Empurrei a porta de vidro de Starbucks e andei em direção á uma mesa. Me sentei ali, de cabeça baixa, lendo e relendo minhas notas.

– O que iram querer? – disse uma garçonete.

– Frappucino. – disse sem desviar os olhos das notas.

Ouvi os passos dela ecoar pela lanchonete.

Leonardo Da Vinci, monalisa. Suspirei e levantei minha cabeça. Joguei meu corpo para trás levemente, tomando um susto.

– Se assustou? – disse Justin gentilmente.

– Sim. – limitei-me a sussurrar.

– Aqui está. – disse a garçonete colocando dois Frappucinos na mesa. Peguei o meu e o bebi rapidamente.

– Desculpe pela confusão que faço na sua vida. – disse Justin pegando o outro Frappucino. Dei de ombros.

– De certa forma, parece que você veio para me trazer coisas boas. – disse, rapidamente, corando em seguida.

Olhei-o timidamente e vi que sua testa estava franzida.

– Eles não me disseram muita coisa. – ele disse, hesitante. Olhei em seus olhos, sem entender. – sobre a minha vinda. Apenas que, tínhamos algo á descobrir juntos e que eu precisava te proteger e ser seu apoio. – ele sorriu de lado.

– Eu me esforço para entender. – disse balançando a cabeça, confusa. – mas as vezes acho que é fruto de minha mente. – sussurrei a última parte, olhando fixamente o copo que já estava na metade.

– Eu não sei de muita coisa. – Justin segurou firme o meu queixo e levantou minha cabeça. – mas tenho a esperança de descobrir tudo. Juntos. – ele disse e se aproximou de mim, inclinando-se na mesa.

Minha respiração ficou pesada, não conseguia desviar meus olhos dos seus e algo me prendia ali fortemente. Não que eu não quisesse, mas sim que ansiava isso.

Fechei meus olhos e senti seus lábios delicadamente nos meus.

Não fora meu primeiro beijo, porém, fora diferente de todos os outros. Havia mágica era algo indescritível.

O que mais eu poderia esperar, afinal, de um anjo?

Justin, enfim separou seus lábios dos meus e sentou-se adequadamente. Soltou um risada e eu não entendi.

– Se sente bem? – perguntou.

– S-Sim. – gaguejei.

– Você está pálida. – ele afirmou, delicadamente, tocou minha bochecha.

Terminei de beber meu frapuccino.

– Vamos? – perguntei ajeitando minha bolsa.

– Você é quem decidi. – o mesmo disse se levantando.

Saímos dali, e andamos até o ponto mais perto.

– Como é voar? – perguntei, guardando um papel qualquer dentro da bolsa.

– Para mim, é normal. – ele disse dando de ombros.

– Tipo, você sabe... Deve ser mais fácil e, divertido. – sorri de lado parando no ponto.

– Iremos voar hoje. – ele disse e deu sinal no ônibus. Sorte que ele o havia visto.

Sorri com isso e subi no ônibus.

Não tinha lugar para sentar, então fiquei de pé. Estava muito apertado.

O caminho foi silencioso – exceto pelas pessoas que conversavam animadamente -.

Desci no ponto e caminhei devagar ao lado de Jus pela rua. Atravessamos a rua e já estávamos em casa.

– Sua mãe não está. Foi na Sra. Downsley. – disse Justin assim que destranquei a porta.

Deixei-o entrar e fechei a porta.

– Meu quarto. – disse simplesmente e subi correndo.

Jus desapareceu e, assim que abri a porta de meu quarto, ele estava sentado na cama.

– Isso é trapacear! – disse fazendo um biquinho.

– Ah, vem cá minha linda. – ele disse me puxando pela mão e me sentado na cama.

Abracei-o, meio sem jeito e o mesmo deu uma risada abafada. Enterrei minha cabeça em seu peitoral enquanto o mesmo enterrou a sua cabeça em meus cabelos.

