Shifts escrita por jéssica r


Capítulo 13
Capítulo XIII




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Capítulo 13

Cato

Ainda não sei como exatamente cheguei em minha casa naquela noite. Eram oito e meia da manhã quando acordei e vi os primeiros raios de sol do dia saindo pelas cortinas de meu quarto.

Ele estava como eu o deixara na noite anterior quando fugira de casa, a não ser por um Finnick cheio de marcas de bocas em batom vermelho em seu corpo. Ele dormia em um sofá perto do meu guarda roupa e parecia que não se mexeria nunca mais.

Eu cutuquei seu corpo quando me levantei, mas ele não teve nenhuma reação. Apenas quando o balancei ele virou o corpo para o outro lado, resmungou um pouco e me chamou de Annie. Finnick estava vivo.

Fui até o banheiro e tomei um banho. A água que escorria pelo ralo se misturava com tinta colorida e quando finalmente deixei que a água limpa escorresse pelo meu rosto tentei me lembrar da noite anterior. Foi mais fácil do que achei que seria me lembrar da pequena Moa, do rosto de Clove próximo do meu e do homem de terno andando pelo jardim.

Após isso me lembrei de eu e Finnick andando pelas ruas em direção a minha casa. Eu nunca me interessara por carros então nunca tirei a carteira. Finnick não tinha condição alguma de dirigir, então tivemos de deixar a picape onde Finnick a estacionara e fomos a pé para a casa.

Depois de fugirmos correndo da casa de Clove e andarmos o caminho até a minha casa (onde pelo caminho Finnick gritava e cantava nunca calando a boca) eu e ele  tivemos que pular a cerca de minha casa pois eu havia esquecido as chaves.

Eu passei meus braços pela água limpa do chuveiro e mordi meus lábios para não gritar e chamar atenção de ninguém. Eu me machucara ajudando Finnick a pular cercas e fazendo o mesmo seguinte, mas nem sentira nada na hora provavelmente por causa da adrenalina do meu corpo.

– Merda – Sussurrei quando estava vestido e sentado em minha cama fazendo um curativo de meia boca em meu braço.

Eu tomei um remédio contra dor de cabeça e enjoo junto de um copo de água na pia do banheiro e me deitei na cama novamente. Fechei os olhos e desmaiei segundos depois. Quando acordei ainda eram dez e meia da manhã.

Olhei para os lados e Finnick não estava mais ali. Acho que ele saiu de escondido porque se minha mãe visse alguém em casa comigo teria me chamado surtando e me proibindo de sair de casa até meus trinta anos.

– Mãe – Gritei quando desci as escadas até o primeiro piso da casa.

– Ei filho – Minha mãe apareceu com um enorme sorriso no rosto e um cesto com roupas em seus braços.

– Como passou a noite mãe?

– Ótimo. Muito, muito, muito bem.

Eu tentei não pensar em meus pais na mesma cama e aproveitando a noite como qualquer filho tenta o máximo possível não pensar nisso. Mas era meio óbvio que minha mãe tera passado uma noite de amor com meu pai. Por isso o sorriso no rosto, risos tolos e bochechas avermelhadas.

No começo foi meio impossível pensar em como meu pai arranjou tempo para fazer aquilo com minha mãe, porque ele geralmente não tinha tempo para nada a não ser o trabalho. Até o fato de ele arranjar tempo para respirar me trazia dúvidas.

– Mãe – Eu falei enquanto ela arrumava os cabelos – será que eu posso sair hoje depois do almoço?

– Claro.

Espere um segundo? Minha mãe falou que sim? Ela, minha mãe, que esta me protegendo de todo o mundo e principalmente das coisas que podiam me machucar tanto fisicamente, quando emocionalmente. Isso era um tipo de brincadeira?

Eu fingi almoçar na hora de meio dia com meu pai e minha mãe porque se colocasse qualquer coisa em meu estomago podre por causa de todas as porcarias que eu tomara na noite passada, sabia que tudo voltaria por minha boca.

Depois do almoço peguei meu celular, uma mochila cheia de roupas velhas e gritei para minha mãe que estava de partida. Ela não gritou nada de volta e quando vi já estava pedalando para longe em direção á casa de Clove.

