Pretending escrita por yris


Capítulo 12
12. À noite


Notas iniciais do capítulo

heeey :D



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HARRY

O resto da semana estava passando lento demais. Mas não chegava a ser entediante, não tinha como ser entediante. Era aquela rotina: acordar cedo, ir para o estúdio, passar o dia gravando, tirando fotos e ter a noite livre pra fazer algo. E Harry podia fazer várias coisas naquelas noites, mas ele só queria fazer uma coisa; e isso estava lhe custando vários minutos com debates mentais em momentos inapropriados. Todas as noites a vontade dele era ir para a casa de Isabella e ficar lá, como no domingo.

E o próprio Harry estava se assustando com aquilo. Ele normalmente não era de pensar muito sobre o que fazia, ele seguia suas vontades. Mas aquela vontade de estar com Isabella não parecia saudável pra alguém que ele havia acabado de conhecer. Então Harry conseguiu passar três dias sem a ver. Foram dias bastante agoniados, e noites agitadas – ele teve que ir a festas de aniversário em duas daquelas noites sem ver a garota de cabelos castanhos – mas Harry falava com ela todo dia por telefone, fossem ligações ou mensagens.

Mas aquele dia era sexta-feira, e ele não iria protelar mais nem um segundo ali naquele apartamento. Já era noite, teoricamente, mas ainda estava um pouco claro lá fora. Harry deu um pulo da cama e foi tomar um banho. Ele ainda não sabia exatamente o que iria fazer, mas com certeza já incluía Isabella em sua noite. Harry só sabia que seria uma surpresa. Ele sorriu animado para si mesmo.

Saiu do banheiro se enxugando e foi procurar uma roupa. Ele vestiu um jeans escuro, uma camiseta branca e uma camisa azul marinho de botões que deixou aberta. Colocou seu All Star branco e ajeitou o cabelo cacheado em segundos. Ele se admirou no espelho rapidamente e sorriu – ah, ele não era Zayn, mas sabia que estava incrível, e se pegaria com certeza se fosse uma menina – Harry riu sozinho, era melhor parar com aquilo. Passou perfume, pegou os celulares, a chave do carro e saiu.

E enquanto passava pelas ruas iluminadas e movimentadas de Londres, ele ficou pensando no melhor lugar para levar Isabella. Será se ela gostaria de ir a algum clube? Ou um lugar mais tranquilo? E Harry descartou a possibilidade de boate, ele queria um pouco de sossego e não queria ficar bêbado no primeiro encontro; ele queria matar a saudade que sentia da garota... Então o melhor era um jantar! Isso! Seria perfeito, um jantar em algum restaurante, um passeio depois... Ah, ele estava se achando romântico demais, e estava gostando daquilo.

E achava que Isabella era uma garota que valia a pena, ela era diferente das outras que ficava por ficar. E talvez ele estivesse precisando de alguém com quem pudesse conversar sem se preocupar se o que ele disse estaria nos sites de fofoca no outro dia, alguém quem fosse capaz de mantê-lo com os pés no chão e ao mesmo tempo o levasse para outro mundo; alguém com quem pudesse contar tudo sem dizer nenhuma palavra; alguém que o fizesse bem apenas por estar ao seu lado.  E Isabella poderia ser a garota que fizesse tudo isso a ele.

Harry estacionou o carro no acostamento da rua em frente ao prédio em que Isabella morava. Ele falou com o porteiro rapidamente e foi para o elevador com um sorriso largo e confiante nos lábios. Olhou-se no espelho do elevador pensando em como a garota estaria naquele momento, e provavelmente depois dessa noite Isabella proibiria a subida de qualquer pessoa sem avisá-la primeiro. Mas Harry gostava de fazer surpresas.

Ele saiu do elevador e caminhou silenciosamente pelo corredor até a porta da garota apertando a campainha. Harry esperou pouco mais de um minuto e a porta se abriu revelando uma Isabella completamente desarrumada – ela vestia uma calça de moletom folgada e uma camiseta de alças e estava com o cabelo preso num coque – e Harry sorriu para ela.

– Oi. – Ele disse encarando-a.

– Ei – ela sorriu. – Quando você vai aprender a me avisar quando vem?

– Acho que nunca.

Ela fez menção para que Harry entrasse e ele o fez, dando um abraço apertado na garota. Ela estava cheirando maravilhosamente bem, ele estava quase inebriado...

– Que perfume bom é esse? – ele perguntou sem a soltar.

– Chama-se banho, sabe, sabonete, shampoo, água...

– Pelada... sei.

Harry deu um sorriso safado e sentiu um tapa leve no braço. Eles se afastaram uns centímetros e ele viu que a garota também sorria.

– Você não presta mesmo... – Ela disse analisando-o fingindo reprovação.

– Você não faz ideia... – Ele disse com um sorriso no canto dos lábios agradecendo internamente por ela não poder ler o que se passava em sua mente.

– Aham, mas e aí, você quer ver outro filme comigo? – ela falou gesticulando as mãos atrapalhadamente para a TV e o sofá.

