- primeira classe? – perguntei me sentando perto da janela.

- é – Sebastian simplesmente respondeu se sentando ao meu lado.

- pra que gastar tanto? – disse o encarando.

- porque eu posso, nunca tive tanto dinheiro assim na minha vida, agora que eu tenho eu quero aproveitar! – ele falou aproximando seu rosto e me beijando de leve.

- você ficou tão rico em cinco anos foi?

- digamos que eu descobri a minha vocação, eu me dei bem como empresário!

- achei que seria fotografo... – sussurrei o encarando pelo canto dos olhos.

- eu ainda fotografo bastante, alias, eu trouxe a Carla pra essa viajem! – disse ele abrindo um sorriso lindo.

- a Carla? Você ainda tem ela?

- mas é claro, eu nunca vou perder ela! Se bem que agora eu também tenho o Rolland, mas ele é digital.

- Rolland? Preciso conhecer ele! – disse fazendo uma expressão pensativa.

- você vai acredite!

Ri baixinho e deitei minha cabeça em seu ombro.

- com sono? – ele perguntou passando o braço por tras do meu pescoço e me puxando pra mais perto.

- um pouco – respondi bocejando e me aconchegando um pouco mais.

- durma então, são 17 horas de voo. – ele disse beijando meu cabelo.

- Senhores passageiros, peço que apertem seus cintos, pois vamos começar o processo de decolagem. O Nosso capitão deseja a todos vocês um ótimo voo!

Uma voz feminina no alto falando do avião soou.

- prendeu direitinho seu cinto? – Sebastian perguntou pegando o cinto em volta da minha cintura e checando.

- não sou uma criancinha Sebastian eu sei me cuidar! – respondi rindo.

- só estou tentando proteger o que é meu! – ele disse fazendo bico e cruzando os braços.

Levantei minha cabeça na mesma hora o olhando sorridente.

- “o que é seu?” – perguntei arqueando uma sobrancelha.

- exatamente, o que é meu! Você! Você.é.só.minha! – disse segurando meu rosto e me beijando.

- tem certeza disso?

- tenho, porque? você esta escondendo alguma coisa de mim? tem alguma coisa que eu não saiba Roberts?

Não contive o riso naquele momento.

- bobão... – disse o beijando novamente. – claro que não, e você tem razão mesmo, eu sou sua, sempre fui e sempre vou ser! – disse puxando o colar que estava escondido em baixo da regata que eu usava, e mostrando a ele.

- você ainda tem ele – ele disse parecendo surpreso

- obvio que sim! Nunca deixei de usa-lo, nunca mesmo. – disse acariciando o coração do colar. – mas enfim, saiba que do mesmo jeito que eu sou sua, você é meu, entendeu? – falei rindo e apontando para o anel que envolvia um de seus dedos.

- pra sempre minha...

- pra sempre meu... – disse sorrindo, em quando mais uma vez os lábios de Sebastian se encontravam com os meus.

- acho que agora ta na hora de você dormir! – sussurrou ele.

- Nãoooo! Agora eu perdi o sono! – respondi fazendo careta.

- fico feliz por isso, já que eu também não to com sono, e ai, alguma ideia pra passarmos o tempo?

- empresta seu celular? – pedi o encarando.

- pra que?

- so que empresta poxa!

- Ok... – ele disse meio desconfiado pegando seu iphone 5 (porque claro como um bom rico que ele era já devia ter uns 5 desses) o peguei e procurei o aplicativo de filmes que eu sabia que ele teria (Sebastian sempre amou filmes, assim como eu) o abri e mostrei para ele que sorriu. – boa ideia, vamos ver que filmes tem pra assistir...

- Atividade Paranormal 1... nossa esse filme foi bom! – disse.

- não, terror não neh?! Podemos acordar o avião todo.

- Hobbit?

- não gosto muito do senhor dos anéis.

- COMO NÃO?- perguntei perplexa.

- ué?! Nunca assisti pra falar a verdade.

- ISSO É QUASE UM CRIME! – disse pausadamente.

- você esta insinuando que eu sou um criminoso é isso?

- nossa claro, você é realmente um super criminoso, meu deus, uau, extremamente perigoso!

- você esta sendo irônica?

- eu? Não, imagina!

- pois eu acho que você esta!

- você esta achando errado isso sim – disse fazendo bico.

- enfim, vamos procurar outro filme

- ei ei, crimisono, caladinho ai, quem manda nisso aqui sou eu!

- desculpa então chefona!

- desculpas aceitas... AH, JÁ SEI! VAMOS VER TITANIC! – disse alto vendo a capa do filme.

- ah Cloe, pra que?

- pra que? Pra relembrar do melhor filme de todos os tempos, simples assim!

- não, você vai chorar!

