– co-conversar? – perguntei querendo matar a mim mesma por ter gaguejado.

– é, conversa! – disse ele trancando a porta e vindo ate atrás da mesa, olhando através da janela no fundo de minha pequena sala.

Nos estávamos mais próximos do que eu consideraria uma distancia segura. Eu podia sentir seu doce e ao mesmo tempo provocante perfume dominar toda a minha sala, que fazendo respirar profundamente somente para poder sentir melhor aquele cheiro incrivelmente bom.

Ok Cloe, acho melhor você parar com isso e acabar com isso de uma vez por todas

– sobre? – perguntei no meu tom mais inocente. Me virando para ele e encostando meu corpo na mesa, cruzando os braços logo abaixo de meus seios.

Sebastian riu seco, mordendo o lábio inferior.

– Sobre? Você ainda pergunta? Sobre sábado, talvez... – disse ele ainda sem se virar.

– o que houve sábado? – perguntei olhando para os lados, fingindo não me lembrar do que aconteceu comigo e com ele naquele dia.

Ah... como eu queria que aquilo fosse verdade, como eu queria que eu realmente tivesse me esquecido de tudo, pelo menos por um segundo se quer, esquecido de cada toque de cada sensação causada pelos lábios de Sebastian nos meus.

Mas não, eu não havia me esquecido.

Pelo contrario, as memorias daquele sábado estavam completamente vividas em minha mente.

E como se lendo minha mente Sebastian se virou me encarando rindo sem humor.

– O que houve Sabado? Cloe, por favor, você pode tentar negar, você pode tentar mentir, mas eu sei que você não parou de pensar nisso, que sonhou com isso se por acaso tiver conseguido dormir, sendo atormentada pelas lembranças daquele beijo, naquele sábado... Assim como eu. – ele disse se aproximando colocando as mãos sobre minha mesa, uma de cada lado de meu corpo.

Oh oh oh... sinal vermelho!

A distância diminuía a cada segundo e isso realmente era algo péssimo para meu autocontrole.

– Me diga Cloe, me diga que você conseguiu realmente esquecer que aquilo aconteceu na minha casa, no meu quarto, naquele sábado. – ele disse olhando nos meus olhos.

– eu...eu... – eu não consigo completar essa droga de frase!

Minha voz não queria sair, simplesmente não queria.

Sebastian riu baixinho, eu sabia que ele já havia entendido a minha resposta mesmo eu não tendo dito nada em palavras.

– pelo jeito, você não esqueceu mesmo! – ele disse aproximando nossos rostos e aproximando seus lábios de minha orelha. – Droga Cloe, porque você tem que ser assim tão perfeita? – ele perguntou levando uma das mãos que antes se apoiavam na mesa ate minha cintura a apertando levemente. – seu rosto, seu corpo, sua voz, seu perfume, esse efeito todo que você tem sobre mim. Isso é doentio Cloe, essa quase obsessão que eu tenho em você! Essa vontade de sempre estar perto de você, de sempre querer seus lábios grudados nos meus, de sempre querer ser corpo próximo do meu, de sempre te querer. – ele dizia enquanto afastava os cabelos de meu pescoço e passava a roçar os lábios de leve por toda a extensão do mesmo. Mordi meu lábio inferior no mesmo instante. – Eu não to aguentando mais te ver todo dia aqui e não poder te beijar, não poder te agarrar no meio daquele corredor.

– Se você me agarra-se no meio do corredor realmente seria um problema, tanto pra mim quanto pra você... agora ninguém nunca disse que você não poderia me beijar. – eu disse nem conseguindo acreditar naquilo que havia acabado de sair de minha boca, numa voz rouca, baixa e incrivelmente sedutora.

Se pra mim aquilo havia soado desse jeito, imagino como havia soado para Sebastian.

O homem se arrepiou logo levantando seu olhar ate o meu.

Eu perderia o controle logo. Me esqueceria de tudo o que Sebastian fez e me entregaria a aqueles braços fortes, a aquele corpo completamente definido, a aquele rosto perfeito, a aquele sorriso, a aquele olhar que parecia me hipnotizar. Céus, eu estava realmente louca para perder o controle, para falar a verdade.

– Eu só preciso ouvi-la disser... Cloe eu acabei de disser tudo o que me vem atormentando a cabeça desde que voltei pra cá, tudo! Mas você ainda não disse nada, então por favor, me diga o que você acha Cloe, o que você quer? – ele perguntou baixinho mordendo o lóbulo de meu ouvido, fazendo um longo arrepio percorrer meu corpo todo.

– Sebastian eu... – tentei começar, respirando fundo – droga eu odeio ter que admitir isso mas... mesmo depois de você ter me deixado, sem nenhuma explicação, nem mandar noticias, durando todos esses 5 anos, eu tentei te odiar, tentei pelo menos parar de pensar em você, e então quando você volta, tudo o que eu sentia ressurge ainda mais forte do que nunca, droga, eu te quero Sebastian, te quero muito, na verdade, eu preciso de você! Preciso de você como preciso de oxigênio, como preciso de agua, eu odeio admitir isso, mas é a verdade, eu preciso de você, assim, perto de mim, junto de mim, e pelo amor de deus, não vá embora de novo, nunca mais! – eu disse finalmente. Sebastian se aproximou de minha boca roçando nossos lábios rapidamente, e me olhando nos olhos.