– Eu sei que te conheço. – disse abraçando-o forte. – mas não sei de onde. – completei fechando meus olhos com força.

– Talvez não seja de agora. – disse ele e eu beijei desajeitada mente seu peito.

– Talvez não. – disse me afastando do mesmo para olhá-lo nos olhos.

O mesmo enrolou sua mão em meus cabelos e me beijou, demoradamente.

O correspondi, agora não estava em choque, e tinha completo poder sob minhas ações. Empurrei o de leve sem desgrudar nossas bocas e o deitei na cama, ficando por cima do mesmo.

Ele era um anjo. Meu anjo.

Posicionei seu tronco entre minha pernas e ele deslizou a mão pelas minhas costas.

E de repente, ele me empurrou de leve, e eu caí ao seu lado. Aquilo havia ido longe demais.

– Uau. – ele murmurou, olhando o teto.

Sorri fechando os meus olhos, tocando a minha boca.

– Helena? – ele disse. Abri os olhos e ele estava a me fitar.

– Sim. – me sentei e ele fez o mesmo.

– Quero te levar á um lugar. Confia em mim? – o mesmo disse com um sorriso de lado.

– Tenho escolhas? – disse me levantando.

– Vamos. – ele disse me pegando na mão e abrindo a janela.

– Como? Vamos pular? – perguntei incrédula.

– Melhor que isso. Vamos voar.

[...]

Peguei na mão de Jus e ele me puxou para perto. No cenário em que estávamos, julguei uma cena digna de um filme.

Observei o lugar e vi um galho de arvore. Me sentei ali e puxei Justin para mim, beijando-o.

Foto.

Nos separamos por falta de ar e Justin sorriu.

– Isso não está certo. – ele disse, porém, sem tirar aquele sorriso maravilhoso de seus lábios.

– Claro que está. – disse tocando a pele de seu rosto.

– Você tem razão. – ele cedeu, puxando-me para mais um de seus maravilhosos beijos.

Sentei na minha cama observando através da janela. Justin teve que sair, e nem ao menos me disse onde iria.

E eu em martirizava por contar cada segundo desde que ele saiu. Balancei minha cabeça, já eram 23:30 PM, eu precisava dormir.

Aconcheguei-me entre as cobertas, e depois de muito pensar, acabei caindo no sono.

E aquele barulho irritante do despertador me acordou. Sentei-me na cama e cocei os olhos.

Abri-os e vi Justin sentado na ponta de minha cama. Sorri.

– Não te vi chegar. – sussurrei e me libertei das cobertas.

– Cheguei tarde. Você estava a dormir. – ele disse mexendo delicadamente as cobertas.

Assenti devagar sem lhe questionar o por que da demora – iria fazer isso mais tarde – e fui ao banheiro.

Tomei um banho e coloquei uma roupa considerável para ir á escola. Saí do banheiro e Justin estava com meu material em mãos.

– Vamos? – ele disse.

– Sim. – murmurei, abrindo a porta.

Desci as escadas e corri para a cozinha. Olhei Justin e, nele, havia um fabuloso par de asas.

– Bom dia, mãe. – sorri pra ela.

– Bom dia, preparei seu cereal. – ela disse sorrindo.

– Obrigada. – agradeci. Justin sentou á minha frente e eu comecei a comer o cereal rapidamente.

Após terminar, coloquei a vasilha na pia, dei um beijo na face de minha mãe e corri para pegar o ônibus escolar.

E meu anjo não estava mais comigo.

Me sentei em um banco sozinha como sempre e ignorei a bagunça ao meu redor. Senti uma bolinha de papel acertar minha cabeça e, em seguida cair no meu colo. Abri a mesma. Não havia nada escrito.

Quando fui amassar novamente o papel, algo nele chamou minha atenção. E de repente, escrito ali em letra caprichada estava os seguintes dizeres:

“Desculpe por ser ausente. “