Jogos Vorazes - Pesadelo E Sedução escrita por Kevin


Capítulo 8
Capitulo 8 – Declarações


Notas iniciais do capítulo

Saga 1 - Preparativos



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Capitulo 8 – Declarações



Quando assiste-se um programa de televisão, você sempre quer mais detalhes, principalmente se o programa não for fictícios. Os Jogos Vorazes tinham aquele atento de que a população queria saber mais sobre os 24 tributos.

Para os mentores mais audazes aquila era a oportunidade de causar efeito em massa. Tornar as pessoas tão intimas de seus protegidos que mesmo o mais pobre da Capital iria querer dar dinheiro para ajudar, de alguma forma o seu tributo favorito.



De todas as histórias levantadas, duas estavam ganhando um destaque na boca do povo. John Jack e Fred estavam levando uma pequena história a frente. John para salvar sua família da morte certa e poupar Fred de ter que tutelar seu próprio filho na arena, havia se voluntariado para a arena. Era dito como o Salvador de Fred. Ellen havia criado para ele, inclusive, um Bordão que consistia em questionar a Panem se ele precisava fazer mais. “Panem posso começar?



– Panem posso começar? - John havia ficado cético diante daquilo. - E o que pensam que vou fazer com esse bordão? Além de arriscar minha vida vindo para arena e tomando o lugar de seu filho, o que mais é possível fazer? - John estava chocado.



Era difícil para o jovem assimilar, mas tudo fazia parte do misterioso plano de Marcos. Ele tinha que seguir e encontrar os momentos certos para ficar dizendo aquela idiotice. Mas, felizmente ele sabia exatamente quando dizer. Pelo menos em duas oportunidades. E uma delas seria na entrevista.



– Então Lirian Marinz, a menina do sangue. - Caesar havia tentando ajudar ao máximo a jovem que estava vestida com um vestido rubro bem elegante, que lhe parecia dar um pouco de corpo. - Como nosso tempo está acabando, queria lhe fazer uma última pergunta. Com seus 12 anos, andando ao lado de John todo esse tempo, seu coraçãozinho já se balançou em algum momento? -



A menina ficou envergonhada com a pergunta e olhou para baixo.



– Oh querida. Desculpe tê-la constrangido. - Caesar tocou-lhe nos ombros rapidamente. - Mas, até eu ficaria encantado em ter um jovem daqueles ao meu lado. -

– Mas, você vai tê-lo ao seu lado daqui a pouco. - Disse Lirian sorrindo de forma sapeca para ele. - Uma dica, ele prefere que o chamem de Jack. -

– Então acho que será minha vez de ficar constrangido. - Disse Caesar fazendo uma careta de preocupação e levantando-se. - Com vocês, Lirian Marins a menina do sangue do distrito 10. -



Ellen comentava com Fed que Caesar havia ajudado bastante a Lirian. A menina entrou nervosa, mas ele fez as melhores perguntas que poderia fazer a ela. Mostrou a inocência, a história de vida e finalmente sobre paixões. Não falou sobre morte ou sobre violência. Mas, fez a pergunta chave. Como ela se sentia sobre o sangue. A resposta foi a melhor. Estava acostumada porque vivia em abatedouros. A frágil menina mostrou quem ela era e ainda deixou a dúvida sobre poder ser perigosa ou não.



Terno rubro como sangue. Sapatos e luvas da mesma cor. Jack entrava no palco sendo aplaudido. Caesar estendeu-lhe a mão, mas ele virou-se para o publico gritando. “Panem, posso começar?”



A plateia aplaudiu e Caesar riu da situação.



– Carlos Neves do 4 quis roubar meu programa anteriormente. Será que agora você também vai querer, meu caro Jack? - Questionou Caesar pedindo para que ele se senta-se em meio aos risos. - É assim que gosta que o chamem, não é? -

– Só se o programa passar a se chamar, conversando com o Jack. - Riu o menino. - E então, já está constrangido? -



A plateia riu. As referencias das entrevistas passadas pareciam agradar muito ao público.



