Always At Your Side - Season 2 escrita por Ágatha Geum


Capítulo 6
Muitas surpresas...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...
Esse capitulo é gigantesco...
Não me matem no proximo o Damon já sabe que vai ser pai... Ainda hoje... Ou melhor agorinha mesmo....
O titulo vai ser: Pai??
Avisando para vc não deixarem de ler viu!
Boa Leitura...



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Meredith estacionou o carro em frente a uma casa amarela, em um bairro próximo do qual a família Gilbert morava. No banco passageiro estava Elena, apreensiva em fazer uma visita surpresa para Bonnie. Depois de passar o resto do dia anterior conversando com a irmã sobre tudo o que vinha acontecendo em sua vida, a morena se viu pressionada por Meredith a colocar em prioridade o acerto de contas com a melhor amiga. As irmãs Gilbert pareciam mais à vontade uma com a outra, causando a surpresa de seus pais. O indício de tanto espanto foi confirmado quando as duas avisaram que sairiam juntas sem horário para voltar para casa.

Antes de chegarem onde estavam, Elena e Meredith tiveram uma conversa franca, algo que não faziam há muito tempo. Elena lhe contou mais detalhes sobre a situação de Damon e sobre a gravidez. Contou que havia discutido com Bonnie sem motivo e que sentia uma vontade brutal de socar April só de lembrar o quanto ela queria prejudicar seu relacionamento. Revelou que estava parcialmente desempregada e que o tio de Stefan estava ajudando Damon e ela com novos empregos e a busca de um lugar para morarem juntos. Meredith admirou a irmã como há muito tempo não fazia. Deixou de lado os sentimentos ruins com relação a ela e se admirou por Elena ser muito forte sozinha, algo que ela não conseguiria sem correr para os braços da tia. A pequena reunião entre irmãs rendeu uma conversa até altas horas da madrugada e formalizou a volta da irmandade.

Meredith encorajou Elena a conversar com Bonnie e a contar sobre a gravidez para Damon. Deu-lhe um sermão avisando que ela não poderia controlar qualquer novo fato sozinho e que precisava compartilhar qualquer coisa que lhe acontecesse. A irmã mais velha agiu como deveria ter feito há muitos anos atrás e voltou a assumir a responsabilidade de cuidar de Elena como sempre fez desde que eram crianças. Convenceu-a também em esclarecer de uma vez o mal estar que existia entre Bonnie e ela. As coisas na vida da irmã não poderiam permanecer malucas, concluiu Meredith. Se prender as coisas ruins não refletiria apenas na irmã, mas também no bebê que ela esperava. Tomando partido da situação, fez Elena prometer tomar atitudes sensatas para aliviar qualquer excesso de peso que sobrecarregassem seus ombros.

A preocupação maior da morena com relação àquela visita era que a melhor amiga fechasse a porta na sua cara. Tudo o que compartilharam poderia ser perdido por causa dela. Sentia-se culpada por ter agido daquele jeito no ensaio de seu casamento e nada mais justo do que ela mesma tentar ajeitar as coisas. Sentia falta de Bonnie. Sentia falta das conversas e dos risos. Precisava da melhor amiga ao seu lado mais do que nunca, ainda mais nos próximos quase 6 meses.

O que mais a assustava, além de qualquer atitude negativa que Bonnie poderia demonstrar, era contar com o apoio da irmã mais velha. Até então, só ela sabia o quanto se sentia mais tranquila por dentro. Parecia que, aos poucos, sua vida voltava a fazer sentido e Elena estava gostando muito daquela sensação de que tudo daria certo no final das contas.

– Você tem meia hora para me trazer Bonnie para dentro do carro. Entendido? - Meredith avisou, com o cenho enrugado. - Que horas mesmo você combinou com a tal Andie de ver o tal apartamento?

Elena deu um riso abafado. Mesmo estando de bem com a irmã, ela continuava com o mesmo tom presunçoso na voz.

– Meio dia - respondeu Elena, conferindo que horas eram. - Não se preocupe. Se Bonnie não quiser falar comigo, ela vai fingir que não está em casa.

– Duvido muito que ela faça isso - disse Meredith com certa veemência. - Vocês são carne e unha desde pequenas. Você me trocou por ela.

– Ah! Mas isso não é verdade! - desconversou Elena, chocada. - Nunca troquei você pela Bonnie. Você que nunca quis se enturmar com a gente.

– Isso que você acaba de dizer não é verdade - retrucou Meredith, esboçando um sorriso. - Era Bonnie para lá, Bonnie para cá. Era enjoativo.

– Isso quer dizer que você tinha ciúmes, Mary. Só isso justifica sua bronca por ela.

– Ciúmes? Eu? Desde quando?

Elena tirou o cinto de segurança meneando a cabeça negativamente.

– Vou continuar a viver com a ideia de que você apenas não gostava dela - afirmou Elena, sorrindo. - Não irei demorar muito.

– Tudo bem! - Meredith esticou os braços a fim de estender a coluna. - Vi que tem uma padaria bem ali. Quer comer alguma coisa?

– Hmm...

Elena ficou pensativa e colocou a mão sobre a barriga. Mesmo que o bebê ainda estivesse em formação, ela podia senti-lo. Parecia absurdo, mas ela achava que estava começando a desenvolver seu lado materno muito precocemente.

– Estou com vontade de comer brigadeiro. Sabe... Aqueles bem grandes - disse Elena sonhadora. Meredith tinha certeza de que ela realmente estava imaginando um brigadeiro enorme vindo em sua direção. - E um suco de maracujá.

– Ok! Daqui a quase seis meses você pode ser considerada uma orca de tão gorda que ficará se não parar de desejar comida não saudável - alertou Meredith entre risos. - Brigadeiro com suco de maracujá? Que coisa mais bizarra, Elena.

– Não se preocupe. Prometo que não chegarei a usar tamanho gigante ao atingir o oitavo mês de gravidez. Vou procurar uma academia e uma nutricionista para não virar uma orca.

Meredith tamborilou os dedos rapidamente no volante se divertindo com o comentário de Elena.

– Você tem que prometer isso ao Damon e não a mim. Afinal, quem é cotado a ser o homem da sua vida para sempre é ele e não eu. - Meredith tinha o tom de voz de deboche que deixou Elena mais animada.

