Jogos Vorazes - Pesadelo E Sedução escrita por Kevin


Capítulo 34
Capitulo 34 - Sendo você mesmo


Notas iniciais do capítulo

Hoje é terça feira e por isso tem capitulo!



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Capitulo 34 - Sendo você mesmo

– Me... Mata agora... - A voz de Amber era suplicante.

John mal pode questioná-la. Seus corpos imediatamente foram acertados por grossas gotas de chuva e raios cortavam o céu. Eles olharam assustados para o alto e puderam ver um holograma surgir junto com um tiro de canhão que mostrava a imagem de Alex do distrito 5.

O jovem Alex Sander estava morto e agora certamente Carlos seria o próximo.

– Por favor John... Me mata! - Gritou Amber querendo voltar a chorar.

A chuva caia de uma forma tão forte que algumas gotas chegavam a machucar.

– Eu sei que temos um pacto, mas Carlos ainda não está morto! - Gritou John. - E não consigo te matar assim... -

Amber abraçou-o com força.

– Você... Você não entende! - Gritava ela em meio a chuva. - Você tem que matar a mim e a Lirian para nos salvar. -

– Como é? - John arregalou os olhos. - Está louca? -

– Somos as duas únicas mulheres. Assim que Carlos morrer eu tenho a promessa de me matar, mas acha que Steven vai deixar? Ele vai vir com tudo para cá e estamos os dois muito debilitados. Ele vai focar em você e na pior hipótese, se os dois não se matarem, vamos ficar só nós. E terá de decidir entre você e Lirian, porque eu seguiria minha promessa... - Amber o abraçava. - Mas... se algo der errado e Lirian ou eu sobrevivermos, sabe o que vai nos acontecer. Não é que eu queira que você ou Steven tenham que viver isso... Mas, será pior uma de nós duas. -

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A realidade daquela edição dos jogos era muito mais voraz do que era esperado. Alianças múltiplas, traição, estupro, torturas, bestantes invencíveis, emboscadas, mortos vivos, vinganças, promessas de vassalagem e isso tudo apenas para quem estava assistindo a arena, pois para aqueles que participavam da organização ainda havia toda a confecção da teatralidade, a busca de patrocínios, as entrevistas e muitos outros.

O jogo havia ficado pesado e estava prestes a terminar. A chuva que caia, propositalmente, servia para lavar os tributos que estavam imundo. Apesar de a maioria possuir queimaduras e outros cortes, um pouco de água poderia lavar e dar uma impressão mais limpa e nítida dos tributos, afinal tudo era televisionado.

Carlos havia ajeitado sua roupa e ficado de pé, com uma espada na mão.

– Pegue o tridente. - Steven comentou apontando para a arma que estava mais oculta na escuridão. - Quero você com sua melhor habilidade. -

Carlos não entendia bem qual era o plano de Steven, mas tinha certeza que se estivesse com o tridente, sua vantagem seria maior. Ele jogou a espada longe e foi até o tridente pegando-o e posicionando-se a frente de Steven.

Os dois se encaravam para uma batalha final. Era hora de Steven tentar sua vingança. A luz do local já havia acabado e tudo era escuridão, pois a tocha havia sido apagada pela forte chuva que caia.

– Você certamente não entende o porque estou fazendo as coisas dessa forma, não é? - Steven comentou assustando Carlos. Para Carlos Steven estava a sua frente, mas em meio a escuridão parecia que Carlos estava atras dele.

– Pode apostar. - Carlos girou a lança em torno de si e sentiu a lança chocar-se com a espada samurai de Steven começaram a medir forças dando golpes verticais na escuridão até que Carlos sentiu que apenas golpeava o ar.

– Sou um guerreiro. Vivi a pressão de ser mandado a arena diversas vezes. Me tornei um lutador. Uma pessoa que ansiava pela batalha perfeita, assim como muitos dos meus supostos ancestrais antes das catástrofes que originaram Panem. - Steven ao falar revelava sua localização novamente e abaixava-se rápido para evitar uma estocada do tridente.

Batendo com a espada no cabo do tridente, acompanhou o alongamento do cabo, rapidamente até a mão se Carlos fazendo um corte. Confirmando que o acertou devido a um grito de dor do rapaz.

– Ganhar isso não me trará mais do que minha vida de volta. - A escuridão escondia o sorriso desfigurado de Steven. - Mas, ganhar isso após lutar contra os mais fortes da arena é que realmente me importa. Depois daqui nunca mais poderei cruzar uma espada realmente. Nunca mais lutarei com tudo. -

Steven enquanto falava atacava Carlos constantemente. Carlos assustava-se, não imaginava como o adversário poderia atacar com tanta precisão na escuridão. Sabia que não estava banhado pelo liquido colorido feito por Canivete, principalmente porque a chuva era tão forte que já teria tirado. Sabia que o adversário não estava com um óculos de visão noturna, pois a chuva já teria impedido de qualquer um poder ver.

