Seus olhos ainda ardiam.

Katniss tinha certeza que eles ainda estavam levemente avermelhados, tal como o seu braço e provavelmente a lateral esquerda de sua bacia. Parecia que um caminhão havia passado por cima de si.

Para melhorar a situação, ainda faltava várias horas para o dia acabar. Ele parecia se arrastar lentamente, como se dissesse à ela que era ele quem mandava. Certo, Katniss já havia entendido: O tempo estava realmente querendo tirar uma com a sua cara.

Suspirou derrotada, enquanto observava um garoto loiro movimentando-se pelo ginásio repletos de garotos do primeiro ao terceiro ano vestidos com os shorts e regatas da Educação Física. Muitos deles haviam deixado a regata de lado e corriam próximos as arquibancadas, exibindo todo o seu porte, o qual - diga-se de passagem - em vários casos não deixava nada a desejar.

Ah, como adorava ver os testes para o time de basquete.

Também haviam as lideres de torcida, treinando no canto mais espremido do ginásio. Essas porém, não eram nem um pouco interessantes.

Eram nesses momentos que Katniss agradecia por nunca ter entrado para as lideres de torcida. Com toda certeza, se desconcentraria facilmente nos ensaios e, muito provavelmente, nos jogos também.

Haviam coisas mais divertidas para se fazer do que ficar rebolando de um lado para o outro, balançando seus pompons e gritando o nome da escola.

_ Kat, você está melhor? - A voz fina de Glimmer soou em seus ouvidos, fazendo-a tirar os olhos de Cato o qual atirava bolas na cesta sem camisa alguma, para encarar a loira com o uniforme vermelho e branco ao seu lado.

Ela balançou a cabeça em uma afirmação, com um sorriso fraco nos lábios.

Gimmer poderia ser absurdamente muito irritante quando queria, mas também tinha seus lados positivos, como a capacidade de expulsar todas as meninas do banheiro com um simples berro para dar à Katniss a privacidade que precisava para chorar em paz.

_ Se precisar de qualquer coisa, só me chamar. Vou falar que estou com cólica para ver os meninos. - Disse, antes de abrir um sorriso um tanto quanto pervertido nos lábios.

Katniss riu baixo. Elas eram bem parecidas neste sentido.

Observou enquanto a loira descia as arquibancadas dando pequenos pulos e corria em direção das meninas antes de voltar sua atenção para coisas mais importantes.

Peeta Mellark era uma delas. Embora estivesse com sua blusa - o que Katniss acreditava ser algo completamente desnecessário - os músculos ficavam bem marcados, além dos braços fortes serem ainda mais destacados pela falta de mangas.

Peeta a encarou por alguns segundos, antes de lançar-lhe um beijo rápido, fazendo-a revirar os olhos e rir baixo.

Ele era impossivelmente atraente e gostoso.

Atrás dele, surgiu Gale. Ela observou enquanto ele caminhava pela quadra tranqüilamente e pegava a bola alaranjada das mãos de Cato, antes de começarem o jogo um tanto quanto infantil para ver quem conseguia ficar com ela.

Ele parecia bem melhor do que algumas horas atrás, quando gritou com ela e a segurou com tamanha força que deixou as marcas de suas mãos em seu braço, antes é claro de praticamente joga-la em cima da pia do banheiro masculino, fazendo com que a lateral de sua bacia chocasse contra o mármore gelado.

Gale ficava insuportável quando estava sobre efeito de drogas.

_ Katniss? - Ela bufou baixo, ao ouvir outra pessoa lhe chamando.

Caralho, será que ninguém iria lhe deixar observar a paisagem em paz?

_ O que? - Sem nem ao menos se dar o trabalho de erguer o olhar, Katniss soltou sem sentir a menor necessidade de ser simpática.

_ Posso falar com você por um momento?

_ Estamos em um país livre, Annie. Você pode fazer o que bem entender. - Só então ergueu os olhos cinzas, encarando a morena.

