A Viagem Dos Novos Argonautas escrita por O Coração Negro


Capítulo 21
Capítulo 21 A História de Saphira - POV Saphira




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Capítulo 21 A História de Saphira - POV Saphira Stileto

Ah sim,ia me esquecendo – disse a líder em alto e bom som, Saphira comprimiu o ouvido na parede, para saber o que iam discutir agora – o que faremos com a espiã que tem nos ouvido esse tempo todo no quarto ao lado?

Saphira sentiu a cor sumir do seu rosto, seria possível que desde o começo eles sabiam que ela estava espionando? Se esse era o caso o acampamento Júpiter estava em perigo, ela precisava fugir, porém a porta do quarto se abriu de súbito e de lá saíram três semideuses armados com suas lanças de ponta de ferro comum.

– Pegamos uma rata encurralada – disse um deles com uma voz masculina.

Saphira olhou pela janela, poderia virar uma pomba e fugir, ela deu um passo em direção liberdade, mas dois semideuses apareceram na janela bloqueando seu caminho, como se tivessem saído das sombras, agora ela estava cercada por cinco semideuses e uma parede em suas costas, mas ela era um soldado de Roma, lutar até a morte não a assustava, sacou a espada.

Ela avançou para a janela, se ela tivesse caminho livre poderia fugir, agora ela precisava avisar Reina que as informações enviadas anteriormente eram uma fraude, que havia sido enganada.

Saphira chocou espada com espada contra a líder, sentiu uma força incomum, enquanto ela colocava tudo o que tinha para manter a sua lamina firme a líder parecia estar se divertindo, olhava para ela com aqueles olhos pretos, os seus capangas não interferiram como se não precisassem interferir, viu isso como uma oportunidade.

Ela girou e tentou um movimento mais complexo com a espada, reuniu a força no pé esquerdo e atacou no direito da inimiga com uma finta, mas ela não só bloqueou a finta, como quando ela moveu a mão para o golpe rebateu a espada mais uma vez, aquilo foi além de habilidades com a espada, aquela garota era mais forte e rápida que ela.

Saphira desferiu o golpe lateral semelhante ao inicial, as espada se chocaram de novo, ela sentia aquela força mantendo a arma da líder firme, não se movia um centímetro não importava o quanto ela forçasse, seus olhos instintivamente se voltaram para a porta, sentiu que enfrentar três semideuses era mais simples do que enfrentar a líder.

– Eu sei o que você está pensando – disse a líder maliciosamente – “devia ter ido pela porta”, vá em frente, eu permito.

Os três meio-sangues que barravam a porta se moveram como se esperassem que ela fugisse por ali ao ouvir as instruções da líder, o mais assustador era que todos sorriam maliciosamente. Saphira olhou para líder, aquela garota de cabelos negros, jovem, parecia ter quatorze anos, a pele dela era brilhante como a lua, mas seu rosto tinha uma expressão cruel, mas a serva de Gaia não fazia nenhum esforço para empurrar a espada de volta para ela, apenas mantinha o golpe firme bloqueando sua lamina.

Saphira sentiu medo, era claramente uma armadilha, porém também era sua única chance de fuga, mesmo sabendo que encontraria algum perigo estava disposta a correr o risco.

Ela afrouxou o golpe de espada e correu para traz em direção a porta, quando passou pelos 3 semideuses uma lança cortou o ar indo em sua direção, mas ela esperava por algum ataque tentou sair do caminho e bloquear o golpe, teve sucesso porem outro dos semi-deuses feriu seu outro braço, foi como passar por um corredor polonês com lanças.

Ela saiu no corredor com cortes em vários lugares dos braços, com as roupas rasgadas,mas pelo menos não estava mais cercada, o pior era o sentimento de que não conseguiria sair com vida, porém isso era algo que ela tinha que tentar, não desistiria.