– Ah, não hoje! Tenho uma ideia melhor, que tal a gente sair pra jantar? – Harry disse a encarando de um jeito que era impossível recusar.

– E se eu já tiver jantado?

– Merda.

– Brincadeirinha – Isabella riu da cara de decepção dele. – Pode ser, mas você vai ter que esperar eu trocar esses trapos por uma coisa mais decente, ok?

– Ah, tá tão legal assim desse jeito!

– Aham, eu tenho uma reputação a zelar, ao contrário de você...

– Ok, mas não demora muito, ok?

– Vou ser tipo um raio de tão rápida! – Ela brincou e foi em direção ao quarto.

Harry sorriu em aprovação e ficou por alguns segundos observando a sala. Estava tudo no mesmo lugar, os sofás, a TV, a estante com livros, uma mesa redonda, as paredes brancas com alguns quadros com desenhos abstratos, a cortina floral lilás da janela... Era pequeno comparado com o apartamento dele, mas era arrumado e fofo. Fazia quase uma semana que ele estivera ali.

Ele foi se sentar no sofá para esperar. Pegou o celular, entrou no Twitter, disse qualquer coisa sem sentido e respondeu algumas mentions de seus amigos até ser bombardeado de declarações e perguntas sobre como ele estava. Harry deu algumas respostas evasivas e coisas idiotas. Era tão bom se sentir amado, ele era muito grato por isso.

Até que meia hora depois Isabella voltou devidamente arrumada.

– Ah, que bom que você ainda tá acordado.

– Você foi realmente rápida! Sério, nem percebi! – Ele disse admirado.

E notou como ela estava linda – com um vestido preto com detalhes de renda alguns centímetros acima dos joelhos, que soltava a partir do busto; um casaquinho de um tom entre o bege e rosa, e o cabelo ondulado solto e uma maquiagem leve no rosto – Harry nunca tinha visto-a daquele jeito, parecia que ele precisaria de um babador.

– Hey – ela chamou e gesticulou pra porta – acho que a gente já pode ir. – ela soltou uma meia risada.

Harry piscou com força para se lembrar do que havia planejado, porque ele já estava com vontade de ficar ali mesmo e fazer outras coisas. Mas ele se levantou e foi até a garota.

– Você está incrível. Estou me sentindo desarrumado perto de você. – Harry disse deixando-a envergonhada.

– Obrigada, Sr. Styles. Mas relaxa, você fica bem até vestindo trapos e poderia sair nu por aí que ninguém iria reclamar. – ela disse quase sorrindo.

– Não me dê ideias desse tipo, Sra. Oliveira. – ele disse daquele jeito lento e sugestivo.

– É estranho ouvir você me chamando desse jeito. – Isabella disse franzindo o cenho.

Eles saíram do apartamento para o corredor silencioso.

– Só entrei na brincadeira, mas se você quiser nós podemos brincar de outra coisa.

– Hm, pela sua cara não é bom confiar em brincadeiras agora. – ela riu suavemente e trancando sua porta.

Ela se virou para encará-lo e eles ficaram alguns segundos ali, parados feitos dois idiotas. Até que alguém gritou de dentro de um dos apartamentos vizinhos fazendo-os pular. Os dois olharam simultaneamente para onde viera o barulho, mas não havia nada ali, foi algum vizinho escandaloso.

– Eu acho melhor nós irmos logo. – Isabella olhou um pouco confusa para o lado.

– Pois não, Isa, você que manda! – Harry falou brincalhão enquanto os dois andavam para o elevador.

– Também não gosto de Isa... sei lá, acho estranho. – ela disse e riu.

– Hm, vou pensar num apelido melhor... que tal Belinha? – Harry sugeriu.

– Isso é nome de cachorro, Harry!

Eles entraram no elevador e começaram a descer.

– O que você acha de Bel? – ele se aproximou num sussurro desafiador.

– Só a Tami me chama assim, vamos lá, seja mais criativo! – ela estreitou os olhos brincando com o botão da camisa dele.

– Eu tenho uma ideia melhor mesmo.

Os lábios de Harry encontraram os da garota numa sutileza arrebatadora. Eles se tocavam numa urgência contida, cuidadosa – queriam curtir cada segundo, eles tinham todo o tempo do mundo para matar toda a saudade acumulada durante aqueles dias longe. E aquilo estava enlouquecendo Harry, ele não conseguia explicar como se sentia perto daquela garota, mas era algo muito bom que ele amava. Ela era tão linda, tão legal... ah, será que ele estava apaixonado?

A porta do elevador se abriu e eles se afastaram recuperando o fôlego. E sorriram um para o outro. Amando aquela sensação, flutuando de felicidade.

Até que se deram conta de que deveriam ir para o carro. E foram em silêncio, lado a lado. Não havia necessidade de palavras, tudo parecia tão certo. Era verão na Inglaterra, mas mesmo assim batia uma brisa fria lá fora. Isabella esfregou as mãos no braços para se acostumar, e não demorou para que Harry abrisse a porta de seu carro para a garota. E logo em seguida ele entrou e deu partida em direção ao restaurante que ficava do outro lado da cidade.

