"Cause there'll be no sunlight if i lose you baby and there'll be no clear skies if I lose you, baby, just like the clouds, my eyes will do the same if you walk away, everyday it will rain."

Sky's P.O.V On

Já estava dentro do táxi partindo pro meu emprego, não pra trabalhar, não pra atender aquelas porcarias de pessoas fingindo ser felizes, apenas pra conversar, conversar com Bethy, conversar sobre...  Tudo.

Optei por ir de táxi porque tudo que eu menos queria era encontrar com Dylan na rua e ele mais uma vez me subornar com drogas e eu aceitar. Isso era tudo que eu não precisava agora.

Paguei ao motorista e corri pra dentro do restaurante, havia no máximo umas cinco pessoas, mas isso não era incômodo.

Fui até Bethy que me olhou espantada.

- Achei que não viria hoje, querida – ela falou abrindo seu tão simpático sorriso.

- Eu também não – passei pela bancada e fui até seu lado – Está na hora do almoço, não é? – Nem esperei ela assentir e já continuei – que tal a gente ir almoçar no Jersey’s Olphren? – tentei abrir um sorriso.

- Aconteceu algo – ela falou, tirando o sorriso que eu tanto gostava de seu rosto – tudo bem, deixe só essas pessoas irem e nós vamos.

Assim o fiz e esperei como ela pediu, não demorou muito e saímos em direção ao Jersey Olphren, não havia muita gente e mesmo que tivesse, as mesas são bem separadas, ou seja, não me importaria.

Sentamos em uma mesa, pedimos, comemos e antes de irmos, comecei.

- Eu confio em você e eu não faço isso com todo mundo.

- Agradeço pelo voto de confiança, meu bem – ela voltou a sorrir como de costume - vamos, ponha pra fora tudo que lhe incomoda – ela deu dois tapinhas leves em minhas costas, tentando me fazer prosseguir logo.

Suspirei fundo.

Comecei a contar tudo, sem esconder nenhum detalhe de toda a história de Dylan/Justin/Eu pra ela. E a cada nova parte, ela ficava impressionada. Falei de quando conheci Dylan até o que aconteceu hoje de manhã, quando terminei, suas únicas palavras foram “Ai meu Deus”.

- Eu não sei onde Justin está... Eu não sei o que houve, se tiver acontecido algo? E droga, eu odeio admitir, mas eu sinto tanta a falta dele – encostei meus braços na mesa e cobri o rosto com as mãos.

- Se isso serve de consolo, noticias ruim chegam logo – ela falou e deu uma risadinha no final, sorri pra ela e tentei não demonstrar o quanto aquilo me deixara mais nervosa.

Saímos do restaurante e quando já estávamos perto de nosso trabalho, ela me parou.

- Que tal sairmos mais cedo hoje? O gerente viajou e só volta amanhã, ele não precisa saber que saímos a essa hora, já está tudo fechado e guardado. O que acha?

- Eu não ia trabalhar mesmo – dei de ombros a fazendo rir.

- Venha pra minha casa – ela segurou minha mão, já me puxando.

- Bethy, eu já disse o que acho sobre isso, não force!

- Preste atenção, tem um garoto maluco atrás de você, acha mesmo que vou deixar você sozinha? – por um momento ela até pareceu Justin querendo me proteger, e, aquilo, de certa forma, fez meus olhos marejarem.

Pisquei com força e segurei sua mão, assentindo.

Entramos no táxi e fomos até sua casa.

Xx

Ao chegar lá, a primeira coisa que notei foi a filha de Bethy. Ela estava vendo TV enquanto um homem forte – obviamente, o pai dela e marido de Bethy – preparava a comida.

Ela não se movia, não se mexia, nada. Nem um sintoma de pessoa normal assistindo televisão. Bethy a chamou e ela olhou pra nós, pro vazio e pra tudo, como se estivesse procurando algo ou alguém.

Ela era cega...

- Oi mamãe – ela sorriu e me assustei com a forma de seu sorriso que parecia tanto com o da mãe.

- Boa tarde, querido – Bethy falou abraçando seu marido que já estava ao seu lado, logo depois, foi até sua filha e lhe beijou delicadamente a testa.

Senti que queria chorar outra vez.

- Trouxe uma visita pra você, meu bem – Bethy levou as mãos até o queixo de sua filha, e a ajudou a levantar.

A menina era realmente bonita e olhando bem, ela tinha mesmo alguns traços parecidos comigo, como Bethy falara.

- Sky, essa é Carly – ela olhou pra sua filha – Carly, essa é Sky – assim que sua mãe falou, Carly chegou bem perto de mim e passou a mão em meu rosto, como se quisesse descobrir quem eu era.