– Ainda não temos planos de casamento, Mary, então por enquanto ele não é o que podemos dizer o homem que estará comigo para sempre.

– E você ainda tem dúvidas disso? Ele costumava a deixar cartinhas de amor para você na porta de casa - lembrou Meredith. - Eu adorava despachá-lo para fora do nosso jardim.

– Eu não acredito que ele me mandava cartas. – disse Elena abobalhada. – Poxa Mary... Deve ser por isso que ele sempre teve certo medo de você - disse Elena dando um suspiro. Era um tempo bom. Ser criança significava não ter obrigações e não sofrer tantas cobranças.

– E com razão! - disse Meredith, séria. - E deve continuar a ter. Se ele te machucar, espanco-o sem dó.

Elena lançou um sorriso na direção de Meredith. Estar de bem com ela era o mesmo que estar voltando para casa.

– Vamos parar de jogar conversa fora, pois eu tenho uma missão a cumprir. - Elena abriu a porta do carro e apoiaram os dois pés na calçada. Sentiu uma vertigem repentina. Fechou os olhos e contou até dez, até sentir seu corpo estável de novo.

– Está tudo bem? - perguntou Meredith esticando o braço para apoiar sua mão no ombro da irmã.

– Sim, está! - respondeu Elena voltando a abrir os olhos. - Enjoos e tonturas. Duas coisas que acontecem com as mulheres nos primeiros meses da gravidez. Li na internet.

– Elena, só você com essas ideias malucas. Você tem que se informar com um médico e não com a internet.

Elena tirou o resto do corpo do carro, ficando em pé.

– O médico me verá em breve. Enquanto isso, eu preciso sanar minhas dúvidas do jeito que posso - se defendeu Elena dando de ombros. - Estou muito errada?

– Está mais do que certa! - concordou Meredith crispando os lábios. - Agora vá se resolver com sua amiga. Vou atrás do seu brigadeiro e suco de maracujá.

– Obrigada! - exclamou Elena juntando as mãos frenéticas.

Ela fechou a porta do carro da irmã e aguardou. Virou-se na direção da casa de Bonnie e ficou à espera de qualquer movimento. Queria que a mãe ou o pai da jovem aparecessem em uma das janelas e acenassem, convidando-a para entrar. Seria muito mais fácil. Mas, nada disso aconteceu, colocando Elena em um impasse que logo foi substituído pela coragem.

A jovem abriu a portinhola que dividia o jardim até a entrada da casa de Bonnie. Havia flores bem cuidadas para todos os lados e o cheiro de grama molhada só avisou que realmente tinha alguém na casa. Admirou quem quer que fosse por ter cuidado da grama naquele frio, pois nem ela teria coragem de acordar cedo para aparar qualquer coisa com a temperatura que parecia beirar a zero grau todos os dias.

Sem demora, Elena apertou o botão da campainha. Aguardou ansiosa, sentindo seu corpo esquentar. Isso fez com que as dezenas de blusas que vestia parecessem uma panela fervendo, pois começou a se sentir sufocada pelo calor que começou a sentir. Pensando que ia entrar em desespero, seus olhos castanhos se esgueiraram de um lado para o outro. Sua mente voltou a se render à covardia e almejou que ninguém estivesse em casa.

Segundos depois, a morena ouviu a porta ser destrancada. Quando ela se abriu, deu de cara com a mãe de Bonnie que abriu um largo sorriso ao vê-la. Fazia muito tempo que não visitava os Bennet, Elena se dera conta. Tinha até se esquecido como se sentia na companhia dos pais da melhor amiga. Era como se não houvesse problemas no mundo.

– Elena, quanto tempo! - disse Jackie, mãe de Bonnie satisfeita em revê-la.

– É realmente! Faz muito tempo que não a visito, Sra. Bennet. - Elena juntou as mãos para disfarçar o nervosismo. Mesmo parada diante da mãe de sua melhor amiga, ao esgueirar a visão para dentro do local, sentiu o indício de que ela não estaria em casa. - Bonnie está?

– Está sim. Por favor, entre! - Jackie abriu espaço para que Elena passasse. Quando ambas estavam seguras dentro da casa, fechou a porta e voltou-se para a morena. - Ela está no quarto. Pode ficar à vontade e subir. Você já é de casa.

– Hmm... Eu acho que não seria uma boa ideia - avisou Elena contraindo os lábios. - Bonnie e eu tivemos uma pequena discussão. Não quero correr o risco de ela me arremessar escada abaixo.

Jackie sorriu e deslizou as mãos pelo avental branco que utilizava. Elena sentiu-se mal por ter chegado, talvez, em um momento inapropriado.

– Bonnie descerá a qualquer momento. Você chegou bem na hora do café da manhã.

Elena enrugou a testa olhando para a mãe de Bonnie totalmente confusa.

– Por que estão tomando café tão tarde?

A jovem percebeu as bochechas de Jackie ruborizar. A senhora dera um riso acanhado, com o rosto afogueado.

– Bonnie não te contou, não é?

– Mãe, você viu minhas sapatilhas brancas? Se eu colocar qualquer outro tipo de sapato meus dedos serão esmagados.

Elena e Jackie ergueram o olhar em direção ao topo da escada. Bonnie ainda estava vestindo o pijama e parecia muito pálida. Pelas olheiras, Elena supôs que ela estava resfriada e praguejou mentalmente por não ter ligado antes para fazer a visita à amiga.

– Lena? O que você está fazendo aqui? - Bonnie afastou os cabelos negros dos ombros e desceu as escadas. O tom de voz dela estava tranquilo e cheio de surpresa ao ver a amiga parada no meio do corredor com sua mãe. - Por que não me avisou que ela estava aqui, mãe?

– Não deu tempo, Bonnie - explicou Jackie, apoiando uma mão sobre o ombro da filha. Lançou um sorriso carinhoso na direção dela, deixando Elena ainda mais perdida com aquele tipo de comportamento.

Elena sabia que os Bennet sempre foi o exemplo de família unida. Eles viviam bem naquela casa que era mais do que suficiente para três pessoas. E eles eram muito felizes. Bonnie era a filha única do casal que nunca deixou de apoiá-la em qualquer decisão que ela tomasse. Jackie tinha a estatura baixa, com os cabelos negros já sendo dominado por singelos fios brancos, o que reforçava a áurea materna que imperava sobre ela.

