Stand By Me escrita por jooanak


Capítulo 17
Run


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês se deliciarem. Amo vocês leitores ♥



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Acordei no meio da madrugada, Marvel e Peeta faziam a vigia enquanto Glimmer dormia praticamente abraçada em Cato.

— Algo estranho durante a noite? – perguntei à Marvel.

— Nada não.. – ele olhou tristonho e virou os olhos para onde Glimmer e Cato estavam.

— Hm. Estão aqui há muito tempo?

— Uma três ou quatro horas – Peeta respondeu bocejando.

— Vocês deviam dormir. Daqui a uma hora estará claro, eu sei cuidar de tudo, aliás, já dormi bastante.

— Tem certeza, Clove? – Marvel perguntou.

— Absoluta. – sorri.

Os dois foram dormir me deixando sozinha, a fogueira já havia apagado e eu ouvia apenas o som do riacho e dos pássaros. O tempo foi passando e depois de uma meia hora, Cato acordou.

— Bom dia – ele falou bocejando.

— Bom dia, Cato.

— Dormiu bem?

— Sim... eu perguntaria o mesmo, mas pelo jeito, acho que sim.. – apontei a cabeça para Glimmer.

— Não sei por que ela estava abraçada comigo... não me lembro de ter deitado perto dela.

— Hm.

Ficamos quietos por algum tempo.

— Que horas são? - ele perguntou.

— Acredito que seja quase seis da manhã.. mas nunca vou entender o tempo aqui na arena.

— Você quer falar sobre aquilo? Aqui, agora?

— Não Cato, não quero correr riscos.

— Você sabe que os organizadores já sabem de nós?

— Não vamos falar sobre isso, por favor – eu cochichei em seu ouvido.

Cato apoiou sua cabeça em seus joelhos e se espreguiçou.

— Devíamos acordar os outros, Cato?

— Acho que sim.

— Temos um plano para o dia de hoje?

— Matar e ficar vivos.

— Bom plano. – eu ri.

— Eu sei.

Acordei Marvel e Peeta e ele acordou Glimmer. Apagamos a fogueira; todos nós estávamos com muita fome e nosso estoque estava pequeno, o que significava que teríamos que voltar para a cornucópia e rezar para que outros tributos não tenham pego o nosso estoque, o que eu duvido que tenha acontecido.

— O que vamos fazer? – Glimmer pediu.

— Devíamos voltar até a Cornucópia, lá nós temos água e mais comida. – Marvel disse.

— Eu quero Katniss. Quero mata-la.

— Cato, talvez a achemos no caminho, mas não temos outro plano melhor, devíamos ir para lá. – eu falei.

— Tanto faz. – ele bufou.

Caminhamos a manhã inteira. Glimmer e Cato flertavam ocasionalemten, enquanto Peeta e Marvel falavam coisas sem graça e eu me prendia cada vez aos meus pensamentos. O que faríamos em relação à Peeta? Assim que Cato pegasse Katniss, provavelmente o mataria. Marvel também morreria logo, e caso Cato não consiga matar Glimmer, eu faço o trabalho. Estava há um dia na arena e estava com saudades de minha mãe e da comida dela. Por Deus, como eu estava faminta!

— Ei Clove. – Marvel veio do meu lado. – você está bem?

— Estou sim Marvel, por quê?

— Você parece meio pálida..

— Só estou com fome.

— Eu tenho uma maçã aqui na minha bolsa.

— Não precisa, logo estaremos de volta à Cornucópia, guarde-a para você.

— Tem certeza?

— Sim Marvel, obrigado pela preocupação. – ele sorriu.

— Eu gosto daqui.. não há muitas florestas e árvores no Distrito 1.

— Não?

— Não.. – ele falou tristonho. – Tem no Distrito 2?

— Tem uma floresta, não é bem grande, mas conta.

— Interessante – ele riu.

Ficamos andando em silêncio até que ouvimos um grito de Glimmer e Marvel correu até a mesma.

— O que é aquilo? – ela perguntou apontando para indícios de fogo na floresta.

— Parece fogo. – Cato falou

Não era fogo, eram bolas de fogo que desciam do céu direto à floresta, algum tributo estava sendo massacrado.

