Capítulo 14 O Mistério – POV Frank

Frank estava lá, quando o Argo aterrissou no acampamento Júpiter, ele não sentiu medo, pois confiava em Percy, sabia que os gregos estavam vindo como aliados, amigos, ele apenas segurou forte a mão de Hazel e sorriu para a namorada, trocaram um rápido beijo, afinal tinha muito pouca privacidade.

Quando todos se reuniram Hazel parecia nervosa, Frank sentiu sua mão tremer, porém naquela hora achou que fosse a emoção de rever um antigo amigo, todos se saudaram, quando Annabeth beijou Percy ele foi um dos que tiveram a maior crise de risadinhas, estava feliz pelo amigo ter reencontrado sua alma gêmea.

Porém pouco a pouco durante a reunião do senado, ele percebeu que algo estava diferente em Hazel, ela parecia perturbada com algo, eles compartilharam um com o outro seus mais importantes segredos, ela literalmente carregava sua vida consigo o tempo todo, ele confiava nela, sabia que eventualmente ela lhe contaria.

Se despediram com um tênue “a gente se vê amanha”, ela estava diferente, distante, isso fez com que ele se sentisse perturbado.

No dia seguinte tudo havia sido tão confuso, a chegada de Eric, o relato de Percy sobre os três meio-sangue misteriosos, tudo era tão confuso, Hazel permanecia em silencio, mesmo quando eles montavam guarda nas portas da Principia, ela não disse nada, Frank não parava de se perguntar se havia feito algo, mas simplesmente não achava o momento certo de perguntar, não sabia como dizer.

Haviam de cara recebido a benção de Juno e viajado por horas, parecia haver uma parede entre ele e sua namorada, não deu importância a Eric ter chamado Juno de mãe, embora a maioria dos membros da quinta corte terem feito disso algo maior do que deveria.

A chegada no acampamento meio sangue foi o que ele esperava, a reunião com Quiron, ele simplesmente não ficou a sós com Hazel em nenhum momento, ele pôde ficar no chalé de Poseidon com Percy, não se sentia bem no chalé de Ares, as crianças do deus grego embora suas irmãs representavam um aspecto mais agressivo de seu pai, algo que ele não gostava.

Ele se sentou com Percy na mesa de Poseidon, seu avô pareceu não se importar, afinal ele não havia sido destruído, realmente não se importava muito com o jogo de caça a bandeira, nem com vencer as caçadoras, mas era a oportunidade perfeita de ter um tempo sozinho com Hazel que era o que ele realmente queria.

– Heróis! -Quiron chamou. - Vocês sabem as regras! O riacho é a fronteira. Time azul Acampamento Meio-sangue — devem pegar a floresta oeste. Caçadoras de Ártemis —time vermelho — devem pegar a floresta leste. Eu serei o árbitro e médico do campo debatalha. Nada de mutilações intencionais, por favor! Todos os itens mágicos estãopermitidos. Para suas posições!

– Hazel – ele segurou o braço da moça – eu tenho um plano, me segue.

E eles tomaram suas posições, ela olhava para ele intrigada, eles tomaram suas posições juntos, quando o jogo começou campistas correram para todo lado desordenadamente, mas ele e Hazel apenas esperaram.

– Você consegue criar um túnel até lá? Não acho que o melhor seja ir por cima, elas são caçadoras e estamos em uma floresta – não era bem esse o motivo de ele querer um túnel, queria privacidade, ficar sozinho com ela sem que a namorada desconfiasse – esse deve ser o motivo de elas estarem com tantas vitorias invictas, elas nos caçam como fazem dia apos dia ao lado de Diana.

– Frank... eu sou filha de Plutão eu não posso criar túneis... – começou ela.

– Hazel, no jogo de guerra do acampamento Júpiter você não simplesmente achou aqueles túneis, eu percebi você os criou, tenho certeza que você consegue, é só tentar. – ele quis parecer confiante, a garota concordou.

Ela se concentrou no que ela queria, e um buraco se abriu em sua frente, era mais espaçoso do que aquele que ela havia feito no acampamento Júpiter, eles entraram sem dizer nada.

Durante o jogo de guerra eles tinham a luminosa espada de bronze celestial para guiá-los, mas ali na escuridão eles não tinham nada, mas Hazel parecia saber para onde estavam indo, ela seguia direto sem desviar, em algum momento ele sentiu gotas de água gelada caindo do teto, deviam ter passado o lago, mas o túnel agüentou.

Foi quando ele achou que já estavam longe o bastante do inicio do túnel ele segurou no pé da garota, ela virou a cabeça para traz sobressaltada.

– Hazel, vamos parar um pouco – disse ele – preciso falar com você.

Ela parecia receosa, como se algo ruim tivesse acontecido, porém Frank sentia que fosse algo que ele tivesse feito de errado, não agüentaria ir para a batalha contra Gaia tento algo em mente que não fosse voltarem todos vivos.

– Hazel... você está esquisita desde antes de sairmos do acampamento Júpiter... meio distante... chateada, eu te conheço bem, sei que algo está errado – disse ele sério, foi uma sorte não conseguir ver o rosto dela, sentia que fosse mais fácil assim – eu fiz algo?

– A não Frank... é a coisa toda com o Nico... estou preocupada com ele – disse Hazel, mas ela estava mentindo, ele sabia ela sempre tremia ligeiramente a voz quando mentia, era algo que apenas podia notar.

– Hazel eu sei quando você mente – disse Frank, no ato ele se arrependeu do que disse, estava acusando sua namorada de mentir, mesmo ele sendo cabeça dura, sabia que isso não era coisa boa, a escuridão do túnel pareceu aumentar, mas sua namorada apenas ficou quieta.

