After Midnight escrita por Liz P


Capítulo 1
you are driving me crazy


Notas iniciais do capítulo

oi
espero que gostem dessa one.
se possivel olhem o clipe After midnight do blink 182 o qual deu a ideia para essa fic.
bjoosss
Obs: tava morrendo de saudades de vocês



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            Eu vivo na ala psiquiátrica do único hospital existente em Forks, e aqui novidades são sempre bem-vindas.

Desde os meus 17 anos que eu não vejo o mundo lá fora, isso foi quando eu tive uma crise de sei-lá-o-que fazendo com que minha família achasse que era melhor pra minha sanidade – e pra deles também - me internar aqui, acho que para se livrar do peso morto que acabei me tornando.

Como você pode imaginar eu não pude aproveitar minha adolescência, tive apenas uma namorada quando tinha uns 15 anos, mas nada que passasse de uns bons beijos e amassos.

Hoje, com 24 anos, o hospital se tornou minha casa e todos que aqui trabalham são de certa forma minha família - visto que minha real família me visita uma vez por ano, sem exageros.

Os dias aqui se passam devagar, nada é muito convidativo e muito menos diferente, é sempre monótono e igual. No começo, quando eu fui internado, todo dia para mim era um pesadelo, com todos aqueles doentes gritando e tendo crises, com todos aqueles médicos correndo pra lá e para cá enquanto carregavam a força pacientes que gritavam coisas desconexas e tentavam se soltar... Até cheguei a pensar que aqui não era meu lugar, que tudo que eu fiz para ser internado foi algo normal, algo da adolescência, mas uma série de acontecimentos violentos e machucados que sempre vem após um acesso de raiva ou de tristeza me mostraram que aqui era sim o meu lugar.

Ontem mesmo foi a confirmação disso, após alguns pensamentos violentos e desconexos que me deixaram com raiva de algo que até agora eu não consigo distinguir, eu havia me ferido. Não lembro muito bem como aconteceu, mas logo após acordar – com vários médicos em minha volta com seringas cheias de tranquilizantes e com expressões preocupadas – eu estava com o canto da sobrancelha cortado. Não era nada de mais comparado aos outros ferimentos que eu já provoquei a mim mesmo, mas da próxima vez tentarei me controlar, não posso deixar que pensamentos me atingissem de tal forma. Eu não queria ser um perigo para mim e para outras pessoas.

Deixando a parte tocante de lado, vamos à minha apresentação, apesar de odiar fazê-la é necessário se eu quiser contar minha história a vocês.

Meu nome é Edward Cullen, tenho 24 anos, moro há sete anos no hospital de Forks, e hoje eu vou contar a vocês a melhor noite da minha vida.

 Tenho 1,89 de altura, olhos verdes e cabelos acobreados que estão sempre desarrumados embora eu meio que tente ajeitá-los, não sou um cara muito animado, meu carisma se perdeu com o tempo, mas isso não deixa as enfermeiras desse lugar desencorajadas ao me cantar enquanto esfregam seus peitos em minha cara dia após dia.

            Eu estava na área de convívio com outros pacientes do hospital, jogando uma caneta distraidamente para cima, sendo interrompido pela enfermeira com o meu remédio, que fiz questão de ignorar.

            Isso só me fez desviar o olhar para a mais nova paciente dali, ela havia chegado há uns três meses, seu nome era Isabella, mas todos a chamavam apenas de Bella. Ela tinha belos olhos castanhos na qual a cor se assemelhava a chocolate derretido, seu cabelo era repicado e tinha uma cor castanho mogno. Era impossível não expressar um pequeno sorriso enquanto olhava para ela observando a chuva cair pela janela.

            Naquela noite, após sermos levados para nossos quartos, esperei que o enfermeiro responsável pela vistoria fosse embora e me dirigi ao quarto dela. Não pensei muito antes de fazer isso, até porque eu não tinha motivos ao fazê-lo, era só instinto, era quase uma necessidade ficar perto dela, e assim eu fiz.