Assim como a mãe de April e Lexi, pensou Elena, suas amigas tinham mães de ouro que serviam de exemplo para inspirar suas filhas a construir um futuro harmonioso. Isso gerava certo orgulho, principalmente quando uma das amigas citava a mãe da outra com respeito. O mais difícil era encontrar as figuras paternas em casa, e com Bonnie não era muito diferente. David era professor universitário e passava boa parte de seu tempo nas faculdades dando aula. Mas Bonnie e Jackie nunca lamentaram a ausência do líder dos Bennet, pois ele era o exemplo de marido que qualquer mulher gostaria de ter.

– Não deu tempo? Que calúnia! - Bonnie deu um passo à frente e pegou uma das mãos de Elena. - Vamos para meu quarto. Temos coisas para conversar.

Elena tinha esquecido como Bonnie não era propensa a brigas. Viu que toda a tempestade que havia criado com a discussão entre elas saiu pela culatra. Bonnie era imprevisível e ela sabia disso. Para deixá-la fora de si, realmente teria que ser um motivo muito grande – como a mãe de Jeremy, Miranda. A morena só não entendia o porquê de a amiga estar agindo daquela maneira, pois foi responsável por um dos ataques de nervos descontrolados dela. Sem muitas opções, preferiu agir conforme os fatos se desenrolavam.

Sem delongas, as duas amigas subiram e logo estavam trancadas dentro do quarto de Bonnie. O local estava aquecido, com as janelas e cortinas fechadas. Elena olhava tudo muito interessada, pois nunca encontrou Bonnie naquele estado de total proteção dos pais. Quando ela ficava doente, não obedecia às regras e sempre burlava os remédios. Lembrou-se até de um momento do qual Bonnie fingira que tomava os comprimidos e os cuspia de volta com uma grande gargalhada de vitória.

– O que está acontecendo, Bonnie? - perguntou Elena assim que a amiga ocupara uma poltrona. Ela se jogou de qualquer maneira, aliviando os ombros que pareciam pesados demais. - Está tudo bem?

Bonnie se moveu na poltrona e abriu um largo sorriso. Delicadamente, colocou uma das mãos sobre a barriga e aguardou alguma reação da parte de Elena.

– Está passando mal? - Elena voltou a se sentir a última gota do deserto. Resolveu se sentar na cama, que estava repleta de roupas jogadas, tomando todo o cuidado para não amassá-las.

– Elena, você às vezes é muito lerda. - Bonnie colocou a outra mão sobre a que já estava na barriga. - Já que você não vai entender com gestos terei que traduzi-los.

Elena olhou para a posição de Bonnie e arregalou os olhos. Não seria possível que a amiga estivesse...

– Grávida? - indagou Elena colocando-se de pé em um pulo. - Você está grávida?

Bonnie meneou a cabeça positivamente.

– Resolvi te invejar - disse Bonnie abrindo um largo sorriso. Seus olhos agora brilhavam. - Estamos com o mesmo tempo de gravidez.

– Oh! Meu Deus! - Elena levou as duas mãos a boca e deu um pequeno pulo. - Você só pode estar de brincadeira.

– Não, não estou - afirmou Bonnie, deslizando as mãos sobre a barriga. - Descobri na semana do ensaio. Depois daquela confusão, passei mal e Jeremy me levou ao médico. Foi aí que descobri.

Elena se aproximou da amiga e ajoelhou-se diante dela. Sentia que iria chorar de alegria.

– Meu Deus! - Elena exclamou mais uma vez colocando sua mão sobre a de Bonnie. - Eu vou ser tia.

– Sim, você vai. - Bonnie tirou as mãos da sua barriga para que Elena pudesse colocar as dela. - Eu estou tão feliz, Lena. Não tão feliz porque terei que reajustar meu vestido, mas eu estou fora de mim de alegria. Meus pais estão babando como se o bebê fosse nascer amanhã. Jeremy, então, mal cabe em si de felicidade.

Elena deslizou a mão sobre a barriga da amiga. Nada podia sentir, do mesmo jeito quando tocava a sua. Era estranho saber que tinha uma vida ali dentro, que demoraria meses para começar a compartilhar um espaço na família e fazer parte dela para sempre.

– Esse bebê tem muita sorte - disse Elena, recolhendo a mão e colocando-a sobre seu joelho. - Você e Jeremy são maravilhosos. Essa criança será muito amada.

Bonnie esticou o corpo na direção de Elena e apoio suas duas mãos sobre a barriga da amiga.

– Você e Damon também são maravilhosos. - Bonnie saiu da poltrona e ajoelhou-se diante dela. - Eu fui muito egoísta em não ter te compreendido, Lena. Não fui uma boa amiga. Perdoe-me por estar focada demais no meu casamento e ter esquecido que você está passando por um momento difícil. Eu só compreendi o que estava acontecendo quando te vi daquela maneira.

– Eu fui estúpida em ter arruinado seu ensaio - disse Elena meneando a cabeça negativamente. - Eu deveria ter apenas ligado e dito que estava em um péssimo dia.

– E você estava? - perguntou Bonnie, afastando os cabelos castanhos do rosto da amiga.

– Eu soube que estava grávida naquele dia. Entrei em desespero, principalmente por ter consciência de que Damon e eu não estávamos bem - explicou Elena com a voz abafada. - Mas agora está tudo bem, de verdade.

– Damon conversou com você?

– Conversamos sobre muitas coisas. - Elena deixou escapar um sorriso. - Vamos morar juntos.

– Ah! Que maravilha! - Bonnie abraçou a amiga por impulso. - Jeremy e eu nos mudaremos esse final de semana. Só não peço para você me ajudar com a arrumação porque você tem coisas mais importantes para fazer.

Bonnie se afastou da amiga e pegou suas duas mãos.

– Você contou ao Damon da gravidez?

– Não, não ainda.

– Elena Gilbert, o que diabos você está esperando? - Bonnie revirou os olhos e soltou as mãos dela. - Damon não vai fugir ao saber. No máximo, ele te pede em casamento.

– Não irei ofuscar seu casamento - disse Elena com uma sobrancelha alteada. - A verdade é que estou esperando o momento certo para contar a ele.

