Always At Your Side - Season 2 escrita por Ágatha Geum


Capítulo 13
Novo lar


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e amanha tem mais...
Mais uns capitulo... No máximo 3 terá o casamento de Bonnie...
Ansiosos para a despedida?? Haha vai ser engraçado... Terá despedidas de ambos... E digamos que vai ser hilário...
Boa leitura e obrigada pelos comentários...



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Alguns dias depois...

– Ok! Ainda estou tentando entender porque você me chamou para vir até aqui. Vou considerar isso como uma trégua absoluta entre nós dois.

Stefan caminhava pelo amplo corredor com as mãos seguras nos bolsos no jeans preto. Seus olhos perambulavam de um lado para o outro e se prendeu nos longos cabelos castanhos que pertenciam à Elena Gilbert, a namorada do seu melhor amigo que estava debruçada na janela.

– E, se eu fosse você, saía dessa posição ou vai cair - alertou Stefan, indo até a garota.

– Eu preciso da sua opinião. Por isso te chamei aqui. - Elena se endireitou e ajeitou os cabelos esvoaçantes. Suas bochechas estavam vermelhas. - Você é a pessoa mais próxima do Damon, então, é o mais confiável nessa tarefa.

Stefan cruzou os braços, erguendo uma sobrancelha. Para ouvir aquilo da morena, de fato, tinha feito alguma coisa certa na vida. Nunca se esquecera dos momentos de descaso com que ela o tratou na escola. Ele pensava que a brutalidade e a falta de simpatia que vinha da garota, naquela época, eram causadas em grande parte quando estava na companhia do melhor amigo.

– Lena, você falando assim, reforça o pensamento dos fofoqueiros de que Damon e eu tivemos um caso ardente durante o colegial.

Elena soltou um riso abafado tampando a boca com uma das mãos.

– Eu sempre duvidei que isso tivesse acontecido em algum momento, afinal, vocês nunca se desgrudavam. Nem nos dias atuais vocês andam separados - disse Elena esticando os braços para o alto a fim de alongar as costas. - E então? O que acha?

Stefan saiu de perto da janela com uma expressão pensativa que deixou a jovem inquieta.

– Eu achei bem conveniente. Ainda mais pela qualidade do bairro. Vocês dois vão precisar de muita calmaria para criar meu afilhado. - Stefan começou a andar, pousando a mão em um dos móveis. - E não é no centro, o que é uma grande vantagem. Você quer mesmo morar aqui?

Elena foi até o rapaz com um brilho estranho nos olhos. Stefan deu dois passos para trás temendo que ela fosse assustá-lo com um abraço.

– Eu encontrei essa casa em um dos catálogos do seu tio. Eles estavam sobre a mesa de Davis, olhando para mim, quando fui até a sala dele na hora do almoço. Não aguentei e peguei emprestado. Foi amor à primeira vista por esse lugar, sério. Quero muito ficar aqui com o Damon. - Elena juntou as mãos, olhando para o melhor amigo do seu namorado, extasiada. - Mas eu preciso que você me diga o que achou, por favor.

Stefan saiu do grande quarto de casal com Elena nos calcanhares. Juntos, começaram a descer as escadas de madeira, que tinha os degraus muito bem polidos. A morena ficou feliz em saber que eles não rangiam a cada passada rumo ao corredor.

– Para você, Damon e o meu afilhado está de bom tamanho. O bairro é residencial, muito mais apropriado para vocês. Honestamente, acho que você não conseguiria morar no centro, principalmente porque sempre viveu em lugares dominados pelo sentimento familiar.

De fato, Stefan tinha razão. Elena nunca crescera perto do barulho e do agito de NY. Deveria ser por isso que ela nunca se jogou nas noitadas, pulando de balada em balada, com uma garrafa de tequila em mãos. Já tinha frequentado algumas, por insistência de Lexi, mas o ambiente nunca a agradou. Ela gostava de curtir o lar, com programas que muitos achariam monótonos. A morena gostava de ser assim. O único problema era saber se Damon pensaria igual a ela, pois ele cresceu sobsupervisão de costumes diferentes.

– Só uma pergunta. - Stefan ergueu o dedo indicador, interrompendo o pensamento da morena. - Damon não faz a mínima ideia que você está aqui, certo?

