Strange Love. escrita por Milena
Notas iniciais do capítulo
Desculpem a demora, como eu disse, viajei e já tô indo de novo, prometo postar assim que voltar. Obrigada por tudo, espero que gostem ♥
O resto das horas nem demoraram tanto, pedi autorização a Beth pra sair mais cedo, e odiei fazer isso porque odeio depender das pessoas pra algo. Ela deixou, já que o gerente não estava e mesmo que estivesse, ele deixaria, por que eu sou a “amiga” do Justin Bieber, não é mesmo?
Revirei os olhos mentalmente pra esse tipo de pessoa, não é seu status que revela seu caráter.
Se bem que esse não era o caso de Justin, quer dizer, era. Ele era oco por dentro, e ainda é, mas não tanto quanto antes. Quero dizer, ele agora demonstra sentir algum sentimento, coisa que antes não fazia, era apenas ele, seu ego e sua ignorância.
Fui interrompida da minha tagarelice interna por Beth me avisando que Justin já havia chegado, peguei minha mochila e corri até seu carro.
- Pode começando a explicar esse negócio de porcaria de clinica, hospital ou sei lá pra onde você prefere me levar – falei antes que ele cogitasse em abrir a boca.
- Cala boca – disse logo após ligar o volante, o olhei franzindo a testa.
- Você tá pensando que eu sou suas marionetes? Quem você pensa que é pra falar comigo desse jeito? – falei socando de leve seu braço, o que o fez dar um sorriso, mesmo que escondido naqueles lábios.
- Eu sou o Justin Bieber – sua voz saíra arrogante e fria, como todas as vezes em que ele pronuncia essa frase.
- Tá, e daí – dei de ombros colocando minha mochila no branco de trás, ele permaneceu em silêncio – que história é essa de clinica? – insisti, e depois de um longo tempo ele falou.
- Você precisa de orientação médica – sua voz soava mais seria e madura do que de costume – eu confio em você, mas eu não sei se você consegue enfrentar isso sozinha....
- Você tá falando das drogas – soou mais como afirmação do que como pergunta, respirei fundo - eu não acredito nisso – soltei um riso irônico tentando tirar as pontadas que martelavam meu coração – eu não vou, Justin, eu não vou! Eu não sou doente! – aumentei o tom de voz, tentando o fazer entender.
- Eu não disse isso, Sky... Você sabe que não penso isso de você – sua voz soava calma, mas seus olhos demonstravam nervosismo.
- Que seja, eu não vou, me leva pra casa.
- É pro seu bem.
- Eu sei me cuidar sozinha, porra! – abaixei o tom da voz, mas continuava completamente irritada.
Justin permaneceu calado, fiz o mesmo, cruzando os braços. Como eu odiava aquele jeito de Justin de “está decidido e você não pode fazer nada”.
Xx
Entramos na clinica mais estranhos que nunca, mais isso se desfez quando cruzei meu olhar com o dele e ele sorriu.
Qualquer raiva que pudesse sentir de Justin desapareceu.
Olhei pro lado tentando disfarçar o quanto eu ficava nervosa quando ele olhava em meus olhos. Fui surpreendida por seu abraço, demorei um pouco pra corresponder até por que era estranho.
- Você devia ter me avisado, aberração – o empurrei de leve o suficiente pra ele afastar um pouco.
- Tá – ele revirou os olhos e segurou minha mão, me levando pra dentro e conversando com o atendente. Ótimo, sem enfermeiras vadias.
Não demorou muito pra o mesmo me chamar, Justin quis vir, mas o cara interrompeu.
- Eu não entro sem você – olhei pra Justin.
Acho que o cara entendeu o que quis dizer, pois tirou o braço ligeiramente da frente dele. Entramos no consultório e era como eu esperava.
Cores de hospital e um homem velho.
- Ah, senhor Bieber. Prazer em revê-lo – ele se levantou com um sorriso radiante, apertando a mão de Justin – e essa é sua namorada, certo?
Engoli seco, olhei pra Justin tipo “que porra é essa?”. Nós não éramos namorados, não mesmo.
- Amiga – corrigi já que Justin ficara calado.
- Não é isso que a mídia anda espalhando - ele estendeu a mão pra mim e eu mexi o rosto, ignorando seu pedido e o cumprimentando do meu jeito.
