A Viagem Dos Novos Argonautas escrita por O Coração Negro


Capítulo 28
Capítulo 28 A Visita do Cupido – POV Piper




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Capítulo 28 A Visita do Cupido – POV Piper

– Mas podia ter sido pior, acredite, imagine a quantidade de perigos que Gaia podia ter criado? Conseguiram evitar a fúria dos ventos e tudo, deram sorte – continuou Annabeth – agora vem o grande ponto a ser discutido, este poder de tirar o poder dos outros semideuses e de si mesmo não se encaixa, sem duvida ele não é filho de um olimpiano, primeiro pensei em Nix, mas isso não se encaixa com seus outros poderes e está mais para outro deus; tenham cuidado com Eric Beilin seu parente divino é um ser muito antigo, ele é filho de...

Então antes de Annabeth terminar a frase a imagem desapareceu, Eric entrou pela porta vindo de seu quarto se espreguiçando, era obvio que de alguma forma estavam inlocalizaveis de novo, mas Piper se perguntava se Eric fazia aquilo simplesmente por estar acordado ou de propósito, pois se fosse de propósito significava que ele havia intencionalmente cortado a comunicação com o acampamento e que havia ouvido toda a conversa.

Piper assim como todos olhou bem para Eric, todos tinham pensamentos parecidos, ali estaria um amigo, aliado ou um assassino escondido? O garoto olhou para todos parecendo confuso e atordoado, então ele recuperou a compostura como se tivesse finalmente ficado completamente acordado.

– Por quê essas caras? – perguntou Eric.

Piper tinha o dom de ler as expressões faciais das pessoas, com Jason ela não podia, pois o amava, mas Eric era diferente ele era como um supermentiroso, coisa que ela encontrava apenas em seus irmãos do chalé de Afrodite, mas aquele garoto era confuso, poderia ser que havia muita coisa para ler ou apenas nada.

N/A: já cortarei aqui qualquer idéia de que ela não lê os sentimentos do Eric porque tem sentimentos por ele, pois ela não tem, no caso do Jason é por isso.









Depois do ocorrido Leo passou a chamar a espada de Adamantis, em homenagem ao ultimo trabalho do irmão, porém ainda não sabia o que fazer com ela, quem deu a solução foi Percy.

– Vamos enviar para Reina no acampamento Jupiter – disse Percy – Hermes ainda me deve alguns favores. – então Percy fez um longo embrulho com a espada eendereçou, a enviariam assim que tivessem uma chance, entregas de Hermes também não funcionavam, mas entregariam assim que pudessem.

A maior mudança nessa parte do percurso da viajem no Argo II foi a quantidade de perigos que enfrentavam, ainda não eram pegos por tempestades, mas os monstros alados de Gaia eram muito vistos, Eric parecia ter um sentido natural para indicar o caminho, porém ele era mandão e no geral ninguém queria ouvir em parte pela atitude e a outra por uma falta de confiança, porém sempre que não seguiam o caminho indicado acontecia de topar com algum monstro que estava a procura dos Argonautas o que não só tornava a viajem mais perigosa como também fazia Eric muito cheio de si e mais arrogante. A essa altura descobriram outra estranha capacidade que ele tinha, assim como Leo criava fogo, Jason controlava os ventos e criava eletricidade (também invocava um raio) e Percy controlava a água, Eric conseguia criar armas simples a partir do nada, ele usou da primeira vez antes de encontrarem Grover, a segunda foi quando encontraram um segundo bando de Grifos foi um choque ver ele fazendo; Eric ficava parado olhando então as armas começavam a se projetar acima dele, o processo era lento, era como se ele estivesse dando forma a algo que ele imaginava, porém o assustador era que ele conseguia mover esses objetos criados com a mente, porém uma analise que Frank fez depois de ver foi que as armas criadas pareciam mais frágeis que uma arma real, quanto mais armas ele criava mais tempo demorava para arremessar todas pelos ares e quanto mais longe elas iam mais irreais elas ficavam, isso levou eles a acreditar que havia uma distancia limite, ainda sim era útil caso encontrassem grandes grupos de monstros.

