Stand By Me escrita por jooanak
Notas iniciais do capítulo
Gente, eu chorei demais escrevendo esse capítulo, espero que vocês chorem tanto quanto eu. E se gostarem (e chorarem) deem review, beijos ♥
Acordei quando passava das 8h e fui até o vagão-restaurante, todos estavam me esperando.
— Clove, chegaremos na Capital daqui a 4 horas, então se arrume. Você também Cato.
— Tá - respondemos em coro.
Tomei meu café e fui me arrumar. Botei uma calça e uma blusa e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, as horas passaram depressa e antes que eu me desse conta, havíamos chego na Capital. A Capital era diferente, cheia de luzes e cores, mas eu ainda prefiro o Distrito 2. A multidão gritava nossos nomes e antes de sair do trem, Enobaria disse.
— Sejam amáveis.
Acenamos para muitas pessoas, mandamos beijos e sorrimos e depois fomos para o hotel, como o nosso distrito era o 2, ficamos no segundo andar. Um andar inteiro só para nós! Aquilo era sem dúvida, maior que a minha casa. Fui para o meu quarto e me joguei na cama, quando Cato bateu na porta.
— Ei, vou passear pelo hotel, quer ir comigo?
— Não, obrigado.
— Tá
Cato foi embora e um clima pesado ficou entre a gente. Estávamos nos afastando, e isso era tudo o que eu menos queria em uma situação como a nossa. As horas passavam e Cato não voltava. Era quase 19h quando ele deu as caras. E ele estava estranho, todo feliz, sorrindo feito bobo. Aquilo não me cheirava bem.
— O que deu? - Brutus pediu quando ele entrou no andar.
— Eu acabei de passar a tarde com a pessoa mais incrível do mundo.
— Quem? - eu pedi erguendo as sobrancelhas.
— O nome dela é Glimmer, ela é do Distrito 1, é a pessoa mais linda que eu já vi?
— Glitter? – eu pedi provocando-o.
— Glimmer!
— Que legal.
Eu saí da sala e fui para o meu quarto batendo a porta e comecei a chorar. Não chorei porque estava triste, mas porque estava com raiva, com muita raiva. Glitter! Que tipo de pessoa tem o nome Glitter? Ah, esqueci, não é Glitter, é Glimmer. Aposto que era uma princesinha do Distrito 1. Fiquei abraçada no meu travesseiro quando Enobaria entrou no quarto.
— Você tá bem?
— Tô!
— Eu sei que você não está.
— COMO EU POSSO ESTAR BEM, ENOBARIA? ELE FALOU NA MINHA CARA QUE PASSOU UMA TARDE MARAVILHOSA COM OUTRA GAROTA! ISSO É A MAIOR BABAQUICE QUE EXISTE!
— Garotos muitas vezes são idiotas, Clove.
— E como!
Enobaria me abraçou e depois foi embora. Fiquei sentada lá no quarto, sem vontade de comer ou de fazer qualquer coisa. Era quase meia noite quando eu saí do quarto e fui jantar; Enobaria e Brutus estavam dormindo e Cato estava vendo TV. Tentei fazer o mínimo silêncio possível, porém, uma colher caiu no chão e ele percebeu que eu estava lá.
— Clove?
— Não. É sua mãe.
Cato ergueu as sobrancelhas.
— Porque você tá agindo assim?
— Não é problema seu.
— É problema de quem?
— Deve ser da Glitter.
— GLIMMER!
— FODA-SE!
Fui embora e me joguei na cama, mas eu não queria chorar, eu queria esfaquear essa garota, saí da cama e me apoiei na janela, a população gritava e fazia festa lá fora. Ouvi a porta do meu quarto abrir e depois fechar e, em seguida, passos vieram na minha direção. Cato se colocou do meu lado na janela.
— O que deu?
— Nada.
— Clove!
— Você é um babaca!
— E..?
— Um idiota.
— E..?
— Só consegue me decepcionar.
— Hm.
Ficamos ali em silêncio olhando as estrelas.
— Porque? - eu falei segurando o choro.
— Porque o quê?
— Porque você está me afastando?
— Eu não estou te afastando.
— É pra não se sentir tão mal quando me matar?
— O que?
— Isso mesmo que você ouviu. Você está me afastando, pra ser mais fácil me matar na arena.
— Se liga, Clove.
— O que você e a Glimmer ficaram fazendo a tarde toda?
— Conversando.
— Hm. Você gosta dela né?
— Não.
— Não minta pra mim, Cato. Eu vi como você ficou quando falamos dela, eu vi como seus olhos brilharam quando você falou que passou a tarde com ela e eu vi como você ficou quando eu falei o nome dela. Você gosta dela.
— Eu não gosto dela.
— Gosta sim.
— Eu só acho ela legal.
— E a garota mais perfeita e mais linda do mundo..
— Você tá com ciúmes?
— Não. Só estou com raiva.
— Porque?
— Porque a gente era muito mais feliz antes de vir pra cá, e desde que embarcamos no trem, você não me abraça, não olha pra mim, não mostra nenhum afeto.
— É o jogo.
— Não é o jogo, Cato. Para de culpar algo e admite! É você. Você mudou e nem estamos na arena ainda. Só acho que, tudo devia acabar entre a gente... ai você poderia sei lá... ser feliz com a Glimmer... - eu tentei segurar as lágrimas, mas não consegui, era totalmente impossível não chorar.
