Depois de alguns testes de canto, interpretação e dança eu fiquei sabendo quando ligaram para a minha casa, que eu havia sido aceito eu interpretaria o papel principal em um grande musical, que havia sido baseado em um mangá, eu iria substituir Shougo  Sakaremi porque segundo os produtores e os patrocinadores ele estava grande demais para interpretar um garoto de doze anos, meu nome Yukito e eu tenho doze anos coincidência não, mas não por muito tempo em menos de duas semanas eu completaria treze.

Admito que fiquei extremamente nervoso, mastiguei minhas unhas um abito que me incomodava durante todo o trajeto até a casa de espetáculos, que foi cedida para os ensaios quando eu e minha irmã mais velha chegamos lá fui recebido pelo diretor e pelo o coreografo, então fui levado a uma sala um camarim improvisado que servia de escritório, depois de minha irmã ler atentamente o contrato e me explicar algumas coisas eu assinei, ansioso demais para esperar o advogado da minha família chegar e averiguar o contrato, fui parabenizado e então fui levado a uma sala grande com o teto alto aonde existia muitos espelhos e barras nas paredes, o chão era coberto por uma camada grossa de eva azul e ali tinha uma grande concentração de pessoas, com certeza era a sala que era usada para os ensaios.

Me explicaram que como eles haviam resolvido substituir Shougo-san de ultima hora, eu teria apenas pouco mais de um mês e meio para digamos ''entrar'' no personagem e então começaríamos imediatamente, eu estavas prestes a ser apresentado ao elenco, quando o coreografo que usava uma barba estranha chamou a atenção de todos, os fazendo olhar para mim eu senti meu rosto queimar, eu fiquei tão nervoso que praticamente puxei a minha irmã para a minha frente, ela riu e disse que eles precisavam me ver, sai lentamente de trás dela com o rosto ainda em chamas, enquanto observava algumas pessoas tentando segurar o riso ou ouvia algumas garotas dizendo o quanto eu era ''adorável'', uma pessoa em especial chamou a minha atenção, ele era bem mais alto que eu, eu deveria bater abaixo do seu ombro, tinha os cabelos negros e a pele tão clara quanto a minha, senti meu coração começar a bombear sangue com mais velocidade, e minhas pernas começaram a tremer, segurei com força a mão da minha irmã quando ele começou a vir em minha direção.

–Manki Yuya, ao seu dispor bocchan. Ele se curvou a minha frente, com a mão rente ao peito o resto do pessoal explodiu em risadas, e minhas bochechas pareceram queimar.

–Hã o oque. Gaguejei, desconfortável e desentendido.

–Manki Yuya, eu interpreto seu mordomo. Ele explicou, enquanto alcançava a minha mão segurando-a e suavemente, acariciando meus dedos.

Eu juro que nunca fiquei tão envergonhado em toda a minha vida, a alguns segundos atras eu havia feito uma analise sobre a imensa beleza desse cara, e agora ele segurava a minha mão eu queria me esconder.

–Está nervoso. Perguntou.

–Hã a sim, um pouco. Respondi, virando meu rosto para o outro lado, tentando esconder de seus olhos o estado critico, no qual em me encontrava.

–Seus dedinhos, estão gelados. Ele falou, acariciando meu rosto me obrigando a olhá-lo nos olhos e naquele momento, eu soube, eu não sabia oque era antes eu nunca havia sentido antes, mas eu soube oque era, não era necessário uma grande explicação ou horas de reflexão sobre o assunto, porque eu soube naquela hora, que eu estava perdidamente apaixonado por Yuya-san, quero dizer era amor né? só podia ser isso, minhas mãos estavam frias mas suavam, meus lábios eram mordidos constantemente e em meu estomago parecia haver uma batalha, meu coração massacrava a caixa torácica, minha respiração lutava para continuar existindo e meu senso de espaço e lugar deixou de existir, oh sim por Kami eu estava apaixonado!