Annie juntou os lábios por um breve instante, em um bico pensativo como se ponderasse se continuaria ou não ali. Katniss, por um breve segundo, desejou ter sido um pouco mais educada.

A menina sentou-se ao seu lado, passando a mão pelos cabelos escuros, de modo que arrumasse seus cachos delicadamente bem modelados.

_ Não sei como começar isso, mas acho que você sabe porque estou aqui.

_ Sei e dispenso. Está perdendo seu tempo comigo, Annie.

_ Não acho perda de tempo. Quer dizer, eu sinto sua falta, Kat. Fazem quase dois anos que nós duas não conversamos direito e eu odeio isso.

Katniss deu de ombros, desviando os olhos para a quadra novamente.

Agora o treinador do time da escola, Seneca, gritava informações para os jogadores. Era uma criatura realmente curiosa, o treinador. Um homem magricela, o qual não deveria passar muito dos trinta anos. Possuía uma barba preta escura, com um desenho um tanto quanto curioso.

Ela se questionava quem era o artista que fazia tal anomalia no rosto do professor. E principalmente se ele não tinha espelhos em casa para ver o quanto ridículo ficava daquela maneira.

_ Você não quer falar comigo, não é?

Annie ainda não havia desistido?

_ Não. - Respondeu rapidamente.

Escutou um suspiro baixo vindo da menina ao seu lado.

_ Certo. Meu número continua o mesmo, eu moro na mesma casa, acredito que você ainda se lembra onde é. Se precisar de mim, sabe onde me encontrar. - Ela murmurou, levantando-se dali. _ Eu realmente sinto sua falta.

***

Jogos de basquete: Ela não entendia nada. Mas gostava do que via.

Era engraçado ver diversos garotos se matando para conseguir uma vaga no time e impressionar o treinador.

Já haviam se passando vários minutos desde o começo do jogo e Seneca escolhido alguns de seus titulares. Não foi nenhuma surpresa para ela quando ele anunciou que Gale continuava capitão do time e que Cato, Marvel e Thrush continuavam na equipe.

Sua atenção estava completamente voltada para o loiro o qual jogava, em sua opinião nem um pouco profissional, perfeitamente bem. Perguntou-se por um longo momento o que ele ainda deveria fazer para impressionar Seneca e entrar no time.

Se aquele homem não o escolhesse, ela seria capaz de ir até lá só para bater na cabeça do adorável treinador e ver se alguma merda entrava na cabeça dele.

_ Admirando a cena?

_ Não tem mais graça. Você não está mais sem camisa. - Murmurou, divertida, enquanto ainda observava Peeta jogando.

Cato riu baixo, antes de se sentar ao seu lado, envolvendo o braço direito em sua cintura e puxa-la para mais perto.

_ Ai, que nojo, Cato. Você está todo soado - Ela bufou, tentando se esquivar do aberto de Cato inutilmente.

_ Engraçado. Quando eu abraço as meninas, soado, elas não costumam reclamar.

_ Você me abraça depois de um jogo de basquete. Você abraça outras meninas depois de outras coisas, sinta a diferença, lindo.

_ Quer que eu te abrace depois de fazermos algumas coisas? Gale não precisa ficar sabendo.

_ Tentadora sua proposta. - Comentou séria demais para a situação, antes de virar e encarar os olhos azuis esverdeados de Cato.

Não precisou de mais do que dois segundos para os dois começarem a rir alto.

Ela tinha construído uma amizade realmente adorável com Cato. Eles já se conheciam, porém depois que ficou com Gale da primeira vez, os dois realmente se aproximaram a ponto do loiro ligar para ela de madrugada, chorando por alguma desilusão amorosa ou por puro tédio.

_ Se Gale me ouve falando isso, é capaz que apareça morto amanhã. - Cato suspirou.

Ele sabia o quanto aquilo irritava Katniss. Ela odiava se sentir propriedade do moreno. Não era só porque eles namoravam que ele tinha o direito de tomar conta da sua vida e vigiar as conversas e brincadeiras que ela tinha com seus amigos.

