POV EDWARD

– Um, dois, três indiozinhos... – O pessoal lá trás cantava fora do tempo, com a voz arrastando e sem empolgação, meu pai dirigi com cara de tédio e eu? Eu batia minha cabeça na janela como um maluco tentando entender o mapa. Estávamos nisso a uma hora.

– Falta muito ainda, indiozinho? – Alice perguntou no ritmo da música ainda, com a mesma voz de tédio. Todo mundo parou de cantar e olhou pro meu pai.

– Olha... A viagem sem transito dura 1 dia mas além de termos pego aquele transito estamos perdidos.– Ele disse e todo mundo voltou a cantar e eu voltei a bater minha cabeça, só que agora mais forte.

– Que tal irmos para um aeroporto? – Tanya pulou do banco assustando todo mundo e me fazendo bater a cabeça de verdade. Gemi de dor passando a mão aonde doía.

– Nerd, Carlisle acabou de dizer que estamos perdidos e, olhe a sua volta, você vê alguma coisa além de árvore? Não tem uma alma na rua. Só aquele barraco assustador. – Jasper apontando para a tal casa irritado, o que era raro. Olhamos para onde ele apontava e vimos uma casa caindo aos pedaços que deu até arrepio.
Tanya bufou e voltou a cantar fazendo tudo voltar como estava. Merda, antes de sair de casa eu deveria ter comprado passagens de avião. Tinha que admitir que a culpa era minha, se não fosse minha lerdeza minha família não estaria passando por isso.

– Concordo com você.– Escutei minha mãe falando e vi que todos assentiam com a cabeça. Sério que falei em voz alta? Adeus, orgulho! Gemi tombando a cabeça pra trás e desejando chegar logo em Forks.

‒ Ah, para! Você minha mãe tem que me fazer sentir bem. ‒ De repente um barulho toma conta do ambiente e todos param sem acreditar que, finalmente, algo tinha acontecido. No segundo toque peguei meu celular sem ver quem era, animado pelo simples fato de poder falar com alguém que não estivesse no carro.

Ligação On

– Alô? – Atendi com empolgação e senti os olhos de todo mundo em mim. Ninguém respondeu. Repeti mas duas vezes e continuava só escutando a respiração da pessoa, nisso a meu sorriso foi morrendo e todo mundo voltou a cantar.

– Amorzinho, não estou com tempo para trotes. Vou desligar.– Respondi com raiva e a pessoa soluçou, olhei para meu pai sem entender. A pessoa estava... chorando?

– Papai? – Essa simples palavra saindo daquela simples voz fez meu mundo parar. Senti meu coração batendo em ritmo de metal heavy e meu olhos se encheram de lágrimas, sentia que se piscasse poderia alagar o mundo.

– RENESMEE? FILHA? EU TE AMO, RENESMEE. TE AMO MAIS DO QUE TUDO, VOCÊ É MINHA VIDA, NESSIE! COMO VOCÊ TA?POR QUÊ NÃO FALOU COMIGO ANTES DE IR EMBORA? POR QUE NÃO ATENDEU MINHAS CHAMADAS? – Não pude falar mais porque a família começou a puxar o celular da minha mão tentando falar com Nessie. Minha mãe, eu e Rose chorávamos e meu pai estava com uma expressão desesperada enquanto tentava não bater o carro nas curvas perigosas e o estado dele piorava com os gritos de Tanya dizendo para ele não deixar ela morrer.

– CALEM A BOCA! – Gritei fazendo todo mundo voltar para o lugar. Escutei a risada da minha menininha e sorri.

– Papai, eu estou com saudades. Mamãe escondeu meu celular e o de Kristen, mas eu achei e ela não sabe.– Ela disse como se estivesse cometendo o maior crime do mundo.

– Oh, meu amor! Como está a Kristen? E a sua mãe? – Perguntei e levei um tapa de Tanya só que a ignorei por completo.

– A Kris quase não fala e a mamãe... Bom, a mamãe reencontrou um amigo e ele dá olhares diferentes para ela que retribui. – Ela disse e eu senti meu corpo ficar tenso. Outro homem... Olhares diferentes? Respirei fundo. " Calma, Edward. Ela não é mais sua, você a pediu para seguir sua vida e ela está fazendo. Para com o egoísmo! " Mas que porra, eu não queria imaginar outro cara tocando a mulher que já foi minha.

– Entendi... Fica de olho nas duas para mim, okay? – Pedi tentando deixar minha voz normal mas não consegui.

– Pode deixar. – Ela disse rindo.

– Vocês estão em Forks, não é? – Quis confirmar.

