Alvo Potter E O Medalhão De Prata escrita por Amanda Rocha


Capítulo 27
Lágrimas e Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Oi, minha gente!!!! Bom, eu sei que ia ser só sexta, mas resolvi postar o capítulo hoje graças à querida leitora CarolFigueiredoMiranda que me mandou a quarta recomendação! Sério, foi incrível, abri minha conta aqui no Nyah e vi mais uma recomendação, por isso dedico o capítulo de hoje a ela! (Que honra, ficou com o último capítulo). Enfim... É, aceitem como um bônus de Halloween, hehehehe...



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Ele abriu os olhos. Havia uma menina bem à sua frente, chorando, com o rosto escondido nas mãos. Ele piscou e viu que não era uma menina, era um menino, um menino de cabelos longos. Era Tiago. Ele estava cheio de curativos no rosto e nas mãos.

Alvo sentiu-se extremamente feliz, primeiro por estar vivo, e depois por ver que nada acontecera a seu irmão. Será? Pensando melhor, com certeza algo havia acontecido com o seu irmão, pois ele estava chorando.

Ele olhou à volta. Estava na enfermaria. Olhou de novo para o irmão.

–Achei que você nunca chorava. –disse com a voz fraca.

Tiago levantou a cabeça rapidamente. Seus olhos estavam inchados, ele devia ter chorado bastante. No momento em que seus olhares se cruzaram, o menino pulou em cima de Alvo e o abraçou, com o rosto encharcado pelas lágrimas.

–Me perdoa... –disse ele entre soluços. –F-Foi minha culp-pa... Você não p-precisava... Eu não c-cumpri a minha p-promessa... Não te proteg-gi... Desc-culpa... Eu achei que você ia m-morrer...

E caiu em lágrimas.

–Tudo bem. –disse Alvo. Teve uma forte vontade de dizer a ele que estava chorando feito um bebê e que aquilo não era normal para alguém como ele, mas achou que não fosse o momento. –Estou vivo... O que... O que aconteceu?

–Você me salvou. –disse Tiago, um pouco mais calmo. –Eu era quem devia ter te salvado... Me desculpa, Al... Se eu não tivesse te falado aquelas coisas, você não iria sair feito um louco atrás do Rondres, eu menti! Eu nunca te odiei, e sempre tive orgulho de você ser o meu irmão. Eu só estava nervoso... Não sei o que deu em mim...

“Quando eu descobri que você havia sumido, eu tinha certeza de que foram para a Floresta Proibida.”, disse ele, respirando fundo, mas ainda chorando. “Eu saí do castelo na mesma hora, atrás de você. Eu não sabia onde ficava, mas uma fada me falou. Ela me mostrou a passagem na árvore. Eu passei por um monte de coisas... um bicho esquisito com corpo de leão e cabeça de mulher. Achei que ela estava louca, disse que não ia ser a responsável pela morte de todas as esfinges.”. Alvo riu nesta hora. “Também tinha um dragão de mais de quatro metros! Minha sorte foi que eu estava com os Fogos Filibusteiros, eu estourei uns, e ele ficou distraído. Bem... Teve mais um monte de coisas, que sinceramente, não tenho ideia de como passei... Até... Chegar a você...”. Uma última lágrima caiu de seus olhos, ele respirou fundo e continuou:

“Depois que você me salvou, você... Caiu no chão... E... Bem... Bob Rondres também. Ele estava desmaiado. Depois de um tempo, papai e os outros aurores chegaram e levaram ele para Azkaban. E você... Você está aí a uma semana...”

Tiago voltou a chorar.

–Você está chorando, sabia? –perguntou Alvo, não se contendo.

Tiago rapidamente parou.

–Não estava chorando! –respondeu ele teimoso, secando as lágrimas. –Estava apenas nervoso, só isso!

Alvo riu.

–Não se preocupe, seu segredo está a salvo comigo. –disse tranquilizando-o.

Alvo olhou a volta novamente. Dessa vez, viu algo que não havia visto antes. Viu um rapaz de cabelos laranja cochilando em uma cadeira, do outro lado da enfermaria.