– Não, ele não sabe. Ele está no hospital e ficaria frustrado em não estar aqui comigo. Eu nem consigo entender o porquê diabos ele quer os resultados dos exames no último dia do ano. Não estou a fim de me deparar com um novo drama antes da meia noite. - Elena encolheu os ombros, tentando ignorar a tensão que comprimiu seus músculos.

Justamente na virada do ano, o namorado estava preso no consultório, alegando que tinha que conversar com Dr. Antony sobre seu estado. Uma mentira, ela bem sabia. Damon estava inquieto desde o Natal para saber dos seus resultados. De tanto que pensava sobre o assunto, ele mal conseguia passar muito tempo na cama, dormindo.

– Compreendo! Por isso sobrou para mim.

– Exatamente! - confirmou Elena junto com um aceno de cabeça. Ao chegar ao corredor, rumou para a sala de estar, se jogando em uma das poltronas que a cativaram. - Ninguém mandou você virar meu parceiro de trabalho e ser o melhor amigo do meu namorado. Agora, você terá que me aguentar.

– Se você não ficar com essa casa, te tiro daqui pela orelha. Tá entendendo? - ameaçou Stefan em um tom desafiador. Ele foi até ela e se sentou na poltrona do lado. - Eu estava muito bem até você me ligar toda histérica.

Elena deu um sorriso abafado, completamente imóvel. Ao bater o olho naquela casa, a morena soube que aquele lugar pertencia a Damon e a ela. Ele não era gigantesco, mas também não era um cubículo. Como Stefan mesmo disse, era suficiente para ela, o namorado e o bebê. Em sua mente, estava mais do que decidido que fecharia a proposta com Davis. Seu coração dizia que ela estava certa e optou por não ir contra seus sentimentos.

– Não tenho culpa se sua prima deixou as chaves com você - se defendeu Elena.

– Mas tinha que ser logo hoje? Na véspera do ano novo? - indagou Stefan virando o rosto para a jovem.

– Eu sonhei com a casa hoje de noite e acordei afoita. A primeira coisa que fiz antes de escovar os dentes foi ligar para você. - Elena se virou para ele com um largo sorriso nos lábios. Isso fez o rapaz revirar os olhos.

Quando entrou em contato com o rapaz no começo da tarde, desconfiou à princípio que ele não estaria em casa. Stefan raramente estava na residência que dividia com Damon, Matt e Tyler. Era fato! E, quando estava, com certeza tinha alguma mulher ao lado dele. Imaginando a cena, Elena se divertiu com o atrevimento em interromper o sono dele. Sabia que estava sendo uma novidade ele estar ali com ela, mas ficou feliz em ser atendida. Mesmo com o atraso de duas horas - que a morena deduziu ser uma pirraça da parte dele - a jovem não se importou, pois queria começar o novo ano com o pé direito e nada mais certo do que ter um lugar para ficar ao lado de Damon.

Depois do momento de confissões na casa dos Gilberts, Elena se sentia desimpedida para fazer o que quiser. Ela compreendeu a mudança de comportamento dos tios, especialmente da sua tia, que ficou mais possessiva que o normal. A atitude gerou certo incômodo em Meredith que preferiu guardar para si a insatisfação de voltar a ser uma segunda prioridade. O atrito parecia iminente entre as duas, pois a irmã mais velha gostava de provocá-la com indiretas, mas a tradição de gerar uma nova discussão não aconteceu. Se ambas voltassem a brigar, a morena tinha plena noção que seria a última vez, pois nunca mais trocariam uma palavra.

Com a atenção focada no nada, Elena lembrou que o casamento de Meredith se aproximava. E o de Bonnie também. A melhor amiga deveria estar arrancando os cabelos àquela altura do campeonato e a morena não se espantaria se a morena fizesse um ensaio de última hora. Tudo para a jovem tinha que estar nos conformes e ela a entendia, pois se estivesse em seu lugar, surtaria do mesmo jeito. Até um pouco mais por ser extremamente perfeccionista. Mas o que importava é que a futura Senhora se casaria com o amor da sua vida e seria feliz, pois Jeremy era um homem de muita bondade e estava louco para compartilhar sua vida para sempre ao lado dela.

– Não se preocupe, irei ficar com ela. - Elena retomou a conversa dando um suspiro satisfeito. - Você viu como os quartos são incríveis? Aquelas janelas amplas, o quarto de casal com aquele banheiro maravilhoso e...