Viajar no Argo agora tinha um clima estranhamente frio, sentiam como se tivesse uma cobra fingindo dormir no quarto ao lado, a desconfiança somada ao comportamento insuportável de Eric tornava tudo pior, todos passaram a odiar sempre que caiam para montar guarda com ele a noite. O Argo rumava sempre para a direção que Grover havia apontado como sendo a localização do templo de Gaia, porém Piper tinha a estranha impressão de que encontrariam algo no meio do caminho, como se tivesse algo lhe chamando.

O episodio mais marcante dessa etapa da viajem foi que cansado dos constantes problemas Leo colocou tinta rosa no shampoo de Eric, tudo era apenas uma brincadeira, porém Eric pegou Leo pelo tornozelo e sem dificuldade o pendurou pela beirada do Argo, Piper tentou convencer o garoto a largar, afinal havia sido uma brincadeira, mas Eric ficava desviando o contato visual, por fim o episodio terminou com um Leo em queda livre e um grande mergulho de Jason para agarrá-lo em pleno ar. A briga que se seguiu ainda causava problemas, Leo ficou tremulo por horas e Piper reparou, passou a se aproximar menos da beirada.

A guarda daquela noite ficou por conta de Piper e Eric, tudo estava particularmente ruim, como de costume o garoto apenas ficava sentado no mastro do navio enquanto seu parceiro andava de um lado pro outro para alertar qualquer sinal de intrusos que nunca apareciam, porém atualmente a vigília parecia ser mais importante.

– Você não vai ajudar? – perguntou Piper rispidamente.

– Estou ajudando, montando guarda – disse Eric indiferente. Piper sentiu o sangue subir a cabeça, ela olhou para o garoto que ainda tinha o cabelo tingido de rosa, se não fosse pela aparência estúpida que a nova cor de cabelo lhe deu Piper não sabia o que teria feito.

– Não está não, está apenas sentado – disse ela, era assim que Eric sempre montava guarda e Piper assim como todos já havia ficado de saco cheio de toda a folga.

Eric olhou para ela com um dos olhos fechados, dando a impressão de que tinha um cisco no olho, porém não era isso, um corvo preto feito de sombra e apenas um olho vermelho pousou no convés do navio entre eles.

– Eu posso ver pelos olhos das sombras que crio quando fecho um dos meus olhos – disse Eric voltando a olhar o horizonte.

Piper ficou sem resposta, ela olhou bem para a noite e reparou que corvos esquisitos circulavam o navio, aquilo sem duvida era útil, porém o que realmente a surpreendeu foi que de todas as conversas que Eric havia participado aquelas curtas frases trocadas foram as menos agressivas, ela finalmente viu uma oportunidade de obter informações, se conseguisse falar com ele e cruzassem o olhar ela poderia encantá-lo ao ponto de adquirir as informações sobre ele que não haviam conseguido com Annabeth, talvez até mais. Normalmente Piper não era tão sínica, porém sentia que vidas estavam em jogo, se sentou ao lado de Eric no mastro do navio, o garoto permaneceu indiferente.

– Posso me sentar aqui? – perguntou ela atrasada puxando assunto, sabia que seu charme já havia iniciado, precisavam apenas de contato visual, até mesmo alguém que sabia lutar contra os poderes herdados de Afrodite podia ser enganado, Piper acreditava nisso.

– Você já sentou – disse Eric como se a presença dela fosse irrelevante.

– De onde você é? – perguntou ela ajeitando o cabelo, Piper se sentia péssima, imaginava que esse tipo de coisa combinava mais com sua irmã Drew, porém tentava afastar esse incomodo ou seu poder não funcionaria direito.

Eric apenas sacudiu os ombros como se dissesse que pouco importava, Piper precisava fazer ele olhar para ela e conversarem ao ponto de ele liberar a informação sem perceber, porém ele era osso duro “certo, vou tentar puxar outro assunto” pensou ela.