– Não existe o momento certo, Lena. Você tem que contar e pronto - afirmou Bonnie com veemência. - Daqui a pouco sua barriga vai crescer e...

– Não haverá mais como esconder, eu sei - completou Elena dando um suspiro. - Você e Tyler pensam iguais, por isso são meus melhores amigos.

Bonnie deu um meio sorriso e apoiou uma das mãos no ombro da amiga.

– Se você quiser, irei junto com você. Podemos anunciar juntas, já que Jeremy não contou a ninguém ainda. Ele queria contar a Damon e Stefan hoje, mas não sei se ele conseguiu.

– Tenho medo como ele possa reagir. As coisas tem sido difíceis para nós, Bonnie, mas estamos aguentando firme - explicou Elena com a voz engrolada. - Hoje eu irei encontrar a sobrinha de Davis para dar uma olhada no apartamento que provavelmente iremos alugar. Queria que Damon estivesse junto comigo, mas ele está no hospital. É tão ruim isso.

Bonnie rastejou o corpo para ficar ao lado de Elena. A morena apoiou a cabeça no ombro da amiga e fechou os olhos por alguns instantes.

– Eu vou com você.

– Mas você parece abatida, Bonnie.

– Estou abatida porque ando mais vomitando do que dormindo - contou ela, rindo. - Nada que tenha que se preocupar. De verdade!

– Você quer ir mesmo comigo? - perguntou Elena ainda desconfiada.

– Quero sim! Forçarei você a contar a verdade para Damon e eu quero ver esse apartamento que você quer alugar - disse Bonnie com firmeza. - Damon precisa saber, Lena Ele está lutando bastante para se livrar da doença e, saber que vai ser pai, pode dar uma nova esperança a ele. Não o prive disso.

Bonnie apoiou sua mão sobre a barriga de Elena, aonde já havia certo volume, devido aos seus dois meses de gravidez e a acariciou.

– E eu preciso do meu sobrinho saudável para eu poder mimar. Nossos filhos têm que brincar juntos.

Ambas deram uma risada que ecoou por todo o quarto. Era fato que Elena estava morrendo de saudades da amiga e de compartilhar aqueles pequenos momentos que significavam o mundo para ela.

– Eles irão brincar juntos, embora eu queira uma menina.

– Nós, mulheres, e a vontade de ter filhas e não filhos.

Elena ergueu a cabeça e encarou Bonnie com um grande sorriso nos lábios.

– Estava com saudades de você.

– Eu também, sua boba. Estava me perguntando até quando você ficaria se escondendo de mim - disse Bonnie, batendo seu ombro contra o dela, gentilmente. - Você é minha melhor amiga e eu não posso ficar sem você.

– Não ficará! - afirmou Elena. Sentia-se aliviada por estar ao lado de Bonnie e ficou feliz por poder conversar com alguém que nunca lhe cobrou nada em troca e nunca se preocupou em tentar apunhala-la pelas costas.

– Digo o mesmo - disse Elena colocando-se de pé com certa dificuldade. - Você vai mesmo comigo?

– Que pergunta idiota, claro que vou. Já disse! - Bonnie também se levantou e lançou um olhar em direção à cama. - Só preciso me trocar. Ficar de pijama tem me rendido bons momentos de mimo da parte dos meus pais. E do Jeremy, claro.

– Isso justifica o café da manhã quase na hora do almoço?

– Bem por aí!

Elena sorriu e ajeitou as vestes.

– Vou te esperar lá fora.

– Não seja idiota. - Bonnie caminhou até o guarda-roupa ignorando a muda de roupas na cama. - Só preciso colocar algo confortável. Você está de carro, certo?

– Na verdade, Meredith está.

Bonnie virou-se na direção de Elena completamente chocada.

– Como assim? Meredith? Sério?

– Nós fizemos as pazes. - Elena se divertiu com a expressão de alarde da amiga.

– Me lembre de nunca mais discutimos. Você comete muitos erros quando não estou na sua vida.

Elena soltou uma gargalhada enquanto Bonnie se vestia rapidamente.

– Coloque um casaco bem quente e pegue suas luvas. Está muito frio lá fora - alertou Elena dando uma olhada no tempo pela janela. Parecia que a qualquer momento choveria.

– Estou linda! - Bonnie nem se dera ao trabalho de se olhar no espelho. Caminhou até a cadeira da escrivaninha e pegou sua bolsa. - Vamos! Ainda temos chance de tomar café.

– Na verdade, Mary deve ter me comprado algo para comer - disse Elena enquanto ambas desciam as escadas.

– Argh! Não me force a ter ciúmes dela, dona Elena.

Antes de partirem, Bonnie foi até a cozinha e furtou alguma coisa para comer. Ela ignorou os pedidos de Jackie para que ficassem e logo se entregaram ao frio que parecia piorar conforme as horas passavam. Uma fina garoa caía sobre elas e as amigas nunca se sentiram tão gratas em entrar em um local aquecido e seco como naquele momento.

– Nada de alfinetadas, vocês duas - avisou Elena, colocando o cinto de segurança.

– Eu não disse nada - defendeu-se Meredith entregando a Elena seu suco de caju - Comprei cinco brigadeiros.

Bonnie se esgueirou entre o banco do motorista e do passageiro, boquiaberta.

– É isso que você chama de café da manhã? - perguntou Bonnie olhando de uma para outra.

– Acalme-se! Estou guardando espaço para o almoço.

– Ah! Elena Gilbert, se te pego maltratando meu sobrinho - resmungou Bonnie voltando a se recostar no banco.

– Seu sobrinho? Desde quando? - questionou Meredith virando o corpo para encarar Bonnie.

– Meninas, eu disse sem alfinetadas - lembrou Elena, com a boca cheia. Engoliu o brigadeiro e encarou uma e depois a outra. - Todas terão direito ao bebê Gilbert, acalmem-se.

– Bebê Salvatore, isso sim - corrigiu Bonnie.

– Isso eu tenho que concordar - apoiou Meredith com a testa enrugada. - Damon não é louco de não assumir essa criança.

– Iremos matá-lo! - apoiou Bonnie, empolgada. - Sempre quis matá-lo mesmo.

Elena riu e virou-se para terminar de comer seu brigadeiro.

