O sono logo caiu sobre Jason, mas Reyna continuava acordada. Ela se levantou o mais rápida e silenciosamente possível e recolheu suas vestes. Não queria sair do abraço quente de seu amante, mas ele tinha razão. Teriam de ser mais discretos e se afastar por um tempo, ou ambos ficariam em grande perigo.

Todavia, Reyna tinha de se lavar de alguma forma. Por sorte, havia um lago bem próximo. Ela foi até ele e se banhou. Quando saiu do lago, percebeu que não havia nada para secar-lá, então apenas esperou que o vento retirasse um pouco da umidade de seu corpo e se vestiu novamente. Foi quando notou um vulto parando próximo a ela, e se assustou.

Tentou ver pela fraca luz, e era... oh céus! Como poderia ter esquecido? Seu cavalo. Todas essas horas com Jason e o garanhão vagando solitário por aquelas terras. Poderia ter acabado fugindo.

Ela aproximou-se do animal e montou-o, e ele cavalgou lenta e silenciosamente, sem precisar de ordens. Mas antes, Reyna olhou novamente para Jason e sussurrou um "eu te amo". Poderia jurar que ouviu ele responder vagamente um "eu também te amo, Reyna".

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Os olhos de Jason se abriram, mas sua visão foi limitada pela pouca luz que as estrelas lhe ofereciam. Reyna não estava mais ao seu lado. Ele ouviu um leve barulho de água em movimento e, curioso, procurou a fonte do ruído. Mesmo com pouca luz ele pôde ver o lago de onde o barulho vinha, e dentro dele Reyna se banhava. Estava de costas e o vento da noite fazia seus cabelos serpentearem, volta e meia tocando de leve a superfície da água. Mesmo de costas, era linda. E Jason se lembrou que aquela era provavelmente a última visão de Reyna que teria por um bom tempo. Mas era para a segurança dela.

Jason se lembrou que havia esquecido de perguntar sobre o homem na taverna, mas aquilo não tinha mais importância. Se aquele guardião a protegesse, excelente.

E quando ele fechou os olhos para ouvir Reyna se despedir com um "eu te amo", ele sussurrou o mesmo em resposta.

Os meses se passaram. O verão transformou-se em outono. Reyna e Jason continuavam distantes um do outro. Jason ao menos estava conseguindo sobreviver, e por algum motivo misterioso, Octavian estava assediando Reyna muito menos vezes - e quando isso acontecia, ela ao menos saía vencedora.

Mas Reyna estava preocupada. Sentia que algo nela estava mudando - ela não poderia dizer o quê, só tinha esse pressentimento.

- O que você acha que está errado comigo? - Ela perguntou para Piper. Estavam ambas sozinhas em seu quarto, e Reyna sabia que poderia falar com Piper sobre o que fosse. Piper já sabia de toda a história e era esperta o suficiente para não deixar nem os mínimos detalhes escaparem, então, guardar qualquer coisa dela seria inútil.

- Não há nada de errado, apenas... - Piper estreitou os olhos. - Seu corpo está mudando.

Reyna franziu a testa. Havia notado que estava ganhando peso, mas Piper parecia suspeitar de algo mais.

- Há quantas luas você não menstrua, Reyna? - A pergunta pegou Reyna de surpresa; ela não parara para pensar naquilo, mas agora que pensava, percebeu que já havia várias luas.

- Muitas. - Respondeu, nervosa.

- Percebeu as mudanças específicas em você? Seus seios, sua barriga...

Reyna percebeu aonde Piper queria chegar.

Ela estava grávida.