- A mídia é uma merda – falei sem me dar conta que estava à frente de um homem totalmente culto – desculpe... – falei me sentando – eu acho.
- Tudo bem – suas palavras transmitiram uma simpatia que jamais ouvi antes.
Justin se sentou logo após.
- O que te traz aqui, menina?
- O senhor debilóide – apontei pra Justin e os dois riram baixo.
- Ela precisa de ajuda – Justin voltou a ficar sério, dessa vez, olhando pra mim.
- Não preciso de porra alguma – respondi, olhando pra ele.
- Tudo bem, senhora... – ele esperou que eu continuasse.
- Meu nome é Sky – falei respirando fundo e acho que ele percebeu, pois continuou logo.
- Então, quais os motivos que te trouxeram aqui?
- Droga – respondi rápido – eu não preciso de médico, nem de clinica, eu posso me manter sozinha, só que Justin é idiota e finge não entender isso.
- A mídia esta totalmente errada – sua voz soou baixa, mas o bastante pra que eu Justin ouvíssemos.
- Que? – perguntamos no mesmo instante.
- Nada, desculpem-me, pensei alto – ele balançou a cabeça – A quanto tempo parou de usar droga, senhorita?
- Ahn... Acho que... Umas duas semanas.
- E quando começou?
- Há quatros meses – respondi friamente, odiava falar daquilo, odiava falar o quão minha vida era irritante. Era.
- Então você ainda não era totalmente viciada.
- Sim – sei que não era uma pergunta, mas mesmo assim assenti.
- Sorte sua – ele sorriu de canto e olhou pra Justin.
- Foi você, não foi? – a pergunta foi tão direta e surpresa que Justin foi obrigado a se remexer na cadeira assim como aquela pergunta remexeu sua mente.
- Eu o que?! – ele se fingiu de desentendido.
- Que a fez parar.
- Eu... Eu? – ele se virou pra mim - Foi?
- Não – respondi ainda olhando o doutor – foi a minha vontade própria.
O medico riu pelo nariz, me analisando.
- Pelo jeito, você não gostaria de ficar aqui, certo?
- Nunca! – respondi tão rápido que mal ouvi.
- Hm... Então... Senhor Bieber, o que espera que eu faça?
- Você quem deve saber, você é o médico, não eu.
- Ela não apresenta nenhum sinal de que ainda depende das drogas, claro que sempre vai ter uma recaída e seu corpo vai agir de modo estranho por falta da droga, mas isso é tão normal quanto respirar quando se sai de uma situação que ela estava – ele explicou de modo gentil, mesmo que Justin tenha sido rude – só evite a deixar sozinha e....
- Ele já não deixa – o interrompi – sabe, ele é um pé no saco.
- Você me ama – Justin retrucou se ajeitando na cadeira.
- O que eu ia dizendo era que – o medico nos despertou lançando olhares incisivos pra nós dois – não a deixe sozinha por tanto tempo, por mais que confie nela.
Justin assentiu sem responder.
- Pronto? – perguntei me levantando.
- Não, senhora.
- Ah, sim, já imaginava – sorri pra ele ignorando sua resposta – vamos Justin?
- Obrigada, Simon – Justin se levantou e mais uma vez apertou a mão de “Simon”. Saímos do consultório e eu fui rápido ao carro. Assim que entramos, Justin soltou suas piadas de sempre.
- Eaí, gostou da consulta?
- Ah, vai se foder.
Xx
- Pra onde vai me levar hoje? – o olhei.
- Como você sabe que eu vou te levar pra algum? – um sorriso metido surgiu devagar em sua face.
- Você não é o cara que fica em casa a noite – rebati, ainda o olhando.
- Depende do que nos vamos fazer em casa – seu sorriso metido se tornou um sorriso malicioso. Cerrei os olhos o encarando.
- Você é nojento.
- Não é isso que você quer dizer – seu sorriso se desfez e sua voz se tornou automaticamente sexy.
- Eu não vou cair nesse joguinho de sedução que você faz. No final, você me leva pra cama.
- Levar pra cama, eu já te levo.
Percebi o tom de naturalidade e vi que ele estava falando sério, não pude deixar de sorrir. Justin havia me levado pra cama diversas vezes, literalmente. Como nas vezes em que dormia no sofá e terminava na cama.
