After You are Gone escrita por Jennifer Borges, Tayla Zafir


Capítulo 9
Capítulo 9




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– Não é isso, eu estou adorando o passeio, a sua companhia, mas... -disse pausadamente.

– Mas…? - Ele me apressou.

– É que talvez você está ocupado e eu estou aqui te atrapalhando. Você não precisa se sentir culpado, porque você não tem culpa de nada que aconteceu na minha vida… - Terminei de falar e fitei a janela do carro.

– Jenni, eu estou aqui com você por que eu quero, ok? E você não esta atrapalhando, essa semana eu estou de folga. E eu também estou adorando voltar a estes lugares que eu frequentava antigamente. - Afirmou tentando me tranquilizar.

– Ok. - Respondi um pouco mais tranquila.

– Aonde você quer ir almoçar? - Ele perguntou.

– Hum… Não faço a mínima ideia. - Pensei em comprar algo, mas logo depois senti um desejo enorme de comer comida brasileira então tive uma ideia. - Que tal comermos comida brasileira? Estou com uma vontade imensa.

– Confesso que eu nunca experimentei, mas para tudo há uma primeira vez, certo? - Ele disse brincando. - Só tem um problema, onde iremos encontrar afinal a cidade é pequena e eu acho que não tem um restaurante brasileiro aqui. - Ele disse confuso.

– Harry pare aqui, por favor, eu tive uma ideia… - Disse saindo do carro e indo na direção de um supermercado.

– Ok. - Ele assentiu e desceu do carro rapidamente, enquanto arrumava seu lindo cabelo cacheado. - É o que eu estou pensando? Vamos cozinhar? - Ele disse me seguindo pelo supermercado.

– Sim, exatamente.  - Afirmei, procurando os ingredientes. - Vamos precisar de costela de boi, mandiocas, algumas salsas, temperos e hum… - mordi os lábios e fiz cara de pensativa. - Acho que só, podemos ir pagar.

– E que tipo de comida iremos fazer? - Ele perguntou confuso.

– Se chama rabada, é comida típica do Brasil. - Eu sorri ao vê-lo tentando pronunciar a palavra “rabada”. Ao chegarmos no caixa, a moça nos olhou surpresa e logo disse:

– Olá, você é Harry styles não é? Oh meu Deus, eu preciso de uma foto com você. - A moça do caixa disse levantando-se de sua cadeira e retirando o celular de sua bolsa. - Obrigada, é incrível te conhecer, pode me dar um autógrafo? Minhas amigas também amam seu trabalho e a banda enfim… - Ela disse encantada com o fato de ter conhecido Harry. Ele carinhosamente tirou fotos e autografou uma agenda que ela tirou da bolsa.

Saímos de lá e pedi para ele dirigir para a casa do Charlie. Expliquei o caminho e logo chegamos.

– É aqui mesmo, não é? - Perguntou olhando para casa.

– Sim, pode me ajudar com as compras? - eu pedi retirando-as do carro.

– Claro, me desculpe. - Ele disse sem graça e veio rapidamente me ajudar.

Entramos em casa, colocamos as sacolas em cima da mesa e nos jogamos no sofá, ficamos ali espreguiçados até que resolvi tomar coragem para cozinhar.

– Aqui está muito bom, mas tenho que ir encarar o fogão. - Disse levantando-me e seguindo para a cozinha.

– Não sei fazer comida brasileira, mas posso te ajudar? - Perguntou gentilmente, equilibrando as frutas de enfeite que tinha sobre a mesa.

– Uau, você é realmente bom em malabarismo. - Disse surpresa.

– Sim, minha mãe diz que eu sou o melhor do mundo, e modéstia parte eu sou mesmo. – Ele disse se gabando.

– Ok melhor malabarista do mundo, você pode me ajudar com o almoço ou vai apenas me olhar trabalhar? - Eu perguntei encarando ele com um sorriso no canto da boca.

– Sim, o que você quer que eu faça? Posso cortar as carnes? - Perguntou indo em direção as gavetas que certamente teria os talheres.

– Claro, enquanto isso eu corto as mandiocas, espero que você goste. – Disse abaixando a cabeça e sorrindo timidamente.

– Eu adoro quando uma garota faz isso. - Ele disse parando de cortar a carne e chamando minha atenção.

– Isso o quê? - Perguntei sem entender.