– Você é doente! - Disse Carlos sentindo a espada lhe abrir um corte no braço. - Está me dizendo que desejava vir a arena para poder lutar livremente? -

– Em que outro lugar eu poderia usar todas as minhas habilidades de guerreiro sem que eu fosse punido por isso? - Steven gargalhou. - Comecei na Aliança porque vocês eram os melhores. Queria poder eliminar a todos e então começaríamos a lutar entre nós... Mas, me surpreendi ao encontrar o desgraçado de John. Se ele é um bom guerreiro eu não sei, mas que chama muita atenção, ele chama. -

Carlos estava muito cansado para continuar. A chuva estava pesando seu corpo e seus ferimentos estavam doendo e lhe fazendo perder muito sangue. Não conseguia ser efetivo naquela escuridão. Parecia que Steven ia vencer.

A espada de Steven veio para cortar a cabeça de Carlos, mas a quase vitima abaixou-se ao escutar os passos de Steven andando na área alagada.

– Alagamento? - Os dois comentaram ao mesmo tempo.

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Amber e John tentavam carregar Lirian subindo na arvore mais alta que haviam encontrado, mas era uma tarefa difícil.

– Temos que ir para um ponto mais alto. - Comentou John.

A chuva estava cada vez mais forte e o pântano começava a ser alagado. Quando os cinco tributos perceberam a água já estava pegando nos joelhos. Parecia que iriam morrer afogados e no escuro.

Era impossível se locomover com segurança. Água por todos os lados, subindo a cada instante. Tudo o que se escutava eram os trovões indicando que os raios caiam em algum lugar e as fortes gotas de chuva.

– Estou começando a ficar preocupado. - Comentou Amber. - Se eu me lembro bem a arvore deveria ter uns 5 metros, acho que já estamos no topo e a água já deve ter passado do dois metros. -

– Não escutei nenhum canhão, só trovões. - Comentou John. - Aqueles dois ainda não morreram. -

– Eu vou pular... - Comentou Amber. - Me deixa levar Lirian comigo. Sozinho você pode sobreviver a essa enchente. -

– Nem pensar! - Gritou John agarrando o braço de Amber no meio da escuridão. - Você só vai morrer depois do Carlos. -

– Lembra que eu tinha uma outra coisa a te pedir? - Falou Amber.

– E o que é? -

Amber abraçou John beijando-o de repente. No meio da tempestade os dois se beijavam. Panem parava tudo naquela cena inesperada. O beijo dos dois havia mexido com a população que continuava a ofertar dinheiro para mandar uma dadiva para que um deles pudesse voltar, mas as dadivas já estavam encerradas há muito tempo. Cada um agora lutava contra a natureza para poder sobreviver.

– Amber... - John acariciava o rosto molhado da jovem.

– Eu quero morrer sendo eu mesma, não viver como uma pessoa que não sou. - Amber beijava John novamente. - Eu só queria poder beijar alguém antes de morrer. Eu admiro você por lutar por sua família e a dos seus amigos. Mas, não se transforme em uma outra pessoa para conseguir isso. As pessoas que te amam não vão querer conviver com outro John, apenas com o John que amam. -

Amber ao dizer aquilo saltou rapidamente da arvore.

– Não! - Gritou John, mas logo escutou o tiro de canhão e tudo se iluminou mostrando a imagem dela nos céus.

Com o holograma iluminando, os tributos sobreviventes puderam identificar o que de pior poderia estar acontecendo. À água havia subido quatro metros e continuava a subir.

John olhou Lirian que ainda respirava, mas continuava sem condições de locomover-se sozinha. A menina amiguinha de sua irmã que havia seguido-o até aquele momento, acreditando que um deles poderia sair vivo da arena e assim suas famílias poderiam ser salvas do destino certo que as esperavam.

– Viver uma outra vida ou morrer com a sua? - John olhou para os céus deixando que a água cai-se fortemente no seu rosto. - Panem... Posso começar? - Em meio ao choro o tributo do distrito 10 estava pronto para tomar uma decisão. Seu grito ecoou junto a um raio que iluminava toda a arena alagada.


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Notas finais do capítulo

No próximo episódio a conclusão de nossa edição dos jogos Vorazes!
Desde já agradeço a todos que se dispuseram a acompanhar!