– Sim, papai. A antiga casa da minha mãe.– Ela disse. Eu lembrava da casa de Bella. Era pequena mas muito acolhedora, só não lembrava o endereço.

– Nessie, sabe o endereço?– Perguntei com esperanças.

– Não... E seria estranho pedir para alguém porque desconfiariam.– Ela disse e eu bufei.

– Tem razão. Mas eu to indo atrás de vocês ta bom, meu amor? Só não conta para ninguém porque se não vão me impedir.– Disse e a escutei chorar. Não me segurei e chorei também. Okay, eu estava muito gay chorando por tudo mas eu nunca tinha ficado tão longe delas.

– Okay, estou te esperando.– Ela disse e senti meu coração se apertar. E se eu não conseguisse chegar? Bella poderia descobrir, poderia ir embora ou, até mesmo, eu poderia sofrer um acidente. Como Renesmee ficaria?

– Eu te amo muito, sunshine. Nunca esqueça.– Eu disse a chamando pelo primeiro apelido que a dei quando nasceu. Kristen também tinha um apelido, era ovelha negra. Ela não se importava, muito pelo contrário, ela sabia que eu a dei esse apelido porque enquanto o mundo fazia tudo igual ela tinha o próprio jeito de agir e pensar e não se permitia de ser controlada.

– Eu também te amo, pai. E... eu não queria falar agora mas se prepara quando chegar porque você vai ter uma surpresa. – Ela disse em seguida desligou.

Ligação Off

– Filho da puta, não me deixou falar com ela! – Rose começou a me bater recebendo um protesto da minha mãe por ter a xingado.

– Shiuu, pare! Ela estava escondida e ela disse duas coisas... – Eu disse e eles fizeram gesto para continuar. Respirei fundo.

– Parece que Bella está namorando. – Eu disse e escutei um "Eee" animado. Olhamos para Tanya e ela estava com os braços erguidos. Levantei a sobrancelha e quando ela percebeu que era a única comemorando abaixou os braços e a cabeça corando. Limpei a garganta.

– Continuando... Nessie disse que eu vou ter uma surpresa quando chegar lá.– Disse pensativo.

– Uma surpresa boa ou ruim? – Emmett perguntou. E só então lembrei que ele estava no carro porque hoje ele estava mais quieto do que o normal.

– Não sei... Mas eu realmente não espero chegar lá e encontrar uma festa surpresa.– Disse baixo encostando minha cabeça na janela e ninguém falou mais nada.

POV NESSIE

– Nessie? – Escutei Kris me chamar e joguei meu celular em cima do armário por causa do desespero. Espero que meu pai chegue antes que minha mãe procure o celular porque se ela achar em cima do guarda - roupa e quebrado ela iria perceber e não tinha como eu pegar já que era alto.

– O que você está fazendo no quarto da minha mãe? – Ela perguntou desconfiada já que eu nunca entrava lá e eu tentei pensar em alguma coisa.

– Tava procurando comida.– Eu disse e ela arqueou uma das sobrancelhas.

– No segundo andar? No quarto? – Ela perguntou prendendo o riso e eu dei um sorriso amarelo. Ela fez uma cara de confusão e se aproximou de mim.

– Você... Você estava chorando, pequena? – Ela perguntou passando a mão em meu rosto e eu a afastei.

– Eu estou com saudades de Edward, só isso.– O que era verdade. Não tinha chorado depois da primeira noite aqui mas escutar a voz do meu pai despertou toda saudade em mim.

– Aquele idiota não merece saudades! Ele nos abandonou, Renesmee. – Ela disse com raiva.

– Não, Kristen! Você abandonou ele.Você nem olhava nos olhos dele dirá escutar o que ele tinha para falar. Você diz que ele é egoísta mas não percebe que a egoísta é você. Aonde fica a felicidade dele? O que ele realmente quer? Por quê desde que se casou com nossa mãe ele só vive para a gente e para o trabalho e agora, só porque ele decidiu fazer algo por ele depois de 15 anos, você simplesmente o dá as costas? Antes de tudo, ele é seu pai e tratar com ódio um pai que sempre deu a vida por você é covardia – Gritei com a Kristen que ficou me olhando de boca aberta.

– Eu não vou ficar discutindo com uma criança. Você é muito inocente e boazinha, vai acabar se ferindo um dia, mas não se preocupe, vou estar aqui. – Ela disse e saiu do quarto. Senti meus olhos marejarem mas não ia chorar de novo. Respirei fundo e desci encontrando James beijando minha mãe na sala. Fiz barulho com o pé na escada enquanto andava para eles perceberem minha presença o que deu certo já que os dois se separaram constrangidos.

– Querida, posso explicar. – James disse começando a se levantar com uma expressão desesperada.

