One-Shot-O Segredo Da Ilha escrita por Alana Mara Farias


Capítulo 2
Capitulo 2- Sequestros e Vitimas




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Capitulo 2- Sequestros e Vitimas



Nos dias
seguintes, o brilho não voltou a aparecer e eu tentei esquecer esse assunto por
um tempo. Hoje era sábado, então convidei as meninas para dormir aqui.



- Bom dia mãe. – dei-lhe um beijo no rosto e me sentei à mesa ao lado de meu
pai – Oi – sorri.

- Bom dia. – disse ele me passando o jornal.



Todos os dias meu pai comprava seu jornal preferido e eu sempre o lia. Não que
eu amasse fazer isso. Preferia ver as notícias na internet, porém, meu pai me
acostumou desde pequena a ler jornais e revistas com conteúdo como ele mesmo
dizia, então, era mais como um hábito matinal.

Peguei o caderno principal e separei o de esportes, pois nunca o lia,
entregando-o a meu pai. Folheei as páginas lendo as notícias mais
interessantes. Quando passei para a última página, uma pequena reportagem – que
estava quase invisível devido às propagandas, chamou minha atenção.

Ali dizia que três pessoas haviam desaparecido na pequena cidade de Forks e
ninguém tinha ideia do que havia acontecido. Testemunhas disseram que as
vítimas estavam andando perto da floresta quando sumiram. Uma equipe de resgate
está à procura deles, porém, até o fechamento da edição, não havia pistas.



- Bella! – chamou minha mãe, sacudindo meu ombro.

- Oi!

- Até que enfim! O que está lendo que a fez ficar assim? – ela correu os olhos
pela folha de jornal até que eu apontei para a reportagem.



Minha mãe pegou o jornal e leu a notícia, parecendo concentrar-se muito. Sua
expressão mudava constantemente para surpresa, porém, logo ela se recompunha,
voltando à concentração que dominava seu rosto.



- Impossível. – disse ela sacudindo a cabeça negativamente antes de jogar o
jornal na mesa.

- O que foi? – a olhei.

- Nada é que... – percebi que ela não estava ali, seu olhar estava vago, o que
significava que ela estava longe, pensando em algo que parecia preocupá-la.



De repente, seus olhos focaram-se em mim e ela me olhou seriamente, ainda
pensativa.



- O que foi mãe? – perguntei novamente.

- Essas pessoas...

- O que têm elas?

- Estão na ilha. – sua voz foi tão firme que era impossível duvidar do que ela
dissera.

- Mas, como tem tanta certeza?

- É só reparar na forma como desapareceram. – ela aproximou-se de mim, passando
os dedos pela reportagem – Aqui diz que essas três pessoas desapareceram no
mesmo local e praticamente no mesmo instante. São vítimas aleatórias; elas não
possuem nenhum grau de parentesco e sumiram perto da floresta, o que camufla o
real motivo do sequestro.

- Vítimas? Sequestro? – estava confusa – Você está dizendo que essas pessoas
foram sequestradas e levadas para a ilha? – olhei para ela sem acreditar no que
eu mesma acabara de falar. Meu pai, cuja presença havia esquecido, folheou o
caderno de esportes, parecendo não nos ouvir, ou pelo menos, fingia.

- Sim, está na cara. Tudo indica que elas foram levadas para a ilha.

- Mãe, como você sabe disso? Como pode ter certeza? – eu estava mais do que
confusa, estava intrigada com o fato de minha mãe falar aquelas coisas com
tanta convicção.



Percebi que ela e meu pai trocaram um olhar intenso, até que David assentiu.
Minha mãe sentou-se na cadeira ao meu lado e respirou fundo, olhando-me
calmamente.



- Bella eu sei disso porque sou descendente dos Alcaiates. Uma descendente
legítima que carrega nas veias o sangue dessa tribo e também suas histórias.

- Se você é descendente legítima...

- Você também é. – ela deu um sorriso fraco – E você é o tipo que chamamos de
puro, pois é filha de dois descendentes legítimos. – olhei para meu pai e ele
alisou meu rosto.

- Mas, você me disse que os Alcaiates foram extintos. Que contraíram doenças
letais e foram dizimados...