– Isso que você acabou de fazer, tipo, olhar nos meus olhos e desviar o olhar para dar um sorriso tímido. – Harry explicou.

– Ah pára, você ta me deixando sem graça, vá cortar logo essa carne.  -Retruquei em tom de brincadeira.

– Ok, doutora Jennifer Borges, oops, errei agora é mestre cuca. -Brincou.

Enquanto preparava a comida, podia perceber que ele me observava, estudava cada gesto meu, mas evitei retornar olhares. Apenas me concentrava na comida; temperei a carne, fritei e coloquei para cozinhar junto com a mandioca, que por sinal estava com ótimo cheiro. Terminei os últimos detalhes e fui organizar a mesa para comermos, coloquei um forro branco e a comida sobre a mesa. Harry me ajudou a colocar os pratos, talheres e refrigerante, nos servimos e começamos a comer.

– E ai? O que achou da minha comida? - Perguntei curiosa.

– Isso aqui está ótimo, tem um sabor tão… - Disse confuso.

– Hum... Acho que diferente? - Tentei ajudá-lo.

– Não sei ao certo, é bem diferente do que estou costumado a comer, mas é bom. - Completou dizendo.  – Muito bom…

– Que bom que você gostou, estava com muita vontade de comer. - Respondi com um leve sorriso.

Conversamos mais um pouco enquanto acabávamos de comer, mas logo fomos para cozinha arrumar a bagunça que tinha ficado por lá.

– Oh meu Deus, por onde começamos? - Disse com a minha mão na boca, surpresa em ver a bagunça que havia se formado.

– Acho melhor começarmos pelas louças, depois limpamos os móveis e assistimos a um filme? - Perguntou.

– Ok.

– Ótimo, então eu lavo e você seca a louça, esta bom assim?

– Está ótimo, me livrei do pior. - Respondi aliviada.

Estava distraída até que Harry terminou de lavar as vasilhas e sacudiu suas mãos respingando água em mim.

– HARRY, seu … - Disse brincando.

– Seu novo amigo, lindo, super charmoso… - Disse se exibindo.

– Haram,você entendeu… - Disse fazendo-o sorrir com a situação.

– Qual filme vamos assistir? - Ele perguntou indo em direção a uma coleção de filmes do Charlie.

– Que tal Titanic? – Perguntei analisando a estante.

 - Pode ser, eu já assisti diversas vezes, mas eu amo ele. – Harry disse pegando e colocando o filme no DVD.

Fizemos pipoca, pegamos algumas almofadas e deitamos no tapete. Na metade do filme, olhei para Harry e ele estava totalmente entretido havia até algumas lágrimas em seu rosto.

– Own,você está chorando? - Perguntei olhando ele abraçado a um travesseiro. - É apenas um filme.

– Não estava chorando, foi apenas um cisco que caiu em meus olhos.  –Ele disse tímido. - Eu jamais ia chorar em um filme, quer dizer é porque as vezes é meio triste e tem mortes…

– Não vejo mal algum em ver um homem chorar, não precisa disfarçar. - Disse e ele continuava com uma carinha de cachorrinho abandonado na mudança. - Eu achei encantador.

As horas passaram sem que a gente percebesse. Já era noite quando nos tocamos que tínhamos passado a tarde inteira assistindo filme e conversando. Assistimos mais alguns filmes e acabamos dormindo espalhados pelo tapete entre as almofadas, até que eu acordei com um barulho das janelas batendo. Ao levantar fui até a cozinha fechá-las, peguei um copo de água e voltei para a sala. Sentei-me na poltrona e o observei dormindo, passei bons minutos ali até que ele abriu os olhos.

– Oi. – Ele disse passando as mãos pelos cabelos cacheados. - Acho que peguei no sono, por que você não me acordou? Eu poderia estar te fazendo companhia.

– Não tive coragem, você estava dormindo com um anjo… Eu também acabei de acordar, não se preocupe. - Ele sorriu e se levantou.

– Quantas horas já são? - Perguntou procurando seu celular pela sala.

– Já é um pouco tarde, acho melhor você ir, sua mãe deve estar preocupada. - Disse seguindo-o com os olhos.

– Tem certeza que não quer passar a noite na minha casa? - Ele perguntou gentilmente.

