Justin tinha uma coleção de assuntos incríveis, e o silencio era quase impossível. Consegui ver meu pai chegando e indo diretamente ao seu quarto, porém, resolvi não incomodá-lo. Justin e eu tomamos a precaução de não falar exageradamente alto.

Depois de tempos e tempos conversando sobre coisas fúteis, caí no sono, abraçada ao meu anjo.

Acordei e ele estava ali, dormindo. Era possível? Era simplesmente maravilhoso. Observei seus traços sem dó, estava hipnotizada.

– Vejo você a me fitar. – o som saiu de seus lábios de modo encantador.

Corei violentamente e balancei a cabeça. Meus cabelos voaram de um Aldo para o outro, e tratei de prende-los rapidamente.

– Está linda. – ele afirmou, se sentando na cama e me deixando levemente tonta.

Mandei-lhe um beijo e fui ao banheiro. Fechei a porta rapidamente e me olhei no reflexo do espelho.

Que comece a missão impossível.

Comecei pelos cabelos, desembaraçando mecha por mecha. Depois de estarem devidamente desembaraçados e caindo em cascatas sob meu ombro, tratei de procurar um pequeno estojo de maquiagem que minha mãe havia me dado. Lembro-me vagamente do que ela disse assim que recusei o presente.

“ Quero ver quando arranjar um namorado”. Balancei a cabeça.

Namorado. Que ridículo!

Passei uma maquiagem bem leve, não fazia idéia de como fazer isso. Escovei os dentes e peguei um gloss.

Abri a porta e Justin não estava ali. Suspirei e fui até meu closet. Procurei uma roupa decente e coloquei-a (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=58642649&.locale=pt-br).

Corri ao banheiro e me olhei no espelho. Estava bom.

Ao sair, vi Justin com minha mala em um de seus ombros. Sorri de lado e ele abriu os braços O imitei e fui até ele o abraçando.

Como se fosse o suficiente.

O mesmo entrelaçou uma mão em meus cabelos e a outra pousou em minha cintura. Delicadamente, puxou-me para mais um de seus maravilhosos beijos.

[...]

Cheguei na escola extremamente cansada, estava com um pressentimento ruim. Olhei para o lado e um garoto moreno dos olhos azuis veio até mim.

– Olá, sou o Erick. – se apresentou oferecendo-me sua mão. A apertei.

– Prazer em conhecê-lo. – sorri simpática.

– Qual sua aula? – perguntou assim que começamos a caminhar, deixando o campus para trás.

– Química depois biologia. – disse, me sentindo incomodada pelo numero de estudante á me balançarem de um lado para o outro.

– Sou também. Meu armário é perto do seu, Vamos. – ele disse e me puxou pela mão.

Aqueles estudantes eram muito mal-educados! Empurravam-me sem dó nem piedade, já estava com dores e com certeza ficaria com um roxo em meu braço esquerdo.

Ao chegar em meu armário, peguei meu livro e esperei Erick.

Fomos conversando até a sala e lá ele me apresentou Jessica, Brian e Emily.

Jessica era do tipo tagarela, falava sobre moda, tendências de maquiagens e outras coisas fúteis. Já Emily era do tipo observadora, ela estava hesitante quanto á mim.

Me sentei ao seu lado, evitando a presença de Erick.

– Não liga pra eles. – ela disse dando uma piscadela. Assenti.

[...]

Incrivelmente, meu dia de aula fora adorável. Não havia visto Justin no caminho de volta. Ao parar em frente á porta de entrada, coloquei a chave e fui girando-a devagar. O trinco se abriu e, assim que tirei a chave, se fechou magicamente.

Estranhei e abri o trinco novamente. Sem seguida se fechou.

Insisti mais algumas vezes, até que o trinco fica aberto. Intrigada, abro a porta e a empurro. Em uma força e velocidade inumana a porta se fecha num estrondo e eu sou lançada para trás. Deixei lágrimas caírem não pela dor, mas pela raiva.

Pisei com raiva pela calçada e abri decidida a porta. Ela se escancarou e eu entrei. Fechei-a com uma facilidade enorme.

Tateei minha mão pela parede e liguei o interruptor. Liguei a luz, ela piscava.

Senti medo. Minhas mãos estavam tremulas. Deixei minha bolsa de lado e andei pela sala, quase escura por causa das cortinas.

As luzes falharam e apagaram de vez. Parei em frente o corredor. Havia algo ali.

Forcei minha vista e pude ver uma forma.

Asas negras. Corpo rígido. Olhos vermelhos.

O que era aquilo?

Sua cabeça tombou para o lado, esboçou um sorriso maníaco. De repente, fui jogada com força para trás, e minha energia simplesmente sumiu.

Minha consciência tornou-se longe, e se afastava a todo o momento.

Perdi-a.

[...]

Novamente, tive medo. Medo de ter acontecido alguma coisa, medo de estar em um lugar indesejado. Medo.

Abri os olhos receosa e vi uma expressão preocupada na face angelical de Justin.

Justin!

Abracei-o com todas as minhas forças e ele beijou o topo de minha cabeça. Fechei os olhos fortemente e pude senti-lo colocar-me em suas costas.

Abri os olhos e estávamos de frente á janela. Ele, habilidoso, correu extremamente rápido e jogou-se janela a fora. Suas asas me sustentavam, fortes e o vento batia em meu rosto magicamente.

Sentia-me livre!

Olhei a linda vista e sorri feliz.

Poderiam se passar dias, horas ou segundos, que eu não me importaria. Ganhamos altura, estávamos no por do sol.

Olhei uma forma solida a minha frente. Não pode ser! Era o Big Bang.

Justin foi diminuindo até pousar no topo do grande relógio de Londres.

Desci de suas asas e observei a vista.

Mágica.

– Gostou? – ele disse pondo-se ao meu lado.

– Amei. – disse apreciando a vista.

Justin estava hesitante, fiquei com medo de ter feito algo errado. Suspirei e me sentei em um degrau que havia ali. Olhei para o lado e havia um cesta ali. 

- Trouxe comida. - ele disse sem tirar os olhos da paisagem. 

Peguei a cesta e tirei de lá um cupcake. Comi-o devagar, para prolongar a desculpa que estava de boca cheia para falar. 

- Olha, Helena. - ele disse e se virou . Andou devagar e ajoelhou-se a minha frente. 

- Fale. - disse hesitante, pousando uma de minhas mãos ems eu ombro. 

- Eu te amo. Mesmo, e sei que isso não é de agora. Eu preciso de você, e não me importo quanto tempo preciso reservar para ti, só quero que me ame como te amo e serei tudo o que quiser. Seu anjo, seu amor, seu ouro.. - ele iria continuar. 

Mas foi interrompido por um beijo meu. E não havia guerra. Nossas linguas trabalhavam juntas, e nos concentravamos apenas em demonstrar o quanto eramos especiais um ao outro, 

Eu o amava e tinha plena certeza de que era um sentimento reciproco. 

Nos separamos e eu sorri, abrindo meus olhos fitando o ser a minha frente.

Não!