            Andei pelos corredores procurando pela porta na qual seu nome estava, logo que encontrei bati na mesma sem pensar duas vezes e logo sua voz doce me convidou a entrar.

            E lá estava ela, deitada na cama enquanto lia algum livro que eu não consegui ver o titulo, estava muito ocupado admirando a bela visão da mulher a minha frente. Ela parecia tão frágil, tão absorta...

            - Bella? – chamei meio tenso, esperando que ela fizesse um escândalo ao me ver em seu quarto, ou que ela nem ao menos soubesse meu nome. Mas contrariando todas minhas expectativas – felizmente – ela somente desviou a atenção do livro e me olhou com um vinco na testa, como se estivesse curiosa de meus motivos para lá estar. Motivos que nem existiam.

            - Edward? O que faz aqui? – perguntou.

            - Nada, eu só... – comecei, bagunçando meus cabelos em sinal de nervosismo, aliás, eu nunca tinha estado com uma garota desde os meus 15 anos, muito menos sentido necessidade de estar com uma. – Bem, você quer dar uma volta? – ela sorriu, deixando o livro de lado e calçando seus tênis. Logo ela estava ao meu lado andando pelos corredores, recebendo olhares estranhos dos outros pacientes que provavelmente se perguntavam o que estaríamos fazendo juntos e sozinhos àquela hora. Na verdade ninguém sabia, nem mesmo eu.

            Corremos por vários corredores enquanto riamos, quase fomos pegos por dois seguranças, mas sem se importar muito eu e Bella continuávamos falando e rindo, enquanto Bella elaborava vários planos doidos como o de “botar o terror no hospício” e eu estava adorando suas ideias, essa em particular. Logo chegamos à recepção, onde eram guardados vários arquivos, inclusive os nossos, e lá era onde o “terror” começaria. Naquele momento eu parecia um adolescente que vai para sua primeira festa escondido dos pais, era tudo tão empolgante.

            Subi no balcão onde ficavam alguns computadores e procurei nos armários a fixa de Bella, não que tivéssemos algum motivo, só queríamos fazer uma tremenda bagunça no local.

            Após procurar em algumas pastas que continham a fixa de outros internos, estas quais eu descartava e jogava-as no chão fazendo a maior bagunça eu achei a dela, nesta havia uma pequena foto onde Bella fazia uma pequena careta.

            - Deixe-me ver Edward! – ela “sussurrava gritando” – Deixe-me ver Edwaaaaaaaaaaard! – eu somente ria enquanto andava pela mesa branca, fugindo de seus braços que queriam agarrar minhas pernas.

            - Pronto! Aqui está sua fixa, apressadinha! – ri entregando-lhe a mesma e vendo sua expressão atônita enquanto tentava lê-la. Ela não pareceu muito feliz com o que via - talvez pelo fato de que em uma dos tópicos de sua descrição estava escrito um SUICIDA bem grande, com letras vermelhas e em negrito (pelo menos nesse aspecto não éramos tão diferentes) - e logo após mais alguns segundos olhando ela rasgou a ficha sem dó nem piedade.

            Saímos dali e nos dirigimos à ala B, enquanto riamos e olhávamos por nossos ombros a bagunça que havíamos feito, logo avistamos uma maca no corredor. Não foi necessário palavras, só nos olhamos e logo Bella estava acelerando o passo e subindo em cima da mesma enquanto eu a empurrava pelos corredores e ela rasgava alguns prontuários médicos. Às vezes escorregávamos no linóleo, tanto eu como ela, mas o som predominante era o de nossas risadas. Não nos preocupávamos mais em fazer silêncio, até porque a ala B estava completamente vazia.

            Brincamos com cadeiras de rodas no ambulatório, corríamos atrás do outro num pega-pega divertido, girávamos nas cadeiras com rodinhas e nos enrolávamos nas cortinas.

            Chegamos à sala de convívio, onde brincamos de “colar” letras de EVA um no outro, como duas crianças retardadas. Nós não precisávamos conversar naquele momento, só nossas risadas já falavam por nós. Era bom estar com ela, era realmente bom!