— Vamos, corram. – Cato falou.

— É uma boa ideia?

— Pare de ser chata Clove. É sim uma boa ideia, vamos lá, podemos matar alguém e quem sabe achar Katniss.

— Cato..

— Vai dar tudo certo.

Ele saiu correndo atrás dos outros e eu resolvi segui-lo. Corremos pela floresta até chegarmos em um riacho e Marvel a viu.

— Olha ali, ela está ali.

Katniss saiu correndo e todos a seguimos, estávamos todos fartos dessa garota. Ela estava na frente, mas corria dentro da água, o que nos deu vantagem. Fomos atrás dela, não corríamos pois sabíamos que a pegaríamos.

— Vou pegar hein. – Cato gritava e ria enquanto Glimmer ria como uma retardada tentando seduzi-lo. Cato gostava daquilo.

Quando Katniss saiu da água, começamos a correr de verdade, como se ela fosse nossa presa. Corremos o máximo que pudemos, até Peeta se esforçou. Enquanto corria, peguei minha faca e comecei a segurá-la com mais força, Katniss estava na nossa frente. Eu ia pegá-la antes que qualquer um, ia cortar seu pescoço fora e ver o sangue escorrer enquanto me divertia olhando o medo em seus olhos. Eu já a via agonizando de dor, pedindo por perdão, pedindo por socorro.

Cato ia à frente, seguido de Glimmer, Marvel, eu e Peeta. Nossas respirações estavam ofegantes e eu comecei a ficar suada, limpei uma gota de suor na testa enquanto corria e quase perdi o equilíbrio, porém, Peeta me segurou. Continuamos correndo até chegar no meio da floresta. Katniss havia subido na árvore.

— Onde é que você pensa que vai, minha filha? – Cato exclamou.

— Você não tem pra onde ir garota. – Glimmer falou.

Cato começou a subir a árvore atrás dela e isso me preocupou, pois eu sabia por experiência própria que Cato não sabia subir em árvores.

— Pega ela Cato. Sobe Cato, não para de subir. – eu falei insegura e com raiva ao mesmo tempo, pois eu sabia o que aconteceria.

— Eu to chegando. – ele exclamou.

Ele subiu mais um pouco e agarrou um galho podre e caiu de uma altura feia. Discretamente, eu o ajudei a levantar, enquanto Glimmer pegou o arco e flecha.

— Eu mesmo mato ela. – apontou para Katniss, na verdade, ela apontou para o outro lado do mundo, porque nem aqui nem na lua aquela flecha a acertaria. Cato me empurrou e pegou o arco e flecha das mãos de Glimmer; ele atirou e errou feio. Eu não me surpreendi.

— Não é melhor jogar a espada? – Katniss perguntou e eu ri por dentro.

— Vamos esperar ela descer. – Peeta finalmente falou. - ela vai ter que descer alguma hora, ai a gente mata.

Nos entreolhamos e concordamos, enquanto Cato olhou a todos com desgosto.

— Ta bom, alguém acenda a fogueira.

Cada um foi para um lado. Eu fui atrás de Cato e o encontrei no riacho. Ele estava sentado na beira lavando o rosto como fazia no distrito 2.

— Você tá bem? Foi uma queda feia..

— Eu to bem, Clove. Sei me cuidar.

— Só perguntei, não precisa ser grosso o tempo inteiro.

— Vem cá. – formei uma concha com as mãos e peguei a maior quantidade de água que eu consegui e lavei seus machucados. – dói?

— Só um pouco.

— Suas costas estão bem?

— Estão sim, só... – ele endireitou as costas. – doem um pouco.

— Quer massagem?

— Isso não é contra sua política de não demonstrar afeto?

— Foda-se, no final da competição um de nós estará morto de qualquer forma.

Ele riu, eu sentia falta da risada de Cato, da verdadeira risada, não da forçada. Ele virou de costas para mim e eu botei minhas mãos em suas costas, massageando-as. Cato estava muito tenso, eu podia sentir.

— Relaxe Cato, relaxe... – ele soltou os ombros e respirou.

— Bem melhor. – eu sorri.

Eu massageei suas costas por um tempo até ouvirmos Glimmer nos chamando.

— Se ficarmos quietos, ela não vai notar. – eu sussurrei.