–Teddy? –perguntou Alvo.

O rapaz acordou. Imediatamente seus cabelos ficaram roxos.

–Alvo! –exclamou ele. –Você acordou!

Ele saiu correndo e abraçou Alvo. Seus cabelos mudavam de cor a cada segundo.

–Cara, você nos deu um grande susto! –disse ele, sentando-se na beira da cama, ao lado de Tiago. –Beleza, Al?

–Estou bem... –disse Alvo.

–Nunca mais faça isto. –disse ele, um pouco severo, mas depois sorriu. –A não ser que realmente valha a pena, ouviu? Agora eu vou chamar os outros, vão ficar contentes em ver você!

E saiu. Não deu dez segundos, e uma multidão invadiu a enfermaria. Alvo conseguiu identificar Neville, Luna, Alice, tio Rony, tia Hermione, Rosa, Hugo, Carlos, seu pai, sua mãe, Lilí, Victoire e por último, veio uma Madame Pomfrey irritadíssima:

–Ele precisa de descanso! –disse ela. –Acabou de acordar!

Mas ninguém deu ouvido a ela. Em vez disso, uma floresta de braços passou pela cabeça de Alvo. Todos estavam o abraçando, quando sua mãe deu um bom empurrão em Madame Pomfrey, que tentava impedi-los.

–Ele é meu filho! –gritou ela. –Não se meta! Ah, querido, como é que você está? Eu fiquei tão preocupada... Tão preocupada... Onde estava com a cabeça indo procurar aquele maluco? Você podia ter morrido! Ah, eu sabia que tinha dedo do Tiago nisso tudo, eu sabia...

–O importante é que está bem. –disse seu pai brandamente. –Foi muito corajoso, filho... Foi um ato heroico...

–Estou muito orgulhoso! –disse tio Rony. –Dos quatro!

Rony! –exclamou tia Hermione. –Eles podiam ter morrido!

–Mas viveram! Não posso estar orgulhoso com isso? –perguntou ele.

Tia Hermione balançou a cabeça, como se espantasse uma mosca e deu um sorriso a Alvo.

–Alguém viu o Draco ou o Scorpius? –perguntou tio Rony distraído.

–Rony, nada de confusão... –alertou-o tia Hermione.

–Não vai ter confusão... –disse Rony. –Acho que um soco naquela cabeça-oca dele deve bastar, você não sabe onde ele está, sabe Neville?

–Eh... –disse Neville sem graça.

–Eu posso ir com você, papai? –pediu Hugo. –Quero ver esse que andou brigando com a Rosa...

–Claro que po... –começou tio Rony, mas tia Hermione lhe deu um tapa no braço.

–Não vai a lugar nenhum, mocinho! –disse ela ao filho, que amarrava a cara. –Está vendo, Rony? Você está sendo um mau exemplo...

–Tem razão, Mione... –disse tio Rony arrependido. –Desculpe, filho, não vamos fazer nada... –mas deu uma piscadela que abriu um sorriso no rosto do menino.

–Eu queria ter ido junto com vocês, maninho... –disse Lilí. –Vocês sempre se divertem sem mim...

–Não reclama que você já está aqui em Hogwarts. –disse Gina e Lilí, após amarrar a cara para a mãe, voltou a examinar a enfermaria junto com Hugo.

–Mas é verdade! –concordou Alice. –Pensei que vocês me convidariam pelo menos...

–Ninguém sabia, Alice... –disse Tiago. –E também não tínhamos tempo para suas trapalhadas... Brincadeirinha! –acrescentou ao ver o olhar bravo da menina. –Acho que agora vocês nos devem uma boa explicação, não é?

Todos os adultos se olharam.

–O que querem saber? –perguntou tia Hermione.

–Ah, deixe-me ver... –disse Tiago fazendo cara de pensativo. –Quem sabe... Tudo?

Todos olharam para Harry, na esperança de que ele cuidasse da situação.

