(POV Damon)

- Oh filho, eu sinto muito pelo o acontecido. – Papai tentava me confortar, eu andava de um lado para o outro, eu nunca pensei que falaria isto, mas eu tinha vontade de matar Katherine. Ela me deixou totalmente sem rumo, aquela mulher que eu amava tanto me transtornou, literalmente. Sinto-me sujo, usado, ela definitivamente acabou comigo, todo amor que sentia por ela agora, se transformou em ódio, eu odiava ela.

- Papai quer deixar de ser hipócrita? – Oliver grita. – Confessa para ele que você está feliz!

- Oliver! – Papai grita em resposta.

- Damon, tudo não passou de uma armação. – O olho diretamente para Olie, armação?

- Pode parar Oliver! – Papai tenta pará-la.

- Por favor, eu não quero que briguem por minha causa! – Exalto-me. Eu não aguentava aquela situação, era briga todo tempo.

- Sua irmã não está falando coisa com coisa. – Papai sussurra.

- Mas eu estou falando a verdade, Damon! – Olie se defende.

- Não é verdade Oliver, estás louca! – Papai novamente rebate. Eu não aguento, quero explodir.

- Chega! – Grito com todas as minhas forças. – Chega! – Todos se calam. – Eu resolvi um problema meu, com a maneira que eu achei melhor! Agora se a minha separação for motivo de conflito nesta casa, eu saio agora mesmo!

- Não, Damon, por favor. – Papai não se conforma.

- Eu não posso admitir que estão resolvendo a minha vida no meio da sala! – Continuo.

- Filho, filho... Da minha boca não vai ouvir mais nada, eu lhe garanto.

- Eu quero que esqueça o nome da Katherine, esqueça que já morou nesta casa, esqueça de tudo, agora!

- Perfeito, perfeito.

- Por favor. – Peço. – E quero deixar uma coisa bem clara, desta vez não tem volta. – Respiro fundo, viro-me para Olie, ela estava sentada no sofá olhando para um ponto fixo. – E Olie, por favor, não quero mais ouvir o nome da Katherine aqui em casa, nem você nem papai e nem ninguém!

- Tudo bem Damon, como quiser. – Olie não me olha, ela continua cabisbaixa.

- Estou saindo, tenho coisas a resolver. – Não espero ninguém responder, sigo o meu caminho com minha cabeça confusa.

(POV Katherine)

- Mamãe? – Chamo assim que entro. Deixo as malas que ocupavam minhas mãos no chão, pego o resto que se encontrava na porta. – Elena? Mamãe?

- Katherine! – Viro-me rapidamente, mamãe estava na porta. – Vi-te entrando em casa, vim correndo minha filha! – Mamãe vem em minha direção e me abraça apertado.

- A senhora deixou a porta aberta.

- Não tem problemas, sua irmã foi passear, provavelmente foi no cemitério ver o seu pai. – Eu reviro os olhos, chorar pelo leite derramado era típico de Elena. – E tu vieste para ficar uns dias, certo? – Mamãe olha para as malas.

- Então mamãe, o... Damon me expulsou. – Eu queria ver sua reação, mas não fui forte o bastante.

- O que?

- Sim... mas não é para falar para ninguém, por favor, mantenha em segredo!

- Não, claro que não falo, pode deixar que não conto para ninguém. Mas eu te mandei uma carta e você me respondeu que estava tudo bem!

- Pois então, ele me expulsou... – Sento-me na cadeira próxima a fim de descansar minhas pernas. – Isso é o de menos, o pior é o mau caráter do Mason.

- Mas filha, por quê?

- Por quê? - Sorrio. - Porque ele não presta Mamãe, ele me enganou, pensei que tinha acabado tudo com Charlotte, mas não, ele se vendeu para Giuseppe, armou para mim, ele vai ter o que merece.

- Armou o que minha filha, eu não entendo.

- Mamãe, nem que eu leve a vida inteira, eu vou me vingar daquele maldito!

Ouço a porta bater, era Elena. Ela estava diferente, seus cabelos não trançados, estavam mais lisos, como se fossem escovados, estava com um vestido simples, mas não surrado, era colado até sua cintura e logo solto em suas pernas. Não tinha uma face amigável, olhou-me estranhamente.

- Por aqui. – Ela comenta.

- Sim, o médico mandou repousar. – Minto.

- Ah, claro, e o teu marido? – Meu marido, meu antigo marido, ela não o teria, ela não o teria, era uma simples pergunta, mas não havia uma simples resposta, eu transformei a pergunta em um monstro.

- Damon queria me trazer amanhã cedo, mas ele está trabalhando muito.