Saphira instintivamente correu em direção as escadas, o elevador não era bom, ela não pegaria o elevador, era pouco seguro podiam cortar a corda, enquanto corria pelos corredores sentia as feridas sangrarem mais, como se o esforço estivesse abrindo ainda mais a pele, mas talvez fosse apenas o efeito que seu sangue espalhando causava, ela correu como se sua vida dependesse disso, de fato dependia, tudo que ela precisava era de uma janela, apenas uma janela e estaria salva, mas misteriosamente não havia.

Ela fez uma curva no corredor e se deparou com um dos arautos, era impossível ela ter sido ultrapassada, ela tentou erguer a espada, mas a espada do guerreiro feita de ferro comum atravessou sua armadura e feriu seu peito, ela se sentia como um brinquedo, como se desde o começo estivesse na palma das mãos dos sádicos.

Mesmo com um corte no peito Saphira não desistiu, ela empurrou o semideus que a havia cortado com o corpo, foi como bater de frente com uma parede, sentiu seu ombro deslocar, porém o inimigo foi jogado para traz, chegou enfim as escadas, mas nas escadas ela se viu incapacitada de descer a líder mais um de seus companheiros estava na parte de baixo.

Saphira fez a única coisa que era racional, ela subiu, o terraço devia ser o bastante, sentiu lagrimas saírem de seus olhos devido à dor dos ferimentos, porém ela persistiu, ela abriu a porta do terraço com o corpo.

Ela foi até a borda cogitando se devia se arriscar, mas os cinco meio sangue logo a alcançaram, cogitou se devia virar um pombo e fugir, estava com os braços e o corpo muito feridos, tinha duvidas se conseguiria voar, e mesmo que conseguisse ela seria um alvo fácil, a líder possuía um arco em forma de lua, transmitia a sensação de ser uma eximia arqueira.

– Você foi longe, mas não conseguiu – disse a líder decepcionada, Saphira se sentiu inquieta, o desapontamento da líder parecia ser autêntico – pensando bem, era impossível você fugir de nós, principalmente aqui.

– Aqui? – Saphira olhou melhor o prédio em que estava, não era um prédio normal, era feito de terra, como se alguém tivesse moldado barro e pintado as paredes, mas como havia sido feito era difícil dizer.

– Sim, aqui é uma das muitas bases que Gaia construiu para nós, seus filhos – disse a líder – e seus “arautos”, todos estão em perfeitos lugares longe da civilização o bastante para não sermos incomodados, e perto o bastante para não ser suspeito.

Saphira não entendia o que esse hotel de terra tinha de especial, parecia ser mais frágil que um normal com tijolos, ferro e tudo, mas ela sentia que havia algo ali que dava vantagem para eles, apenas não conseguia ver a relação.

– É a terra – disse a voz do semideus que ela suspeitou ser o Watson como se entendesse sua duvida – a terra é o abraço de nossa mãe, e dele tiramos nossa força, ela cura nossas feridas, somos fortes, tudo enquanto estivermos em contato com a terra, podemos até mesmo controlar a mesma.

Saphira sentiu o edifício tremer, e parte do terraço mudou de forma, a mureta ficou maior, como se tentassem impedir que ela se jogasse para a morte, como se o prazer de matar a garota não pudesse ser de outro se não deles, mas logo as barras da mureta se abaixaram ficando do tamanho normal.

– Você vai chamar a atenção para o lugar assim Watson – disse a líder rispidamente – não atraia atenção para nossa base, faça algo no chão se quiser, não algo que possa ser visto externamente.

– Gaia jamais destruirá o acampamento! – gritou Saphira, agora que havia parado de correr o sangue dos braços escorreu pelas palmas das mãos tornando mais difícil segurar a espada, sua visão começou a ficar pior, mas ela aguentou firme.

– Não irá – concordou a líder dando um passo à frente – ela irá tomá-lo, fizemos um acordo muito lucrativo que foi concluído graças a você.

– Graças a mim? – ela tinha uma ideia do que a líder falava, porém manter ela falando era útil, ela poderia conseguir informações ou ter uma ideia para fugir.

– Sim, tudo parte do plano – disse uma voz masculina – nós atacamos o acampamento de pouco a pouco, o espião nos passa informações das suas táticas de defesa, os gregos e romanos começam a duvidar uns dos outros, então entrou você.