- não vou chorar prometo

- promete?

Prometo, de coração!

- ok então, coloca ai

- yes! Brigada brigada brigadaaa! – disse beijando sua bochecha, sua outra bochecha e repetidas vezes seus lábios.

- se você for me agradecer assim todas as vezes eu vou querer fazer tudo que você quiser! – disse ele mais pra ele mesmo do que pra mim.

- sinta-se a vontade pra isso! – disse rindo e me aconchegando perto de Sebastian para assistirmos o filme.

-//-

- você quer chorar não quer? – ele perguntou vendo minha boca fechada numa linha reta, meus olhos vermelhos marejados e minhas bochechas enchidas de ar (porque é assim que eu fico quando estou segurando choro)

- não – disse com uma voz um pouco embargada que bem, me entregou.

- você quer sim...

- não, não quero! Estou bem – disse sentindo as lagrimas querendo sair.

Oh Ceus como uma pessoa pode não chorar vendo aquelas fotografias todas, dela fazendo as coisas que pretendia fazer com Jack, sozinha! E eu sou sensível, estou me segurando pra não chorar na realidade desde que a velha viu seu reflexo no espelho com menos de meia hora de filme!

- não esta bem não – disse ele olhando em meus olhos e suspirando fundo – tudo bem, você pode chorar agora se quiser – e foi o suficiente, meus olhos cederam e eu comecei a chorar alto feito um bebe, me abracei a Sebastian que ria sem parar.

- porque você ta rindo? Não é engraçado! Ela perdeu o amor da vida dela, casou com um cara que na realidade ela não amava, e nunca se esqueceu do Jack, e ela não tem nada dele, nada! Nenhuma foto, nenhum pertence! Nada que possa comprovar pra ela que ele realmente existiu! Ele não passa de uma lembrança! Isso é muito triste! – dizia entre as lagrimas.

-shh, vai acordar os passageiros! – ele disse entre as risadas.

- eu não ligo pra eles, eu quero o Jack! – disse batendo o pe no chão.

- você quer quem? – ele de repente perguntou parando de rir.

- o Jack! Eu quero ele e ponto final. Quer dizer, o Leonardo Dicaprio também serve mas enfim, eu quero!

- você não quer nada, não quero mais ver esse filme também! – disse pegando o celular e o guardado. O olhei divertida

- isso é ciúmes Sparks? – perguntei.

- ciúmes? Porque eu teria ciúmes de você? – ele perguntou serio.

- admita chefinho! – disse sorridente.

- não

- fala, você sentiu ciúmes sim que eu sei!

- ta, ta legal eu senti ciúmes ok?! Mas também, não é legal ouvir sua namorada ficar falando que ela quer outros caras na sua frente.

- namorada?

- é neh?! Não é? – perguntou ele me olhando.

Encarei meu pés e sorri , mordendo o lábio inferior e o observando novamente.

- é, acho que sim... me desculpa então? – pedi, Sebastian que olhou surpreso.

- você ta pedindo desculpas?

- é...

- porque você me fez sentir ciúmes?

- é...

- serio?

- é...

- desculpas aceitas! – disse rindo.

- namorado... – murmurei rindo.

- que foi?

- é estranho falar essa palavra depois de tanto tempo.

- estranho ruim ou estranho bom?

- estranho...bom!

- ufa, então, pode falar quanto quiser!

- namorado – disse simplesmente sorrindo involuntariamente em seguida, e o encarando. – namorado – novamente, rindo e vendo Sebastian rir junto. – namorado. – ele ficava cada vez mais próximo e então me beijou. – namorado, namorado, namorado – repeti e a cada palavra ele me beijava.

- namorada – disse e assim eu o beijei. – tem razão é bom mesmo! – disse rindo de si mesmo. – namorada, namorada, namorada.

- ah, chega, cansei! – disse deitando minha cabeça em seu ombro novamente.

- cansou de que? De repetir a palavra “namorado”?

- é, cansei! – respondi fechando os olhos e assoviando alto.

- porque fez isso? – Sebastian perguntou rindo.

- sei la, me deu vontade! – respondi sinceramente, rindo também, e logo depois assoviando novamente, não demorou muito para Sebastian me acompanhar nos assovios, ate que a aeromoça veio e nos pediu para paramos, pois haviam pessoas reclamando do nosso barulho.

Só digo uma coisa pra essas pessoas: vão arrumar o que fazer, ou simplesmente vão dormir ao invés de ficarem reclamando da felicidade dos outros!

Depois de um bom tempo falando mal dessas pessoas com Sebastian (dessa vez baixo) acabamos pegando no sono, minha cabeça apoiada em seu ombro e sua cabeça apoiada na minha.

Estar assim com ele, era uma das coisas que eu mais gostava no mundo.