- Então neste caso, quem deveria vir repousar era ele, não? – Ela estava brincando, era a primeira vez que Elena brincava tão cinicamente. – Porque esse médico te mandou para cá?

- E qual é o motivo da pergunta?

- Apenas curiosidade.

- Bem... eu não estou muito bem, vou entrar para relaxar. – Sigo para o meu quarto afim de encerrar a conversa.

(POV Elena)

Ruídos, barulhos, sons me perturbavam, meu sonho se fora talvez para sempre. Será que era possível resgatar um sonho novamente? Eu o queria, foi um sonho tão bom. Retiro a coberta da minha face e vejo alguém mexer em minhas gavetas, sem pensar ligo a lâmpada próxima a mim.

- Eu... vim procurar um fosforo. – Katherine me olha assustada. – Já achei.

- Que horas são? – Coço os olhos sonolentos, procuro enxergar o relógio. – Três e vinte quatro, que horas foi dormir?

- Não era nem dez horas, eu acordei agora pouco e senti uma vontade louca de fumar. – A olho assustada. – Te acordei, desculpe, eu vou para a sala.

- Katherine! – A chamo, ela volta e olha para mim.

- Sim.

- O que vai fazer agora?

- Fumar?

- Estás louca? Está esperando um filho, não pode fumar! Uma mulher não fuma!

- O filho é meu, sem comentários saudáveis, por favor. Eu não sou como as outras mulheres.

- Oh... – Ajeito-me melhor na cama. – Katherine, estou te achando tão nervosa, veio aqui somente pela recomendação do medico ou você e o Damon brigaram.

- Está torcendo para o nosso casamento não dar certo.

- Que isso Katherine, está louca?

- Confessa. – Katherine sorri debochada. – Confessa que a paixão ainda está ardendo.

- Isso não é verdade. – Reviro os olhos. – Estou até tendo um relacionamento. – Katherine me olha surpresa.

- Quem é?

- Tyler, Tyler Lockwood.

- Parabéns, está fazendo progresso. – Katherine brinca.

- Pare com isso Katherine! – Katherine sorri e logo se senta em minha cama.

- Foi ver o papai hoje. – Ela comenta.

- Sim.

- Deve ser boas as lembranças, papai te adorava, sempre te protegia, te amava. – A olho com pena.

- Não fale isso, Damon te adora. – Katherine sorri novamente.

- Ah Elena, às vezes eu não sei se tu és tola ou esperta, pensando bem de esperta tu não tem nada. Perdi a cabeça à toa.

- Tudo bem. – Sorrio.

- Eu queria ser como você, estou falando serio. – Katherine olha diretamente para mim. – Acomodada, sem grandes paixões, construiu um mundo que ninguém entra, só você e seu sonho impossível, boa noite Elena. – Katherine se levanta e segue para a porta.

O que foi isso?

(POV Damon)

- Bom dia. – Vejo Olie, Papai e Stefan na mesa.

- Bom dia. – Papai responde, Olie se mantém em silencio.

- Olie? – A chamo enquanto sento-me na mesa. Ela me olha sem sentimento, olhos azuis impetrantes, eu a magoei?

- Damon, se não se importa gostaria de conversar contigo assim que terminar de comer. – Assinto confuso.

Após o café eu me retiro, todos ainda estavam na mesa, eu sigo para a sala a espera de Olie. A porta é aberta, minha face é enfurecida, mas logo se volta ao normal.

- Olá Damon, sabe onde Bonnie está? – Eu demoro certos segundos a responder, corpo de minha amada odiada, caráter de Elena. 

- Não a vi, mas acho que está arrumando os quartos. Precisa muito dela?

- Sim, eu preciso da ajuda dela.

- Posso saber para que?

- Causa sem importância. – Ela sorri. Tudo nela me lembra Katherine, isso me fazia mal.

- Damon. – Olie estava caminhando em direção a sala. – Pode dizer.

- Olie, tem agido tão estranha.

- Com licença. – Elena se vai da sala.

- Olie o que está acontecendo?

- Como assim? – Fez de desentendida.

- Não se faça de desentendida, eu sei que tem algo te perturbando fale para mim!

- Damon... eu tenho que admitir que não ter Katherine aqui em casa está me fazendo bem, eu não deveria estar falando dela, eu sei, mas... eu sei que tudo o que você falou não passou de uma promessa sem pensar, você é completamente louco pela Katherine, a ama tanto, é uma obsessão sem fim, e eu não quero que se machuque.

- Olie, eu e Katherine acabamos.

- Não! – Ela grita. – Não acabou, talvez para ela, mas para você nunca acabará, ela pode quebrar seu coração um milhão de vezes que você vai continuar amando ela.