–Pois bem... -disse ele. -Acho que precisam saber da verdade, especialmente você, Teddy...

–Eu? –perguntou o menino intrigado. –Mas por quê?

–Seus pais não morreram num simples duelo. –disse o pai de Alvo calmamente. –Foi em uma batalha. Uma grande batalha...

“Tudo começou há muitos anos atrás... Quando eu nasci, havia um bruxo chamado Voldemort. Ele era o pior bruxo das trevas de todos os tempos. Matava sem pensar duas vezes. Ele foi ganhando poder e seguidores, e matava quem se recusava ir para seu lado.”, Harry respirou fundo, olhou para seus ouvintes e continuou:

“Na época, uma mulher fez uma profecia dizendo que um bebê nascido no fim de julho iria destronar Voldemort. Um bebê cujos pais o desafiaram três vezes e do qual o próprio Voldemort o marcaria como seu igual.”

“Todas essas pistas apontavam para dois bebês: Neville e eu. Porém, Voldemort achou que fosse eu. Então, procurou por mim. Procurou por meus pais e os matou, mas... Quando foi me matar, algo aconteceu... Algo que ninguém pode explicar... Eu sobrevivi... Eu, apenas um bebê de um ano de idade.”

–Então foi por isso que você disse que morreu? –perguntou Tiago confuso.

Todos o olharam.

–É verdade. –disse Alice. –Vocês disseram... Na hora das Histórias, na véspera de Natal.

–A gente disse que era verdade! –disseram Hugo e Lilí.

–Mas estávamos bêbados. –disse Harry rapidamente, quando Gina já ia lhe dar um grito.

–Na verdade, não! –disse Alvo, ao se lembrar do que Bob Rondres dissera. –Foi ele. Foi Bob Rondres. Quer dizer, no início, Rosa, Tiago e eu pensamos em dar vinho para vocês, e deixar vocês bêbados, mas não foi o suficiente. Bob Rondres disse que teve que dar uma ajudinha para a gente. Queria que descobríssemos tudo para chegar até ele.

–Então ele estava na nossa casa? –perguntou tio Rony incrédulo. –Aquele desgraçado...

–Ih, tio Rony falou uma palavra feia! –disse Lilí.

–Quando for direcionada a Bob Rondres, a gente pode falar isso. –disse tio Rony dando uma piscadela à ruivinha. –Continue, Harry.

–Bem, depois disso eu fiquei conhecido como o Menino Que Sobreviveu.

–Ah, então foi por isso... –disse Alvo, vagamente.

–Por isso o que? –perguntou sua mãe.

–Não, nada... Continua, pai.

–E então, bem vocês já sabem como foram os nossos anos em Hogwarts...

–Sabemos uma ova! –retrucou Tiago. –Só sabemos que foi por causa de um duelo!

–Bem, não temos mais muito tempo, daqui a pouco terá a festa de Fim de Ano.

–Ah, já perdemos a festa das Bruxas, acho que ninguém se importa com a festa de Fim de Ano.

–Mas tem a Taça das Casas! –lembrou tio Rony.

–Bem, desde que o Tiago chegou à escola a gente não ganha a Taça das Casas. –disse Alice mal-humorada.

–Está vendo? –disse Gina, severa. –Por causa de suas travessuras, todos pagam o pato.

–Até parece que ninguém aqui perdeu pontos também... –resmungou Tiago.

–Não cem a cada dia. –respondeu Alice.

–Tá, já chega! Continua, Harry!

–Resumidamente, -continuou Harry. -houve uma guerra. Uma guerra que marcou a história dos bruxos...

–Se marcou, por que é que a gente não sabia dela? –perguntou Tiago.

–Cala a boca e deixa seu pai continuar a história! –disse Alice.

–Ok, -disse Harry. –bem, nesta batalha, muitas pessoas morreram. Inclusive... Seus pais, Teddy...

Os cabelos de Teddy ficaram negros. Victoire foi sentar-se do lado do namorado.

–Podiam ter me contado. –disse ele.