- Sim, porém, houve alguns sobreviventes e estes fugiram para que pudessem
sobreviver.

- Então vocês são parentes... – os encarei meio enojada.

- Não. – meu pai negou – Nós somos de linhagens diferentes. Claro, somos
descendentes de uma mesma tribo, porém, nascemos de famílias diferentes.

- Ah. – foi o que eu consegui dizer – Mas, por que só agora me contaram isso? –
eles se entreolharam, parecendo decidir se me contavam a verdade ou mentiam
para mim, mas a campainha tocou.

- Deve ser as meninas. Vá. – disse minha mãe – Não as deixe esperando.



Levantei-me e fui até a porta abri-la. Alice e Rosalie sorriram, abraçando-me.



- Entrem. – sorri – Venham falar com meus pais. Eles estão na cozinha.

- Olá meninas! – disse meu pai – Estão com fome?

- Não. Já tomamos café, obrigada. – agradeceu Rosalie.

- Já estou preparando o almoço. – minha mãe deu um sorriso – E adivinhem! Vamos
ter lasanha!

- Oba! Adoro lasanha. –Alice bateu palmas – Principalmente quando é feita pela
senhora.

- Obrigada Alice. Isso foi muito gentil, mas aposto que sua mãe faz uma melhor,
não? – perguntou ela.

- Digamos que minha mãe não seja uma boa cozinheira. –Alice fez um bico e todos
nós rimos.

- Ok. Bella, já que as meninas chegaram, pode ir com elas ao supermercado
comprar duas cocas?

- Claro. – estendi a mão e ela me deu 30 dólares – Para que tudo isso?

- Compre milho de pipoca e leite condensado também. – disse ela dando uma
piscadela.

- Tudo bem. Vamos amigas.



Pegamos o elevador e em vez de irmos de táxi, fomos andando.



-Você não sabe quem eu encontrei ontem. – disse Alice. Pela cara dela eu já
sabia.

- Se for quem eu estou pensando é melhor não gastar seu tempo.

- Pois foi ele mesmo. Michael em pessoa.

- E daí? – perguntei. – Como você é minha amiga deveria saber que não quero
saber nada sobre ele.

- Aff. Será que podemos falar de coisas mais interessantes? – pediu Rosalie –
Tipo, o que vamos fazer hoje?

- Nossa! Isso é com certeza, muito importante. – zombou Alice, revirando os
olhos.

- Cala a boca! Eu não te perguntei nada. –Rosalie deu um tapa na cabeça dela e
Alice revidou, puxando o cabelo de Rosalie.

- Chega! Suas crianças enjoativas! – segurei o nariz das duas – Se comportem
bebezinhos. – as soltei e começamos a rir. Às vezes éramos tão idiotas.

- Desculpe. – disse Alice – Ei! Rosalie! –Alice esticou o braço a fim de
puxá-la, mas era tarde demais.

- Ai! – reclamou Rosalie quando esbarrou num garoto, espalhando os livros que
ele carregava, no chão – Você não enxerga não? – perguntou ela, colocando as
mãos na cintura.

- Me desculpe. – falou o garoto, enquanto eu e Alice o ajudávamos a pegar os
livros.

- Da próxima vez preste atenção. Não existe só você no mundo não, viu? Então é
bom que comece a olhar por anda, mané!

- Rosalie! – a repreendi.

- Está tudo bem. – o menino deu um sorriso amarelo e se foi.

- Coitado. Você às vezes me assusta.

- Ele era um gatinho. Ô lá em casa! – disse Alice se abanando.

- Aff. Que amigas que eu fui arrumar! Uma é a panela de pressão em pessoa, toda
esquentadinha. E a outra não pode ver um carinha bonito que já fica toda se
querendo. O que eu fiz para merecer isso? – coloquei a mão na testa, fingindo
passar mal.

- Exagerada. – disseram as duas e começamos a rir.



Enfim chegamos ao mercado. Peguei o que precisava e fui ao caixa pagar.
Chegamos em casa e o cheiro da lasanha me deixou tonta, estava morta de fome.



- Hummm... – corri para a cozinha e coloquei as cocas no congelador – Já está
pronta?

- Só mais alguns minutos. – disse minha mãe.

- Ok. Vou tomar um banho.