– Então, vamos falar de Lirian. - Disse Caesar. - Amiguinha de sua irmã a quem nitidamente você trata com todo o carinho. Como será na arena Jack? Você salvou Marcos. Quer salvar sua família, e nitidamente que salvar Lirian. Quem é que vai salvar o Jack lá dentro? -

– Espero que você e todos que estão nos assistindo me patrocinando. - Riu Jack em nítido flerte.

– Excelente resposta. E tenha certeza garoto do sangue, se você causar tanto impacto quanto causa aqui fora, certamente vai ganhar muitos presentes. - Caesar aproximou-se. - Mas diga para nós... Esse complexo de Salvador vem de algum lugar? -



Jack parou por alguns instantes. Sorrir havia ficado difícil.



– Meu pai morreu. Eu sou homem de minha casa. Cuido de duas mulheres especiais para mim. Como não me vestir de salvador? Se não for eu, quem vai garantir que elas continuem vivas? -



A plateia aplaudia a resposta e Ellen vibrava ao ver que alguns patrocinadores até chegavam a chorar.



– Certo garoto do sangue. Agora diga-nos, qual é a sua afinidade com o sangue? - Caesar foi direto, viu que o tempo estava acabando e queria perguntar mais duas coisas.



Era terrível ter apenas 3 minutos quanto se podia perguntar muito. Era adorável ter 3 minutos quando se encontra pessoas muito nervosas que não possuíam nenhum carisma.

Caesar sempre tentava ajudar as pessoas, mas naquela edição ele estava tendo dificuldades de conseguir levar algumas entrevistas. Onix do 1 não era a pessoa mais falante do mundo. Falava como quem ainda estava aprendendo a língua e literalmente parecia um tanque. Atalanta do 2 era uma porteira que não conseguia responder de forma amigável a nenhuma pergunta. Caesar chegou a se perguntar se Atalanta também não era um tanque.

Havia sido um alivio Carlos do 4 ser tão carismático. Achou graça e extremamente excitante a conversa com Canivete, já que ela transformou o microfone em uma arma em potencial.

Mas, com o Cinco ele realmente queria ter tido mais tempo.

Do distrito 5 havia surgido a segunda história com destaque que estava na boca do povo era a Saga da família Silver. Clark conseguiria salvar sua filha Amabile da morte? Era um real drama que muito ganhava apelo. O que chocava era que até o próprio Alex parecia querer ajudar a resolver aquela situação.

Alex teve uma desenvoltura interessante. Contido e um tanto envergonhado, o menino chamado de deus dos raios mostrava ainda seus braceletes com faíscas e dizia que um deus iria ajudá-lo a ajudar Amabile.

Caesar queria ter perguntado sobre o que ele achava de Amabile e de sua beleza, mas o tempo não lhe permitiu. Ele havia demorado muito para se refazer do encontro com a menina anjo, que era uma beldade por si só. Ela cheirava a desejo, nas melhores palavras do próprio Caesar.

Amabile se mostrou de uma inocência genuína, mas com um poder de atração e de sedução assassinos.



Mas, ali no dez a curiosidade era o que mais ele tinha. Caesar estava disposto até mesmo a arriscar ser punido mais tarde.



– Vivo num abatedouro. Animais são abatidos todos os dias. Vivo manchado de sangue. - Jack ponderou. - Quero dizer, vivia já que vencendo ou perdendo, não vou mais sujar -me com sangue após o final dos jogos. -

– Suas mãos estão sujas meu caro Jack? - Perguntou Caesar.



– Você quer ver o quanto? - Jack levantou-se e de repente tirava as luvas rubras de suas mãos. Elas estavam vermelhas, repletas de um liquido vermelho que realmente parecia ser sangue. - Panem, Posso começar? - Gritou Jack.



A plateia de repente tomou uma feição de adoração e pavor. Gritos desconexos em meio aos aplausos. Era como se Jack estivesse louco. Para encerrar, por ver que era hora de sair, Jack voltou-se para Caesar.