- Oi, Sky – ela sorriu novamente – prazer em conhece-la, minha mãe fala muito de você – ela foi se afastando ainda com seu sorriso dócil no rosto.

- O prazer é todo meu, Carly – tentei não soar rude, nem ignorante – Ela também fala muito de você pra mim.

Ela riu, e envolveu os braços em volta de Bethy.

- Prazer Sky, meu nome é Zack – ele esticou o braço pra mim e assim o cumprimentei.

Depois de muito falatório, finalmente, a casa estava em silêncio. Estava com Carly sentada ao meu lado, enquanto Bethy e Zack se encontravam no outro.

Percebi que naquele pouco tempo, Justin havia sumido de minha mente.

Xx

Enfiei as mãos no casaco enquanto tentava me despedir da família de Bethy, eles falavam sem parar, sem exceções. Isso se tornou até engraçado...

Olhei pros lados e estremeci ao senti uma onda de vento passar no meu rosto e logo depois em meu cabelo, fazendo-o esvoaçar.

Nos estávamos do lado de fora, praticamente, eu estava na porta tentando entender tudo que Carly falava.

E isso não, não era possível.

Xx

Dylan P.O.V’S On

- Você a chamou, seu otário! – gritei tentando tirar o pânico de mim sem expressa-lo em minha voz.

Bati em seu rosto, fazendo o virar imediatamente e ficar com o rosto virado por um bom tempo.

- E-eu não sei... – ele pausou, gemendo de dor – do que você fala... Está falando...

- Ela está aqui! Aqui perto! – levei minhas mãos até o meu cabelo, o puxando e o bagunçando.

Estava fora de mim, não conseguia pensar direito e nem queria.

- Ela sabe de tudo, ela sabe! Você sabe! – gritei o mais alto que pude, despertando sua atenção de um jeito nada simpático.

- Eu ainda não sei... – sua voz saiu embargada, mas não tanto – Juro que... nada.

- Você vai morrer, cara... Você vai...

Falei antes de sair pelo mesmo lugar que entrei, corri até a sala, pegando o meu casaco e indo pra o lado de fora de casa, me escondi em uma gigante árvore que tinha bem na frente de casa e pude ter uma visão dela sem ser vigiado também.

Lá estava ela. Sky. Pensar em apenas seu nome, fez com que o meu corpo arrepiasse. Eu a amava, como nunca fiz com ninguém antes, ela era minha, ela tinha que ser minha. E não vai ser a merda desse famosinho inútil que vai tira-la de mim.

Ela parecia melhor do que quando a vi pela última vez, mas não a mesma da primeira vez.

Eu arruinei sua vida e eu sei disso, mas não me arrependo, agora, de qualquer forma, ela virá pra mim.

Xx

Sky’s P.O.V On

Me despedi da família de Bethy e fui até o lugar mais próximo pra pegar um táxi, tive que pedir a Bethy milhões de vezes que conseguia me virar sozinha, até ela deixar.

Esperei... Esperei... E nada. Nenhum carro, ninguém. Cansei de esperar e depois de tempos, resolvi ir andando.

- Sozinha? De novo? Garota, você precisa de alguém ao seu lado...

Eu reconhecia aquela voz, reconhecia. Apressei meu passo, tentando fazer que ele fosse embora de lá e me deixasse só. Apenas, só.

- Não finja...

- Caralho Dylan, o que você quer? – me virei pra ele, mostrando o quanto eu estava irritada.

- Você – sua voz saiu rouca e muito longe de ser sexy.

- E sabe o que eu quero? – abri meu melhor sorriso pra ele, pude até ver Dylan voltar a ser normal, como da primeira vez - Que você morra queimado no fogo do inferno.

Falei me virando e tentando prosseguir, mas ele me parou antes disso.

- Você vai ser minha – ele falou, tentando soar autoritário.

- Eu não pertenço a você – falei em um tom mais alto.

- Mas vai – ele se aproximou.

- Nunca – sussurrei e quando fui me afastar, sua mão prendeu meu  braço tão forte que arfei de dor.

- Me solta, agora! – ordenei, mas aquilo só fez ele pressiona-lo ainda mais.

Tentei atingir seu ponto mais fraco. E esse ponto dentro dele era sua paixão por mim.

 - Vai me bater de novo? – ri sarcástica – bata, mas você vai continuar a mesma droga que você sempre foi! Eu nunca vou gostar de você, entende, garoto? – tentei imitar suas gírias, o surpreendendo.

- Chega – foi a última coisa que ouvi antes dele me tomar em seus braços.

Tentei gritar, mas meus gritos foram interrompidos pela sua mão. 

xx