- Ótima ideia. – disse Rosalie.



Deixei as meninas se lavarem primeiro, enquanto eu pensava na descoberta que
havia feito no café da manhã. Eu era descendente dos Alcaiates. Ok, isso é
normal. Todo mundo é descendente de alguém. Mas, por que eu sentia que no meu
caso, isso parecia ser... Perigoso? E como minha mãe, mesmo sendo da linhagem dos
Alcaiates, sabia que as pessoas desaparecidas estavam na ilha? E quem as
levaria? E como? E por quê? Pelo que eu sabia, mesmo existindo um monstro lá,
ele estava amaldiçoado, o que o tornava prisioneiro da ilha, sem poder sair de
lá. Eram tantas perguntas e tantas incógnitas que me deixavam confusa.



- Ai! – gritei quando senti um beliscão no braço – Que foi? – perguntei mal
humorada.

- Desculpa, mas eu te chamei um milhão de vezes e você não me respondeu, aí
resolvi apelar para a violência. – disse Alice.

- Você está bem? – perguntou Rosalie secando o cabelo – Parecia tão preocupada.


- Estou bem. – dei um sorriso amarelo – Deve ser a fome que me deixou assim.
Vou tomar um banho.

- Estaremos lá embaixo, te esperando.

- Ok.



Tomei um banho rápido, lavando o cabelo e vestindo uma roupa confortável. Todos
já estavam à mesa, me esperando quando desci.



Depois de almoçarmos, fomos para meu quarto ver um filme e acabei dormindo. De
repente, fui parar em outro lugar. Olhei em volta e só o que eu via eram árvores
e mato para todo o lado. E longe dali, pude ouvir o barulho do mar. Não sei
como, mas eu sabia que estava na ilha.

Ouvi vozes e dei uns passos para frente, porém, um calafrio percorreu todo o
meu corpo e eu parei onde estava. As vozes ficaram mais altas e vi que
pertenciam a várias pessoas que pareciam estar amedrontadas.



- Calem a boca senão eu mato todos vocês! – gritou uma voz forte e masculina.
Até eu estremeci com sua ameaça.



Tentei me aproximar um pouco mais, me escondendo atrás de uma árvore. Procurei
pelo dono da voz e quando o avistei, eu acordei. Olhei para os lados e tanto
Alice como Rosalie dormiam enroladas nos lençóis. Levantei-me e fui direto para
a janela, abrindo-a. Olhei fixamente para a ilha esperando por algo que eu não
sabia o que era, mas sentia que alguma coisa naquela ilha esperava por mim.





•••



- Alice acorda! ACORDA! ACORDA! ACORDAAAAAAA! - sacudi o corpo mole dela por
minutos e a garota nem se mexia – Aff! Desisto! – saí da cama e fui pegar meu
biquíni dentro da gaveta.

- Ela ainda não acordou? –Rosalie saiu do banheiro, já com o biquíni por baixo
da saída de praia.

- Isso é alguma novidade? – nos encaramos.

- Não. – dissemos juntas.

- Bem, vou ver se o café já está pronto. Enquanto isso, tenta acordar essa
coisa! – fechei a porta bufando.



Fui até a cozinha e vi que a mesa estava pronta. Na geladeira havia um bilhete
da minha mãe, dizendo que ela e meu pai foram passar o dia fora e que voltariam
tarde. Nem queria! Vou ficar o dia todo sozinha em casa com minhas amigas.
Tenho que arrumar algo para fazer...



- Acho que a Alice morreu. – disse Rosalie aparecendo na cozinha e sentando-se
à mesa.

- Ela vai acordar rapidinho. Você vai ver. – peguei o vaso de plantas da minha
mãe e tirei as flores, indo em direção ao quarto.

- Não acredito que você vai fazer isso...

- SHUÁÁÁÁÁÁ!

- Que foi? Que foi? –Alice acordou assustada, olhando para os lados com os
olhos arregalados e toda ensopada.

- Eu... Não... Consigo... Respirar. – falei, ou pelo menos tentei, sentando-me
no chão e apertando a barriga que já doía de tanto rir.

- Argh! Vocês vão me pagar! – ela levantou da cama tirando o cabelo, todo
encharcado de água, do rosto e indo para o banheiro.

