero me lembrar de você Scorpius... – a ruiva sussurrou em meu ouvido enquanto pressionava seu corpo contra o meu.

As curvas de Rose eram perigosas. Apesar de ter só quinze anos seu corpo era perfeito. E parecia se encaixar no meu. Suas pernas entrelaçadas às minhas, seu abdômen pressionado contra o meu, sua boca e a minha... Deviam ter sido moldados, pois tinham uma sincronia perigosa.

Eu estava tentando afastar Rose delicadamente enquanto tinha algum juízo em mim, mas ele logo se foi quando ela passou as unhas em minha pele. A safada estava tirando minha camiseta enquanto em pensava em preservar  seu corpo.

- Rose Weasley, sua pequena demoniazinha... O que está fazendo? – perguntei quanto ela retirou seus lábios dos meus.

- Tentando me lembrar de você. Não quero esquece-lo... – ela disse beijando meu pescoço.

Gemi quando senti a ruiva pressionando seu corpo com mais força contra o meu. Meu ‘amigo’ já estava completamente animado com a ideia de sexo. Sexo... Rose queria mesmo transar comigo? Afinal, o que eu tinha de tão interessante? Nada! Eu era pequeno se comparado ao namorado dela e magrelo também. Claro que eu tinha músculos e um físico razoável graças às aulas de voo, mas Lorcan era jogador de Quadribol! Céus, porque ela continuava a passar aquelas mãos quentes pelo meu corpo...? Se ela queria tanto assim transar, porque não com Lorcan? Eu não queria ser o responsável por tirar a virgindade de uma Weasley. Principalmente uma cujo pai era assustador.

- Rose! – eu disse recuperando meu juízo.

Afastei-a de mim e me sentei na cama. Não iria fazer aquilo com ela... Não enquanto ela estivesse sob o efeito da maldita poção do amor.

- Tenho que ir... – eu disse me levantando e abaixando minha camisa ao mesmo tempo.

- Você não me quer...? – Rose perguntou com a voz chorosa.

Droga!

- Quero, mas não assim. – eu falei tentando ser gentil. – Boa noite Rose.

E então peguei minha vassoura e saí daquela maldita Torre. Minha cabeça estava abarrotada de pensamentos – a maioria se voltava para o motivo de não ter ficado naquele quarto com Rose – que me deixavam confusos. Parei a vassoura alguns centímetros do solo e desci; eu precisava caminhar um pouco. Pensar um pouco...

Tantas coisas se passavam por minha cabeça. Uma delas era o motivo Rose ter me atacado. Claro, a poção do amor. Mas ela não era tão forte a fazer com que toda aquela atração sexual surgisse. Talvez estivesse concentrada, afinal Albus aguardou por um longo tempo. Droga, ele iria querer me matar quando soubesse. Eu havia estragado tudo. Não deveria ter deixado um desejo adolescente me influenciar. Se eu queria mesmo fazer aquilo – se eu queria que Rose terminasse mesmo com Lorcan – eu não deveria ter deixa aquela maldita ruiva me seduzir.

Agora eu viveria para sempre com a minha consciência dizendo que eu a tive nas mãos, mas deixei que ela fosse embora. Maldito amor! Se ele não existisse talvez essa dor que eu sentia fosse embora. A dor do coração partido...

Quando cheguei a meu quarto nas masmorras a única coisa da qual eu tinha certeza era de que um cara apaixonado sempre se ferra. E o melhor era não se apaixonar, afinal quem não se apaixona não sofre.

Na manhã seguinte, acordei completamente atrasado. Vesti minhas vestes a caminho do banheiro onde escovei os dentes o mais rápido que pude e joguei uma agua no rosto. Eu já estava na metade do caminho quando percebi que meu material havia ficado. Voltei correndo para pegá-lo e quando finalmente alcancei o Grande Salão, o café-da-manhã já havia sido retirado. Droga!

Com o estomago roncando, fui na direção da Floresta Proibida. Minha primeira aula era Trato das Criaturas Mágicas e o professor insistia em nos ensinar ao ar livre. Eu nunca me importei, na verdade. Assim a experiência parecia mais real. Ofegante por correr o mais rápido que pude, quase caí ao alcançar os outros alunos de meu ano. Alguns riram, outros não se importaram.

- Está atrasado. – o professor Hagrid disse olhando para mim de forma reprovadora. – Você é meu melhor aluno Scorpius, mas que isso não se repita.

- Me desculpe professor. – falei completamente envergonhado e fui para o mais longe possível de  meus colegas.

Deixei meu material em cima de uma pedra qualquer e arrumei minha gravata. Eu sempre fui péssimo nisso, tanto que quase me enforquei quando decidi usar um feitiço para fazer o nó. Estava quase terminando quando Albus se aproximou sorrindo. Eu esperava que ele não me matasse quando soubesse de meu fracasso.

- Você conseguiu, cara. – ele disse batendo em meu ombro. – Rose terminou com Lorcan.

Ao ouvir aquelas palavras todo o meu corpo reagiu. Meu coração começou a bater mais rápido, minha pele estava quente e arrepios violentos subiam por minha espinha. Rose havia terminado com Lorcan? Eu tinha conseguido? Mas como? Ela não deveria lembrar que... Bem, que eu estava com ela ontem. Ou deveria? Eu estava muito confuso. O que tinha acontecido com aquela garota?

Perdido em minha própria confusão, não notei que ela olhava para mim. Estava escondida atrás de algumas garotas, mas estava claro que olhava para mim. E então ela sorriu. Seus lábios se esticaram e formaram uma linha perfeita em cada canto de seu rosto. Os olhos azuis brilhavam tão graciosamente, mas tinham um toque de perversão no fundo... Minha demoniazinha Weasley.

Talvez, só talvez, valesse a pena se apaixonar.


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Notas finais do capítulo

Não me matem, tem continuação u.u
Gostaram? *-* Vão deixar review? *u*