– Posso saber o que está no player? – Isabella perguntou indicando o painel do mp3.

– Eu não tenho muita certeza, mas acho que é Aerosmith... – Harry apertou num botão e a música começou estava um pouco alto, então ele baixou o volume.

– Deixa eu adivinhar a música... Love In An Elevator, não é? – Ela perguntou sorrindo.

– Acertou! Você gosta de Aerosmith?

– Vamos dizer que sim... – ela ponderou e Harry a olhou por um segundo indicando para que ela se explicasse – É, eu escutava bastante quando morava no Brasil, tenho uma amiga que é super fã do Aerosmith e ela me bombardeava com músicas deles e outras bandas de rock... Ganhei até um CD no meu aniversário de 16 anos dela! – Isabella riu, mas depois ficou séria. – Ah, fiquei com saudade dela agora... da minha família. – ela suspirou olhando para Harry.

Ele parou no sinal vermelho e voltou para encará-la.

– Deve ser chato pra você ficar aqui sem família... – Harry falou – Espero poder estar contribuindo para que agora não seja mais tão ruim.

– Tudo está melhor agora.

– Você já foi quantas vezes lá no Brasil desde que mora aqui?

– Duas vezes... acho que vou passar o natal lá, tenho que decidir logo isso! Minha mãe fica me ligando dizendo pra eu ficar o mês de dezembro todo com ela.

– O mês todo?!

– É, da última vez que fui fiquei quase um mês lá! Minha mãe tem medo de que eu nunca mais me acostume a morar no Brasil! – Isabella deu uma gargalhada curta – Mas eu gosto do Brasil, vou voltar pra lá algum dia, eu acho... Isso aqui é um sonho, e eu quero curtir e aproveitar cada oportunidade aqui em Londres, eu amo essa cidade, mas Brasil é Brasil, não tem nada igual! Ok, vou parar de falar disso antes que você durma!

– Eu gosto de te ouvir, pode falar o quanto você quiser. – Harry respondeu com um sorriso sincero.

O sinal abriu e o carro voltou a correr pelas ruas iluminadas e movimentadas da cidade. A música continuava baixa.

– Okay, vou te chamar quando tiver no meio de uma crise de saudades.

– Vou estar esperando! Mas você não acha que um mês é muito tempo?

– Pelo tempo que passo longe, talvez não... Mas ainda vou decidir isso, ainda tem alguns meses até o fim do ano.

– Quando decidir me avisa, mas, mudando de assunto, hoje eu vi a edição do videoclipe! – Harry falou entusiasmado – Ficou muito legal, você tem que ver!

– SÉRIO QUE EU POSSO VER ANTES? AH MEU DEUS EU NÃO ACREDITO! – Isabella falou e Harry ficou assustado com o grito dela. – Ah, desculpa, não consegui me controlar...

Harry reparou que ela ficou olhando para suas mãos no colo, envergonhada.

– Hey... tudo bem. É que eu me esqueço que você é uma das minhas garotas...

– É, as Directioners. – Isabella disse com um meio sorriso ainda olhando pras suas mãos.

– É sério, você pode ver, contanto que mantenha em segredo. – ele sorriu.

– Juro que me comporto! – ela finalmente olhou pra ele com um sorriso estreito.

– Você vai ter que ir à minha casa pra ver.

– Isso é um convite?

Ele entrou num estacionamento e parou na primeira vaga que encontrou.

– Você quer ir à minha casa hoje? – ele perguntou a encarando com aqueles olhos brilhantes, um sorriso que poderia significar mil coisas.

– Contanto que eu permaneça viva.

E os dois riram juntos.

Harry fez menção para que ela esperasse; então ele saiu do carro e foi abrir a porta do carro para a garota. Ela agradeceu e os dois foram lado a lado por uma calçada larga, saíram do estacionamento virando a esquina e entraram no restaurante – que não estava lotado, mas havia muitas pessoas no ambiente, e praticamente nenhuma delas pareceu se importar com a chegada deles.

O salão de mesas era grande, a iluminação era perfeita – nem tão claro, mas também não era escuro – era bem decorado com peças de arte e algumas esculturas próximas às paredes; era tudo bem agradável. E um pianista tocava Clair de Lune de Debussy naquele momento. 

Harry e Isabella foram levados até sua mesa reservada e começaram a olhar o cardápio. Ele fazia umas piadinhas com os nomes dos pratos e Isabella sorria daquilo, eles estavam um de frente pro outro. Até que o olhar de Harry se focou em alguém que estava em uma mesa vários metros na frente dele. E ele ficou completamente sério. Aquilo era algum tipo de perseguição? Estava tudo sendo perfeito, ele não queria que nada estragasse aquela noite, e faria de tudo para mantê-la ótima.

Harry tentou ignorar quando Cara Delevigne soltou um sorriso venenoso em sua direção.


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Notas finais do capítulo

mereço reviews?
Desculpa pela demora, é que to sem net em casa, e to postando aqui do meu estágio :'(
espero que vcs estejam bem, até mais amores! ;)