– Onde você estava? – Minha mãe perguntou com a cabeça baixa. Ela sabia que eu estava lá em cima esse tempo todo mas não sabia o que dizer.

– Lá em cima. – Dei os ombros revirando os olhos. – Podem relaxar, eu já imaginava a muito tempo. Disse tranquilamente me sentando no meio deles e abraçando minha mãe. Os dois suspiraram aliviados e eu dei um sorriso de canto, quase inexistente.
Obvio que eu preferia meu pai do que James mas eu queria a felicidade da minha mãe e James parecia ser um cara legal e também tinha o bebê vindo... Ele precisava do pai. Na verdade eu não sabia quem era o pai já que nunca tive coragem de perguntar. A barriga ainda era muito pequena para saber se tinha meses ou semanas ou, pelo menos, EU não sabia já que não entendia muito dessas coisas.

– Eu amo você. – Minha mãe disse me dando um beijo na testa e eu sorri me aconchegando mais nela. Senti os dedos de James acariciando meus cabelos e então deixei o sono me tomar com a certeza que sonharia com a chegada de meu pai.

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POV EDWARD:

– A voz dela continua tão doce! Mas sei lá... Ta mais mocinha. Acho que minha bebezinha ta crescendo. – Continuei a tagarelar animadamente com Rose, Alice e minha mãe sobre Renesmee.

– To com fome. – Emmett reclamou e então percebi que também estava. Olhei o celular e vi que eram 22:00 da noite e só então me toquei que ainda não tínhamos comido nada.

– Estamos em uma estrada movimentada então vou procurar uma lanchonete para pararmos. – Meu pai disse e todos concordamos, menos uma pessoa. Preciso dizer quem?

– Ah, mas é coisa de pobre! Eu não quero. – Tanya reclamou cruzando os braços como uma criança me fazendo revirar os olhos. Porra, se ela queria algo chique que estivesse ficado em Londres e não ter vindo pegar a estrada.

– Querida, sabe o Sol? Então, o mundo gira em torno dele e não de você. Então, a princesa não tem que falar nada apenas ficar quietinha e se agradecer por estamos te aguentando a horas dentro desse carro e respirando o mesmo oxigênio poluído que você sem reclamar. Nós tínhamos que ter te deixado no meio de uma floresta para passar fome, frio, sede, sono e no fim ser morta por animais. – Rosálie disse fazendo minha namorada a olhar indignada e a Alice fazer um comprimento de mão com a cunhada. Sei que deveria defender minha namorada mas... Ah, ela é adulta! Tem que saber se defender sozinha.

– Mentira, Tanya. Nunca faríamos isso com você. – Minha mãe disse a confortando. Era mentira, ás vezes ela irrita tanto que não pensaríamos duas vezes antes de fazer, obvio! Mas ela não precisava saber.
Depois de alguns minutos meu pai achou uma lanchonete, que até era grande, estacionou o carro, pegamos nossos casacos e fomos em direção a lanchonete que estava cheia. Eu pedi panquecas com chocolate quente e me sentei junto ao resto.
Conversávamos sobre coisas aleatórias e sem importância, o que foi bom. Quando meu pai terminou de comer ele aproveitou para abastecer o carro no posto, comprei uma Mentos e um maço de cigarro indo lá para fora.

– Não sabia que fumava.– Alice chegou no meu lado quando eu estava terminando. Me afastei um pouco dela tentando a deixar longe da fumaça.

– Eu não fumo. – Respondi dando a última tragada e apagando o cigarro.

– Não é o que parece. – Ela disse emburrada e eu sorri. Não estávamos acostumados com isso já que crescemos com meu pai dizendo o quanto era perigoso. Abri o pacote de Mentos colocando duas balas na boca e abraçando a Alice que corresponder como se não quisesse me deixar por nada.

– Eu estou com muita saudade de você. – Ela sussurrou enterrando a cabeça em meu pescoço.

– Eu estava com você o tempo todo, anjo.– Beijei sua cabeça. – Sempre vou estar. – Sussurrei e vi uma loira se aproximar da gente, minha segunda irmãzinha.

– Vocês são tão gays! – Ela disse nos fazendo rir. A puxei para o abraço e a beijei.

– Te amo também, Rosálie.– Disse a vendo abrir um grande sorriso.

– Ei! Essa é minha. Foi difícil para conseguir, vá atrás da sua. – Emmett disse abraçando Rose por trás.

– Desculpa, Emmett só que essa loira é tão gostosa que me apaixonei. – Disse puxando Rose para meu peito de novo a fazendo rir.

– Vou te meter a porrada, seu babaca.– Emmett disse vindo para cima de mim.