Eu estava do lado de fora telefonando para seu celular que sempre caia na caixa de mensagens. O carro do Sr. Still não estava na garagem e tenho certeza que ele não deixaria a filha encrenca sair de casa por nada.

Forcei um pouco o portão que dava entrada para o jardim e não foi preciso muito para que ele se abrisse. Na verdade, o portão estava aberto e até tinha uma pequena chave no mesmo. Havia alguém em casa.

– Clovely – Eu gritei em direção as janelas, mas ninguém pareceu responder.

Encontrei algumas pedrinhas na terra do canteiro de flores do jardim e senti seu peso. Elas eram boas para tacar sem quebrar nada. Taquei uma em uma janela, mas nada. Depois outra e uma terceira.

Quando estava pronto para jogar a quarta Clovely apareceu em uma janela. Ela sorriu e fez com o dedo indicador na boca que eu fizesse silêncio.

– Pelo menos me deixa entrar – Murmurei um pouco alto e olhando para trás ela vez um sinal com a mão para que eu esperasse.

 Fiquei quase quinze minutos esperando que ela abrisse alguma porta e já estava cansado de ficar ali em pé esperando igual um bobo. Fui até a porta dos fundos e ela estava trancada, a porta principal e a mesma coisa. Todas as portas estavam trancadas.

– Cato – Eu escutei sua voz e voltei para de baixo da janela – estou trancada.

– Você não tem nenhuma chave extra?

– Se estou trancada é porque não tenho chave alguma aqui. Meu pai deve ter levado todas. Apenas as janelas estão abertas.

– Eu entro por elas.

– Não sei como. São muito altas, você vai se acabar se machucando se tentar subir por uma.

– Espera um instante – Eu falei olhando para uma das árvores do nada modesto jardim dos Still – acho que tive uma ideia.

– Não você vai se machucar, não faça isso.

Clovely sussurrada morrendo de medo que algo acontecesse comigo, mas eu já estava na metade da árvore. Eu nunca tera aprendido com meu pai a escalar árvores pela sua ausência então tive que aprender sozinho.

Eu me machucara centenas e milhares de vezes subindo-as, mas acabei pegando o jeito quando comecei a crescer e ganhar mais maça muscular.

– Tudo bem, vai com calma – Clove falou quando cheguei na frente da janela onde a enxergava momentos antes.

– Pronto.

Clove pareceu relaxar muito o corpo ao ver que eu estava vivo em sua frente. Eu estava estava completamente vivo e feliz por estar ali com ela e sem garotos bêbados ou pais chatos demais.

– Oi.

– Oi.

Eu olhei para o nosso redor segurando minha mochila nas mãos e enxerguei melhor o espaço. Parecia ser uma sala de vistas ou algo assim, mas que agora estava sem moveis algum e toda pintada de colorido.

Havia quatro latas de tinta acrílica no chão e rolos de variados tamanhos em seu lado. Clovely estava começando a pintar as paredes, então as roupas velhas que eu trouxe talvez servissem para algo.

– Eu falei que viria te ajudar ontem lembra?

– Sim – Ela falou balançando a cabeça e dando um sorriso.

– Está limpando as paredes?

– Sim, estou. Mas eu nem comecei ainda.  

– Acho que você vai precisar disso então – Falei abrindo minha mochila em meus pés e jogando todas as roupas velhas pelo chão.

– Roupas antigas?

– Sim.

– Bem pensado. Eu vou ao banheiro trocar as minhas e volto logo.

Clove falou pegando uma camiseta duas vezes maior que ela de dentro da mochila. Eu tirei minha camisa e peguei outra mais rasgada de dentro da mochila. Ela tinha o símbolo do time de futebol da escola na frente e ficava um pouco apertada nos ombros.

– Acho que agora eu sou finalmente uma tigre – Clove falou quando voltou com a camiseta igual a minha mas maior e batendo nos joelhos. Falando em tigre ela se referia a o mascote do futebol americano.

– É, acho que sim.

