Maddy Storie escrita por Mel-chan


Capítulo 17
Capítulo 17 - Lembranças


Notas iniciais do capítulo

N/A: Até que enfim...o passado de Larium, ou algo assim o.o/



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A chuva era fina, e gelada, embora eu não a sentisse dessa forma, ouvi muitos comentando e tremendo. Enquanto todos fugiam da chuva, eu andava nela, queria lavar minha alma impura, se é que eu tinha uma. Horas antes de chegar na pequena cidade em que me encontrava, acabei encontrando três ladrões quase violentando uma garota, que deveria ter a minha idade, ou o que deveria ser minha idade, já que eu não envelhecia mais. Andei até eles, que riram de mim, do meu jeito de se aproximar.

- O que quer? - um deles gritou, o único que parecia mais alarmado.

- Me ajude...- a voz da garota saiu rouca, trêmula, com um medo inigualável, o mais forte de todos, que a segurava contra uma arvore, lhe deu um tapa.

- Cala boca! - ele falou com raiva.

- Quer se juntar a nós? - o terceiro perguntou.

- Soltem a garota... - falei tranquilamente, eu não tinha que temê-los, eu já estava morto e perdido mesmo.

- O que...? Quer ela só para você? - os três riram.

- Soltem a garota... - repeti, já ficando sério, quanto mais aquilo iria durar?

- Que medo! - ironizou um deles. - Garoto, segue teu rumo, antes que a gente te mate.

Foi minha vez de rir, eles me olharam interrogativos.

- O que? Não tem medo de morrer? Então vou te apresentar para morte hoje!

O mais alto deles, veio correndo em minha direção, com uma pequena faca na mão. Se era para eu ter medo ou desviar, eu os desapontei, fiquei parado em meu lugar, até ele estar milímetros de mim, essa era uma vantagem em ser vampiro, eu tinha agilidade, visão perfeita e precisa. Fui rápido, peguei o pulso dele torcendo e quebrando seu braço virando-o para trás, ele gritou de dor.

- Não tenho medo de morrer...porque já estou morto...- sussurrei no ouvido dele e o mordi.

Fazia alguns dias que eu estava vagando, me alimentando apenas de animais. Isso que eu consegui ao ter a idéia idiota de entrar na floresta. Minha fome cresceu quando senti o cheiro dos humanos próximos. Embora eu odiasse fazer aquilo, eu tinha que admitir que sangue humano era melhor do que qualquer outro tipo de sangue, mas sempre tentava me controlar, eu não podia tirar a vida das pessoas, mesmo que tenham tirado a minha. Mas naquele caso eu precisei. Soltei o homem morto, olhei para os outros dois, que estavam tremendo, horrorizados com o que viram. Saltei ficando na frente deles. Tentaram correr inutilmente, antes do terceiro passo eu já estava na frente dos dois. Segurei o braço de um com força suficiente para quebra-lo, senti seus ossos se esfarelando embaixo de sua pele, e mordi o outro. Quando ele morreu, o ultimo que sobrou, já chorava e me implorava.

- Por favor não me mate! Por favor, não farei mais nada! Mais nada, não me mate! - tive que rir de sua suplica.

Esse tipo de humanos são idiotas, egoístas, fúteis. Quando estão a beira da morte, querem mudar o que são por dentro, repugnante.

- Não fará mais nada? Sim, concordo, não poderá fazer mais nada!

Novamente afundei meus dentes no pescoço do ultimo deles, bebi seu sangue. Limpei o sangue que escorria da minha boca, e olhei para frente ouvindo um choro desesperado. A garota estava ali, me olhando com olhos aterrorizados. Ela tremia, que parecia estar entrando em convulsão. Me aproximei cautelosamente, ela se arrastou no chão tentando desesperadamente fugir de mim.

- Não irei fazer nada com você...- tentei passar tranqüilidade à ela, o que provavelmente era impossível, o que ela viu, ninguém merecia ver.

- Fique longe de mim! Monstro! - ela gritou, com sua voz tremulando.

- Não vou...- tentei alcançá-la, ela gritou.

Isso me assustou, quando percebi eu já havia bebido o sangue dela também, uma ato inconsciente e inconseqüente. Olhei horrorizado, me afastei bruscamente. O que eu estava fazendo? Saí correndo, quando comecei a ouvir passos de aproximando. Corri para o mais longe que pude, o que deu em mim? O que eu estava fazendo? O que eu fiz? A chuva começou a cair sobre mim, fina, olhei a volta, era a entrada de uma pequena cidade. Caminhei no meio da rua, enquanto as pessoas tentavam se abrigar da chuva. Eu já atraia olhares demais, talvez pelo sangue de minhas roupas ou por ser um louco andando na chuva, arriscando pegar uma pneumonia e morrer, como se eu pudesse adoecer e morrer novamente, eu já não estava mais vivo. Entrei em um beco, e fiquei ali, parado. Eu podia ficar parado por horas, não sentiria dor, ou necessidade de me mexer. Pude ouvir passos se aproximarem e o cheiro de cachorro molhado fedendo ao meu lado. Ouvi o latido de um vira lata, ele latia para mim.

- Sputt! Não! - quando os passos pararam ouvi uma voz infantil.

Me virei para olhar, a menina deveria ter menos de dez anos de idade, ela falava brava com o filhote de cachorro que ela tentava pegar no colo.

- Me desculpe, senhor...- ela falou envergonhada, parecendo usar toda força que tinha para levantar o cachorro.

- Não tem problema...- sussurrei para ela e esbocei um sorriso.

Eu podia acabar com ela ali mesmo, mas ela deveria ter uma família, ela tinha uma vida pela frente, e eu, não era um monstro.

- O senhor está perdido? - ela me perguntou inocente.

- Hã? - ela deveria sair dali, mesmo que eu não devesse fazer aquilo, eu não sabia até quando eu iria agüentar não fazê-lo.- Não...- não sei ao o porque eu a respondi. - Você não deveria ir para casa?

- Papai viajou e o Sputt tinha fugido. - ela falou com um ar tristonho.

- Sua mãe?

- Ela morreu...- ela abaixou o rosto, deixando rolar as lagrimas. Talvez sua mãe tivesse morrido recentemente.

Não pude me conter, me agachei, não muito próximo a ela.

- Você vive sozinha? - perguntei usando o tom mais calmo e tranqüilo que eu podia ter.

- Com o Sputt! - ela levantou o rosto, esboçando um sorriso em meio as lagrimas.

- Com o cachorro? - perguntei incrédulo, como uma garotinha podia viver só com um cachorro.

- Papai vai voltar logo...e o sputt cuida de mim...- ela me explicava gentilmente.

Antes que eu pudesse perguntar alguma coisa, ouvi seu estômago roncar, ela abaixou a cabeça envergonhada, me levantei rapidamente percebendo o sangue dela ir como um turbilhão para suas bochechas, aquilo me atiçou, mas, não sei bem o porque, consegui me controlar. Peguei gentilmente a mão dela e a guiei.


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Notas finais do capítulo

N/A: Espero que tenham gostado do começo do passado do Larium...o/ Comentem por favorrr ^____^v kissuss



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