– Ta bom, crianças. Vamos logo se queremos chegar lá esse ano.– Esme disse rindo. Alice pegou Rose pela mão e as duas saíram saltitando.

– Agora falando sério, sua esposa é gostosa. – Disse rindo recebendo um tapa de meu irmão que em seguida me abraçou pelo ombro.

– Eu juro que não sabia que elas estavam indo para tão longe e quando Rose pediu para não contar eu achei que era só até chegarem lá por isso concordei. – Ele disse enquanto íamos para o carro.

– Eu sei disso também sei que apesar de você me amar também ama minhas filhas e eu sou muito grato por isso. – Disse verdadeiramente. Eu não poderia querer outro tio para Renesmee e Kristen.
Chegamos ao carro e Jasper resolveu dirigir um pouco pro meu pai descansar. Olhei para o céu respirando o ar fresco misturado com cheiro de grama e sorri entrando no carro.

POV BELLA:

Depois de me despedir de James e tomar banho fui até a varanda do quarto sentando numa cadeira. Estava tendo uma festa na praia então tudo estava iluminado, olhei para o céu que estava estrelado e com uma lua linda. Sorri com isso me lembrando de Edward que era um observador da natureza mas tinha um amor maior pelo universo já eu nunca fui muito de observar essas coisas e muitas vezes brigamos por isso. Ri com meu pensamento.

Onde estaria Edward agora? Eu só espero que ele esteja bem porque apesar de tudo desejo toda felicidade para ele... Obvio que sem as filhas isso não seria totalmente mas eu jamais viria embora e as deixaria. Eu sentia saudades de tudo em Edward.
Eu não me arrependia de ter aceitado me casar com ele porque além de ter me dado as crianças ele foi o melhor marido que alguém poderia querer só que agora tinha que aceitar a verdade e James estava me ajudando nisso, eu me sentia ótima com ele era como se a dor que Edward deixou em mim amenizasse um pouco.

– Trouxe para você, minha boneca. – Escutei a voz da minha mãe e vi ela se sentando do meu lado com duas xícaras. Peguei uma da sua mão saboreando o chá.

– Como você sabia que eu estava aqui? – Perguntei já que todas as luzes estavam apagadas.

– Sei lá... Simplesmente sabia. – Ela disse dando os ombros e bebendo seu chá.

– Você sabe que não pode esconder para sempre dele, não é? – Ela perguntou colocando a mão em minha barriga. Respirei fundo a olhando.

– Posso não, mamãe?– Perguntei como uma criança dengosa fazendo ela rir.

– Bella, pelo que eu conheço do Edward ele vai procurar as filhas até encontrar e pelo que eu te conheço você nunca irá para longe delas então, uma hora ou outra, vocês irão se encontrar. – Ela disse acariciando meus cabelos. Ela tinha toda razão mas o que eu iria falar para ele?

– Você é muito insegura... Se ele não aceitar, paciência! Você não está sozinha, filha. – Ela disse olhando em meus olhos e eu a abracei.

– Tem razão vou ligar para ele.– Disse pegando meu celular em cima da mesinha.

– Agora? – Ela perguntou quase cuspindo o chá.

– Mãe, se eu não fizer agora não vou fazer nunca mais.– Disse e coloquei o celular na orelha torcendo para que ele atendesse antes que meus 20 segundos de coragem acabasse.

– Alô? – Escutei a voz sonolenta, mas extremamente sexy, do outro lado da linha assim que estava desistindo. Oh, meu Deus! Eu estava escutando a voz do amor da minha vida. Se ele soubesse a falta que me fazia largava tudo, vinha correndo e não me deixava nunca mais porque é uma dor insuportável.

– Alô? Ele repetiu confuso.– Eu tentava responde-lo mas não saia nada.

– Ed... Edward? – Sentia as lágrimas caindo do meu rosto e escutei barulhos estranhos do outro lado da linha em seguida, um gemido de dor.

– Isa... Bella? Bella! Ai, meu Deus! Aonde você está, sua maluca? O que te deu para ir embora assim? Está se drogando? Você não sabe o que eu estou passando, por favor não faça mais isso comigo... Por favor.– Ele sussurrou com voz de choro e isso me matou foi então que decidi não contar sobre a gravidez, não pelo telefone para escutar o choro dele e estar longe sem poder fazer nada.

– Cullen, eu... Me desculpe mas não posso fazer isso. – Sussurrei de volta e desliguei. Minha mãe me olhava como se não estivesse nada e eu sair correndo me trancando no quarto pensando no que eu faria com o meu filho e como explicaria para Edward que não "fugi" com 2 crianças e sim com 3.