Honey escrita por Repithor


Capítulo 1
One-shot.


Notas iniciais do capítulo

Por ter bronquite fico sem voz com qualquer resfriado, e, em um dos meus dias sem voz cruzei com essa fanfic no fanfiction.net. E tcharam, aqui está o resultado =^-^=



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Rachel se orgulha de si mesma em vários aspectos. O principal é a sua voz. Ela odeia imaginar um mundo sem ela.

“A vida é, a partir de agora e para sempre, sem sentido.” Rachel disse em um sussurro desafinado enquanto entrava na cozinha, normalmente já pronta pra escola e esperando pelo café da manhã.

Entretanto, essa sexta-feira era diferente. Seu cabelo estava uma bagunça, lágrimas estavam ameaçando escapar de seus olhos. Ela ainda estava de pijamas e uma pantufa rosa e peluda calçava seus pés confortavelmente. Seus pais imediatamente a examinaram, tocando sua testa e bochechas, procurando por sinais de febre. Rachel apenas encarou sem expressão alguma.

“O que há de errado, honey?” Um deles perguntou.

“Meu mundo acabou.” Ela disse com algumas palavras soando melhores que as outras. O som da própria voz a fazia querer cair em prantos, esconder-se em um canto e nunca mais sair de casa novamente.

“Eu tenho certeza que seu estado não é tão ruim assim, querida.” Seu pai a respondeu.

Rachel virou a cabeça na direção dele e o deu um olhar penetrante.

“Imagine o quão triste o mundo seria se eu não pudesse cantar!” Rachel gritou o mais alto que sua voz permitira.

Rachel tomou um gole dramaticamente do chá que estava a sua frente, assim como se tivesse acabado de correr um quilômetro. Rachel Berry estava perdendo a voz. Isso não só significava que ela não poderia mais tagarelar interminavelmente sobre nada para ninguém, mas também ela não poderia cantar. Ela não seria capaz de cantar. Não ser capaz de cantar, para Rachel, seria como não ser capaz de respirar, seria como se o sol não existisse. Algo que seria a causa mais provável de sua morte.

Seu pai riu um pouco com o que viu.

“Pai, eu acho que você não está levando isso muito a sério. Eu nasci para ser um dos maiores nomes do teatro!” Sua voz desafinava em uma ou outra palavra.

“Não se preocupe, querida, sua voz só precisa de um repouso, então sem mais palavras! E eu vou manter você longe da escola por enquanto.”

Rachel abriu sua boca para protestar, mas fechou imediatamente. Ela contorceu o rosto por isso.

Fora de casa, um carro buzinou e Rachel suspirou. Era Quinn, assim como era em todos os dias, esperando por Rachel.

Isso fez Rachel ficar ainda mais cabisbaixa. “Minha voz sumiu e eu não vou poder nem mesmo ver Quinn hoje.” Ela pensou. Enterrou o rosto dramaticamente na almofada mais próxima e fechou os olhos.

“Querida, nós realmente odiamos ter que fazer isso, mas nós temos que ir pro trabalho agora.” Seu pai disse assim que entrou em casa.

Rachel não respondeu então eles apenas deixaram um beijo em sua cabeça e saíram. Ela se virou no sofá e começou a adormecer, sonhando com nada mais do que a Broadway. Momentos depois, ou o que pareceram momentos, ela acordou com o som contínuo e bastante irritante cutucada. Seu primeiro pensamento foi direto em Jacob Ben Israel. Ela não deixaria passar essa se ele invadisse sua casa enquanto ela estava doente, sabendo muito bem que ela estava sem defesas e não poderia gritar por ajuda. Então ela percebeu que ele não teria a cutucado. Ele provavelmente teria tirado fotos dela dormindo e provavelmente cheirado seu cabelo como se fosse algum tipo de droga. Um arrepio passou por sua espinha só de pensar no terror que seria.

Sabendo que isso só poderia significar uma coisa. Rachel se virou para dar à Quinn um sorriso sonolento, ainda com os olhos semicerrados. Ela tentou vocalizar um comprimento ou algo do tipo, mas falhou miseravelmente. Sua voz tinha sumido completamente. Quinn calou sua tentativa com um pequeno beijo. Rachel foi pega fora da guarda, mas apreciou o gosto do batom ‘Very Berry’ que ela mesma havia escolhido. Quinn não reclamou.