–Havia uma lei, Teddy. –disse Harry. –Bem, alguns meses depois da batalha, criaram uma lei. Uma lei que proibia que todos aqueles da segunda geração a partir dali, não saberiam de nada.

–Mas eu... Tecnicamente eu já tinha nascido! –disse o garoto irritado, seus cabelos tomando a cor de um verde vivo.

–Teddy... –disse Victoire, segurando o braço do garoto. –Calma, seu padrinho não...

–Acho que eu tinha o direito de saber! –disse Teddy furioso.

–Kingsley não permitiu... –justificou Harry, aparentemente rezando para que o garoto entendesse.

Fez-se um silêncio que foi quebrado por tio Rony:

–Até tiraram a gente dos Sapos de Chocolate. –disse ele, infeliz.

Vocês estavam nos Sapos de Chocolate? –perguntou Tiago incrédulo.

–Ah, salvamos o mundo, o que esperava? –perguntou tio Rony convencido.

–Não exagera, Rony... –disse tia Hermione.

–Bem, tudo estava em perfeita paz, até mais ou menos dez anos após a guerra.

–Foi menos. –disse tia Hermione.

–Ok, menos de dez anos após a guerra.

–Foram sete, se estou certa... –disse ela.

–Sete ou dez! O que importa? Digam logo o que aconteceu! –pediu Tiago.

–A mesma mulher que fez a profecia do seu pai, -disse tia Hermione. –disse agora que nasceria um bebê que destronaria o novo Lord das Trevas que estava por vir. Um bebê filho dos que lutaram na Batalha Final contra Voldemort. Vocês nunca estranharam que apesar de terem um monte de primos, todos eles são menores que vocês?

–O que tem isso? –perguntou Tiago.

–Ninguém queria ter filhos. –disse Gina. –Todos estavam com medo de seu filho ter um destino como o nosso, de passar pelas coisas que passamos. Bem, nós não acreditávamos que isso fosse verdade. Então nasceram Tiago e Alice. E depois, os outros casais foram tendo filhos também, e deixando a tal profecia de lado.

“No aniversário de dois anos de Alvo, o Ministro veio nos informar que Alvo era o menino da Profecia. Alvo era quem deveria destronar o novo Lord das Trevas.”

–Espera aí! –disse Teddy de repente. –Isso foi no aniversário de dois anos do Al? Eu me lembro disso... Eu lembro que estávamos lá, Tiago e eu, e então Kingsley pediu que a gente saísse, foi... Foi por isso?

Harry assentiu. Fez-se um longo silêncio novamente. Alvo sentia-se estranho. Veio a lembrança de Betusa em sua mente, chamando-o de O Escolhido... E de repente, ele lembrou-se de vários sonhos ou realmente lembranças de coisas que acontecera com ele... Das vezes em que era bebê e seus pais tinham que escondê-lo. Então, como se só então tivesse escutado o que sua mãe dissera, ele se deu por conta.

–Mas... Como assim? Destronar quer dizer que eu...? Mas... Não, eu não terei de...? Terei?

Todos os adultos se olharam novamente, mas ninguém respondeu, aparentemente incapazes de arranjar uma resposta.

–E como foi que passaram pela passagem na árvore? –perguntou tio Rony, curioso.

–Betusa nos mostrou. –respondeu Alvo.

–E o como passaram pela esfinge? E pelo dragão? –perguntou Gina, um pouco preocupada.

–Bem, Rosa estava lá, então não foi muito difícil passar pela esfinge, e acho que graças a Draco temos muita experiência com dragões. –disse Alvo.

–Aliás, quem de vocês teve a ideia de colocar aquele animal lá? –perguntou Rosa.

–Como assim “quem de vocês”? –perguntou Tiago.

–Foram vocês que fizeram aquilo? –perguntou Carlos.

–Foi. –respondeu Neville. –Bem, quando souberam que o Rondres estava a procura do Medalhão de Prata, acharam melhor que ele ficasse aqui em Hogwarts. Então tivemos que criar um campo de proteção, e pegamos a ideia do alçapão onde guardavam a Pedra Filosofal, nós colocamos várias barreiras protetoras em volta do Medalhão, cada uma com uma coisa em que só nós pudéssemos passar.