– Você consegue criar qualquer animal de sombra? – perguntou ela, sentia que perguntar algo mais simples de responder seria mais eficiente para quebrar o gelo.

– Não, preciso conhecer o animal ao ponto de imaginar ele precisamente – disse Eric criando um corvo que voou e começou a circular o navio.

Piper se sentiu eufórica, havia dado o primeiro passo, seguiu alguns minutos com o jogo de perguntas e respostas, Eric não respondia nada referente ao passado, ela perguntava coisas como se ele tinha irmãos, ou que filmes ele gostava e a resposta era sempre a mesma (sacudir os ombros), porém ele respondia perguntas como por quê você fica olhando para o mesmo ponto do horizonte? (a resposta foi porque gosto de ficar imaginando o que vem a seguir)

– Por quê não se da bem com todos? – perguntou Piper.

– Porque sim – disse Eric, Piper sabia que já havia avançado muito, precisava de algum assunto que fizesse ele se soltar mais.

– Acha que vamos conseguir vencer os gigantes? – Perguntou Piper, Eric moveu os lábios sem dizer nada, para alguém normal aquilo teria sido algo como um gelo, porém normalmente ele apenas balançava os ombros, Piper sabia que havia atingido um ponto – é normal ficar com medo, mas vamos conseguir todos juntos. - A reação foi imediata Eric se virou para a garota de súbito, seu rosto parecia de um lobo prestes a atacar.

– Eu NÂO tenho medo! O medo enfraquece! Eu não sou fraco! – disse Eric, porém era aquilo que Piper havia esperado, conseguiu o contato visual, ela sabia que devia agir rápido ou iria perder a oportunidade.

– Calma – disse ela, o charme já havia surtido efeito, Eric se acalmou instintivamente, se Piper agisse bem ele não perceberia e soltaria a informação, tudo que a garota precisava fazer era abordar os assuntos pouco a pouco – eu não disse que você é fraco, apenas me senti um pouco assustada.

Eric não desviou o olhar, olhava para Piper quase que hipnotizado e era isso mesmo que acontecia, Piper escolheu bem as próximas palavras.

– Você devia se dar bem com todos, assim teremos melhores chances se algo de ruim acontecer – disse Piper mexendo no cabelo – somos amigos certo? – aquela não era uma simples pergunta, ela queria saber o que ele achava deles, pois isso influenciaria em como agir com ele apartir dali.

– Sim, amigos – disse Eric com cara de bobo. Piper se sentia péssima de tomar esse tipo de vantagem, porém era necessário.

– Por que você jogou o Leo da mureta do navio então? – Piper queria ir com calma antes de abordar o passado dele, seu parente divino e talvez mais.

– Ele provocou – disse Eric ainda com cara de bobo – aprendi a revidar sempre que alguém me provoca.

O coração de Piper deu um salto o assunto havia ido exatamente para o rumo que ela queria, o passado.

– Ensinado por quem? – perguntou Piper, Eric apenas balançou os ombros, ela se perguntou se o efeito de sua hipnose havia começado a passar, porém ainda tinham contato visual decidiu ir por outros caminhos, não devia ter pressa.

– Os deuses – disse ela escolhendo as palavras – acha que eles vão realmente apagar o sol? – ela não queria uma resposta, apenas abrir as portas para sua próxima frase – acho injusto, eles sempre fazem o que é melhor para eles, Hera apagou a memória de Jason e Percy, eles fazem das suas e nos pedem favores.

– Eu gosto de Hera – respondeu Eric com a mesma cara de bobo.

– Claro que gosta, ela é sua mãe não é? – perguntou Piper, o assunto tinha virado exatamente da forma que ela queria – quero dizer, ela é seu parente divino? – ela havia perguntando como quem não quer nada, esperava que ao responder essa pergunta ele começasse a soltar as informações, porém um sentimento conhecido passou por ela como uma onda negativa, um sentimento de fraqueza, de falha se abateu sobre ela, era como se a tomada fosse puxada, se sentia errada, viu os corvos desaparecendo e soube que Eric havia cancelado os poderes de todos.