–Venha, vou lhe apresentar o resto do elenco. Segurou firmemente meus dedos, e me puxou para o meio da multidão desconhecida.

~~~X~~~X~~~

Depois de alguns dias eu já me sentia confortável, com o resto do elenco, com a staff e os produtores mas é obvio que eu me sentia feito um pateta na presença de Yuya- san, e sempre acabava por falar coisas bobas, quando estava perto dele ou derrubava objetos, ou simplesmente ia de encontro ao chão oque sem duvida era o melhor, porque ele sempre estava lá para me levantar ou impedir minha queda, sempre com um sorriso no rosto, e ''cuidado por onde anda chibi'' saindo de seus lábios, com aquela voz grandiosa que me fazia ter sonhos estranhos, durante a noite.

Foi em um ensaio geral, alguns dias depois da estreia que eu percebi, o quanto Yuya-san estava estranho, ele ficava olhando o nada e sorria sem motivo, nos estávamos sozinhos no palco todo o resto do pessoal havia já despeçado, então minha preocupação com Yuya-san me conduziu até seu encontro.

–Yuya-san. Chamei e ele pareceu nem me ouvir.

–Yuya-san. Chamei novamente, dessa vez tocando em seu ombro ele piscou e me olhou demorando, um pouco para responder.

–Já terminou? Perguntou, olhando ao redor.

–Já né você está bem Yuya-san? Perguntei levando as mãos ao seu rosto, talvez ele estivesse com febre.

–Estou Yukito, porque não estaria. Sorriu e eu senti todos os pelinhos do meu corpo, se ouriçarem.

–Sei lá Yuya-san, você está com uma cara meio estranha.

–Estranha, Yuki como assim.

–Ah sabe meio boba, como quando se está apaixonado...

E foi naquele dia, que eu descobri na pratica como era estar apaixonado, também foi naquele dia que eu fui beijado pela primeira vez, eu me lembro que eu senti uma felicidade tão grande, por ter sido beijado pela pessoa que eu amava, eu não poderia ter mais sorte.

Eu faria qualquer coisa por Yuya-kun, qualquer coisa que ele me pedi-se, eu faria porque eu o amava e tinha completa confiança nele, porque eu me sentia seguro ao lado dele, porque ele dizia que também me amava.

Eu estava sobre os meus próprios joelhos, dobrados em cima de uma almofada quando Yuya-kun levou uma das mãos ao meu rosto, acariciando e colocando uma mecha de meu cabelo atrás da minha orelha, para então sussurrar ali.

–Fala para mim, Yuki-chan fala aquilo pra mim.

–Yuya não, eu tenho vergonha. Falei tentando manter, meus olhos sob ele.

–Ah meu anjo, por favor, você não quer aprender?

–Hai.

–Então Chibi, diz pra mim.

Senti meu rosto queimar, tentei esconder dele essa fato mais ele parecia adorar causar essas reações em mim.

–Sensei, me ensina. Me ensina a te dar prazer...

Então porque? ele beijava aquela mulher, porque ele havia mentido para mim, será que ele não me amava mais, será que ele havia se cansado de mim, sim com certeza era isso, entrei correndo no meu camarim, depois de ver aquela cena terrível no camarim dele, as mãos apertando sem pudor as nádegas daquela mulher, o beijo voraz que ele dava a ela essa cenas não paravam de rodar em minha cabeça, como um maldito filme se repetindo toda hora, sentei em uma poltrona encolhendo meus joelhos, e apoiando meu queixo sobre eles, as lagrimas escorriam pelo meu rosto e eu soluçava alto, o suficiente para ser ouvido por todos, escuto o barulho da porta se fechando e levanto meus olhos, Yuya-kun estava ali ele ainda tinha alguns botões da camisa abertos, e os lábios avermelhados por causa do batom dela.

–Yuki-chan, chibi eu.

–Porque você fez isso, porque, você não gosta mais de mim? Perguntei elevando o tom da minha voz, Yuya-kun se ajoelhou na minha frente.

–Não é nada disso chibi, eu te amo você sabe disso, eu não menti para você, eu nunca mentiria para você.

–Então. Solucei e limpei meu nariz, na manga da minha blusa.-Então porque, você estava beijando aquela mulher, ela é sua namorada Yuya?

–Nada disso koi, você é meu namorado lembra.? Falou secando minhas lagrimas, com os dedos.

–Então, porque Yuya porque? Voltei a soluçar.

–Ah certos limites, que eu não posso ultrapassar quando estou com você, meu chibi. Ele parou e respirou, colocando uma mecha de meu cabelo atras, da minha orelha.

–Porque, koi oque ela tem que eu não tenho, ela é mais bonita do que eu, ela sabe fazer coisas que eu não sei, porque koi, eu posso aprender você pode me ensinar, por favor koi. Falei afoito atropelando, as palavras.

–Calma, Yuki-chan calma, eu amo você, não existe no mundo ninguém mais belo que você.

–Então, Yuya-kun me ensina. Escorreguei da poltrona ficando ajoelhado a sua frente, Yuya-kun me abraçou e depois beijou meu pescoço.

–Você é tão novinho chibi, eu não quero te machucar, eu não quero que você me odeie.

–Eu nunca vou te odiar koi, por favor Yuya, por favor.

–Talvez, mais para a frente sim. Ele olhou em meus olhos, e beijou minha bochecha gordinha.

–Porque koi? Porque não, pode ser agora.

–Porque, eu já fiz coisas demais com você, coisas que eu não deveria ter feito.

–Koi. Gemi quando seus braços me levantaram, e envolvi minhas pernas na sua cintura.

–Me perdoa chibi. Ele falou antes, de me beijar.

Era obvio que eu perdoaria Yuya-kun, eu o amava e entendia perfeitamente oque ele queria dizer, apesar de todas as caricias mais ousadas nós ainda não tínhamos feito aquilo, sempre quando estávamos juntos, sozinhos Yuya-kun dava um jeito de se satisfazer rapidamente, com minhas mãos ou minha boca, eu não achava aquilo ruim pelo contrario, mas para Yuya era pouco e se eu não toma-se uma decisão rápida, eu o perderia para aquela ou qualquer outra mulher, parecia que o destino estava ao meu lado, dentro de uma semana nós viajaríamos para outra cidade, para uma apresentação especial, eu teria somente uma noite para fazer com que Yuya me fizesse seu, ou eu o perderia, eu estava seguro e convicto sobre minha decisão, eu o amava ele me amava, eu o queria mais do que tudo, eu o pertenceria o quanto antes, ele havia dito que talvez mais para a frente, mais eu não correria o risco, eu não perderia meu sensei por nada nem ninguém.

fim