– Sim, Lena. É a segunda vez que você me fala isso - interrompeu-a Stefan com um sorriso desdenhoso nos lábios.

– Você é muito insensível. - ela mostrou a língua e fitou a janela. Pelo vidro, viu que escurecia e ela não sabia se era por causa do horário ou porque choveria.

– Não sou insensível. Você sabe que para mim qualquer casa estaria de bom tamanho.

– Está na hora de você formar uma família, Stefan.

– Eu já tentei e fui mal sucedido.

A morena meneou a cabeça negativamente tentando entender os motivos que estragara a parte emocional de Stefan. Não poderia ser simplesmente culpa da mãe dele, pois aconteciam coisas piores com outras pessoas e elas sobreviviam. Conseguiam até se sobressair impulsionadas pela desvalorização familiar. A desistência deveria ter sido motivada por Katherine, a garota com que ele casou e traiu em menos de meses. Mas ainda parecia injustificável o rapaz pensar daquela forma. Elena levou a crer que ele tinha medo de dar um passo mais adiante, temendo que o que viesse a seguir fosse de uma seriedade e um compromisso imenso, que preferia evitar por não combinar com sua personalidade.

– Ficarei com ela - confirmou Elena, mais uma vez, dando um sorriso sapeca na direção de Stefan que não se aguentou e riu.

– Eu te dou todo o apoio, morena. Pelo menos alguém dos meus amigos tem que se dar bem e esse alguém são Damon - afirmou Stefan com uma sinceridade que comoveu Elena.

– Farei de tudo para ele ficar feliz, Stefan. Acredite!

– Eu não duvido em nada de você. - Stefan confirmou sério. - Sempre acreditei que vocês terminariam juntos e olha só no que deu. Serão até pais.

A garota ficou encabulada e colocou-se de pé. Caminhou até o centro da sala, com os olhos fixos na grande lareira. Enrugou a testa, tamborilando os dedos na madeira, pensando na casa que estava prestes a fechar negócio.

O imóvel era realmente amplo, pensou ela olhando para o teto, dividida em dois andares. Ele era bem organizado e mobiliado, o que já valia pelo preço do aluguel. Ainda presa em seus pensamentos, Elena abaixou-se para analisar os desenhos da lareira e deslizou os dedos em cada contorno das figuras. Ela era como os outros móveis, modernos, com o toque que ela reconheceu ser de Davis. Era um misto de antiguidade com as novidades nova-iorquinas do novo século. Só ele mesmo para conseguir unir as duas coisas de maneira tão perfeita. A morena riu sozinha meneando a cabeça ao lembrar-se da figura do tio de Stefan. Não existia ninguém como ele.

Ela ergueu o corpo e olhou para todos os ângulos da sala de estar, explorando seu momento de reflexão. Aquele cômodo se tornou seu lugar favorito, com as duas poltronas na cor bege e um sofá de três lugares do mesmo tom. Nem precisou imaginar a lareira de novo, artefato que a jovem sempre sonhou em ter em uma casa que moraria sem a companhia dos pais, pois ela não poderia ser melhor do que já era. A grande televisão pendurada no centro da parede branquíssima, a conquistou sem muito esforço, fazendo-há imaginar as horas que passaria ali assistindo filmes, tendo seu bebê nos braços. Elena já estava se preparando para as noites de insônia e nada como uma boa distração para não sentir o cansaço dominá-la. Para fechar o conjunto, havia também uma estante preta gigantesca que fechava o conjunto dos móveis da mesma cor. Ela imaginou se boa parte dos seus livros caberiam ali. Em cada lado do raque tinha outro pequenos móveis que serviam para colocar fotos ou qualquer coisa que quisesse. A jovem já se via empolgada enchendo a casa de quadros para todos os lados.

Os quatro quartos da casa seguiam a ideia de modernidade-vitoriana do tio de Stefan, tirando a estranheza de algumas casas nova-iorquinas em ter seus cômodos entupidos de objetos. Elena sabia que, se esse fosse o caso, faria uma intervenção, removendo metade das coisas que não utilizaria. Principalmente se fosse o caso do quarto de casal que estava de bom tamanho para Damon e ela. Sozinha, a garota começou a contar nos dedos tudo que lembrava, deixando Stefan completamente perdido com as atitudes dela. A morena concluiu o pensamento ao lembrar-se da varanda incrível que o local tinha. Poderia passar horas e mais horas ali, apreciando a beleza exótica das plantas, aproveitando a brisa do final da tarde e lendo um bom livro. E a garagem era espaçosa, suficiente para o carro dela e do namorado.