– Olha a gente tem de pintar essas duas paredes e mais uma em outro quarto tudo bem?

– Tudo antes de seu pai chegar do trabalho.

– Isso mesmo.

Nós começamos o trabalho com a tinta branca nas paredes do quarto. Clove pintava uma e eu pintava a outra. Nós fomos conversando sobre diversas coisas. Ele me contou como seu pai evacuou a casa, como gritou com ela madrugada a fora por duas horas e meia e seus eternos castigos.

Nada de telefonemas, festas, sair finais de semana ou qualquer coisa que envolvesse se socializar com outras pessoas. Clove devia seguir suas regras por quatro meses e em menos de doze horas, eu e ela estávamos desobedecendo mais ou menos umas cinco.

Isso que é rebeldia Senhorita Still!

– Nossa ele pegou duro com você – Falei pintando porcamente a parede em minha frente.

– Sim.

– Mas você se arrepende de ter dado a festa?

– Nem um pouco – Clove falou rindo e eu ri também – Quer dizer, eu não me divertia assim á anos.

Acho que Clove estava começando a entrar no ritmo da Califórnia. Ela estava mudando e eu acho que não sou o único a notar isso. As suas roupas estão melhores, continuam simples, mas ela parece estar mais misteriosa e com mais confiança do que a garota que eu conhecera á alguns meses atrás e que gaguejava por tudo.

– Você é horrível nisso – Clove falou colocando seu rolo na parede na qual eu estava pintando. Na verdade aquilo não era bem pintar já que eu apenas havia feito uma carinha triste na parede enquanto Clove tinha a sua parede pronta.

– Desculpe se eu gosto de carinhas tristes.

– Você é uma criança grande Cato.

– Eu gosto de pintar igual a crianças só isso. Não é quebrar nenhuma regra – Falei debochado para ela.

– Eu sou uma santa, a filha perfeita e que não dá festas – Clove falou olhando para mim e rindo. Obviamente ela estava se referindo ao jeito que todos enxergam ela e que ela não é mais. Sim, definitivamente Clovely estava mudando.

Eu coloquei um pincel na lata de tinta ao lado dos meus pés e pintei a ponta do nariz de Clove. Ela rio e murmurou algo como “filha da mãe” e passou o rolo dela em minha roupa.

Eu molhei mais uma vez o pincel na tinta e joguei em Clove. Ela abriu a boca em um grande “o” espantada e passou o rolo dessa vez em minhas costas. Eu coloquei minhas mãos na lata de tinta e joguei o liquido em seu corpo.

E ai foi o começo de uma longa guerra de tinta. Clove corria pelo quarto e eu jogava tinta nela, ela revidava e nós nos divertíamos assim. Meu corpo estava mais branco que o de Clove e seria covardia perder para uma garota.

Eu peguei a lata de tinta e joguei o resto de liquido na cabeça de Clove. Ela começou a rir e pegou mais uma lata de tinta, colocou as duas mãos dentro e jogou todo o liquido em mim.

Clove correu e eu corri atrás dela. Quando finalmente consegui a pegar (ela é muito pequena, mas muito rápida) ela colocou os braços contra o corpo e eu a segurei por trás. Clove ria igual uma criança pequena.

Ela finalmente se virou para mim com o rosto todo rabiscado de tinta branca e a metade dos cabelos da mesma cor. Ela sorria para mim e eu sorria de volta. Clove começou a fitar o meus olhos e ali estava mais uma chance de eu beija-la.

Eu comecei a chegar mais perto e mais perto. Clove dava passos para trás de propósito rindo. Ela correu mais um pouco e quando eu não aguentava mais porque estava cansado demais por causa da noite passada, parei e joguei meu corpo para frente me segurando nos joelhos.

– Ganhei – Clove gritou rindo e jogando os braços para cima.

– Acho... acho... acho que sim – Falei sem fôlego algum.

Clove se esticou pegando minha mochila e uma pequena blusa dentro da mesma. Ela se aproximou de mim e eu levantei meu corpo que ainda ofegava muito. Clove começou a limpar meu rosto e me fitar daquele seu jeito misterioso novamente.