– Eu? – era tudo pior achar que ela tinha cometido uma falha grave o bastante para custar à vida de todos no acampamento.

– Sim você, era inevitável alguém tentar nos seguir, precisamos apenas deixar que você conseguisse os planos de ataque, então sua estúpida amiga Reina iria mover as defesas, deixando as portas livres para chegarmos até nova Roma, é ai que tudo começa.

– Uma vez que atacamos nova Roma, as duvidas entre os gregos e romanos irão apenas aumentar, logo irá se tornar um conflito, e quando a aliança estiver desfeita, os romanos começarão uma briga interna por poder, pois continuaremos a atacar, o espião irá difundir o caos, logo as cortes lutarão também entre si, o acampamento Júpiter ficará mais vulnerável do que nunca, então tudo que precisaremos fazer é atacar, Roma irá cair e uma nova nova Roma irá surgir! A primeira cidade feita sob a vontade da mãe! Tudo acontecerá 3 dias depois do próximo ataque!

– Por que então estão me contando tudo isso?! – perguntou Saphira – Acham que já me mataram?! Eu ainda estou viva, ainda posso lutar! – ela apertou o cabo da espada, o gesto causou mais dor em suas feridas e ombro deslocado.

– Não tenho duvidas disso, mas eu queria te dar uma escolha, meus irmãos foram contra, mas se você jurar lealdade a mãe e lutar ao nosso lato, irei poupá-la – disse a líder – podemos apagar sua memória com água do Letes, com o juramento de Gaia podemos ser irmãos.

– Prefiro morrer – disse Saphira honestamente, ela sabia o que viria a seguir, não havia mais conversa seria luta.

Então Saphira usou sua ultima cartada, o ultimo poder que apenas alguns filhos de nêmeses possuíam, um poder que ela só poderia usar quando estivesse longe dos aliados, pois atingiria todos em sua volta, o Julgamento de Nêmeses.

O julgamento era semelhante abênção de ares, porém afetava os inimigos, cada pessoa sentiria dor segundo seus crimes, porém o juiz não era a garota nem sua mãe, o juiz era o próprio sentimento de culpa que o inimigo possuía, funcionava até em monstros, que sempre possuíam um trauma em sua alma.

Antes Saphira tinha evitado usar esse poder com medo de afetar outros hóspedes no hotel, mas ao saber que o mesmo tinha apenas servos de Gaia ela já não tinha porque se segurar, usou seu poder, tudo que ela teria que fazer agora era se aproximar deles e dar o golpe final.

O problema foi que ela não percebeu foi que a líder não sentiu dor, tampouco os outros, apenas andou em sua direção imponentemente, então ergueu a espada negra, Saphira estava fraca, e usar o julgamento consumiu ainda mais suas forças, observou a líder se aproximar enquanto sua visão escurecia.

– O julgamento de nêmeses não funcionará em nós – disse a líder com a espada pronta para desferir o golpe fatal - não sentimos culpa.

A espada da líder cortou o ar, Saphira desfez o julgamento e tentou bloquear o golpe com sua espada, mas foi demasiado lenta, a espada da líder cortou seu rosto, além da dor do corte sentiu o rosto queimar, como se a espada fosse feita de fogo, a visão sumiu do seu olho, porém ela ainda estava viva, iria continuar lutando, ela reuniu a força o bastante para trocar golpes novamente com a líder, porém dessa vez enfrentou sozinha os cinco arautos.

Ela foi jogada sem cortesia para o meio dos cinco, que ficaram circulando e a ferindo, se ela atacasse um os outros atacavam por traz, foi uma covarde e doentia brincadeira de tortura, ela ficava gritando mentalmente “socorro”, mas não havia ninguém que pudesse ajudá-la, ela ficou sendo torturada durante cinco minutos.

A líder a jogou no canto do prédio com um chute, era como se o corpo deles fosse feito de carne e pedra de tão duro.