Já havia brigado várias vezes por causa de Cato. Com os motivos mais distintos possíveis.

_ Estou pouco me fodendo para o que ele pensa ou deixa de pensar. - Bufou baixo, deitando a cabeça no ombro de Cato.

Bem, já estava perto de seu suor mesmo. Qual era a diferença agora?

_ Aconteceu alguma coisa?

_ Sempre acontece, não é?

_ Sabe que eu já falei para ele parar com isso, não é? Digo, ele é fraco demais. Além de não gostar. - Cato revirou os olhos claros.

Ele tinha um sentido todo super protetor com Katniss. Odiava vê-la triste. O único problema era que ele não podia se meter muito no relacionamento conturbado dos dois, afinal Gale era seu melhor amigo.

_ Ele é influenciável demais. Isso me irrita profundamente.

_ Ainda vou quebrar Marvel por causa disso.

Katniss riu baixo, balançando a cabeça.

_ Deixa isso para lá. E você e Clove?

_ Não tenho coragem de falar com ela. - Ele suspirou.

Ela ergueu seu olhar para Cato e, por vários segundos, ficou o encarando, antes de rir alto.

_ Não acredito.

_ No que?

_ Você está apaixonado por ela. Que lindo, Catinho.

_ Não estou apaixonado, Catnip. – Katniss bateu forte em seu braço, fazendo-o rir. _ Vingança. Ei, o que pretende fazer no final de semana?

_ Nada… Eu acho. Digo, não tinha marcado nada. Por que?

_ Estou querendo inventar um acampamento, o que acha?

_ É um jeito de você ficar com Clove?

_ Bem, talvez. - Ela riu baixo. _ Mas também é uma confraternização para os caras que entraram no time agora e essas coisas.

_ Não faço parte do time.

_ Não seria um acampamento sem garotas, Katniss. Qual é a graça de ficar cercado por homens?

_ Eu vejo muitas.

_ Ignorando seu comentário, vai fazer sol, estava querendo ir para praia, talvez.

_ Quer dirigir até Los Angeles?

_ Claro, vamos para Venice Beach de carro. - Sua voz soou irônica, fazendo-a rir baixo.

_ Idiota.

_ De qualquer forma, existem praias mais próximas. O que acha?

Ela frisou os lábios, pensativa, por um instante. Ora, não tinha nada a perder, pelo ao contrário. Um tempo repleto de pessoas divertidas era algo que realmente precisava no momento. O único problema era passar um final de semana inteiro ao lado de Marvel. Acabaria o afogando em uma poça se fosse necessário ou, acidentalmente, lançando-o no meio do mar.

Katniss ouviu o apito do treinador dando eco na quadra, fazendo com que uma careta tomasse conta de suas feições, antes de ouvir seu grito alto:

_ Mellark, você está no time.

Seus lábios se repuxaram em um sorriso quase que involuntário quando ouvira aquilo. Um final de semana inteiro com Peeta? Na praia? Ora, não tinha situação melhor.

_ Vamos para a praia.

***

Katniss caminhava em passos largos pelas ruas pouco movimentadas de Hamptons, enquanto seu coração batia acelerado no peito.

Sabia que não deveria ir sem avisar, ainda mais quando não estava nem um pouco disposta a encarar certas pessoas. Agir por impulso era algo que mais fazia nos últimos tempos e bem, já estava na merda mesmo, que diferença faria.

Parou à frente de uma das adoráveis e luxuosa casa, construída em padrões do século passado. A faixada perfeitamente pintada de azul claro, destacava-se entre as outras milhares de casas no mesmo padrão. O jardim repleto de flores delicadas, perfeitamente bem cuidadas, lançavam um adorável aroma.

Ela parou em frente à porta de carvalho branca, respirando fundo mais uma vez. Passou a mão pelos cabelos arrumados, antes de ajeitar a bolsa da Michael Kross no ombro.

Não tocou a campainha. Simplesmente virou a maçaneta dourada, revelando um hall decorado com muito bom gosto, assim como toda a casa que se abria a partir dali.