“Como você está se sentindo?” Quinn perguntou, tirando uma mecha do cabelo de Rachel do rosto.

Rachel abriu a boca e fechou tristemente.

“Oh céus, que pergunta estúpida.” Ela disse, fechando os olhos em constrangimento. Rachel segurou a mão da loira e Quinn sorriu com o ato. Rachel procurou pelo relógio que fica ao canto da mesa ao lado dela. Era 13:23min. Rachel encarou Quinn antes de sacudir sua cabeça de volta para o relógio. 13:24min.

“Eu saí da escola no segundo período.” Ela disse, segurando o riso da cara chocada de Rachel. Como se atreve a fugir da escola apenas para vê-la? E desde o segundo período? 

“Rachel, eu não me importo com a escola, eu me importo com você.” Ela disse com um sorriso tímido que Rachel respondeu do mesmo jeito. “Eu sei que deveria ter vindo mais cedo, mas levaram eras para eu descobrir todas essas coisas.” Ela disse olhando para o café preparado em cima da mesa, o qual Rachel não havia notado.

Os olhos de Rachel arregalaram quando viram tudo o que tinha em cima da mesa. Ela se sentou em espanto.

“Minha mãe costumava a dizer que eu tinha que tomar uma colherada de mel quando eu tinha dor de garganta,” Quinn começou, enquanto Rachel a olhava em admiração. “Então eu comprei pra você um pote morno de mel,” Quinn disse contando com os dedos e procurando pelas coisas na mesa. “Bastonetes de mel, pastilhas para tosse sabor mel, balas com recheio de mel, chá de mel com limão...

-x-

... Acho que só.” Quinn disse, após a interminável contagem de itens ter acabado. Rachel olhou para a namorada e não pôde acreditar sobre o quão sortuda era por ter encontrado uma namorada tão cuidadosa, tão adorável quanto Quinn. Ela tirou o olhar da mesa e colocou-o em Quinn, que ainda estava divagando sobre mel. Ela tomou a oportunidade para se inclinar e a beijar, no meio da frase e tudo. Esse foi, possivelmente, o beijo mais doce que Quinn já havia experimentado e ela lamentava que tivesse acabado. Quando elas se separaram, Quinn tinha um olhar sonolento que Rachel sorriu por. Bom trabalho, Rachel!

Quinn sorriu de volta e sorriu por uma razão completamente diferente. Era a hora perfeita. Quinn ia tirar vantagem de Rachel não estar capaz de falar.

“Eu te amo.” Quinn disse, pegando as mãos de Rachel e olhando fundo nos olhos castanhos.

Rachel piscou.

Quinn sabia que mesmo se ela quisesse, ela não poderia responder. Ela não queria apressar Rachel a nada. Se inclinando, Quinn deu um beijo leve em Rachel, antes de se levantar. Mesmo que Rachel conseguisse falar, ela ainda teria ficado sem fala a isso.

“Vejo você segunda.” Quinn disse antes de piscar sugestivamente e deixar. Rachel só sorriu para isso. 

-x-

A segunda-feira chegou, assim como a voz de Rachel. Ela cantou sua versão própria de Out Tonight from Rent no chuveiro. Explodiu o ouvido de seu pai de tanto falar e até mesmo conversou com o espelho enquanto escolhia a roupa que iria usar no dia (Ela se decidiu por um sweater vermelho com um poodle branco no meio). Rachel estava extremamente feliz de ouvir sua própria voz de novo.

Um carro buzinou e Rachel sorriu bobamente. Deu um beijo nas bochechas de seus pais e literalmente pulou para fora da porta.

“Quinn, eu gostaria de te informar que mesmo considerando o tempo que você demora pressionando, buzinar é grosseiro, ainda mais quando isso é para chamar sua namorada.

“Ah, como eu sinto falta de quando você não podia falar.” Ela brincou, sarcástica.

Rachel engasgou com isso, fingindo estar magoada.

“Bem, eu não.”

Quinn riu antes de o silêncio reinar e Rachel encarar a janela enquanto a loira dirigia. Elas procuraram e entrelaçaram suas mãos, sorrindo com o contato visual feito de repente.

“Sabe o que mais, Quinn?” Rachel disse, apertando mais a mão da outra.

“O que?” Quinn respondeu a pergunta em um tom infantil.

‘Eu também te amo.” 


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Notas finais do capítulo

Fim. Espero que o mel não tenha escorrido pela tela.