            Bella se vestiu de médica, fazendo-me sentar em uma cadeira com seu ar mandão e ficou batendo em meu joelho com aquele martelinho até cansar, quase quebrando minha patela algumas vezes com a força exercida. Eu só conseguia sorrir, como o bobo que era diante de sua beleza e graça. Depois de algum tempo ela decidiu ouvir meu coração, ficava mexendo aquele estetoscópio por todo meu peito enquanto olhava em meus olhos.

            - Lindo... – A ouvi sussurrar. Meu coração inflou e eu a puxei para um abraço, depositando um beijo em sua testa enquanto ouvia um suspiro sair de seus lábios, sorri torto com isso. Achei que Isabella seria o meu fim.

            Bella tirou o jaleco branco e logo estávamos aprontando novamente. Peguei um isqueiro que havia encontrado junto da ficha de algum paciente antes e acionei o alarme de incêndio, deixando-nos encharcados em poucos minutos pelo fino chuvisco que começou a cair. No inicio, Bella até tentou se proteger, mas foi em vão. Sua risada preenchia o ar ao meu redor.

            Travamos uma batalha com os remédios encontrados em uma sala que estava aberta, ela jogava alguns potes de comprimidos em mim enquanto eu os abria e tacava-os nela.

            Na piscina ficamos mergulhando durante algum tempo. Houve uma hora que pensei que iríamos nos beijar, estávamos tão próximos que eu podia sentir sua respiração batendo em meu rosto molhado, quando me aproximei mais ela simplesmente mergulhou, fugindo de meus braços. Talvez eu tenha me precipitado...

            Fomos, então, a quadra de basquete, sua mão aquecendo a minha durante o caminho, jogamos um pouco e ai foi quando os seguranças apareceram. Saímos correndo, e conseguimos despista-los, acabando no telhado do hospital.

            O dia estava amanhecendo e embora tivesse algumas nuvens parecia que ia ser um belo dia de sol, raro para a cidade; fomos até a mureta do prédio e olhamos o sol por alguns segundos até que ela me beijou.

            Meu mundo parou naquele momento. Tudo que eu sentia era ela e seus lábios nos meus. Seu gosto e textura inacreditáveis, me deixando sem ar. Suas mãos remexiam meu cabelo e nuca, eu nunca havia sentido nada como aquilo. Meu coração estava disparado, eu suava, borboletas voavam pelo meu estômago desesperadamente. Tudo isso em apenas alguns segundos de contato.

            Quando nos separamos, o sol batia levemente em seu rosto que estava um pouco corado, deixando- a mais bela, seu cabelo adquiriu um brilho avermelhado. Eu sorri torto acariciando suas bochechas e dei um beijo suave em sua testa. Naquele momento eu percebi que Isabella Swan seria sim o meu fim, mas também seria o meu recomeço.

            Ficamos ali nos olhando, e uns dois minutos depois, os seguranças nos acharam e acabamos sendo levados para os nossos quartos, mas sem nunca para de rir.

            - Vocês fizeram uma bela bagunça hein, meu jovem? – um segurança me falou.

            - Foi a melhor noite da minha vida, não a chame de bagunça. – eu sussurrei pensativo fazendo o rapaz rir.

            - Se é assim, então vão em frente, vocês também tem direito de serem felizes.  – disse-me enquanto me deixava em meu quarto e fechava a porta. Eu normalmente odiava ficar trancado, mas no momento não me importei, ainda podia sentir o toque dos lábios dela em mim e o sorriso bobo não saia do meu rosto.

            Ao que parece depois de vários anos eu finalmente encontrei alguém para mim, mesmo estando em um hospital na ala psiquiátrica, o amor foi capaz de me achar e agora aqui estou eu, perdidamente apaixonado pela garota que proporcionou a melhor noite à minha vida, até agora.


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Notas finais do capítulo

quero muitosss comentários
até uma próxima!!