(http://weheartit.com/entry/35788244).(http://weheartit.com/entry/35788251)

Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna.

Stratford (Ontário)

– Essa é a sua merenda, ta bom ? Eu botei um dólar para você comprar o seu leitinho, pode perguntar as crianças mais velhas onde é. – Papai disse me entregando o pacote e sorriu gentilmente.

– Lembra. Escrevi pra você o número de casa no papel e já coloquei na sua bolsa, não vá perder – dessa vez foi mamãe que disse, com os olhos brilhando. – Ta bom, ta pronta ?

– Acho que eu to – respondi animada, acreditem estou até de mais.

Meu pai correu para dentro de casa e de lá saiu com a sua máquina fotográfica. Eles queriam marcar aquele dia para sempre, não estava tão surpresa. Sempre foi assim, o motivo podia ser o mais besta e idiota possível mais meu pai sempre estava com “Cady”, sim o nome da sua segunda filha, á máquina, para marcar aquele momento para sempre. Ou até as vezes a minha mãe, mais ainda bem que ela não é tão fascinada tanto quanto meu querido pai.

– Hoje é o grande dia da Amy – meu pai disse, posicionando a máquina no tripé e logo se juntou a mim e á mamãe que estávamos fazendo posse.

É normal os pais choram no primeiro dia de escola dos filhos só que geralmente acontece quando o filho tem cinco anos de idade. Eu tenho dezesseis e fui educada em casa. Sei que estão pensando, pessoas educada em casas são estranhas, ou são nerd, sei lá. Só que minha família é completamente normal, acontece que meus pais são fotógrafos e vivemos viajando. Passamos os últimos cinco meses no Brasil, um lugar lindo e também aprendi muita coisa lá; Mais a minha preferida foi aprender á fazer o famoso brigadeiro. Eu tinha uma vida legal, mais ai ofereceram para minha mãe uma carta na universidade University College. Então eu disse adeus para tantas viajes e oi para o ensino médio.

Me despedi de meus pais logo quando chegamos á minha escola, que saíram todos orgulhosos. E agora estou de frente á escola, ansiosa mais ao mesmo tempo com medo. O que será que as pessoas vão achar de mim ? Não sei. Mas espero dar o melhor de mim, até porque estou praticamente recomeçando minha vida novamente.

Suspirei alto passando a mão em meu vestido tentando ajeita-lo. Confesso, não sabia muito bem o que vestir, mais depois de tanto pegar dicas na internet e em lojas acabei escolhendo algo simples e á minha cara. (http://weheartit.com/entry/35933245). E em seguida o meu cabelo. (http://weheartit.com/entry/35855801)

Arrumei a bolsa em meu ombro enquanto caminhava em meio á todos os alunos.

Tudo aquilo era muito novo para mim, tantas pessoas em um lugar só que me sinto até desconfortável nesse enorme “mundo adolecente”. Alunos se agarrando, bagunça e até pude ver alguns com cigarros nas mãos. Ho céus, isso é mesmo uma escola ? – Pensei.

Uns em um canto brincavam ou estavam mesmo brigando, garotas com roupas provocativas e com caras de patricinhas. E ainda mais algumas com aquelas roupas minúsculas, que me lembro de ver em filmes, como é mesmo o nome ?... Há sim, as líderes de torcida. Mais não sabiam que era tão curto de quase vermos o útero da garota.

Arregalei os olhos ao ver um grupo de garotos tentando apagar o fogo não muito alto de uma camiseta, outros riam em volta como se achassem aquela sena a mais normal possível.

Eu realmente nunca achei que o ensino médio fosse assim, ou muito menos que uma escola fosse assim.

Mais eu teria que me acostumar, ser uma adolecente normal como qualquer outra, teria que me acostumar com essa minha nova vida em Stratford.

Segui em direção ao corredor, até me esbarrando e alguns alunos, eu apenas pedia desculpa e continuava a andar me esquivando de mais alguns. Sabia pelo menos o básico de andar por aqui, pois vim semana passada aqui para pegar meu horário, número do meu armário, senha, essas coisas. E então acabei aprendendo a andar um pouco aqui, mais ainda sim me perderia fácil nesses enormes corredores.

Minha primeira aula seria de matemática, que modéstia a parte sou ótima e pelo menos com a minha professora particular Ana – uma baixinha de óculos enorme e gordinha – sempre tirava notas altas. Me considerava boa nessa matéria.

Sem delongas andei em direção á sala 210, ainda não tinha batido o sinal mais eu não queria esperar. Para minha surpresa avia uma menina na sala, na ultima carteira da parede e de cabeça baixa. Suspirei me sentando não muito longe dela e colocando minha bolsa sobre a carteira. Me virei para trás e ela ainda continuava de cabeça baixa, mais pareceu perceber minha presença e então levantou a cabeça e dando um sorriso de lado para mim. (http://weheartit.com/entry/35825072)

– Sou Amy – sorri fraco.

– Sou Avril – disse ela tirando seus fones de ouvido. – Aluna nova ? – perguntou.

– Sim.

– Hm, então bem vinda ao inferno – bufou me fazendo soltar um riso abafado. – De que escola veio ?

– Nunca frequentei a escola, essa é a primeira. – ela soltou um careta – Fui educada em casa pois eu e meus pai viajamos muitos por eles serem fotógrafos. – disse.

– Ho sim, que sorte – deu de ombros.

– Sorte ? Porque ? Sempre quis ir á escola e ter a vida de uma adolecente normal. – dessa fez foi eu que fiz uma careta, enquanto Avril me encarava com uma sobrancelha arqueada.

– Todos dessa escola gostaria de ser educado em casa, eu principalmente. Faria de tudo para sair desse lugar que só tem pessoas idiotas e imaturas. – falou rude. – Essa escola é um porre – bufou.

Eu apenas tinha uma pressão assustada por ela ter falado daquele jeito do lugar que frequenta todos os dias, será que á escola é mesmo um porre como ela mesmo diz ?

Virei rapidamente ao ouvir o sinal bater e alguns alunos entrarem na sala, não demorou muito para que o professor entrasse com um sorriso no rosto e começasse sua aula.