- Você quer comer? – ele perguntou.
- Não – respondi, sincera.
- Tudo bem... Hm... O que acha de ir pra minha casa? – seus olhos estavam tão pidões que seria crime recusar.
- Tudo bem, quem vai estar lá? Se for aquela gente louca, pode ir esquecendo.
Ele soltou um risinho fraco e falou: - Relaxe, é só minha mãe.
Balancei o rosto como resposta e voltei a olhar pra janela.
Xx
Chegamos na casa de Justin em silêncio. Confesso que meu estomago estava revirando. Mas fiz questão de não mostrar o quanto eu estava nervosa a Justin.
- Oi mãe! – Justin abriu um sorriso enorme, talvez, o mais sincero que ele já deu pra alguém. Ele foi em direção a abraçando e a levantou no ar. Ela era tão pequena e parecia tão jovem e além de tudo era linda, não entendo como o pai de Justin quis se separar dela. Se é que foi assim – Essa é a Sky, lembra? – ele apontou pra mim, fazendo um sinal de como se eu fosse pra perto deles.
- Ahn... Oi – sorri de lado pra ela e ela ignorou a parede que eu formava em volta de mim com a minha ignorância e me abraçou forte.
Ela me lembrava Bethy.
- Oi, querida, não te vejo a dias – ela falou ainda me abraçando, olhei pra Justin sem saber o que fazer. Hesitei diversas vezes, mas no final, aceitei seu abraço.
- Sim – falei algo pra não deixa-la falando sozinha e ela pensar que era mal educada, coisa que eu era.
- A janta já está pronta, vocês querem?
- Não, mãe, nós...
- Sim – interrompi Justin o surpreendo e surpreendendo até a mim mesma.
- Vamos, vai ser um prazer – ela sorriu pra mim e logo após pra Justin. Segui ela e em poucos minutos que passei naquela casa, percebi que Pattie tinha seu mundo como Justin e vice-versa.
Sentamos na mesa e em segundos, o jantar foi servido. A comida aparentava estar tão deliciosa que a minha resposta de “não estou com fome” se tornou invalida. Nos servimos e como estávamos todo em silêncio, Pattie puxou assunto.
- Então Sky – ela falou sorrindo me chamando a atenção.
- Mãe, não... – Justin alertou, mas ela o olhou não entendendo o que ele queria dizer.
- Mas eu só ia...
- Não – ele continuou.
- Mas porque, filho? É uma perg...
- Mãe, eu já disse que não! – ele aumentou o tom de voz.
- Justin – o alertei e olhei pra Pattie, que parecia não ligar pra forma de como Justin era. Ele era grosso e isso eu sabia, aposto que ela também, mas ela era a mãe dele! – tudo bem – falei mais relaxada olhando pra Pattie.
- Eu só não quero que você se machuque – Justin praticamente sussurrou pra mim.
- Eu não vou – sussurrei de volta, fazendo Pattie nos olhar como dois malucos.
- Meus pais são Zoey Howay e Stark LaFont – respondi tentando sorrir.
- Eles moram aqui? – ela perguntou voltando ao entusiasmo e sorriso de sempre.
- Eles morreram – respondi tentando soar o mais calma e normal possível e me surpreendi quando soei exatamente assim.
- Oh, desculpe... Eu não... Eu não imaginei – seus olhos se tornaram tristes.
- Tudo bem, isso é normal – sorri pra ela tentando faze-la voltar ao seu belo sorriso.
- Sky, vem comigo? – Justin levantou me fitando.
- Sim – Levantei indo até ele, onde ele me guiou até o andar de cima.
- Tá, o que a gente veio fazer aqui?
- Lá tava um saco, eu sei o quanto isso machuca você – ele passou o dedo delicadamente em meu rosto.
- Não me machuca – ri tentando disfarçar a dor que pairava em meu peito.
Justin não respondeu nada, ele me conhecia. Era estranho, mas ele conhecia.
Ele se inclinou pra me beijar e eu me aproximei também, fazendo assim, nossos lábios se colarem.
xx
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bem, como eu havia pensado faz tempo, no próximo capitulo, as coisas vão esquentar. Vou viajar novamente e acho que postarei no domingo de madrugada, respondo os reviews na próxima. ♥