– Tenho, eu já me sinto bem melhor. - Disse o acompanhando até a porta. - Harry, eu só quero te agradecer por tudo, por salvar minha vida, por ser paciente comigo, por me aturar e por ter me proporcionado esse dia incrível. - Disse pegando em suas mãos e olhando em seus olhos.

– Não precisa agradecer, o dia foi ótimo e você não é tão chata assim, quer dizer, só um pouquinho por me assustar. - Ele riu e completou. - Deixei meu telefone anotado em um bilhete em cima da mesinha ao lado do sofá, qualquer coisa pode me ligar, não importa a hora, ok? - Ele disse se aproximando e beijando minha bochecha.

– Pode deixar. - Disse ao vê-lo ir em direção ao seu carro.

Tranquei a porta, subi para o quarto e me espalhei pela cama. Eu tinha dormido bastante e agora não estava com sono. Sem perceber comecei a sorrir ao lembrar do que tinha acontecido hoje, enquanto eu estava com Harry e em como eu me diverti com ele e me senti uma idiota por ter o julgado tão mal. Aquele garoto era incrível, ele cuidou de mim de uma forma tão delicada e gentil. Eu estava completamente arrependida do que tinha falado com ele, das nossas brigas, enfim, tinha começado a conhecê-lo de verdade. Liguei o rádio e estava curtindo as musicas até que uma voz me soou familiar, eu não sabia o nome da musica, mas era evidente que era a voz de Harry, ele cantava algo do tipo:


Can we fall, one more time?

Stop the tape and rewind

Oh and if you walk away I know I’ll fade

‘Cause there is nobody else

It’s gotta be you

Only you

It’s gotta be you

Only you…

Era maravilhosa a música, a voz dele... Era incrível.

Minutos depois fui tomar um banho e logo adormeci. Ao amanhecer, levantei com a campainha tocando sem pausas, levantei furiosa até a porta, da mesma forma que eu acordei

– Você não sabe tocar uma campainha educadamente, não é mesmo? -Olhei para Harry que estava cheio de sacolas em mãos. - Por que você veio até aqui tão cedo?

– Bom dia! – Ele disse empolgado. - Tocar a companhia nunca foi meu forte, acho que é por que sou um pouco ansioso. – Explicou.- Mas você está arrumada, vai ir a qual festa? - Ironizou ao me ver toda descabela e com um pijama enorme.

– Hahaha to morrendo de rir da sua piadinha. - Disse indo em direção a cozinha onde Harry estava e ao abrir as sacolas, ele rapidamente me corrigiu.

– Hey, o que pensa que esta fazendo? - Ele disse me retirando da cozinha. - Vá se trocar, não quero passar o dia com uma menina que mais parece uma mendiga. Depois que eu acabar de preparar o nosso café eu te chamo. - Disse me empurrando, e fingindo uma cara de bravo.

– Ok, Sr. Mandão, eu vou sim. - Disse subindo as escadas fazendo careta.

Troquei-me, e ao descer as escadas tive uma surpresa. Ele tinha colocado uma linda mesa com diversas frutas, panquecas, biscoitos e também tinha a enfeitado com flores. Eu fiquei sem palavras.

– Oh meu Deus Harry… Não precisa exagerar, eu...

– Quero te ajudar esqueceu? E se a minha meta é te deixar alegre posso te garantir que eu irei conseguir. - Ele disse com certeza no que estava falando e me guiando até a mesa, puxou a cadeira para eu sentar.

– O que te trouxe aqui tão cedo? Eu te perguntei quando você chegou, mas você não respondeu.

– Ah, eu estava em casa e não tinha coisa melhor pra fazer, então resolvi vir até aqui. – Ele disse despreocupadamente.

– Nossa! Obrigada pela consideração… - Disse fingindo estar magoada.

Enquanto comíamos, conversamos um pouco e eu resolvi perguntá-lo.

– Como foi a conversa com Gemma? - Disse um pouco apreensiva.

– Eu conversei com ela e aproveitei e conversei com a minha mãe também, não gosto de esconder nada dela. Ela me apoiou quando eu disse que queria te ajudar...

– Harry, eu agradeço por tudo que você tem feito por mim, mas eu não posso permitir que você se prenda a mim de alguma forma, ok? Você quer ser meu amigo, ótimo, mas eu não quero que isso atrapalhe você. Estamos conversados? - Disse séria.



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