- A culpa foi sua. – encostei-me à porta, olhando-a através do espelho. Rosalie
ainda estava caída no chão rindo – Eu tentei te acordar de todos os jeitos
possíveis, mas você parecia estar morta...

- Aff. Tudo bem. – ela revirou os olhos, tentando ignorar a risada de Rosalie.

- Vá por um biquíni. Nós vamos à praia! – a abracei e dei-lhe um beijo na
testa.



Eu sabia o efeito que a palavra praia fazia em Alice, e por conta desse meu
pequeno talento, ela logo deixou o mau humor de lado e começou a dar pulinhos e
bater palmas, nos apressando.

A praia estava ridiculamente vazia, com apenas um grupo de meninos que jogavam
futebol e uns três casais, que curtiam o pequeno mormaço embaixo de
guarda-sóis. Estiramos nossas cangas na areia e nos deitamos. Peguei meu Ipod e
aproveitei para relaxar, ouvindo as músicas que há muito eu não escutava.



- Au! – senti algo bater na minha cabeça e quando me levantei, vi a bola caída
em meu colo. Olhei na direção dos meninos que eu tinha visto quando cheguei e
vi um deles acenando, pedindo que eu jogasse a bola de volta, enquanto os
outros riam.

- Deixa comigo. –Rosalie tirou a bola da minha mão e ficou de pé.

- Rosalie o que...



Mas, ela me ignorou. Eu sabia exatamente o que ela iria fazer. Rosalie segurou
a bola com as duas mãos e depois a chutou, fazendo-a cair no meio do mar. Ela
se virou, olhando para os meninos com um sorriso perverso nos lábios e voltou
para onde estava sentada.



- Você é impossível. – falei, rindo.

- Epa. – foi só o que Alice disse.

- O que foi? – perguntei – Droga! Olha o que você fez Rosalie! – os meninos
vinham em nossa direção parecendo querer arrancar nossas tripas.

- Por que você fez aquilo colega? – um deles perguntou, colocando-se na frente
dela.

- Ih, é melhor você não chamá-la assim...

- Colega? Eu vou te mostrar quem é a colega, seu idiota! – chamar a Rosalie com
esse apelido ridículo, era a mesma que assinar seu atestado de óbito.



Saí de perto para o caso de começar a briga. Não estava a fim de apanhar por
causa dos ataques que ela dava. Sentei-me perto da água, aonde apenas chegava a
espuma do mar e encarei a ilha.

Eu sabia que estava começando a ficar obcecada com aquele lugar, mas algo me
incomodava. Algo estava acontecendo e eu queria muito saber o que era. De
repente, assim como das outras vezes, o brilho apareceu. Dessa vez a luz
aparecera perto da água. Ou assim eu pensava, pois estava muito longe pra ter
certeza.



- Rosalie! Alice! – gritei o mais alto que pude, a fim de lhes chamar a
atenção. E consegui.

- O que foi?

- Eu vi o brilho de novo. – falei, apontando para a ilha – Bem ali. Naquela parte.
Oh, por favor! – disse quando vi o modo como me olhavam –Alice, você também viu
o brilho. Você sabe do que estou falando!

- Mas, está de dia e... –Alice me olhava como se eu fosse maluca.

- Vocês não acreditam em mim, não é? – as encarei e pude ver claramente que
elas não acreditavam – Tudo bem. – dei um sorriso amarelo – Acho que a louca
aqui sou eu mesmo. – voltei e me sentei na canga.

- Também não é assim, Bella. –Rosalie pôs a mão em meu ombro.

- Então como é? Explica-me.

- É só que... – ela coçou a cabeça, pensando – Ora, veja pelo lado da lógica.
Como você vai ver algo brilhar dessa distância, se ainda está de dia?

- Então como explica o flash de uma câmera? – cruzei os braços, esperando –
Olha, deixa pra lá. Esqueçam. – pedi – Vamos fingir que nada aconteceu.

- Bella...

- Está tudo bem Alice. Se vocês não acreditam em mim só me resta provar. Vocês
vão ver. Tem alguma coisa errada com aquela ilha. – coloquei os fones no ouvido
e fechei os olhos, deitando-me.


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Notas finais do capítulo

Beijos