–A esfinge foi ideia da Hermione. –disse tio Rony. –E o dragão, bem, o Harry já enfrentou um no Torneio Tribruxo, então... Os amassos e aquela planta esquisita, Euachrãna...

–Euachtãna, Ronald! –corrigiu-o Hermione.

–E depois você não acha que se parece com o meu pai. –Alvo ouviu Rosa cochichar para Carlos.

–... Essas foram ideias do Neville e da Luna. –disse tio Rony.

–Plantas e animais esquisitos? –disse Tiago. –Grande novidade...

–... E as Caixas Mágicas nós achamos. –terminou tio Rony.

–Acharam? –repetiu Alvo. –Onde?

–Com um garotinho, Max Connó. Guelch confiscou dele as Caixas e nós usamos para guardar o Medalhão. –disse Neville.

–Não pode ser, foi o Draco! –disse Alvo.

–Como assim? –perguntou Gina.

–Bob Rondres disse isso. Disse que foi Draco, não pode ter sido o Max, ele não... –mas de repente uma onda de pensamentos e respostas invadiram sua cabeça. Seu olhar se cruzou com os de Rosa, Carlos e Tiago, e ele tinha certeza que os três também pensavam como ele.

–Foi o Scorpius! –disseram os quatro em uníssono.

–O quê? –exclamou Neville.

–Bob Rondres disse que Draco fez as Caixas para ajuda-lo com o Medalhão, e então deve ter dado ele a Scorpius, que o entregou a Max. Guelch viu e confiscou-os de Max, assim a culpa foi dele e não do Malfoy!

–Há! –exclamou tio Rony. –Eu sabia que o Malfoy estava por trás disso!

–Bem... –disse Neville. –Eu vou ter uma conversa com o Draco e o Scorpius.

–Eu vou junto! –disse tio Rony.

–Ah, mamãe! Deixa eu ir também! –implorou Hugo. –Prometo que só vou conversar com ele...

–Você nunca só conversa com alguém que está bravo, Hugo... –disse Hermione, o puxando para o seu colo.

Neville e tio Rony saíram.

–Mas como é que funcionam as Caixas Mágicas? –perguntou Alvo. –Outro dia... Eu estava na sala do Guelch, e abri a de Bronze e lá estavam a Capa da Invisibilidade e o livro de quadribol.

–Ah, bem, as Caixas funcionam deste jeito: - disse tia Hermione. –a de Ouro, lhe dá algo que você realmente não quer. A de Prata lhe dá o que você precisa. E a de Bronze lhe dá o que você quer. Foram feitas para enganar as pessoas. Qualquer um começaria com a de Ouro, por ser a mais valiosa, mas o que ela quer vai estar na de Bronze.

–Mas e a bolinha que apareceu quando estávamos lá com ele? –perguntou Alvo. –Quando a peguei, houve um clarão, então Bob Rondres estava deitado no chão, chorando.

–É por que ela dá o que você quer, Al. –disse Rosa. –Você queria que Rondres se sensibilizasse com o que o Tiago estava falando, assim ele estaria mais vulnerável, e foi o que aconteceu. A bolinha te deu o que você queria. Só que acho que esta não era a única coisa que você estava querendo, talvez isto tenha feito os desejos entrarem em conflito e o efeito não durou muito, então Rondres levantou-se e...

Houve mais uma pausa, desta vez interrompida por Harry.

–Tem mais uma coisa, filho... –disse ele.

Ele se aproximou de Alvo e começou a tirar uma faixa que cobria sua testa. Depois, lhe deu um espelho. Alvo estranhou, mas quando se mirou, teve uma enorme surpresa.

Ali em sua testa, onde o feitiço de Bob Rondres o atingira, estava uma cicatriz. Uma cicatriz em forma de raio, como a de seu pai.

