Novamente Herói. escrita por cabeçadealgas


Capítulo 19
Então um bom show eles terão


Notas iniciais do capítulo

Pois é, demorei a postar e eles estão curtos e blá blá blá
Mas deixa eu explicar. Eu to com uma ideia na cabeça para essa fic, só não to sabendo chegar até lá. Eu gostei muito da ideia, acho que vocês vão gostar tbm.



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Chegar à clareira foi difícil. Katniss podia ser leve, mas eu tinha que desviar das árvores que estavam caídas no chão e tomar cuidado para que a perna de Kat não batesse em nada.

                        Durante todo o trajeto fiquei nervoso. Eu havia deixado as duas sozinhas e agora as chances delas terem morrido eram enormes. Dois tiros de canhões! Um para cada. Katniss parecia tão nervosa quanto eu, provavelmente se culpando.

                        A clareira estava deserta. Várias árvores haviam caído no chão, apagando nossa fogueira e destruindo nossos poucos mantimentos que estavam empilhados. Coloquei Katniss no chão e comecei a procurar por Rue e Glimmer, mas nem sinal delas.

Elas poderiam estar mortas e aerodeslizadores já terem tirado seus corpos. Ou então, ao terremoto começar, elas podem ter fugido. Era o mais provável, porque as mochilas não estavam ali. Na pressa devem ter deixado a comida, mas levado o que estava ao alcance delas. Rue era rápida e não se deixaria ser pega por arvores. O que me preocupava mais era Glimmer. Por mais que tivéssemos conseguido a pomada para sua perna, a cicatriz ainda era rosada e poderia facilmente se abrir.

Katniss estava sentada no chão, com os olhos atentos em mim, enquanto eu vasculhava em baixo das árvores e no perímetro da clareira. Então uma coisa me veio na cabeça:

- Podem ter sido Cato e Clove. Ou então a menina do 5 e o garoto do 11. Por que não?

                        Aparentemente, Katniss não havia pensado nisso. Seu rosto se iluminou com a possibilidade e eu continuei falando:

- Pensa comigo: Rue e Glimmer devem ter fugido quando o terremoto começou. As mochilas não estão mais aqui.

- E os mantimentos podiam estar muito longe na hora que elas precisaram sair. – Katniss falou, com um sorriso no rosto.

- Sim! – concordei, sorrindo também. – Não voltaram para cá porque, quem sabe, uma está ferida. Ao ouvirem os dois canhões, podem ter pensado que significavam a nossa morte, assim como pensamos que significava a delas.

                        O sorriso de Katniss se alargou mais ainda, mas então ela ficou séria.

- Percy, não é possível. A única outra dupla é Cato e Clove. A garota do cinco e o do 11 não são uma dupla. Os canhões soaram juntos.

- Por quê? Por que não podem ser uma dupla? Eu me juntei aos carreiristas para te ver viva. Por que eles não se juntariam? – perguntei bastante esperançoso, um pouco até demais. Pelo que vi da entrevista do 11, ele não fariam nenhuma dupla. A garota do 5 não era muito diferente. Se ela quisesse, ganharia aquilo tudo numa boa. Ela era esperta. Muito esperta.

                        Certo, eu estava sendo otimista demais. Eu já tinha perdido muitas pessoas na minha vida, não queria perder mais essas. Desde que nasci eu vi coisas estranhas e sem sentido. Quando completei 11 anos e descobri o porquê, minha vida se complicou mais ainda. Vi vários amigos meus caírem em batalha. Vi amigos meus se sacrificando para que eu pudesse vencer. Eram tantos “adeus”, e eu não queria mais esses. Eu faria de tudo para salvar Rue e Glimmer. Tudo que estivesse ao meu alcance.

                        Mas, por ora, eu precisava cuidar da perna de Katniss. Ela não iria longe assim. Mas o osso estava, com certeza, quebrado. Não seria uma pomada que ajeitaria isso. Tudo que eu precisava era um pedaço de ambrosia, mas isso era impossível. Além de ser mortal, não achava que existia isso lá. Os deuses ainda existiam nesse lugar? Se existiam, por que deixaram isso acontecer?