– Você quer...

– Sim – Gritei me aproximando para a beijar.

– Então tudo bem, vamos comer se você está morto de fome.

Droga! Eu jurava que ela iria perguntar com sua voz de menina “Você quer me beijar Cato?”. Estou com fome Clovely, mas não de comida.

Acho que Clove era que estava com fome porque ela correu até a cozinha e começou a preparar alguns sanduiches. Eu aproveitei para tentar me limpar um pouco e ver se toda aquela tinta branca sairia do meu corpo de forma fácil, porque a de noite passada não foi tão fácil assim.

– Eu estava morrendo de fome – Clove falou colocando dois pratos com sanduiches na bancada onde eu estava sentado. Ela colocou dois copos de suco também e depois se sentou em uma banqueta.

– Parece que sim.

– Engraçadinho – Mas Clove comia com muita vontade. Acabou até preparando mais dois sanduiches para nós.

Enquanto ela arrumava os sanduiches eu tirei a camiseta para ver como estava o meu braço. Joguei a camiseta em uma das michas coxas e olhei o curativo. Ele estava muito ruim. Ele era basicamente feito de uma espécie de pano que achei em meu banheiro que parecia esterilizado e esparadrapos. Estava muito feio, eu não tenho jeito algum para isso de certeza.

– O que houve com seu braço? – Clove falou arregalando os olhos e colocando os dois pratos na bancada e indo até meu braço.

– Não foi nada. Apenas um arranhão... ai... ai – Comecei a gritar quando Clove tirava os panos.

– Espera, eu vou arrumar isso para você.

E ela realmente arrumou e muito bem. Primeiro limpou com alguma coisa que eu não sei o que era mais que refrescou meu braço, depois colocou algodões e panos protetores que foram fechados com esparadrapos menores. Ficou com uma cara bem mais bonita.

– Pronto, agora está legal.

– Obrigada. Clove será que você pode me emprestar uma camisa? – Perguntei a Clove que finalmente pareceu perceber que eu estava sem uma camiseta e que ela apertava meu braço a um bom tempo.

– Cla... cla... claro – Ela gaguejou e eu comecei a ri.

Foi ai que meu começou pareceu ter parado por alguns segundos. A porta começou a fazer um barulho junto com barulho de chaves e pingentes pendurados na mesma e chacoalhando.

Uma garota um pouco mais velha que eu, loira e com saltos e uma roupa bonita do tipo de escritório entrou com uma bolsa e papéis em suas mãos. Ela parecia algum tipo de estagiaria toda  enrolada e que precisava de ajuda. E ela era uma bonita estagiaria, uma bonita estagiaria e com um corpo ótimo.

– Ah, oi – A garota falou quando nos viu.

– Oi – Clove falou agora séria – o que você está fazendo aqui?

– Seu pai me mandou pegar umas coisas aqui e...

– Meu pai? Meu pai deu a chave da nossa casa para você?

– Não é que...

– Espera. Você fez uma copia para você?

– Também não.

Clove estava ficando vermelha, mas diferente de como geralmente ficava. Seu rosto estava vermelho, seus braços estavam vermelhos e até suas pernas pareciam tremer e ficar mais vermelhas que o normal.

– Espera – Me intrometi com a intenção de ajudar – ela deve ter algum motivo.

– Obrigada amigo gatinho da Clove – E ele piscou para mim. Nossa – e sim, eu tenho meus motivos.

– E quais são? Arrombar minha casa e fazer uma limpa? – Clove gritou cerrando os punhos com força.

– Não, não é isso que você está pensando eu nem estou fazendo algo errada.

– Ah, você jura Shirley?

Shirley? Aquela era a Shirley a mais nova secretária do pai de Clove? Glimmer havia comentado comigo algo parecido, mas eu não cheguei a prestar muita atenção além da parte de que Clove a odiava. Eu estava a imaginando como uma velha feia ou alguém que reclama de sua bagunça o tempo inteiro.