Eric recobrou o juízo, então tudo voltou ao normal no mesmo que o garoto voltou a fitar o horizonte e criar mais corvos para substituir os que haviam desaparecido.

O resto da guarda foi silencioso, Eric dava um gélido tratamento de silencio e Piper não tinha mais como ganhar a confiança dele para uma segunda hipnose, porém ainda não tendo conseguido o que pretendia relataria tudo a todos, ela olhou para o horizonte em uma imitação de Eric, ela sentia que havia algo a frente, era difícil explicar, sabia que não era algo mal, era algo conhecido, familiar e que precisavam encontrar, pois este algo a chamava.









Na manhã seguinte Piper não perdeu tempo em relatar a seus amigos o que haviam conversado, relatou tudo linha por linha.

– Pelo menos sabemos que ele nos considera amigos – disse Percy otimista.

– Mas isso não quer dizer que ele seja um bom amigo – fungou Jason que parecia carrancudo com a idéia de Piper puxando amizade com alguém (Piper deu um grande sorriso com a atitude).

Por volta do meio dia Piper observava o horizonte pensativa, algo a chamava com tal intensidade que se sentia como um clipes atraído por um imã, então um contorno começou a surgir no céu, inicialmente Piper achou que fosse um castelo, ao chegar mais perto reparou ser um grande edifício de seis andares, porém o prédio parecia estranhamente maior do que um de vinte.

– Que lugar é esse? – perguntou Percy.

– Acho que devemos evitar este lugar – disse Jason – é suspeito algo assim no meio do céu, pode pertencer a Eolo.

Piper entendia, o senhor dos ventos também possuía uma castelo alado, mas ela sentia algo forte vindo dali que não podia ignorar.

– Vamos descer aqui – disse ela com uma autoridade, Piper sabia que havia um pouco de encantamento na sua voz, pois todos obedeceram sem discordar, um sentimento de culpa se abateu sobre ela, usar o poder de Afrodite para controlar os outros era o que Drew faria, porém havia sido um acidente e ela precisava visitar este lugar.

Entrar no lugar não foi um problema, o edifício possuía um estacionamento grande o bastante para acomodar o Argo, então rumaram para a entrada do prédio, quando atravessaram a porta giratória se depararam com um interior repleto de moveis de cor rosa, havia um tapete vermelho, porem todo o resto era repleto de rosa, os anjos pintados no teto, as janelas, os sofás de espera, a mesa da recepcionista, o corrimão da grande escada, a porta do elevador; o lugar era uma mistura de castelo, hotel cinco estrelas e empresa.

– Posso ajuda-los? – disse uma recepcionista de uniforme rosa.

– Aam – disse Piper, não sabia o que dizer, não sabiam o que buscar, apenas sentia que devia estar ali. Atrás da moça havia uma grande Placa que dizia: primeiro andar recepção, segundo andar fabrica, terceiro loja de presentes, quarto servidores online, quinto andar escritório de advocacia especializado em divórcios, sexto andar castelo.

– Queríamos fazer uma visita – disse Frank, Piper ficou satisfeita com o apoio, tinham que descobrir o porquê de estarem ali.

– Tem hora marcada? – disse a recepcionista, porem todos ficaram em silencio, a mulher ajeitou os óculos severamente – sem hora marcada sem visita.

– Tudo bem Valentina, eles vem comigo – disse uma voz no meio do salão. Piper assim como todos esperava um monstro, porém ali estava um homem ou deus, devia ser um deus, pois homem nenhum era perfeito daquela forma; o estranho tinha cabelos loiros e olhos que mudavam de cor, corpo musculoso, porém sua aparência parecia mudar e ela ao olhar para ele tinha a estranha vontade de se atirar em Jason e despejar seus sentimentos.