– Chegou a hora de morrer – disse a líder erguendo novamente a espada, mas então um bando enorme de pombos invadiu o terraço e Saphira se juntou a eles em sua forma de pombo.

Foi difícil voar com os braços machucados, porém o bando de pombos a ajudava a intervalos se apoiando no corpo de um deles, duvidava que a líder conseguisse acertar uma flecha nela em meio a tantas aves, ela estava salva, conseguiria chegar ao acampamento, mas então uma flecha atravessou o meio de sua asa, aquilo foi o fim, já estava fraca, possuía diversas feridas, aquilo foi demais para aguentar; Saphira desmaiou e caiu do céu em forma de pássaro, morreria literalmente como um animal, carregando a culpa pela morte de todos no acampamento.

Ela acordou novamente em forma humana no meio da floresta, os pombos estavam em volta dela, prontos para ajudar sua mestra, sentiu a ambrosia de seu cantil derramando, se adiantou e bebeu o resto do chão como pode, foi pouco, mas se recuperou o bastante para um ultimo vôo.

Não soube dizer quanto tempo ficou inconsciente nem quanto tempo demorou para voltar ao acampamento, mas quando viu que o ataque já havia acontecido foi direto para a Principia, então sua força sumiu, não teve certeza se atravessou a janela ou simplesmente colidiu com ela, só teve certeza que bateu em algo duro, apenas depois saberia que havia atravessado a janela e atingido a parede.





Quando ela terminou de contar sua historia, Annabeth e Reina olharam para ela como se ela fosse um cachorro ferido.

– Saphira sinto muito, foi por minha causa... – disse Reina, mas foi interrompida.

– Eu fiz o que tinha que fazer – disse Saphira tentando sorrir, porem ate mesmo seu rosto doía, precisaria de muito néctar e ambrosia – acho que vou demorar para conseguir um namorado. – disse ela passando a mão na cicatriz que cobria seu rosto, a visão do olho cortado estava voltando, porém a cicatriz ficaria em sua carne e pele para sempre.

– Você continua linda – garantiu Annabeth, ela parecia muito fragilizada com o relato.

– Vocês estão esquecendo do assunto principal – disse Saphira mudando de assunto, elas pareciam bem mais perturbadas do que ela, foi incomodo – o que faremos quando eles atacarem de novo? Já não teremos o poder militar para impedir, eles vão esperar que os romanos estejam contra os gregos.

– Podíamos tirar os gregos do acampamento – sugeriu Reina.

– Isso acabaria com nossa aliança e gaia venceria no fim – disse Saphira, ela sabia que normalmente não participaria das estratégias, mas agora parecia estar tudo diferente, a opinião dela era mais importante – e eles vão esperar que as cortes da legião estejam desunidas e lutando entre si, esse espião vai espalhar boatos virando corte contra corte, o que precisamos é de reforço.

A filha de Atena permaneceu em silencio analisando tudo, Saphira duvidava que os gregos fossem mandar uma legião para ajudar na batalha, e isso também não ajudaria, não na situação que se encontravam, isso seria tomado como uma guerra declarada.

– Podíamos levar todos os semideuses daqui para o acampamento meio sangue, unir ambos os acampamentos no “acampamento Greco-romano” para não sermos apenas aliados, podemos pegar o melhor dos dois mundos – disse Saphira.

– Isso não funcionaria, não agora, o que precisamos é recuperar a fé em nossa aliança, precisamos de apoio de mais meio-sangues e sei onde consegui-lo –disse Annabeth – Reina eu preciso que você aprove uma missão e preciso da ajuda de mais dois meio-sangues.


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Notas finais do capítulo

Bem, os reviews não aumentaram como eu queria, (na verdade eu perdi um leitor) o que me faz pensar que talvez a história não esteja tão boa quanto pensei, mas em comemoração ao meu 200ª review e as duas recomendações que recebi essa semana aqui está o cap.
Além de saber o que vocês acharam do capítulo queria saber se acham que um cap por dia força muito os leitores? Talvez esteja excessivamente rápido.
QUERO postar o próximo amanhã.



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