Sorrindo para a lareira, Elena se convenceu que deixar oflatque visitou anteriormente para trás, foi a escolha certa, pois queria viver em um lugar sossegado. Por mais que morar no centro tivesse suas facilidades, como o fácil acesso aos meios de transporte e lojas badaladíssimas, ela não conseguia se ver ao lado de Damon no meio da muvuca cotidiana, muito menos o bebê. Eles precisavam de um lar calmo, nem que a jovem gastasse um pouco mais de gasolina para chegar ao trabalho.

Elena chegou a conclusão que não tinha motivos para dizernãoao que poderia vir a ser seu novo lar. O bairro era adorável, com árvores para todos os lados e a vizinhança parecia bem receptiva. As casas grudadas uma nas outras, separadas por muros, foi sua maior realização ao ver a foto do imóvel, pois achava a ideia engraçada desde criança. Imaginou os dias chuvosos, com a água tocando todo aquele verde do pequeno jardim, fazendo subir o maravilhoso cheiro de grama molhada.

Ela estava com os olhos fechados, imaginando coisas. Parecia ser capaz de tocar em tudo, sendo que ainda estava na sala tendo Stefan como sua testemunha. O rapaz não tinha noção onde tinha se metido e, ao ver a namorada do seu amigo daquele jeito, se convenceu que Elena era meio maluca. A comprovação para aquele fato, além dela estar agindo fora de si no meio do cômodo, foi quando ela gritou ao ver a frente da casa construída com pequenos tijolos assim que chegaram para fazer a visitação.

– Planeta Terra chamando, Elena.

A jovem deu um sobressalto. Seu coração parecia que ia saltar pela boca por causa do tamanho do susto.

– Seu idiota! - exclamou ela colocando a mão no peito. - Interrompeu meus bons momentos.

– Vou te internar no manicômio se continuar agindo desse jeito.

– Já falei para você não interromper minha felicidade.

Stefan riu ao encarar a morena com uma expressão aborrecida. Ela voltou a se sentar na poltrona, pousando a mão sobre a barriga.

– Se você ver Davis, o que duvido muito que isso aconteça nesse período do ano, diga a ele que essa casa é minha - pediu Elena, sem delongas.

– Meu tio vai ficar aliviado em saber disso - garantiu Stefan, sorrindo. - Ele estava me fazendo surtar toda vez que perguntava se você não iria ficar com oflatque ele te mostrou.

– Eu queria escolher com calma, Stefan. Você sabe que sou chata demais.

– Foi o que falei para meu tio - afirmou Stefan em um tom divertido. - E conhecendo meu melhor amigo, ele vai adorar esse lugar.

– Você acha?

Stefan concordou com a cabeça, tentando tranquilizá-la.

– Damon e você são as duas criaturas mais excêntricas que eu conheço. Por isso são almas gêmeas - contou Stefan dando um longo suspiro. - Esse bairro é a cara de vocês. Meu afilhado vai crescer em um lugar intelectual e vai ficar inteligente que nem eu.

Elena gargalhou com gosto dando duas palmadinhas no ombro de Stefan. Ela já estava conformada com o fato da maioria das pessoas que sabiam da sua gravidez tratarem o bebê como um menino.

– O bom é que ele ou ela não vai ser iludido pelos barulhos retumbantes da noite nova-iorquina. - Elena ajeitou as costas na poltrona e fechou os olhos. Poderia dormir ali o resto da tarde.

– Mas quando a maioridade chegar, ele terá um padrinho pronto para lhe apresentar os prazeres da vida.

Ambos deixaram que a risada ecoasse pela casa vazia. O coração de Elena começou a bater mais forte ao abrir os olhos e observar mais uma vez a sala, de maneira geral. Damon e ela morariam ali e construiriam uma família. Por mais que estivesse feliz e satisfeita, a morena sabia que algo estava faltando, pois seu coração criou o hábito de ficar pequeno desde a visita do namorado na casa dos pais no Natal.

– Damon me contou por cima o drama de vocês com a família Gilbert. - Stefan atraiu Elena de volta para a conversa.