–Minha... Nossa! –exclamou ele observando seu reflexo no espelho.

–Rondres te atingiu com o Feitiço da Morte aí, filho. –disse Harry.

–Mas eu estou vivo! –disse Alvo inseguro disso. Lembrou-se então dos fantasmas que havia no castelo, ele podia vê-los. –Estou, não estou?

–Claro que está. –respondeu seu pai rindo.

–Então... Como...? –perguntou ele.

–Do mesmo jeito que eu sobrevivi. –disse Harry sentando-se ao lado do filho. –Vou lhe dizer a mesma coisa que Alvo Dumbledore disse para mim, Alvo. Na noite em que Voldemort tentou me matar, o que o impediu, foi uma coisa ele não podia entender. Foi uma coisa que deixa uma marca... –neste momento, Alvo olhou para a cicatriz do pai, imaginando se esta era a marca, mas seu pai sorriu e continuou: -Você se parece mesmo comigo... Não é uma marca visível, Al... Uma marca que está entranhada em você.

–Em mim? –exclamou Alvo.

–Sim, filho... Amor. –respondeu ele finalmente. –Minha mãe morreu por mim. Morreu por amor, algo que Voldemort nunca entendeu. E naquela noite, com Bob Rondres, o que você fez pelo seu irmão, foi algo que Bob Rondres também não consegue entender. Você estava disposto a sacrificar sua vida pela dele, filho... Por isso, Bob Rondres não conseguiu matar você...

Eles ficaram ali por um longo tempo, sem falar nada, até Luna avisar que a festa de Fim do Ano começaria em uma hora. Alvo terminou de contar tudo que acontecera na noite com Bob Rondres com a ajuda de Rosa, Carlos e Tiago Todos davam grandes exclamações nas partes de ação. Lilí, Hugo e Alice não paravam de resmungar a injustiça que eles fizeram ao deixarem de convidá-los. Já Tiago, não parava de mencionar como ele fora esperto ao passar pelo dragão.

Sua mãe e os outros se despediram deles quando terminaram e o silêncio voltou a reinar no local:

–Vejo você em casa, filho...

Depois que todos foram embora, ficaram apenas Tiago, Rosa, Carlos e Alvo.

–Estão a fim de ver a briga entre tio Rony e Draco? –perguntou Tiago, os olhos brilhando.

Eles sorriram, o que Tiago entendeu como um “sim” e os arrastou até a sala de Neville. Alvo nem ligava mais para se sua cabeça tinha uma cicatriz ou se ele era O Escolhido. Havia passado por tanta coisa e estava tão feliz que seu irmão e ele estivessem vivos e que Tiago já não estava mais bravo com ele, que Alvo não seria capaz de dizer não.

–Euachtã... –disse Carlos a gárgula. –Como é que é?

–Euachtãna. –disse Rosa.

A gárgula se mexeu. A parede abriu-se em duas e eles subiram pela escada em espiral. Chegaram até a porta e abriram-na um pouco. Neville e Harry seguravam tio Rony, que tentava desesperadamente bater em Draco:

–O QUE É QUE VOCÊ PENSOU QUE ETSAVA FAZENDO LEVANDO ROSA E OS OUTROS PARA AQUELE ASSASSINO? –berrava ele. –ESCUTE AQUI, SE ALGUMA COISA TIVESSE ACONTECIDO A ELA... EU JURO QUE TE MATAVA!

–Ele não queria sua filha, queria o filho dele! –rosnou Draco, apontando para Harry. –E o garoto está vivo.

–COM UMA CICATRIZ! –agora foi a vez de Harry gritar. –E SE HOUVER UMA HORCRUX DENTRO DO MEU FILHO? E SE NO FIM ELE TIVER QUE MORRER COMO EU? REZE PARA QUE ISTO NÃO ACONTEÇA, MALFOY!

Eles pararam de gritar um pouco e ficaram apenas se encarando.

