- Querida não seja tão grossa. – Teresa tentou usar um tom sério, mas não conseguiu.

- Está bem, sinto muito. Posso ir para meu quarto? Estou exausta e tenho que me preparar para a noite. – a garota era muito educada e correta, parecia fazer parte da realeza.

- A sim! Sinto muito, e como foi agora a pouco?

- O de sempre, as pessoas adoram shows sobre outros países.

- É irritante como ela consegue a atenção de todos só dançando. O meu show com o chicote é mil vezes mais legal. – Thomas parecia desapontado.

- Você é muito ruim, já eu sou adorada por todos. – a garota fez uma cara boba e saiu dando risada.

- Fique quieta, Satélite Natural! – em algum lugar, uma reclamação foi ouvida, mas ignorada por todos.

- Bom aquela é minha garota, sinto muito pelo jeito em que ela agiu, estava cansada e bem... Ignorem o resto. – Teresa queria dizer algo, mas logo mudou de assunto. Algo percebido por Tsuna.

- Por que Thomas a chamou de satélite natural? – era a primeira vez que Lambo falava desde que atropelou as pessoas.

- Porque aquela garota adora estrelas e planetas. Tanto que acho que ela é um alienígena. – Thomas explicou com um sorriso maligno no rosto.

- Thomas! Pare de ser tão irritante, você sabe que não é só por isso. É por cauda do nome dela que ele inventou esse apelido. – Ayanna disse num tom de repreensão.

- E como ela se chama? – Tsuna foi invadido por uma onda de excitação, mas se conteve o máximo que pode.

- Selene! Era a deusa da lua na mitologia grega. – Teresa estava com um sorriso no rosto, mas logo mudou para uma expressão de preocupação. – Mas não sei o porquê dela ter esse nome. Não me lembro de quem deu esse nome a ela.

Aquelas palavras surpreenderam Tsuna. Ele sabia que seus pais não dariam um nome daquele, e por algum motivo a dona de casa parecia incomodada por não saber, como se estivesse esquecido.

Naquela hora a campainha tocou. Ayanna foi atendê-la e quando voltou havia um telegrama em sua mão.

- O que está escrito? - perguntou Thomas a sua irmã.

- Algo realmente estranho: “Encontrará a resposta que procura, enterrada com seu ancestral.” O que será que significa? – assim como todos na cozinha, Ayanna não estava entendendo nada. Tsuna pediu para ver o telegrama e reparou que era a mesma letra da carta que ele recebeu. Logo percebeu o que deveria fazer.

- Dona Teresa, a senhora e seus filhos não gostariam de passar o fim de semana na nossa casa?

- Nossa! É realmente um convite inesperado. – todos concordaram com Teresa, era um convite estranho. – Mas por mim não tem problema. Eu sei que vocês são diferentes. Será muito bom descansar um pouco.

Aquelas palavras traziam certo incomodo a Tsuna. Como assim diferente? Mas a intuição de Tsuna dizia que logo ele iria descobrir.

Terminaram os cafés com biscoitos, algum tempo depois. Despediram-se e estavam de saída quando viram Selene saindo também.

- Já esta de saída, meu amor? – perguntou Teresa.

- Sim, tenho que passar no hotel perto do teatro antes. – Selene estava realmente deslumbrante. Usava um vestido preto com um corpete vermelho. Em si o visual parecia simples, mas aquela pessoa fazia sua presença destacar não importava o que usava. Ela era realmente alguém muito poderosa.

- Será que poderia acompanhar esses cavaleiros até o hotel? Eles ficaram lá.

- Claro sem nenhum problema! – sorriso lindo e caloroso cobriu a face dela, dava a sensação de uma noite de verão.

A décima geração Vongola saiu da casa dos Zaparelli e seguiu por entre as ruas e canais junto com Selene que cantarolava.

- Então você é dançarina? – perguntou Tsuna se aproximando dela.

- Sou sim, desde criança. Adoro musica. – ela continuava com seu sorriso encantador. – Alias peço desculpa por minha grosseria hoje mais cedo, achei que vocês seriam iguais aos outros.

- O que quer dizer com isso?  - Reborn estava sério, não esboçava nenhuma reação.

- Muitas famílias da máfia vivem me perseguindo, por isso quando vi vocês na casa da Teresa achei que estavam atrás de mim também. – aquilo fez com que todos parassem e com que Selena se virasse para saber o porquê.

- Como assim te perseguem? – Tsuna sentiu que sabia a resposta que ela iria dar. Uma garota com um enorme poder sem nenhuma proteção.

- Na verdade eu não faço muita ideia do porque, mas eles vivem dizendo que sou diferente e que poderia ajuda-los a conquistar algo extremamente grande. Alias acho que tem haver com a sua família.

- Como assim com a minha família? – cada vez mais aquela conversa tomava um rumo diferente.

- Algo do tipo acabar com a Vongola, não entendi direito. – agora estava claro o porquê de toda aquela confusão. Selene parecia ter poder suficiente para destruir a Vongola, apesar da própria não fazer ideia daquilo.

- Talvez você tenha razão. Existem muitas famílias que querem acabar com a minha família, porem eu jamais deixarei que isso aconteça. – Tsuna estava falando como um verdadeiro chefe, algo que fez com que todos os seus guardiões sorrissem, ate mesmo Reborn.

- Você realmente parece amar a sua família. Gostei de vocês. Bom o hotel é logo ali, tenho que ir para o teatro, já estou atrasada. Até outro dia, família Vongola.

Selene se despediu e saiu dançando até o teatro. Naquela hora a intuição de Tsuna tornou a perturba-lo ele sabia que algo estava acontecendo. Determinado disse:

- Acho que vamos ao teatro.