Colocou a bolsa em cima do sofá da sala de estar e adentrou mais o ambiente, o qual ecoava o barulho irritante de seus saltos altos.

_ Alguém em casa? - Ela perguntou alto, suspirando baixinho.

E se ela estivesse em seu tratamento? Não havia pensado nessa hipótese.

Estava prestes a pegar sua bolsa novamente e dar meia volta, frustrada pela visita não realizada, quando escutou voz da governanta.

_ Senhorita Katniss. - A senhora baixinha, surgiu da cozinha, sorrindo docemente. _ Como está, querida? Faz tanto tempo que não a vejo, está tão linda e crescida.

Katniss sorriu involuntariamente em frente a tal elogio, sentindo suas bochechas corarem lentamente.

_ Eu estou ótima, Portia, só um tanto quanto atarefada por conta da escola. - Mentiu rapidamente, em um murmuro baixo. _ Estou em falta com as visitas, não é?

A delicada senhora riu baixo, balançando a cabeça em uma breve afirmação.

_ Ela sente sua falta. Na verdade, comenta sobre você todos os dias. Nem mesmo as visitas de Madge são suprindo sua falta. Se me permite dizer, você é a favorita dela. Acho que todos já perceberam.

Katniss sentiu seu estômago revirar-se por um breve instante. Realmente, estava em falta com as visitas e sentia-se péssima por isso. Principalmente quando visita-la lhe fazia tão bem.

_ Onde ela está?

_ No jardim, querida. Vou preparar um chá para levar para as duas. A propósito, você almoçou? Quer comer alguma coisa?

Ela riu baixinho. Portia era sempre tão atenciosa com ela, desde que se conhecia por gente. Havia criado um carinho todo especial pela senhora, afinal passara uma longa parte de sua infância ali, com ela.

_ Almocei na escola, mas obrigada. - Disse. _ Ah, deixe eu te perguntar, tem mais alguém aqui?

Portia negou rapidamente, fazendo-a suspirar aliviada. Lançou um último sorriso para a mulher, antes de caminhar pela a sala, em direção à grande parede de vidro a qual abria para o jardim.

Retirou seus sapatos de salto, deixando esses no canto da sala, antes de passar para o jardim.

Sorriu ao simples contato de seus pés com a grama bem aparada e molhada. Sentia-se de volta com seus sete anos de idade, quando corria de um lado para o outro com Primrose, Madge e Rue.

Mais uma vez, o cheiro agradável das flores chegou em seu olfato, fazendo-a sorrir. Tudo aquilo cheira a sua infância, à casa de vó.

Assim que a avistou, Katniss praticamente correndo em direção à senhora de idade. Esta estava sentada em um dos bancos de pedra espalhados pelo local, aparando um pé repleto de primroses das mais diversas cores possíveis.

Lembra-se de cuidar deles com sua irmã mais nova, meses antes de incidente, Prim queria levar o pé inteiro para casa, dizendo que o plantaria em seu quarto, sabe-se-lá como. Katniss riu da ideia de sua patinha, antes de apoia-la completamente. Como sempre fazia.

Parou atrás da mulher, a qual estava concentrada demais em seu trabalho para perceber a aproximação da jovem e se abaixou um pouco, plantando um longo beijo na bochecha dela.

_ Mas o que…? Por Deus, Katniss! Quer matar sua pobre avó do coração? - O doce olhar acinzentado da senhora iluminou-se com a simples menção do nome da neta, a qual riu baixo, abraçando a avó por trás fortemente.

_ Que saudades da senhora, vovó. - Murmurou, antes de solta-la e sentar no banco ao lado da mulher.

Maggs observou a neta de cima a baixo, antes de suspirar baixinho.

_ Você está tão magra, querida. E tão pálida. Tem se alimentado direito? E essas olheiras?

_ Estou me sentindo um cadáver agora, vovó. - Comentou, divertida, fazendo a Maggs rir.

_ Um cadáver lindo, diga-se de passagem. Vou pedir para Portia te arrumar alguma comida e um suco de laranja com cenoura.