– Você é o Cupido – disse Frank, Piper havia momentaneamente esquecido que os outros estavam com ela, e tudo finalmente fez sentido, ela sendo uma filha de Afrodite deveria se sentir atraída por seu irmão sendo ele o “amor”, a semelhança dele com sua mãe era inegável, ambos correspondiam à perfeição da beleza.

– Agora sou Eros – disse o deus -, frente a minha irmã sempre serei Eros. Vamos, quero mostrar a vocês meu negocio, não se deve deixar o amor esperando. – Piper sentiu uma onda de fraqueza passar por todos, sem duvida Eric sentiu o efeito da presença do deus do amor, ela se perguntou se seu poder de puxar a tomada funcionava com os deuses, porém sua pergunta foi logo respondida, não funcionava, a presença do deus permaneceu a mesma, sem mudança.

– Garoto,se importa de parar com isso? – disse Eros – funciona apenas com meio-sangues, com deuses causa enjôo, meu irmão e esposa podem não gostar.

Então a onda de fraqueza sumiu e Piper se sentiu bem. Eles seguiram Eros, não que houvesse escolha, Piper sentia que fariam tudo que ele quisesse, seu irmão era convidativo e amigável, mas ela sabia como o amor podia ser ardiloso havia algo mais no motivo de sua visita.

Enquanto caminhavam Piper reparou em uma pequena bandagem que havia no braço dele, como uma pequena imperfeição no perfeito, era errado e ela não podia deixar de pensar no que poderia causar tal ferimento a um deus, afinal eles se curavam.

– O que ouve com seu braço? – perguntou Piper, queria saber o que era capaz de fazer aquilo com Eros, o responsável deveria ser punido

– Uma ferida que um dos cervos de Gaia me fez há cinqüenta anos – respondeu Eros.

– Cinqüenta? Como pode ainda estar ferido depois de cinqüenta anos? – disse Percy.

– O amor se cura devagar jovem Jackson – respondeu Eros e acrescentou –, mas no fim ele sempre se cura.

– Por que Gaia te feriu? – perguntou Piper – el atentou te capturar como fizeram com Hera e Thanatos?

– Não – respondeu Eros fazendo careta – nem Gaia seria tola o bastante para me prender, eu represento a união de todas as coisas, Hera é o poder político a razão pela qual os homens são capazes de se organizar em sociedade, mas eu sou a razão pela qual os homens querem viver juntos, me prender seria privar o mundo de minhas dádivas, o amor é o bem mais precioso da humanidade.

– Você parece um pouco convencido irmão – disse uma voz por cima da cabeça de todos. O homem que havia dito era completamente o oposto a Eros, Anteros era lindo porém sua aparência era tudo o que Piper não gostava em uma pessoa, apenas de chegar perto dele fazia querer se distanciar dos outros – nada como um bom divorcio de vez em quando.

– Esse é meu irmão, Anteros o deus do divorcio e dono do quinto andar – disse Eros fazendo careta.

– Por que vocês trabalham no mesmo prédio? Achei que não se davam bem, quero dizer Eros une as pessoas e Anteros separa – disse Frank.

– Haha! Meu irmão não vive sem mim, quando ele era jovem se sentia sozinho e não crescia – disse Anteros –acho que ate escreveram uma historia com base nisso, Peter alguma coisa... então Afrodite me gerou com Ares e meu irmãozinho finalmente pode crescer.

Piper não entendia porque eles permaneciam juntos depois de tantos séculos e não era a única com duvida, os outros tinham rostos confusos ou talvez fosse simplesmente a proximidade de deuses tão opostos, Leo deixou escapar um sonoro “AM?”.

– O que ele quer dizer é que o amor e a separação andam juntos – disse Eros parecendo convencido -, Anteros existe porque existe o amor, e por sua vez o amor é precioso pois ele pode se desgastar e se separar, e quando você se enganar e se apaixonar pela pessoa errada ai que entra o divorcio.