– E então, sujas o suficiente? - Brincou Jack com Caesar.

– Pode apostar Menino do Sangue. - Caesar fazia Sinal para a plateia aplaudir. - Sobreviva para que possa me contar a Origem deste seu bordão. -



Fred em seu lugar vibrava. Aquela frase havia sido criada por Ellen, mas certamente caia como uma luva nos planos do filho.



– Acho que estamos seguindo a mesma linha. - Dizia Selena indo cumprimentar Fred pela entrevista. - A teatralidade está em alta entre nós. -



Fred virou-se para Selena e a viu ali, parada encarando-o.



– Pois é... Acho que como as coisas estão indo os carreiristas vão ter competição esse ano. - Disse Fred.



– Deveríamos nos ajudar para aumentar nossas chances, ou travarmos uma batalha de forças? - Questionou Selena.



Naquele momento Ellen chegava acompanha de Jack e Lirian. Enquanto Clark se aproximava com Amabile e Alex. Jack olhou Amabile e sentiu um pequeno calafrio. Ela estava em um vestido branco de ceda que parecia querer transparecer seu corpo, mas quem olhasse de perto perceberia que nada estava amostra e era apenas uma ilusão do tecido. Ela estava ainda com uma tiara que servia-lhe de aureola flutuante.



Por um momento Jack entendeu que aquele papo de anjo era a teatralidade que eles estavam fazendo como sangue. Estavam usando a beleza e o ar inocente da garota para chamar a atenção para ela. Mas, o que fariam com a atenção ele não tinha ideia. O único ponto que ele sabia era que, certamente deveria ficar longe do anjo se quisesse sair vivo dali.



Alex via Jack os observando e não parava de olhar o sangue que pingava de suas mãos. Cada gota que pingava no chão fazia ele tremer. Se aquele vermelho rubro não era sangue, eles tinham conseguido algo muito semelhante.



– Eu consegui três patrocinadores dos 12 principais. - Disse Fred. - Sei que conseguiu outro dos três. Um deles é sempre um apoiador dos carreiristas. Finick já angariou dois deles para esse ano. Sobrando assim 3 deles que não quiseram se reunir com nenhum mentor antes das notas serem dadas. -



Os que chegavam sentiam uma tensão no ar. Alex chegou a arrepiar-se ao ver as mãos de Jack pingando o liquido que imitava sangue.



– Sozinhos já temos uma grande vantagem.- Disse Selana. - O poder de fogo dos seus é maior que o dos meus em um confronto frontal. Mas, sabemos que os jovens do cinco superam os demais em inteligência na maioria das vezes. -



Calados o grupo ficou se olhando até que Haymitch passou tropeçando neles.



– Escutem vocês... Estão deixando meus franguinhos nervosos com essa hostilidade toda e essa exibição de quantos patrocinadores super importantes vocês já tem. - Meio alcoolizado, meio sóbrio o mentor do 12 tentava fazê-los dispersar. - Se querem fazer uma aliança vão jantar juntos em outro lugar. -



Rindo da situação Amabile despedia-se de todos pretendendo ir para seu andar.



– Alianças ou rivalidades, vou deixar os garotos decidirem. - Sorriu Fred. - Afinal, não podemos garantir que alguém vá sobreviver ao inicio da cornucópia, mesmo que a estratégia seja correr para o mais longe que puderem. -



– Estou de acordo. - Disse Clark sorrindo.



Os grupos foram se acompanhando até o elevador, mas cada qual pegou um diferente.

– Crianças, preparem-se. Aqueles são os mais perigosos na arena. Fiquem atentos. - Disseram Selena e Fred juntos, cada qual em seu elevador.


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Notas finais do capítulo

Acredito que para as entrevistas em si não exista mistério a ser criada. Creio que o difícil tenha sido achar uma forma de mostrar as personagens de forma dinâmica, e não aquela coisa muito rígida de entra, pergunta, responde e sai. Será que ficou legal assim ou a rigidez era melhor?