– Pronto vocês arranjaram uma pauta para todo o trajeto. Agora vamos em direção ao que nos interessa.

Enquanto Elena saboreava seus doces, Meredith e Bonnie se prenderam a uma longa discussão de como castigar Damon caso ele não quisesse assumir o bebê que ela aguardava. Cada ideia mirabolante parecia agoniar ainda mais a morena, embora algumas fossem realmente engraçadas. Por não ter contado a verdade ainda para o namorado, a jovem temia que o pior fosse acontecer, mas sabia que isso era mero reflexo da sua insegurança. Damon nunca demonstrou ser um homem mau-caráter e ela se assegurava disso, com a certeza de que tudo ficaria bem quando chegasse o momento de revelar seu verdadeiro estado.

– Qual é o número mesmo? - perguntou Meredith, minutos depois, ao estacionar de frente a uma rua residencial, perdida no centro de NY.

Elena abaixou o vidro e deu uma conferida. Estava ansiosa para conhecer o apartamento.

- 235 - respondeu Elena verificando o papel do qual Davis havia anotado o endereço.

– Então é esse aqui - confirmou Bonnie se esgueirando pela janela do carro.

– Uau! - exclamou Elena abobalhada. – Davis realmente tem dinheiro. Para ter um apartamento na área nobre de NY tem que ser muito endinheirado mesmo.

As três jovens ficaram em silêncio apreciando a estrutura do imóvel. Era um prédio cinza com três andares. O diferencial era a fachada branca com a porta de entrada na cor preta. Por fora, passava a impressão de que se tratava de um cubículo, mas para quem era acostumado com os estilos vitorianos das casas nova-iorquinas, sabia que era mera impressão. Elena já estava aceitando a ideia de que entraria em uma mansão disfarçada de pequeno lar de uma comunidade interiorana.

– Vamos nessa, meninas! - disse Bonnie, saindo do carro.

Bonnie sempre foi a mais empolgada da turma, lembrou Elena saindo do carro logo em seguida. Poderia fazer chuva, sol ou NY ser atingida por um furacão, mas nada abalava o ânimo positivo da melhor amiga que conseguia ver coisas boas em lugares inimagináveis.

– Bom... Quem vai te receber? - perguntou Meredith depois de ter se juntado a irmã e a Bonnie. - A própria Andie?

– Exato! - respondeu Elena olhando para o papel mais uma vez para conferir se estava no endereço certo. A cena era surreal demais.

– Menos mal! Se fosse Dominique, seria motivo suficiente para sairmos correndo daqui - disse Bonnie, colocando a mão no peito, expressando seu alívio.

As três ultrapassaram o pequeno portão e alcançaram a pequena escada que as levariam para dentro da casa. Elena resolveu girar a maçaneta e abriu a porta. O lugar estava silencioso e ecoava o passo das garotas conforme elas avançavam pelo corredor.

– Hey, Elena! Pensei seriamente que não viria - disse Andie, surgindo do nada, assustando-a. Lançou as três garotas seu sorriso perfeito que combinava com suas vestes e cabelos também perfeitos.

Por força do hábito, Elena checou o relógio para se assegurar de que não estava atrasada, assim que passou o susto causado por Andie.

– Mas isso não importa. - Andie esticou a mão na direção da morena. – Chamo-me Andrômeda, mas, pode me chamar de Andie.

– Ok! Andie! - repetiu Elena, insegura. - Essas são Meredith, minha irmã, e Bonnie, minha melhor amiga.

– Uau! Tudo praticamente em família - disse Andrômeda com energia. - E onde está o homem sortudo dessa história?

Bonnie apoiou uma mão sobre o ombro de Elena, pois sabia que aquela pergunta causara um efeito negativo sobre a amiga.

– Ele não pode vir por questões particulares - explicou Meredith.

– Entendo! - Andrômeda ajeitou a prancheta que segurava nas mãos ainda mantendo um grande sorriso nos lábios. - Ele irá perder uma grande aventura. Podemos ir?

Meredith, Alice e Elena trocaram olhares cúmplices e acompanharam Andrômeda pela tour no apartamento que realmente era gigantesco. O corredor que passavam naquele momento era bastante largo e as três conseguiram passar entre cochichos e risos abafados com relação ao comportamento da prima de Stefan.

– Cada casa dessa parte é considerado um flat - disse Andrômeda quebrando o silêncio.

– Você está me dizendo que tudo isso é supostamente um apartamento gigantesco?

– Exatamente! - Andrômeda tirou as chaves que estavam penduradas na prancheta e a colocou na fechadura de uma das dezenas de portas do lugar. Com um suave clique a porta cedeu e ela permitiu que as três entrassem primeiro.

Para o primeiro cômodo, Elena chegou a conclusão que o apartamento era fora do comum. Quando ela escutou Davis indicar um lugar para Damon e ela morarem, imaginou que seria de acordo com o que ele havia dito: suficiente para duas pessoas. Mas, aquele lugar, era suficiente para uma família gigantesca. Cada parte dele era bem equipado e a mobília parecia muito nova. E havia os móveis... Lindos móveis.

– Ele foi reformado recentemente. - Andrômeda deixou sua voz ecoar pelo ambiente com extrema graça. - Tio Davis faz bons negócios com apartamentos como esse, ainda mais quando se é na zona 1 de NY. Tudo acontece por aqui. E, pelo que sei você e seu marido ficariam bem próximos do escritório do meu tio.

– Damon é só meu namorado - corrigiu Elena, embaraçada.

– Ah! Desculpe! Força do hábito. - Andrômeda afastou uma mecha de cabelo do seu rosto, encabulada. - Esse aqui é um dos quartos. Como vocês puderam notar, do lado de fora temos a sala de estar e de jantar. E a cozinha.

Elena, Meredith e Bonnie deram uma boa olhada no quarto. Tudo nele chamava a atenção, sendo impossível apreciar uma coisa de cada vez.

– Andie, eu acho que esse apartamento está muito espaçoso para Damon e eu. Nós somos duas pessoas, não precisamos de todos esses cômodos - disse Elena, apreensiva. Ela estava maravilhada com toda aquela estrutura, mas manteve-se realista. Até porque Damon e ela jamais conseguiriam pagar nem a metade do aluguel daquele lugar.