                        Os deuses existem, Perseus. Não deixamos que isso acontecesse. Os humanos deixaram. Nesse lugar, nosso poder é limitado. Com o passar do tempo, até mesmo nossos filhos deixaram de acreditar em nós. Com isso, nosso poder diminuiu. Eu tenho tanto controle sobre esse lugar quanto você tem.

                        A voz de Hera falou dentro de minha cabeça. Depois de que cheguei aqui, até mesmo Hera parecia acolhedora para mim. Olhei para Katniss. Lágrimas escorriam por seu rosto, mas eu duvidava que fossem de dor. Sentei-me ao seu lado e passei um braço ao redor de seu ombro. Ela se acomodou no meu ombro e começou a chorar desesperadamente.

- É-é minha c-culpa – Katniss falou entre soluços.

- Não, não é. A culpa não foi sua. – falei. – Elas estão bem. – Bom, essa ultima parte soou mais como se eu estivesse tentando me convencer disso. Para falar a verdade, foi exatamente isso que aconteceu.

- Se eu não tivesse saído e...

- Katniss, chega. Vamos encontrar as duas. Você é a garota mais forte que eu já vi, mostre isso ao publico. Elas podem estar gravemente feridas, mas enquanto estiverem na arena, ainda há chance. – eu a interrompi. Sabia que a capital não estaria mostrando essa cena. – A capital quer ação. Eles querem um bom show. E é exatamente isso que nós vamos dar.

                        Fiquei em pé e olhei para o céu:

- Um pouquinho de ajuda cairia bem. – falei.

                        Katniss me olhou como se eu fosse o garoto mais doido que ela já tinha visto. Mas, se arrependeu ao ouvir o “bipe bipe” que o paraquedas prateado fez ao surgir do céu. Quando ele estava bem perto de mim, estiquei a mão e peguei. Com rapidez, abri.

                        Lá dentro estava algo que fez com que minha boca se escancarasse.

- O que é? – Kat perguntou.

                        Um pedaço de ambrosia. Hera estava maluca? Ela queria que eu desse ambrosia para uma mortal? Justamente a mortal que eu jurei proteger com a minha vida? Seria uma morte indolor, claro, e melhor que uma morte com uma faca na barriga, mas mesmo assim. Retiro totalmente o que disse sobre você ser acolhedora pensei. A resposta veio mais rápido que eu pensava, mas, para minha surpresa, não foi a voz de Hera:

                        Filho, confie em mim.

                        Olhei para Katniss, que parecia mais pálida que nunca, depois olhei novamente para a ambrosia. Eu sabia que podia me arrepender disso, mas naquele momento tudo que eu queria era salvar Kat. Peguei a ambrosia e quase dei inteira para ela, mas me lembrei que em excesso causaria morte até mesmo para semideuses. Peguei um pedaço pequeno e coloquei na mão de Katniss:

- Come.

                        Ela colocou o pedaço mínimo na boca e ficou pálida. Seu rosto começou a ficar cada vez mais pálido, até que chegou ao ponto de estar quase verde. Eu estava perplexo demais. Meu pai nunca havia feito nada que me prejudicasse. Ele me traiu? Eu corri até Katniss e a abracei. Quando soltei e olhei, ela estava perfeitamente normal. Parecia até mais bonita que no dia da entrevista com Caesar.

                        Katniss sorriu para mim e pediu ajuda para levantar. Primeiro eu mesmo fiquei em pé e então estiquei a mão, que ela agarrou. Não precisei fazer mais nada. Ela usou minha mão como apoio e então ficou em pé. Aquilo era impossível. Observei enquanto ela mexia a perna e ria. Será que isso era mito? Esse negócio de mortal comer ambrosia?

                        Mito? Você também pensou que os deuses fossem um mito.

                         A voz de meu pai falou em minha cabeça. Se isso não era um mito, então... Katniss era uma semideusa. Pensei nos possíveis pais de Katniss. Ela tinha uma mãe, isso eu sabia. Cheguei a conclusão que só podia ser Apolo. Ela sabia que era? Ou eu estava ficando maluco e aquilo não se passava de um sonho?

- Então, um bom show eles terão. – a voz de Katniss interrompeu meu devaneio.


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Notas finais do capítulo

E aí?