– Essa é uma boa forma de ver as coisas – disse Anteros – apenas assumam que eu e meu irmão precisamos um do outro para existir; Eros, Psique está te procurando Voluptas jogou fora a boneca favorita de Volúpia e enfiou a cabeça do Eros segundo no vazo sanitário do sexto andar, ela quer que você de uma bronca neles. Quero falar com você sobre uma possível construção de um sétimo andar, um andar só não é o bastante quero expandir os negócios.

– Não, gosto do número 6, é o numero do amor, mas você pode aumentar o tamanho do seu escritório e contratar mais pessoal – Eros suspirou - Pode cuidar dos trigêmeos para mim? Eu realmente preciso de um tempo – disse Eros indicando os sete com a cabeça – quero mostrar meu prédio para eles.

– Entendo – disse Anteros olhando para o braço ainda ferido do irmão e saindo murmurando audívelmente – quem podia imaginar que iria ficar tão magoado por um pedaço? Ele devia simplesmente abandonar a responsabilidade, eles que se virem.

– Ele é meio resmungão mas não vive sem mim – disse Eros – vamos continuar o tuor, este é o segundo andar, a fabrica.

Quando se deram conta estavam diante de uma grande linha de montagem, porém o que a fabrica produziam eram pequenas flechas com pontas que lembravam desentupidor e pequenos cartões vermelhos do dia dos namorados, os funcionários eram pequenos anjinhos que lembravam bebes com asas.

– Cartões e flechas? Qual a relação entre os dois? – perguntou Leo.

– As flechas não são mais tão populares e não da para simplesmente sair atirando flecha em todos que se vê por ai! – disse Eros – as pessoas sempre acharam que eu faço as pessoa se apaixonarem pura e simplesmente, não sou assim tão irresponsável, mas não é assim eu espero duas pessoas que são almas gêmeas se juntarem e dou um empurrão! Agora a população aumentou muito e precisei me modernizar então entrei no negocio dos cartões, embora ainda use as flechas de vez em quando; basta entregar o cartão para a pessoa e se ela for seu par perfeito pronto! Juntos para sempre! Amor eterno! Se não bem... sempre tem uma próxima chance.

Piper assim como todos olhou para os cartões com olhos vidrados, ali estava a forma de saber se a pessoa era sua alma gêmea, tudo que precisava era dar um dos cartões a Jason e pronto, nunca mais se preocupar com Reina.

– Agora vamos continuar a visita – disse Eros os levando até um elevador de vidro rosa transparente, o elevador subiu passando por uma grande loja que lembrava uma grande liquidação do dia dos namorados, cheia de cartões e bombons, Eros os acompanhou pegando pequenas amostras grátis, dando dicas de compras para presentes para namorados e namorados que Piper tentava memorizar, a momentos ele dava alguns bombons de amostra grátis e então voltaram ao elevador.

O elevador continuou a subir então parou em um lugar que parecia um escritório, Piper não tinha certeza do porque seguiam Eros, nem o porque de estarem ali, porém simplesmente não podiam recusar, era como seus feitiços, não se pode desobedecer ao amor, o que Eros quer ele consegue e ele queria lhes mostrar o lugar.

– Servidores, aqui fica a central de minha mais eficiente idéia! Sites de relacionamento e cartões digitalizados, casais perfeitos sendo feitos a todo momento! – disse Eros animado.

O tour continuou por horas, viram o escritório de Anteros que era maior do que deveria e cheio de papelada; a visita ao sexto andar foi a mais impressionante o castelo era tão exuberante que não podia ser descrito com palavras, porém o que mais impressionou foi a esposa de Eros, a deusa da alma Psique.

Psique parecia com uma princesa, porém linda, o que Piper viu quando olhou para ela foi um reflexo de si mesma, porém perfeita, sabia que olhava para um reflexo de sua alma e não podia imaginar como ela podia ser tão linda daquela forma. Psique carregava uma pequena menina com rabo de sereia e asas de borboleta que chorava a plenos pulmões e carregava uma Barbie.

– Amor pode cuidar de dar uma bronca em Voluptas? Ele não deixa seus irmãos em paz – disse Psique.