– Tio Davis me disse que vocês queriam um lugar para morar e pagar um aluguel justo. Esse é o lugar.

– Andie, você está dizendo que o seu tio irá alugar esse apartamento para a Elena e para o Damon por uma pechincha? - perguntou Bonnie, desconfiada. Não gostava de ninguém da família Wesley, pois nenhum deles lhe transmitia sensação de confiança.

– Exatamente! Eu tenho o contrato aqui se quiser dar uma olhada. - Andrômeda retirou um dos milhares de papéis que estavam presos na prancheta e estendeu na direção de Bonnie.

– Deixe-me ler - disse Meredith pegando o documento. Sentou-se na cama e passou a ler cada minúscula linha com extrema cautela.

Elena estava temerosa. Damon a mataria se ficasse com aquele apartamento. Ou melhor, surtaria. Ela sabia que o namorado viveu em uma casa espaçosa com direito a qualquer mordomia, mas ocupar aquele apartamento ia além do limite bancário que ambos não possuíam. Enquanto a irmã lia o contrato, a jovem dirigiu-se aos outros cômodos sem perceber que Bonnie havia saído na frente para explorar o flat. A cada passo, sentia um solavanco dentro do estômago causado pelo que via e resolveu retroceder voltando ao quarto que estava, antes que uma ânsia de vomito pudesse atingi-la novamente.

– Eu não posso alugar esse apartamento sem falar com Damon. - Elena respirou fundo e continuou: - Ele não sabe que estou grávida.

Andrômeda parou de chofre assim como Bonnie e Meredith. Elena voltou-se para as três mulheres que a encaravam confusa. A frase simplesmente saiu da sua boca, sem que ela pudesse se segurar.

– Grávida? - Andrômeda abraçou a prancheta extremamente surpresa. - E o tal Damon não sabe por que é um canalha em ascensão ou por que você está com medo?

– Estou com medo! - respondeu Elena, prontamente.

– Então o enfrente - apoio Andrômeda. - Você não poderá...

– Esconder a barriga por muito tempo. - Elena esboçou um sorriso cansado e sentou-se ao lado de Meredith. - Você é a terceira pessoa a me dizer isso em menos de 24 horas.

– Escute essas três pessoas, então. Elas podem ter razão.

Elena meneou a cabeça positivamente. Meredith largou os papéis e passou um braço pelo ombro da irmã. Bonnie, que havia sumido ao acompanhar os passos de Elena, voltou afoita ao cômodo que estavam, totalmente empolgadas.

– Você precisa ver o quarto de casal, Lena - disse Bonnie com os olhos brilhando. - Estava destrancado e eu fui futricar. É um máximo!

– O contrato não tem nada de anormal - disse Meredith cortando o barato de Bonnie e devolvendo os papéis para Andrômeda. - Agora só resta saber se você vai querer ficar aqui Lena.

– Acho que tem uma maneira de convencê-la - disse Andrômeda aproveitando a empolgação de Bonnie. - Tem uma surpresa sensacional no quarto de casal. Venham comigo!

As três acompanharam Andrômeda ansiosas. Aquele apartamento era de tirar o fôlego e só um maluco não aceitaria viver nele.

– A vista é sensacional. - Andrômeda abriu a porta do quarto de casal, largou a prancheta na cama e foi até a grande janela. Abriu as cortinas e chamou as três jovens para ficarem ao seu lado. - Eis aqui a vista da Estatua da Liberdade. Está meio longe, mas eu acho a vista maravilhosa.

Elena, Bonnie e Meredith boquiabriram-se ao mesmo tempo.

– Meu Deus! - exclamou Elena sentindo o coração bater mais forte.

– Meu Deus, mesmo! - reforçou Bonnie, estupefata.

– Há outro apartamento desses para alugar? - perguntou Meredith incapaz de se desprender da visão do maior símbolo de NY.

Andrômeda apreciou a visão juntos com as três, olhando para a estatua da liberdade completamente sem fôlego.

– Bom... Não estou aqui para fazer o papel de vendedora já que meu tio disse que era apenas para mostrar o apartamento. - Andrômeda virou-se para Elena. - Mas se você quiser uma casa, algo bem normal para uma família nova-iorquina, conheço um corretor que poderá ajudá-la.

Andrômeda foi até a prancheta e pegou um pedaço de papel. Pegou um cartão e o entregou para Elena.

– E traga Damon para conhecer esse apartamento. Pelo valor do aluguel, vale muito a pena. - reforçou Andrômeda voltando a segurar a prancheta. - E o corretor é meu marido, Klaus Mikaelson.

Elena amava sua cidade natal e era recompensador toda vez que sentia uma corrente de emoção agitar seu sistema nervoso quando se tratava de algo que fazia parte da história nova-iorquina.

– Irei conversar com Damon - disse Elena dobrando o cartão que Andrômeda lhe dera cuidadosamente. - Se der certo, faremos uma nova visita ainda essa semana.

– Acho muito bom, afinal, semana que vem você me terá como chefe - lembrou Andrômeda, sorrindo. - Tio Davis me contou essa parte também.

– Eu ainda não acho certo você trabalhar com os Wesley - retrucou Bonnie, insatisfeita.

– Você diz isso como se fosse algo muito ruim - argumentou Andrômeda com a testa enrugada.

– Mas é! Desculpe você é legal, mas o resto da sua família não me parece nada gentil.

– Ela foi vítima do Stefan? - perguntou Andrômeda a Elena e a Meredith.

– Não que eu saiba - respondeu Elena. - Foi Bonnie?

Bonnie sentiu as bochechas esquentarem.

– Obviamente que não! - negou Bonnie prontamente. - Sou uma mulher que está prestes a se casar com sua alma gêmea da adolescência. Olhem bem para minha cara de quem é sofredora por Stefan. Isso pertence à Katherine.

– É, Bonnie tem seu ponto de vista e ela realmente não tem cara de quem namoraria com Stefan - disse Meredith sorrindo.

– As duas irão se casar. Menos eu - explicou Elena desanuviando a mente de Andrômeda.

– Agora compreendo a situação aqui - disse Andrômeda, rindo. - Sempre pergunto a alguma garota, que geralmente diz que não gosta da gente, se ela chegou a namorar com Stefan. Elas sempre são dominadas pelo espírito da rebeldia.