O porquê Clove tem tanta raiva de Shirley é meio que óbvio. A garota é simplesmente perfeita, cabelos loiros, os olhos de um marrom e amarelo admirável e com uma cara de super inteligente. O problema, tirando o fato de Clove não ter olhos estranhos e não ser loira, é que ela é tudo aquilo, mas apenas não se enxerga dessa forma.

– Esperem um segundo. Você não estava com um super castigo?

– Isso não é de sua conta – Clove abaixou a voz ao falar e olhou para a ponta dos pés ainda com muita raiva.

– Ah sim, você está e seu pai não sabe que ele está aqui.

A loira piscou um dos olhos para mim e eu acho que acabei corando. Ela se aproximou e estendeu o braço rápido pegando um sanduiche em um dos pratos. Tomou um longo gole rápido de meu suco com pressa e voltou a pegar sua bolsa e a papelada.

Ela aparentava ter um pouco mais de vinte anos, mas era baixinha como Clove, apenas o sapato alto fazia com que crescesse uns poucos centímetros a mais a deixando com um ar de mais velha.

– Você vai contar para meu pai não é?

– Ainda não sei exatamente. Você acabou de dar uma festa enorme que todos os jovens estão falando por ai e não fez nenhuma questão de me convidar, não sei se devo guardar o segredinho de vocês.

Clove respirou fundo fechando os olhos e voltou a encarar Shirley. Ela começou a arrumar a pilha de papeis em sua mão não dando bola para Clove. Se Shirley contasse ao pai de Clove sobre eu ali em sua casa, nós dois estaríamos encrencados porque eu não era a melhor companhia para Clove e nem ela para mim.

– Tudo bem – Pareci escutar o corpo de Clove relaxar – Desde que você não conte ao seu pai que eu tenho a copia da chave da casa de vocês. Quer dizer, eu tenho faculdade e dois estágios. Esquecer coisas na casa dos patrões e mais normal do que você pensa nessa correria.

– Tudo bem.

– Ótimo – Shirley tirava um celular da bolsa e o teclava junto das chaves que chacoalhavam em suas mãos – E só mais uma pergunta... como você conseguiu um garoto desses?

– Tchau – Eu falei enquanto Clovely se virava para mim com uma cara de raiva que parecia que iria explodir em qualquer momento.

Shirley rio alto e junto de suas coisas saiu da casa trancando a porta. Clove foi até a pia da cozinha depois de recolher os copos, os talheres e os pratos. Ela não falou uma palavra se quer.

– Eu a odeio – Ela finalmente falou quando se sentou na banqueta a minha frente.

– Eu pude notar.

– Não, mas eu a odeio de uma forma que eu nunca odiei alguém em minha vida.

– Posso ser sincero com você?

– Sempre.

– Acho que você tem é um pouco de inveja dela.

– Que? Eu? Inveja de Shirley? Aff... nunca!

– Sei.

Eu sorri olhando para baixo e quando vi o relógio em meu pulso não notei o quão rápido as horas estavam se passando. Já eram seis da tarde e a qualquer momento o pai de Clove chegaria ou minha mãe surtaria na linha do telefone me ligando.

– Eu tenho que ir.

– Já?

– Por quê? Você quer que eu fique?

– Não.

– Então por que o “já”? Do tipo “por que você não fica mais um pouco, é tão bom estar com você”? – Falei dando um largo sorriso.

– Quer sair comigo garoto?

– Hã?

– Tipo sair comigo. Algo além de tinta, ou paredes, ou secretárias gostosas.

– Você acabou de admitir que Shirley é gostosa se você não notou Clove.

– Que?

– Nada. Sim, eu vou sair com você Clove.


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Notas finais do capítulo

etm. do latim: amororis
s.m. afeição viva por alguém ou por alguma coisa. sentimento apaixonado por outra pessoa. inclinação ditada pelas leis da natureza: amor materno, filial. paixão, gosto vivo por alguma coisa.sentimento de adoração de um grupo de pessoas ou de alguém em específico por um ideal real ou abstrato. pessoa amada. zelo, dedicação.
OU O QUE EU SINTO POR VOCÊS (PARA SABER O PORQUÊ, O QUE ESTÁ MAIS DO QUE CLARO, ME MANDE UMA MP) ♥