–Estamos aqui para resolver a situação das Caixas Mágicas. Sr. Connó... –disse Neville se dirigindo ao outro lado da sala, onde estava Max, sentado ao lado de Scorpius. Max tremia dos pés a cabeça. –Diga, onde foi que arranjou estas Caixas?

O garoto olhou para Neville, para Scorpius e depois estremeceu.

–Tudo bem... Foi Scorpius Malfoy quem lhe deu? –perguntou Neville gentilmente.

O garoto estremeceu novamente.

–Eu não dei nada à ele! –disse Scorpius.

–Fica calado, ô Sangue-Puro! –rosnou tio Rony.

–Veja como falo com o meu filho! –grunhiu Draco.

–Você falou da minha mulher e da minha filha, e caso não saiba, eu faço o que eu quiser. –disse tio Rony com rispidez.

–Por favor, Max, -pediu Neville. –é importante que diga. Foi Scorpius quem lhe deu as Caixas Mágicas?

O garoto olhou novamente para Scorpius e depois encarou Neville.

–Ah, por favor, Neville! –disse tio Rony irritado. –Não precisa ser a Mione ou a Rosinha para saber que foi a cria da “Pureza-Sanguínea” quem deu as Caixas!

Uma mão tocou o ombro de Alvo neste exato momento. Ele se virou e deu de cara com o Prof. Denóires.

–Ah, senhor, desculpe! Nós só...

Mas ele sorriu e disse:

–Será que podemos conversar um pouco? –pediu aos três.

–Já vi que sobrei... –disse Tiago. –Bem, eu vou continuar a ver o show. –disse apontando para a porta.

O Prof. Denóires concordou e levou eles para o corredor de baixo.

–Primeiro, quero dar os parabéns aos três. Se saíram muito bem lá em baixo com o Rondres... E depois, quero pedir desculpas... Sei que vocês devem ter me odiado quando disse para não contarem a Neville que Draco estava trazendo dragões para a aula. Não pensem que eu estou do lado daquele safado, não, não... Bem, é que quando eu soube da Profecia, sabia que não ia adiantar nada tentar impedir vocês de irem procurar por ele, por que era certo que ia acontecer. Se vocês contassem a Neville, provavelmente ele mandaria Draco parar de ensinar a vocês como passar pelo dragão, o que era necessário, já que vocês teriam que passar por ele mais tarde...

–Mas... –disse Rosa. –Nós falamos a Neville. E ele também disse que era bobagem...

–Ah, - disse Bob Rondres. –bem, era eu. Acho que já ouviram falar da Poção Polissuco, não? Bem, Neville tinha que fazer muitas viagens, e talvez Rondres achasse mais fácil atacar a escola sem o diretor, então eu fiquei no lugar dele... Eu realmente sabia que vocês iriam mesmo assim, mas me obrigaram a fazer o Voto Perpétuo, então não podia contar nada, e... ESPERE AÍ! EU JÁ VOU! –berrou para a Prof.ª Margarete que fazia um sinal o apressando. -Bem, eu tenho que ir!




–Olha ali, ficou mesmo uma cicatriz!

–Pelas barbas de Merlin, é verdade!

–E ele sobreviveu!

Essas eram apenas algumas exclamações que Alvo ouvira quando entrara no Salão Principal para a festa de Fim de Ano. As pessoas não paravam de apontar para ele e cumprimentar, e até mesmo um menino pediu para ver a cicatriz mais de perto. A algazarra era tanta que Neville até desistiu de fazer o discurso.

–Bem, acho que não vão prestar atenção mesmo, então vamos ao que interessa: este ano, tivemos muitas surpresas, muitas dificuldades, mas também foi um ano de felicidades. Antes de anunciar a Taça das Casas, quero que saibam que não importa quem ganhe, e sim, como ganhe.

“Agora, em quarto lugar, Grifinória, com cento e dez pontos!”. Houve apenas umas palmas vindas da mesa da Sonserina, mas não era por que estavam sendo solidários e sim por que queriam provoca-los. “Em terceiro lugar, Lufa-Lufa, com duzentos e trinta e um pontos!”. A mesa da Grifinória aplaudiu. Estavam melhores do que eles. “Em segundo lugar, Sonserina com trezentos e oitenta pontos!” E dessa vez, a mesa da Corvinal já comemorou, pois sabiam que haviam ganhado. “E Corvinal em primeiro, com trezentos e noventa pontos!”.