– Sim, eu pensei que fosse ser um fiasco, mas isso só provou o quanto subestimo minha família - respondeu Elena afastando os cabelos morena dos ombros. - Meus pais nunca foram bitolados em controlar cada passo meu e de Meredith. Nós fomos bem criadas, sabe?

– Isso é alguma indireta? - Stefan perguntou, enrugando a testa. - Porque eu só faltava ter um GPS instalado.

Elena sorriu, divertida.

– Meus pais nunca nos controlaram desse jeito, mas confesso que eles não iriam gostar de me ver grávida com 17 anos. Os dois, de fato, teriam me chutado de casa ou feito Damon casar comigo a força.

– E eles não forçaram essa ideia de casamento? - perguntou Stefan, interessado. A questão o fez lembrar-se do seu encontro com Damon, dois dias atrás.

– Não sei se Damon te contou, mas quando ele achou que minha tia daria um berro, ele afirmou que nos casaríamos - revelou Elena sentindo as bochechas queimarem de vergonha ao lembrar-se daquele momento bizarro. - Mas ele está preso na ideia doainda não.

– E você dirianãoa ele, certo?

A jovem crispou os lábios, voltando a ficar perdida nos seus pensamentos. Damon e ela nunca conversaram sobre casamento. Elena tinha plena convicção que não era o momento para eles erguerem o relacionamento a um patamar muito mais sério. Tudo bem que ela estava grávida e que acabara de decidir onde eles morariam, mas não conseguia se imaginar com uma aliança dourada na mão esquerda. Nãoainda.

– Não sei o que diria, para ser honesta. - Elena voltou a encarar Stefan, um pouco nervosa com a situação. - Eu não sei nem se ele teria cabeça em elaborar um pedido de casamento. Estamos muito mais preocupados com o resultado dos exames gerais dele, sabe? E teremos muitos casamentos para comparecer, então, não posso considerar a ideia como relevante.

– Nunca conheci uma pessoa que só consegue dizernãocomo você, Elena Gilbert.

Stefan se levantou e voltou a perambular pela sala. Ergueu a cabeça para olhar o teto e admirou os lustres. Perguntou-se se seu tio não tinha um lado gay por causa daquela decoração extravagante, mas lembrou de que sua prima Andie tinha dedo em boa parte da organização dos imóveis de Davis.

– Não estou dizendonãocom tanta frequência, Stefan. Damon me ajudou a mudar isso. Gradativamente, mas ajudou.

Eles se olharam trocando sorrisos singelos. Se alguém um dia perguntasse se os dois esperavam estar ali, compartilhando uma conversa civilizada, juraria que ambos estariam bêbados ou em algumreality showcompetindo por um prêmio milionário.

A verdade é que Elena nunca considerou sua relação com Stefan conturbada. Atritos só aconteciam quando Damon costumava estar entre eles. Na época de escola, ambos tinham como pauta Katherine Pierce e sua obsessão pela garota. Claro que ele aproveitava os momentos para dizer que Damon era um homem de valor e isso lhe rendia o aval de dar uns bons tapas nele. Lembrou se que Stefan a convidou ao baile de formatura na tentativa de gerar ciúmes para o amigo e sua paixonite adolescente.

– Damon é meu herói - disse Stefan, orgulhoso. - Ele salvou minha vida.

– Eu bem sei o quanto você é grato por isso. - Elena também se levantou parando de frente para ele.

– É, eu sou. - Stefan foi até uma das janelas e afastou as cortinas brancas para ver o lado de fora. A quantidade de neve diminuíra depois do Natal e as ruas estavam mais transitáveis. - Esse bairro é realmente muito bonito Elena. Principalmente a frente das outras casas. São todas parecidas.

Elena foi até ele e parou ao seu lado. De fato, as casas eram parecidas, com detalhes pequenos que as diferenciavam.

– Eu adorei a nossa porta ser vermelha. - Elena se debruçou na janela sob o olhar preocupado de Stefan.

– Você me assusta, às vezes. - Stefan comentou virando o rosto para encará-la.

– Eu sou um doce de garota, admita.

– É, em alguns momentos.

Stefan apertou sua bochecha com gentileza, fazendo-a lhe dar um tapa na mão.

– A conversa está muito boa, eu sei, mas preciso saber se você vai fechar o contrato.