Katniss riu alto, pegando na delicada mão de sua avó, impedindo que esta se levantasse.

_ Vovó, não começa. Portia disse que ia preparar um chá para nós duas e, se bem a conheço, vem com uma boa porção de biscoitos.

_ Certo. Mas como você está, Katniss? Faz meses que você não vem aqui em casa e…

_ Eu fui leva-la no hospital, um pouco antes da senhora sair.

_ Não é a mesma coisa. - A mulher bufou, balançando a cabeça.

_ Como a senhora está, vó?

_ Vivendo, sobrevivendo. Eu vou melhorar, tenho certeza. Ainda mais com suas visitas, fico tão feliz quando vem me ver.

Katniss sorriu, passando a mão delicadamente pela bochecha enrugada da avó. Para ela, Maggs era a senhora de idade mais linda que já havia visto. Seus olhos acinzentados eram encantadoramente doces, além de seus cabelos loiros prateados devido ao envelhecimento, sempre presos em um coque bem arrumado.

Mesmo com todo o tratamento que ela passava, continuava a mesma senhora linda. Certo, os cabelos de Maggs estavam caindo relativamente, mas isso ainda não tirava seu charme, tampouco sua elegância.

Katniss sempre fora incrivelmente próxima à sua avó e o estado de saúde tão frágil da mulher a deixava péssima.

_ Tem noticias dele? - Perguntou, mordendo o lábio inferior e abaixando o olhar rapidamente. Detestava quando Maggs via o quanto ela sentia falta.

Principalmente porque isso a deixava nervosa. E nervosismo não era algo que sua avó poderia passar.

_ Ele vem aqui todos os finais de semana, com aquela nojentinha. Eu ainda vou colocar a cabeça dela na privada, Katniss, escute minhas palavras.

Katniss riu alto por um instante, antes de Portia aparecer.

_ Eu servi o chá na mesa próxima à piscina. - Disse, antes virar os calcanhares e voltar aos seus afazeres.

Katniss levantou-se primeiro, estendendo a mão para ajudar a mais velha a se levantar. Posicionou seu braço em trono da cintura de sua avó, antes de andarem pelo jardim.

_ Você não veio mais almoçar conosco de domingo também.

_ Eu prefiro evitar, vó. A senhora sabe que não vou com a cara dela e detesto o modo como ele me trata quando está com ela. - Ela suspirou baixo. _ E o vovô me disse que eles estão vindo muito aqui.

_ Mais do que eu desejava. - Ela suspirou, sentando-se em uma das cadeiras da mesa de madeira.

Katniss sentou-se na cadeira do lado, servindo à si e a sua avó com chá, antes de pegar uma das diversas guloseimas espalhadas sobre a toalha branca.

_ Portia disse que Madge vem ver a senhora…

_ Madge vem porque é obrigada pelo pai. Não gosto daquela loira aguada.

_ Vovó! - Katniss riu alto. _ Ela é sua neta.

_ Só é minha neta porque é filha do meu filho. Se dependesse dela, fingiria que eu não existo. Aliás, ela poderia fazer esse favor para nós duas. Mas e quanto à Annie? E Clove? E aquele garoto que foi para Londres? Peeta, não é?

_ Não estou falando com elas e Peeta voltou de Londres.

_ Continua o mesmo garoto bem afeiçoado?

_ Até mais. - Ela suspirou, fazendo a senhora erguer as sobrancelhas.

_ E seu namorado? Ele também é muito bem afeiçoado. Posso comentar? Você tem o mesmo gosto bom para homens que eu tive. Seu avô era uma beleza quando mais novo.

A morena riu baixo, balançando a cabeça antes de aprofundar a conversa com a avó. Passar um tempo com Maggs, era de fato o que ela mais precisava no momento. Adorava o modo como sua avó lhe perguntava e respondia as coisas de forma despreocupada e não a criticava de absolutamente nada.

Não sabia o que seria dela caso alguma coisa acontecesse com sua avó.