– Ele não presta, vamos ser honestas - disse Bonnie revirando os olhos.

– Tenho que concordar com isso - apoiou Meredith meneando a cabeça positivamente.

– Chega de alfinetarem o Stefan – pediu Elena entre risos. - A conversa está ótima, mas preciso ir. Preciso visitar Damon.

– E contar a verdade a ele - reinterou Meredith olhando-a séria.

– Vou tentar contar. Não me forcem.

– Acho que terei que entrar no grupo das meninas e forçá-la a contar - disse Andrômeda também assumindo uma expressão mais séria. - Não seja boba e simplesmente conte.

– Exato! Preciso de alguém para ficar gorda comigo sem arrependimentos - retrucou Bonnie de uma maneira divertida.

– Você também está grávida? - perguntou Meredith, curiosa e ao mesmo tempo espantada.

– Sim, eu estou. Não é lindo?

Meredith, Elena e Andrômeda observaram Bonnie bater palmas e celebrar sozinha sua gravidez, como sempre fazia com relação a qualquer coisa.

– Siga o exemplo dela e faça o mesmo. - disse Andrômeda com sinceridade.

– Irei considerar o conselho, de verdade – respondeu Elena dando um suspiro.

Andrômeda lançou um sorriso para Elena. O grupo de garotas logo caminhou para fora do apartamento, sem dizerem nada uma para outra. A morena não estava disposta a prolongar uma conversa, pois sentia que estava sendo levada à forca para ser executada a qualquer momento.

– Meu tio daqui a pouco liga para saber como foi à visita – avisou Andrômeda consultando o relógio.

– Diga a ele que amei o apartamento, mas preciso conversar com Damon primeiro - disse Elena, calmamente.

– Certo! - Andrômeda sorriu e cumprimentou cada uma delas com um beijo na bochecha - Então, espero que nosso reencontro aconteça em breve.

– Eu também espero - disse Elena, cumprimentando-a. - Muito obrigada pela sua atenção, Andie.

– Imagina! Vocês três são umas fofas. - comentou Andrômeda, por fim.

Elena, Meredith e Bonnie rumaram rapidamente para o conforto do carro. Ficaram quietas por alguns segundos, até Bonnie quebrar o silêncio, dizendo:

– Você precisa daquele apartamento, Elena Gilbert.

– Depois de tudo que você tem passado, acho que aquele lugar deveria ser considerado com muito carinho - disse Meredith, lançando um olhar firme na direção da irmã. - Você merece isso, Elena.

– Também acho! - completou Bonnie com firmeza.

Elena fitou o prédio pelo vidro embaçado por causa do frio. Deixou um suspiro tomar conta de seus pulmões e extraiu o ar se sentindo mais confortável.

– Veremos o que Damon tem a dizer - disse Elena voltando a se prender com o cinto de segurança. - Me deixe no hospital, Mary, por favor.

– Ok! - exclamou Meredith se endireitando para dar partida. - Você vai ficar com a Elena por lá, Bonnie?

– Vou sim! - respondeu a morena apoiando uma mão sobre o ombro da amiga. - Se tudo der errado eu tenho que estar com ela.

Elena sorriu agradecida pelo retrovisor e permaneceu quieta durante o percurso pensando nas próximas decisões que deveria tomar. Contar ou não contar a Damon que estava grávida? Enquanto Meredith fazia curvas e mais curvas, ela imaginava as possíveis respostas que poderia receber do namorado. Por mais que tentasse ser otimista, só pensava nas palavras negativas. Sentiu um embrulho no estômago lhe assomar mais uma vez e respirou fundo para evitar uma parada obrigatória para vomitar.

Quando chegaram ao hospital, o silêncio permaneceu. Não queria afundar Bonnie no seu drama, mas sabia que a amiga hesitaria em voltar para casa. Meredith tinha os afazeres do seu casamento para terminar e já havia abusado demais da boa vontade dela. Seu noivo, Paul, deveria estar praguejando usando seu nome.

– Bom meninas, eu fico por aqui - disse Elena, quebrando a quietude e tentando não atrair Bonnie para lhe fazer companhia.

– Eu também fico - disse Bonnie, fazendo a morena soltar um muxoxo. - Não adianta reclamar. Disse que ficaria com você independente do que fosse. Cansei de ficar de fora, Srta. Gilbert. Cansei!

Elena lançou um olhar na direção da irmã como se tentasse perguntar se ela ficaria bem em ir embora e deixá-la nas garras de Bonnie.

– Eu não vou poder voltar de imediato para cá. Vocês se importam em pegar um táxi? - perguntou Meredith formalmente.

– Não se preocupe, Mary. Táxi é o que não falta por aqui. Qualquer coisa pegamos o metrô.

– Ok! Ligue-me se precisar de alguma coisa - pediu Meredith com honestidade.

– Pode deixar! Vemos-nos mais tarde. - Elena se livrou do cinto de segurança e abriu a porta do carro. - Peça para a titia fazer uma torta de chocolate bem grande, sim? Eu quero comer uma.

Bonnie soltou uma gargalhada no banco de trás fazendo Meredith acompanhá-la.

– Depois que ficar parecendo uma balofa vai ficar reclamando com o espelho - alertou Meredith entre risos.

– Eu estou grávida, então, eu posso engordar - retrucou Elena, emburrada. - Eu quero chegar a casa e encontrar essa torta. De preferência de chocolate.

Meredith revirou os olhos divertida.

– Vou pensar no seu caso - disse ela, encerrando a conversa. - Nos vemos mais tarde!

Bonnie acenou para Meredith depois de ter saído do carro e ficou parada ao lado de Elena até que o carro sumisse de vista. Ambas respiraram juntas, como se fossem sofrer algum tipo de repreensão por terem cometido alguma coisa errada.

– Vamos! - disse Elena, passando um braço pelo de Bonnie e entrando no hospital.

A jovem fez a rotina padrão. Foi até a recepção e chamou por Tyler. Elena não tinha o hábito de chamar o verdadeiro médico de Damon por ter medo do que ele poderia dizer a ela sobre o estado do namorado. Era um medo que ela tinha que enfrentar, mas a ideia do confronto a fazia se sentir agoniada.