— Você tá chorando? - ele olhou para mim.
— Talvez.
— Vem cá. - ele tentou me abraçar mas eu o empurrei para longe.
Ele ficou olhado com uma cara tristonha.
— Você não me ama mais?
— Eu amo tanto você que até dói. Dói amar você, Cato. Dói. Machuca. Quebra o meu coração de tantas maneiras... eu não... É insuportável te amar tanto assim e olhar nos seus olhos e saber que não é recíproco. Saber que o que eu sinto... saber que você não sente o mesmo.
— Eu ainda te amo pequena.
— Não, você não me ama mais. Você me considera como uma irmã, mas não me ama. Então, eu estou te libertando. Vá ser feliz, Cato. Sinta-se a vontade para beijar qualquer garota da capital ou de qualquer outro Distrito. E também sinta-se livre para me matar na arena. Eu já estou morta mesmo...
Ele viu que eu estava chorando muito e me abraçou, eu quis rejeitar, mas eu precisava do abraço dele naquele momento. Ele deu um beijo na minha cabeça.
— Essa Glimmer deve estar apaixonadinha por você.
— Deixe estar. Não me importo com ela.
— Se importa sim, e é por isso que você tá assim, porque sabe que falhou comigo.
Eu me soltei dele.
Ele olhou no fundo dos meus olhos e me beijou, eu estava sentindo saudade do beijo de Cato. Quando nossos lábios se separaram, ele me beijou de novo, depois me pegou no colo e me levou pra cama. Continuamos o beijo sem ter coragem de interrompê-lo. Cada beijo, tornava-se mais fervoroso. Cato tirou sua camisa; quando me dei conta do que ele pretendia fazer, eu o parei.
— CATO, NÃO!
— Só estou com calor, pequena.
— Aham.
— Ele deitou do meu lado e depois me beijou.
— Você é tão linda, Glimmer.
— Glimmer?
— Eu falei, Clove.
— Não, você falou Glimmer.
Uma raiva intensa percorreu o meu corpo e eu tive que respirar fundo para não arrancar uma faca da gaveta e tirar a cabeça de Cato.
— Eu estava certa..
— Sobre o que?
— Você gostar dela.
— Clove, desculpa!
— Desculpa? Desculpa? PRA QUE? ME DIZ!!!!!! DESCULPA PRA QUE? PRA DEPOIS VOCÊ ME CHAMAR DE GLIMMER OUTRA VEZ? MEU NOME É CLOVE E NÃO GLIMMER. CASO VOCÊ NÃO SAIBA.
— Clove, eu não gosto dela!
— É MAIS DO QUE ÓBVIO QUE VOCÊ GOSTA DELA. VOCÊ ESTÁ CAIDINHO POR ELA, E ESTAMOS NA CAPITAL PELO 1º DIA. DAQUI A DUAS SEMANAS, SE BOBEAR, VOCÊ JÁ VAI TER LEVADO ELA PRA CAMA!
— NÃO SEJA IMBECIL, CLOVE!
— EU? IMBECIL? CLARO... CLOVE, "A IMBECIL" POR TER FICADO COM O CATO...
— CLOVE, PARA DE SER ASSIM!
— ASSIM COMO? POR EU SER EU? DESCULPA SE EU NÃO SOU A GLITTER...
— É GLIMMER - ele me cortou. - É POR ISSO QUE EU GOSTO DA GLIMMER, É POR QUE ELA NÃO TEM ESSE ATAQUES.
— ENTÃO SABE O QUE TU FAZ? PEDE A GLIMMER EM NAMORO E ME ESQUECE.
— EU DEVERIA MESMO, PELO MENOS, ELA NÃO IA FICAR GRITANDO E SE CULPAR PELA MORTE DO PAI DELA. PELO MENOS ELA TEM UM PAI.
Eu olhei para Cato e dei um tapa na cara dele, e só depois do tapa ele se deu conta do que falou.
— Você poderia ter falado qualquer coisa, Cato. Podia ter dito que sou uma puta, uma vadia, podia ter dito que não me aguentava mais, mas não, você falou justamente isso. - Cato sabia muito bem que eu me culpava pela morte do meu pai.
— Clove, desculpa!
— Você acabou de me pedir desculpas dizendo que não ia me magoar mais e acabou de me magoar.
— O que a gente vai fazer?
— Você eu não sei, mas eu vou dormir.
— Clove?
— O que?
— Isso é o nosso fim?
— Eu não queria que fosse Cato, mas eu acho que é..
Ele enxugou uma lágrima e o vi saindo do quarto; antes de fechar a porta, eu vi seus lábios pronunciando um "Eu te amo pequena." Afundei minha cabeça no travesseiro e tentei engolir o nó que se formava em minha garganta, mas não consegui, então chorei... chorei... chorei... chorei de raiva, de ciúmes, de tristeza, de saudade. Eu chorei porque ele não cumpriu a promessa que ele me fez. Eu chorei de raiva de mim mesma, mas eu chorei, principalmente, por não ter feito a pessoa que eu mais amava no mundo ser feliz. E agora eu o tinha visto partir. Talvez por horas, ou talvez, para sempre.
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