– Eu ainda te devo explicações daquele dia, do porque da minha partida... eu-

– quer saber? – eu disse o interrompendo, segurando seus ombros com força e rindo sem humor. Logo fitando aqueles profundos olhos castanhos logo a minha frente. – não importa mais! – disse sorrindo umedecendo meus lábios com a língua e logo mordendo meu lábio inferior, ansiosa pelo que aconteceria agora. Os lábios de Sebastian tocarão os meus e uma onda quente atravessou meu corpo todo. Logo levei minhas mãos para o cabelo do mesmo o bagunçando enquanto as mãos de Sebastian me abraçavam pela cintura, me levantando um pouco do chão, o beijo ia ficando cada vez mais intenso, cada vez mais urgente...

Até que duas batidas foram ouvidas na porta.

Nós nos separamos rápida e brutamente.

– CLOE ABRE ESSA PORTA, ME AJUDA! – Jenny gritava parecendo realmente nervosa. Fui ate la destrancando a mesma vendo uma Jennyfer entra com pressa, na sala. – ai eu preciso te contar Cloe, você não tem noção do que eu fiz, eu... Chefe? – ela perguntou assim que viu Sebastian que estava encostado em uma parede com uma expressão nada simpática.

Jenny olhou pra mim, pra ele, pra sala e logo me fitou finalmente entendendo tudo sem que eu ao menos disse-se uma única palavra.

– desculpem... eu volto depois! – disse ela pronta para sair dali, mas eu a segurei pelo braço revirando os olhos.

– não, Jenny, tudo bem, só estávamos... Discutindo alguns problemas que surgiram na revista desse mês... – eu disse inventando rapidamente uma boa desculpa, mesmo sabendo que ela não acreditaria.

– ah... sei... mesmo assim, eu volto depois, vou deixa-los continuarem com a discussão! – disse ela sorrindo de lado.

Ela ia saindo quando Sebastian se pronunciou.

– Não! Cloe, nos... depois continuamos a discussão, ok? – ele disse colocando um sorriso falso em seu rosto, ele estava claramente irritado com a interrupção.

– ok. – eu disse simplesmente, caminhando ate minha mesa e me sentando na cadeira, vendo Sebastian cumprimentar Jenny com a cabeça e então sair.

– é o que eu estou pensando? – ela perguntou apontando com o polegar para a porta sorrindo divertida.

– dependo do que ta pensando... – eu disse sincera.

– to pensando que rolou um momento pegação entre você e o chefinho aqui nessa sala a poucos minutos atrás....

– momento pegação... quase! – disse rindo, me inclinando na cadeira. – foi so um beijo. – disse assim vendo Jenny se sentar e me encarar

– ok então! – disse ela rindo, mas logo depois colocando uma expressão seria em seu rosto – mas agora é serio, serio mesmo, muito serio!

– o que você fez dessa vez? – perguntei cruzando minhas pernas e a observando com curiosidade.

– bem, eu comecei a sair com um cara, Collin, ele era lindo, tipo, muito lindo, sabe? Moreno, forte, olhos de um verde esmeralda, nossa e um corpo, um corpo que vo te contar, meu d-

– me poupe desses detalhes Jenny! – disse.

– desculpa! – disse ela rindo baixinho. – enfim, continuando... eu comecei a sair com ele, e sabe neh?! Rolou uma química legal entre a gente, então a gente acabou ficando!

– ficando...

– transando! – ela disse sorrindo. Me corrigindo de modo rápido e com um olhar infantil e praticamente inocente.

Jennyfer. Inocente. Duas coisas que não combinavam numa mesma frase.

– ah sim... e qual o problema?

– o problema é que ele tem namorada, uma alta, forte e grande! – disse ela. – e eu so pequena, fraca e indefesa.

– ela ta atrás de você?

– ta tentando me achar...

– e você?

– to tentando me esconder! – disse ela balançando os vários cachos ruivos de um lado para o outro e cobrindo o rosto com as mãos. – não sei o que fazer, me ajuda! – pediu ela

Eu ri no mesmo momento.

– porque você ta rindo?

– nada, é so que, você me lembra um amigo meu... – disse sorrindo. Jenny me olhou confusa. Eu apensas dei de ombros e segui ate a porta. – vai trabalhar Jenny, eu também tenho muito a fazer

– não vai me ajudar? – perguntou ela me olhando com cara de cachorrinho sem dono.

– não, se vira! – disse abrindo a porta e apontando para que ela saísse.

– ah por favor, so me da uma dica! – disse ela me abraçando. As vezes era difícil acreditar que Jenny era mais velha que eu.

– continue se escondendo, uma hora ela cansa!

– isso foi quase inútil, eu já ia fazer isso! – disse ela me soltando.

– você pediu uma dica, eu dei, agora vasa! – disse empurrando a garota para fora, rindo.

– grande amiga você...

– eu sei, eu sei! – disse assim fechando a porta e mordendo o lábio inferior, agora, eu realmente tinha que fazer meu trabalho.

LEIAM AS NOTAS FINAIS GENTE,

POOR FAVOOOR HEM?! É IMPORTANTE!! V