Ao ver Tyler caminhando até ela, acenou alegremente. O mesmo fez Bonnie. Ele cumprimentou as duas jovens e, pela sua expressão, Elena sentiu o ar sair com mais facilidade dos pulmões.

– Como está Damon? Ele dormiu bem? - Elena foi direto ao ponto. Não gostava mais de adiar o inevitável.

– Ele está bem. Está acordado. Stefan e Jeremy estão com ele agora - disse Tyler lançando um largo sorriso para as duas. - E, para que você e Bonnie estejam aqui quase no mesmo horário que eles, coisa boa não vem aí, certo?

Bonnie deu um riso abafado.

– Coisa boa vem por aí, meu caro. Eu só não imaginava que Stefan e meu marido compartilhariam esse momento tão propício.

Elena engoliu em seco apertando um pouco o braço de Bonnie.

– Vamos despachá-los para que você fique a sós com Damon - avisou Bonnie, tentando tranquilizá-la.

– Ele está no mesmo quarto? - perguntou Elena a Tyler.

– Sim, está! Podem ir! - consentiu Tyler. - Não poderei acompanhá-las porque tenho que ir à faculdade entregar um trabalho. Mas nos vemos em breve, assim espero.

– No Natal iremos nos reencontrar, tolinho - disse Bonnie apertando a bochecha dele. - E será na minha nova casa, caso não se lembre.

– Minha mente anda anuviada ultimamente. Obrigado por ter me lembrado.

– Ótimo! Boa sorte nos exames finais, Tyler - Bonnie abraçou o rapaz apertado.

– Obrigado, Bonnie! - disse Tyler realmente agradecido. - Cuide da Elena, por mim.

– Pode deixar!

Elena e Bonnie não esperaram para que Tyler partisse de uma vez para irem até o quarto onde Damon estava. Se esticando na ponta dos pés, as duas podiam ver que ele ria na companhia de Stefan e Jeremy. Jeremy era o que mais se movia energicamente, fazendo com que Bonnie deduzisse que ele havia contado sobre sua gravidez. Stefan também parecia empolgado e, entre uma palavra e outra, dava cotoveladas em Jeremy.

– Eles sabem... - concluiu Elena começando a entrar em desespero, firmando os pés no chão. - Se eu entrar lá ofuscarei sua gravidez.

– Elena, cala a boca! - pediu Bonnie apoiando os dois pés no chão. - Damon é padrinho do meu casamento por causa do Jeremy. Por isso a necessidade do Salvatore saber das coisas.

– Eu não posso simplesmente...

– Elena, se você colocar mais um empecilho sobre isso, juro que entro nesse quarto e berro que você vai ser mãe.

Elena mordiscou o lábio inferior e concordou com Bonnie com um aceno de cabeça. Sabia que ela era maluca a ponto de fazer o que havia acabado de comentar.

– Tudo bem!

– O plano é o seguinte: irei tirar Jeremy e Stefan do quarto. Fim!

– Uau! Grande plano.

– Eu sou o máximo. - Bonnie abriu um largo sorriso e apoiou a mão na maçaneta. - Pronta?

Elena consentiu e Bonnie girou a maçaneta. Ao aparecem no quarto, Damon, Stefan e Jeremy se calaram, como se tivessem acabado de ver duas assombrações.

– Bonnie! - Jeremy colocou-se de pé e abraçou a futura esposa. - Acabei de contar a eles.

– Parabéns, Bonnie! - cumprimentou Damon com um sorriso fraco. Ao olhar para ele, Elena teve certeza que ele tinha acabado de ser medicado. - Cuidado para não derrubar essa criança do berço quando nascer.

– Ah! Cala a boca, Damon! - exclamou Bonnie entre risos. - Meu bebê será bem cuidado, dá licença.

– Eu sei que vai. Você é desequilibrada, mas não é culpa do bebê. - Damon deu uma leve tossida e se recompôs. - É culpa do Jeremy por ter te escolhido.

– Não me faça ir até aí e te encher de pancadas - alertou Bonnie com o dedo indicador apontado para ele.

– Mas ele só está dizendo a verdade - concordou Stefan fazendo uma careta. - Pedimos que o bebê seja mentalmente saudável, ou seja, ele tem que puxar ao Jeremy.

– Eu vou espancar vocês. - Bonnie agarrou-se a Jeremy, rindo. - Viu só, amor? Posso com isso?

Jeremy sorriu e lhe dera um beijo no topo da cabeça.

– Acho que devemos deixar Elena e Damon a sós - disse Bonnie procurando o olhar de Elena, mas em vão. - Sei que a fofoca por aqui está ótima, mas a mulher do paciente chegou. Todos para fora!

– Ah! Mas por quê? - perguntou Stefan falsamente aborrecido. - Acabamos de chegar e eu estava mostrando algumas coisas para ele.

– Mostre depois! Elena está com saudades do benzinho dela.

Elena lançou um sorriso enviesada que não passou despercebido por Damon. Ele sentiu que alguma coisa boa não viria por parte da namorada. Intimamente, mentalizou para que não fosse nada drástico.

– Certo! Estaremos lá fora se precisarem - disse Stefan ficando em pé. - Aproveito e pegarei um café. Estou morrendo de sono.

– Virou uma pessoa remunerada e agora tem que aguentar - brincou Damon, rindo.

– Muito engraçadinho! - Stefan forçou uma risada. - Vamos deixar os pombinhos a sós antes que Bonnie nos tire daqui aos chutes.

Bonnie lançou uma piscadela para Elena e saiu do quarto ainda agarrada a Jeremy. Stefan saiu logo em seguida, fechando a porta. O quarto ficou entregue a um forte silêncio. Elena e Damon se encararam por alguns instantes, até ela tomar partido e ocupar a cadeira próxima à cama dele.

– Preciso te contar uma coisa, Damon. Algo que vai mudar nossas vidas. Só não sei se vai ser de maneira positiva ou negativa. Eu só quero que me escute sem interrupções.

Damon a escutou atentamente e permaneceu imóvel. Seja o que fosse, ele continuou a imaginar coisas positivas, pois não sabia se aguentaria mais uma bomba capaz de abalar seu relacionamento ou seu estado de saúde.

Continua.... 


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Notas finais do capítulo

xoxo