A jovem o encarou, confusa.

– Eu pensei que teria que falar com Davis antes.

– Meu tio pensa em tudo, Elena.

Stefan caminhou até o corredor tendo a morena como companhia. Entrou na cozinha e pegou sua mochila que estava sobre o balcão. Isso foi uma oportunidade para Elena brisar no local, apreciando tudo como se estivesse vendo pela primeira vez.

– Aqui! - Stefan abriu uma pasta e lhe estendeu alguns papéis. - Se quer mesmo essa casa, você vai ter que assinar todas as vias.

Elena pegou o contrato e passou os olhos. Lá explicava que os gastos com eletricidade e água estavam inclusos no aluguel, a data que o pagamento deveria ser feito, entre muitas outras coisas. Ela acabou ocupando um banco para ler com mais atenção todos os artigos.

– Sério que você vai ler tudo? - perguntou Stefan nem um pouco surpreso com a atitude dela.

– Shiu!

Os olhos castanhos perpassaram por cada canto da página. Uma, duas, três, quatro, cinco folhas e Elena não tinham terminado ainda. Stefan deu bocejos seguidos até que ela finalizasse aquela leitura tediosa.

– Caneta?

– Você vai fazer isso sem consultar o namoradinho?

– Você está querendo me colocar em pânico e não vai funcionar - disse Elena, presunçosa. - Damon confia em mim e eu sou a mulher da relação, então, a melhor pessoa para assinar todas essas páginas sou eu. Ele deixaria a escolha da casa em minhas mãos do mesmo jeito. Só estou fazendo um favor.

Stefan riu com a afirmação dela e lhe estendeu uma caneta. Rapidamente, ela assinou todas as folhas e recebeu a cópia das mãos do rapaz. Agora, aquela casa era oficialmente sua.

– Quais são seus planos para a virada? - perguntou Stefan, voltando a colocar o documento dentro da pasta.

– Damon disse que vai fazer uma surpresa para mim. - Elena consultou o relógio ao lembrar-se do compromisso com o namorado. Os ponteiros se aproximavam das cinco horas, deixando-a surpresa como o tempo passou rápido. - Estou à mercê dele.

– Damon e seus suspenses.

– E você, vai fazer o quê? - perguntou Elena já imaginando qual seria a resposta.

– Beber, procurar alguma mulher para me fazer companhia... Coisas desse tipo - respondeu ele com um tom rotineiro.

– Não sei por que ainda pergunto. - Elena respondeu com certa indignação. - Bom, já que resolvemos tudo, topa tomar um chá? São quase cinco horas e eu sei que aqui perto tem uma confeitaria que deve servir a bebida. Se não tiver, a gente toma um café mesmo. Preciso matar o tempo antes de voltar para casa. E, como você me ama me fará companhia.

Elena ergueu as duas sobrancelhas, descendo e subindo rapidamente, com sua popular expressão sapeca.

– Não tem como dizer não, né?

– Não! - exclamou ela, batendo palmas.

– Ok! Vamos comer alguma coisa. Certas pessoas não me permitiram ter um almoço decente.

– Own! Tadinho do Tetef. - Elena fez um bico, imitando falso pesar.

Ele sorriu com o apelido. Ambos pegaram seus pertences e, juntos, deixaram a casa. Entraram no carro da jovem trocando poucas palavras relacionadas ao imóvel e a Damon. Antes de ligar o motor do carro, Elena dera mais uma olhada no novo lar e sentiu seu coração dar um solavanco. Era lá que viveria com Damon até quando o destino permitisse. O sentimento de que ainda faltava alguma coisa apertou seu coração, fazendo-a ignorar qualquer ponta de agonia por não saber o que era. Estava em um momento de glória e só depois sacaria a mensagem que seu cérebro queria transmitir.

Atenta a vizinhança, ela dirigiu pela estreita rua. Elena percebeu a existência de alguns enfeites natalinos que ainda persistiam em algumas casas. Era incrível sentir aquele clima de final do ano a enchendo de esperança. A neve realmente não a impedia de aumentar a velocidade, mas ela preferiu absorver todas as imagens que o bairro lhe oferecia. Queria contar a Damon tudo, nos mínimos detalhes. Ele se apaixonaria por aquele lugar da mesma forma que ela, sem dúvidas.

Continua...


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Notas finais do capítulo

xoxo