Piper imaginava o que os garotos viam ao olhar Psique, tinha certeza que a versão de Hazel seria também uma copia sua, porém perfeita vestida de princesa, mas os garotos não combinavam com essa visão.

– Já resolvo, vou apenas acompanhar os visitantes até o navio – disse Eros dando um beijo na esposa e filha.

Eros os acompanhou até o navio, era tão estranho o deus do amor perder seu tempo com algo tão trivial quanto uma visita; poderia o amor ser tão egoísta ao ponto de largar seus afazeres por apenas algumas pessoas?

– Eu enchi o Argo de suprimentos e movi o meu castelo para outra localidade, mantenham-se invisíveis aos olhos dos deuses que Gaia não conseguirá encontrá-los de novo – disse Eros quando eles embarcaram no navio, o deus do amor fez questão de se despedir individualmente de todos, dando por fim um abraço em Piper, ela reparou que depois da despedida o braço de Eros não estava mais ferido, era como se o amor tivesse se curado, mas como ela não sabia. – busquem por Cassandra, ela irá dar uma dica para onde vocês tem que ir para impedir o eclipse e boa sorte.

– Pelo menos não foi uma perda total, sabemos que precisamos encontrar uma tal de Cassandra – disse Frank examinando a despensa lotada de alimentos em forma de coração.

– Tem razão não foi uma perda total – disse Eric tirando do bolso uma carta em forma de coração, igual a que haviam visto ser feita na fabrica de Eros.

– Você roubou isso? – perguntou Jason chocado e olhando hipnotizado a carta.

– Não – disse Eric secamente – eu comprei na loja de presentes durante a visita.

Era obvio que todos pensavam a mesma coisa, queriam ter tido a mesma idéia, o potencial daquilo era enorme, para Hazel e Frank isso poderia confirmar se eram ou não almas gêmeas, Percy poderia fazer o mesmo com Annabeth, Piper poderia finalmente se resolver com Jason e Leo poderia finalmente encontrar rapidamente a garota certa.

Piper olhou para traz, o edifício se perdia pouco a pouco de vista, não sabia porque havia sentido tanta atração para visitar aquele lugar, sabia que algo importante havia acontecido e duvidava que fosse simplesmente o cartão que Eric havia comprado. Piper acreditava que havia uma razão para Eros querer mostrar o lugar e tinha haver com o ferimento que havia demorado cinqüenta anos para cicatrizar, porém o amor era imprevisível e Eros como seu representante podia simplesmente ser caprichoso e egoísta. Aquele pensamento seguiria Piper durante o resto da viajem, o que Eros realmente queria?






N/A: eu comentei neste cap que eles encontram monstros no meio do caminho, entendesse que mesmo Gaia e os deuses traidores como Quione que servem à ela não podendo ver onde está o Argo ela enviou os monstros alados e montou uma área de busca, pois sabe mais o menos onde eles estão devido aos últimos encontros, não sabendo apenas o local exato, porém agora que Eros mudo eles de lugar eles já estão completamente fora da vista dela.


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Notas finais do capítulo

Espero que todos tenham curtido o capítulo, ele foi muito importante por razões que eu não irei dizer, agora quanto a comentários, vejam bem, pelo número de leitores e favoritos eu devia ter bem mais comentários por capítulo (pelo menos 10 considerando que nem todos podem ler imediatamente), tem capítulos mais iniciais que não tinham 5 quando postei, agora vejam bem eu não vou ameaçar de parar de postar regularmente nem nada, mas tenham em mente uma coisa eu escrevi a fanfic toda antes de postar justamente para não deixar vocês esperando digamos 1 mês ou 2 por cap, pois no passado eu fiz isso em uma boa fic e no fim ela morreu por falta de comentários (quem quiser saber o nome é só me perguntar), e hoje não animo de continuar ela, em todo o caso tentem comentar e quando acharem que eu mereço recomendar também não faz mal, até o próximo.
PS: espero que todos os leitores fantasmas apareçam um dia



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