Beautiful Nightmare escrita por AnneNeveu


Capítulo 6
You've got one new message, Victoria.




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loolkooo7l- Sim, Elena, eu fiz o que você me pediu. - Matt falava ao telefone, sem paciência. - Mas essa é a última vez.

- Hm... oi? - Anunciei minha chegada quando ele desligou o telefone. Não pude ouvir o que ele dizia, mas não parecia nada satisfeito.

- Hey, Victoria – Ele me esperava apoiado na pilastra de mármore que sustentava a entrada da escola.

- E aí, beleza? Aconteceu alguma coisa?

-Não, não, só minha chefe enchendo o saco... Vamos?

Fomos andando em silêncio até o fim da rua, Matt fitava os próprios pés com expressão claramente desconcertada.

- Então, como foi a aula hoje, Tori?

- Maravilhosa. Nada como quatro tempos de química orgânica para levantar meu astral.

- Aposto que foi melhor do que 3 horas escutando o Mr. Windshield falar sobre como ele é um matemático genial.

- Argh, nem me lembre desse rabugento, aula de cálculo conseguiu ficar ainda mais insuportável com ele. – Revirei os olhos com a lembrança.

- Tão chato que deveria ser considerado método de tortura – Escutei o sotaque inglês vindo do carro atrás de nós – Vicky, Matt, como estão?

- Oi, Rebekah! – A cumprimentei com um sorriso. Matt acenou com a cabeça e encarou o cimento levemente molhado sob seus pés. Não sei por que, mas simpatizei com Rebekah instantaneamente. Quem sabe tenham sido seus comentários ácidos que fizeram minhas primeiras aulas mais aturáveis, ou talvez por que ela parecia tão deslocada quanto eu naquela multidão de adolescentes que era o Mystic High. Apesar de se encaixar perfeitamente no estereótipo de menina popular, ela era a única menina sentada sozinha no horário de almoço. Se não tivesse passado meu intervalo dormindo na biblioteca, a teria feito companhia.

- Você mora nessa direção, Vicky? – Ela apontou para o final da avenida.

- Na verdade não, estávamos indo pro Grill agora.

- Hm, legal. – Ela disse encarando Matt com um leve sorriso. – Querem carona? Estou indo pra lá também.

- Ah, claro. – Eu respondi automaticamente, grata por não ter quer forçar meu corpo sedentário a andar até o Grill. – Obrigada!

O carro se movia lentamente pelas ruelas de Mystic Falls. A neve já havia sido totalmente derretida pelo sol forte que surgiu repentinamente. Os canteiros coloridos das casas não estavam mais cobertos pelos flocos brancos, agora brilhavam intensamente, reluzindo tantas cores que me lembravam uma maleta cheia de palhetas de tinta guache e giz de cera que tinha quando pequena. Fechei os olhos e encostei a cabeça na janela, apreciando o calor da luz que tocava meu rosto. Mesmo sem ver, conseguia sentir o caleidoscópio de cores sobre minha pele. Era tão revitalizante sentir todos aqueles organismos ao meu redor, vibrando, cheios de energia, de vida.

- Victoria! – Uma voz calma e firme me chamou, era uma mulher mas não soava como a Rebekah. Abri os olhos para ver quem era, mas tudo continuou escuro. Ai, porra, acho que ainda estava de olhos fechados. Tentei de novo, mas minhas pálpebras pareciam coladas. Dei ordem aos meus braços para se levantarem, porém continuei imóvel. Nem minha boca abria. Isso parecia meu maior pesadelo de criança, exceto que no pesadelo o Ronald McDonald me ameaçava com uma serra elétrica.

- Victoria! – A voz repetiu – Acalme-se.

A voz era tão firme e suave que realmente me acalmei. Assim que respirei fundo, a mulher continuou a falar.

- Não se preocupe, querida, estou aqui apenas para entregar uma mens... – Sua fala foi cortada ao meio por Rebekah, que balançava meus joelhos me fazendo tremer que nem uma máquina de lavar velha.

- Achei que você tinha desmaiado. – Ela disse assim que abri os olhos – Que sono pesado.

- Eita, nem percebi que peguei no sono, foi mal.

- Eu já ia te deixar aí dormindo – Rebekah sorriu e saiu do carro, desfilando sobre seus saltos altíssimos.

- Obrigada por me acordar. – Levantei também, ainda sonolenta e me recuperando do pequeno pesadelo.

Matt estava parado perto da entrada, tão reto quanto um poste e com cara de poucos amigos. Perguntei-me se algo haveria acontecido entre ele e Rebekah no carro, talvez uma discussão, mas pela forma natural que ela agia não parecia haver nada errado. Matt entrou no Grill assim que me viu saindo do carro, seguido por Rebekah a alguns metros de distância. Andei lentamente em direção à porta, por algum motivo minhas pernas estavam fraquejando, como se não suportassem meu peso. Depois de alguns passos árduos, vi o cenário ao meu redor girar. Placas, carros e casas rodopiavam em um ciclone imaginário enquanto eu buscava um ponto de apoio perto de mim. Antes que eu pudesse me sentar para que minha cabeça não explodisse como uma melancia, senti meu corpo caindo. Tudo apagou. E lá estava eu novamente, inerte e imobilizada, apenas escutando a voz da mulher que voltava a invadir a minha mente. Ela tinha uma mensagem.


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