– Frank... sim, eu estava mentindo, mas é que eu estou com medo – disse ela – não da missão... mas daquele garoto Leo Valdez...

Frank ouviu os relatos dela sobre Sammy Valdez, como havia percebido por ser filha de Plutão que Leo não era apenas um dependente de Sammy, mas também sua reencarnação, de como a fúria tinha confirmado tudo no templo de Plutão, ele ouviu em silencio.

– Frank, eu gosto de você, mas e se Sammy tiver voltado por mim? Sinto que devo algo a ele Frank, ele passou a vida sem saber de meu paradeiro, para ele eu fui sempre a sombra da vida que podíamos ter vivido, e se ele tiver voltado por mim? Eu gosto de você Frank de verdade mesmo... mas e se...? – ela não conseguiu terminar, ele sabia embora não pudesse ver seu rosto que ela estava chorando.

Ele a abraçou no escuro e passou a mão em seus cabelos cacheados e a beijou como se tivesse sido a primeira vez.

– Hazel eu estou aqui com você, não posso dizer que Leo não faça parte do seu futuro, talvez você deva algo a ele, porém sei que estou no seu destino também, você carrega minha vida com você – ele não tinha certeza se estava dizendo as coisas certas, então apenas abriu seu coração – meu destino e o seu também estão entrelaçados, eu pus fim aos seus apagões não pus?

E ela o beijou em retorno, ele finalmente soube que estava tudo bem entre eles, o clima começou a esquentar, ele começou a beijar o pescoço da garota, e então algo aconteceu, como se uma onda de energia negativa tivesse passado por ele, se sentiu fraco, como se sua tomada tivesse sido tirada.

Eles se separaram de imediato, o túnel começou a tremer.

– Hazel? Você também sentiu isso? Vamos para a superfície – disse Frank, ele estava assustado.

– Não consigo! O túnel não quer abrir! – a terra começou a desabar sobre eles.

– Eu também não consigo me transformar! – ele queria se transformar em algo que pudesse cavar uma saída, mas não conseguia – Hazel vamos cavar, acho que o túnel não agüenta, para cima!

Frank achou que aquele tinha sido seu dia de sorte, o túnel de fato desabou, mas eles estavam a apenas alguns centímetros da superfície, supôs que em algum momento depois de passar o lago o túnel tenha ido para cima sem que eles percebessem, se isso não tivesse acontecido, eles poderiam ter morrido.

A primeira pessoa que ele viu quando saiu do túnel após Hazel foi Percy.

– Isso sempre acontece aqui? – perguntou Frank assustado, nem mesmo o gigante Alcionel havia assustado ele tanto quando isso.

– Não... eu explico depois – disse Percy – Vamos!

Eles o seguiram e capturaram a bandeira, durante o discurso de Quiron todos pareciam alarmados, assustados, o lendário treinador de heróis havia dito a todos que era tudo alguma magia de algum membro do chalé de Hecate, mas Percy sabia a verdade.

– Percy...? – ele chamou baixinho, mas o filho de Poseidon lançou um olhar que dizia “agora não”.

Eles seguiram até o chalé de Poseidon e viram Thalia conversando com algumas caçadoras, Eric passou direto e foi falar com elas.

– Ele não vai! – disse Percy surpreso, Frank instintivamente olhou da crise de risos das caçadoras, do Eric sumindo em seu “véu da noite”, e do nada Crise de risos de Percy.

– Eu conto lá dentro, venham – disse Percy entrando no chalé.

Então Percy contou de como havia encontrado Eric durante o caça a bandeira, da conversa que tiveram, de como ele aparentemente tinha criado aquela situação complicada no acampamento, ele e Hazel olharam para o filho de Poseidon quando ele terminou.

– Haha o fato do Eric querer usar o vestido das caçadoras, combina com ele! – disse ele, Percy e Hazel acompanharam a deixa e caíram na gargalhada de novo, demorou alguns minutos para se recomporem.

– Percy... como você acha que ele fez isso? Acha que ele é filho de Hecate como Quiron disse? Bem isso se encaixa, ela é deusa da noite, dos cachorros e da magia, ele bem que pode ter causado isso com magia – disse Hazel.

– Não sei... conheço a conselheira do chalé de Hecate, e ela é simplesmente a mais poderosa filha da deusa da magia no acampamento e ela não pode fazer isso – disse Percy confiante.

– Percy... acho que Hazel pode ter razão, ele pode ser um filho não reclamado de Hecate ou algo assim – disse Frank tentando racionalizar.

– Não... eu estou apenas pensando nisso, mas eu acho que ele pode não ser filho de um deus olimpiano– disse Percy, pareceu meio sombrio.

– Não tem como ele não ser... – começou Hazel, mas o filho de Poseidon a interrompeu.

– Tem, desde a batalha contra Cronos os deuses estão presos a seus juramentos, eles têm que reclamar seus filhos, Hecate não é exceção, e Eric até agora não disse seu parente divino... acho que ele não sabe quem é pois ainda não foi reclamado... ou não quer contar por ser alguém... ruim... – disse o filho de Poseidon, Frank e Hazel morderam os lábios.

– De que divindade acha que ele é filho? – perguntou ele para Percy, Hazel olhou para os lados nervosa.

– Não sei... mas acho que eventualmente vamos descobrir, acho que temos que tomar cuidado com ele, por hora vamos supor que ele é um filho de Hecate e guardar isso em segredo até sabermos mais, não vamos espalhar que foi ele que puxou a tomada de todos no acampamento ou pode gerar pânico – disse Percy, ele e Hazel concordaram.

– Pode não ser um olimpiano... – Frank repetiu para si mesmo e pensando profundamente no assunto.