Rosa foi uma das únicas que aplaudiu a Corvinal.

“Parabéns a todas as Casas, porém, como todos estão animados com os acontecimentos dessa última semana, acho que devo pontuar também!”. E deu uma piscadela à Alvo.

–É como no primeiro ano dos nossos pais! –exclamou Rosa. –Lembram? Eles disseram que também ganharam pontos por último!

“... Então, dou a Carlos Cattér, Rosa Weasley, Alvo Potter e Tiago Potter... Cinquenta pontos para cada um!”.

Agora, toda a mesa da Grifinória prorrompeu em palmas, assobios e algumas vaias à Sonserina. Corvinal e Lufa-Lufa também aplaudiram.

“Portanto, Grifinória ganha a Taça das Casas com quatrocentos e dez pontos!”.

Foi uma algazarra geral, mas não tão grande como eles fizeram no trem, de volta para casa.

–Obrigado, vocês aí! –diziam alunos da Grifinória de dentro das cabines quando eles passaram pelo corredor. –Se não fosse vocês, estaríamos em último lugar!

–Eu ainda não acredito que a gente ganhou! –disse Dennis Finnigan, abrindo uma cabine para eles entrarem. –Simplesmente, não acredito!

E eles ficaram a tarde toda, aproveitando as últimas horas que tinham juntos no trem. Quando o trem foi parando, Alvo se lembrou:

–Você tem que vir à minha casa nas férias. –disse a Carlos. –Olhe, Matt tem o endereço, peça a ele e me mande uma coruja.

–Ok. –disse Carlos.

–Então nos vemos no meu aniversário. –disse Alvo, quando o trem finalmente parou. –Está convidado.

Eles abriram a cabine. Fizeram uma coisa erradíssima, pois no momento em que a abriram, vários alunos entraram para dentro:

–Escuta, Alvo, pode nos contar como foi lá na Floresta?

–Como Bob Rondres é?

–É verdade que tinha um dragão?

Alvo não sabia qual pergunta responder. Por sorte, Victoire Weasley, a monitora-chefe, retirou todos os alunos antes que ele pudesse dizer alguma coisa. Mesmo assim, quando Alvo, Carlos e Rosa passaram pelo corredor, as pessoas não paravam de agradecer e fazer perguntas. Até que alguém puxou Alvo. Ele se virou e viu Tiago, ele estava bravo.

–Por que você está mais famoso do que eu? –rosnou ele.

–Ah, Tiago... Não... Eh... Foi... –disse ele. Mas quando ele viu, o irmão abriu um largo sorriso e passou o braço pelo seu ombro.

–Brincadeira, maninho! –disse ele.

Alvo sabia que dali para frente, as coisas com certeza iriam ser diferentes.



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Notas finais do capítulo

Gostaram do final??? Espero que tenham gostado, demorei um pouco pra fazer este. Bom, gostaria de dizer que estou bem desapontada com três coisas... Primeiro, como a minha inspiradora escritora LindaLua, não estou gostando de ver esses Dramione's por aí... E também estava esperando que a fic bombasse mais agora que está no final, ou melhor, que já acabou, mas fazer o quê... E a terceira coisa é que hoje eu tentei desenhar a Nova Geração no Halloween, mas descobri que é bem difícil, apesar de que eu já desenhe há um bom tempo... Bom, saibam que eu ainda queria dar uma espécie de despedida agradecendo aos leitores que tive até aqui e também mais informações sobre a outra temporada e talz... Irei postar hoje mesmo, se der, então...
Bjs, feliz Halloween...
Amandinha Weasley *-*
Segunda temporada: http://fanfiction.com.br/historia/318864/Alvo_Potter_E_A_Pedra_Do_Segundo_Irmao