- Não vou.

- Não?

- Não. – Confirmo.

- Vamos ver... Damon, eu não queria falar sobre isso apenas, eu queria falar sobre o meu casamento, será esse final de semana e como você vai ser o padrinho, a madrinha tem que ser Katherine, desculpa-me, mas eu também não queria.

- Quem será madrinha de Stefan?

- Charlotte.

- Oh.

- Eu também não queria, mas Katherine vai ser minha madrinha, Elena já foi a dela.

- Tudo bem.

- Eu tenho que ver coisas do casamento com Stefan, até mais.

-Adeus.

(POV Elena)

A feição de Damon estava tão estranha quando entrei, era um olhar frio, eu tinha certeza que Damon e Katherine haviam brigado, eu teria que esperar do lado de fora, Damon e Oliver estavam conversando. Stefan, eu o vejo perto da pequena cascata no centro na entrada. Corro até ele, eu morria de saudade do meu amigo.

- Stefan! – Grito de pouca distancia. Ele se vira e um sorriso é avistado em seus lábios.

- Lena! – Ele me abraça, levantando-me ao alto por poucos segundos.

- Estava com saudades sua, faz tempo que não conversamos.

- Eu também estava, estou tão ocupado ultimamente, Oliver está resolvendo o nosso casamento com seus amigos.

- Isso não me cheira bem. – Sorrio, Stefan sorri.

- Eu estou de olho, sei que Oliver às vezes passa dos limites, mas está tudo organizado.

- Ela te faz feliz, isso me faz feliz.

- Eu amo muito ela, mas ela não me ama tanto assim. – Oh.

- Pare com isso Stefan, ela adora você.

- Eu queria que ela esquecesse seu antigo noivo, mas é muito difícil. – Pobre Stefan, ela ainda amava seu antigo noivo, Stefan apenas queria o amor de Oliver.

- Ela irá, você é uma pessoa tão boa. – Stefan sorri com os olhos.

- Stefan! Stefan! – Vejo Oliver caminhar até nós, em seus vestidos negros e ousados. Cabelos soltos ao vento do caminhar, Oliver conseguia ser bonita em seu jeito escuro de ser. – Olá Elena!

- Olá! – Sorrio.

- Desculpe, mas vou ter que roubar meu noivo um pouquinho, o nosso casamento é este final de semana, não se esqueça, eu quero te ver lá! – Oliver arrasta Stefan junto com ela em sua euforia.

- Adeus Elena! – Stefan deseja.

- Adeus! – Aceno.

Hora do trabalho, eram oito da manhã, os cavalos devem estar com fome. Em poucos segundos estou chegando próximo ao estabulo, Damon estava lá. Meu coração acelera, será que ele me olhará daquele jeito de novo?

- Bom dia! – Damon olha para mim pacifico e sereno.

- Bom dia Elena!

- Veio ver Luz. – Sorrio apoiada na cerca.

- Vim, eu preciso muito dela neste momento, ela me ajuda em momentos tristes. – Ele estava triste, oh, não fique!

- Sinto muito.

- Por quê?

- Por Katherine. – Me arrisquei. – Ele fez alguma coisa com você, tenho certeza.

- Eu não gostaria de falar dela, estamos acabados. – Acabados? Eles haviam se separado?

- Oh. – Fico sem palavras.

- Era amor, hipocrisia, tudo ao mesmo tempo.

- Eu tinha impressão que você era feliz. – Comento sem pensar.

- Eu nunca tive um momento de paz com sua irmã, mesmo nos dias mais felizes, no intimo eu me sentia inseguro. – O olho com pena. – Eu tinha uma clara sensação que tudo aquilo era uma mentira e logo tudo iria acabar algum momento. – Damon volta a atenção para Luz. – Eu estava cego, era como se eu caminhasse em uma corda bamba, eu sou um fraco, ela tem toda a razão.

- Damon, não fale isso. – Sussurro. – Você precisa da Katherine. – Era duro para eu aceitar, mas era a verdade. – Paixão é assim, não tem medida.

- Para mim ela morreu, matei a Katherine dentro de mim. – Nego com minha face.

- Isso é apenas seu orgulho ferido, acha que ela está morta, mas não está, ela continua viva dentro do seu coração. – Damon nega em uma expressão.

- Isso é outra coisa, foi duro, mas eu tirei a Katherine de dentro de mim. Tudo não passou de uma imagem, o desejo pelo corpo da Katherine. – Limpo as lagrimas dos meus olhos rapidamente.

- Isso é... obsessão.

- Obsessão, doença o que for, ela estava me destruindo, Elena, a necessidade que eu sinto dela é forte demais.