— Dê uma chance para ela, Clove...

— Não.

Eu o ajudei a levantar e ele me abraçou, mas rapidamente eu me soltei deixando-o triste.

— Glimmer não faria isso – ele falou.

— Eu não sou a Glimmer. – eu sussurrei.

Caminhamos até onde Marvel e Peeta estavam e nos sentamos ao redor da fogueira, estava anoitecendo depressa. Katniss agonizava de dor lá em cima das árvores e isso me deixava satisfeita. Marvel se sentou do meu lado enquanto Cato conversava com Glimmer.

— Você devia falar com ela, sabia?

— Com quem? – ele indagou.

— Glimmer. Nunca sabemos quando será nosso último dia na arena.

— Agora?

— Nesse exato momento. – eu sorri e ele sorriu de volta. Em tão pouco tempo, Marvel foi uma das poucas pessoas que eu realmente me apeguei, tinha algo nele que me lembrava... que me lembrava... que me lembrava o meu pai.

Marvel saiu do meu lado, respirou fundo e foi em direção aonde Cato e Glimmer conversavam.

— Cato, vem cá. – eu chamei para dar privacidade à eles.

Cato veio sem entender nada e se sentou do meu lado.

— O que tá acontecendo?

— Nada, ele só quer conversar com ela.

 Ficamos quietos, sem assunto. O silêncio era confortante. 

— Os gemidos agonizantes dela me agonizam. – eu falei apontando para cima.

— Ela vai sobreviver...

— Como você sabe?

— Quando você tem um inseto indesejável em casa e tenta matá-lo, ele nunca morre da primeira vez. Ela é um inseto e essa foi apenas a primeira vez. O que será que eles estão conversando?

— Pare de ser metido.

Depois de um tempo, Marvel saiu de lá e se sentou do meu lado. Cato voltou para o lado de Glimmer.

— O que aconteceu?

— Falei para ela como me senti a ela falou que sentia o mesmo. Mas o Cato tem mais chances de vencer e ela não quer morrer tão cedo.

— Babaca.

— Não fale assim dela.

Bufei.

— Você falou que a ama?

— Sim.

— E ela?

Marvel deu de ombros e foi dormir em seguida. Cato fazia coisas para impressionar Glimmer e ela sorria feito uma hiena. De repente, ela inclinou para beijá-lo e eu tive certeza de que ele a beijaria também; ao invés disso, ele recuou e começou a falar algo incompreensível.

Um lagarto passou na minha frente e atirei uma faca nele, odiava aqueles bichinhos, de alguma forma eles me lembravam de Glimmer ou Katniss. Todos os animais que eu não gostava eu associava a pessoas que eu odeio, aquele, em especial, me lembrava de Glimmer, nojento e grudento. Cato saiu do lado de Glimmer e sentou-se do meu lado.

— Me desculpa?

— Pelo quê?

— Por não estar te dando atenção ultimamente.

— Nem percebi... 

Ele me encarou.

 — Porque você não a beijou?

— Não me pareceu certo.

— E o que disse a ela?

— Que nós não combinávamos.

Eu assenti.

— Nós deveríamos ser aqueles que assustam os outros, Cato.

— E nós assustamos, mas podemos assustar como um casal. – ele riu e eu soquei seu braço.

— Eu queria te abraçar agora, mas penso o que Brutus falaria.

— Ele falaria que você deveria me beijar agora, nesse exato momento.

— Cato!

— Eu sinto saudades de beijar você. – eu corei e sorri.

— Não fale isso em voz alta. Estou com náuseas.

— Você gosta de romantismo, confessa...

— Na hora certa e convenhamos, não é agora. E esse Cato romântico não parece nada com o Cato do Distrito 2 que eu conheço e amo.

— Mas eu sou muito lindo quando sou romântico, confessa.

— Menos Cato. – nós rimos.

— Você está com os olhos inchados, quer dormir um pouco?

— Sim, mas não quero te deixar.

— Eu vou ficar com você a noite inteira, te vigiando.

— Promete que não vai me abandonar e deixar que outros me matem?

— Prometo, pequena. – ele sorriu e me deitei do lado da fogueira, pegando no sono assim que fechei os olhos.


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