Ghost sabia que Synx estava receosa sobre o aclamado plano do torneio, mesmo assim ainda tinha tudo sob controle.

– Ghost, por que você faz isso com os novatos? – ela perguntou colocando sua mão no ombro dele, Ghost estava pensativo, ela percebeu que ele não a responderia de qualquer forma, então desistiu – você sabe que a única razão para que eu aceite fazer isso, é que você esta mantendo todos os meus companheiros de clã sob vigilância, não sabe?

– não se preocupe, eu sei que você não gosta de mim – ele virou seu rosto para ela, e começou a rir – há um motivo para que eu faça isso, mas antes, você terá que confiar em mim. Você ainda quer saber? – ela acenou que sim – certo, irei te contar; mas, com uma única condição.

– que é? – ela perguntou curiosa.

– você terá que me dever um favor – ele sorriu, sabendo que a deixou ainda mais indecisa do que já estava.

– tudo bem, eu aceito. – ela tinha medo de se arrepender disso um dia.

– certo!

Luke

Luke ainda estava atordoado com a surpreendente batalha que acontecera anteriormente, buscou conversar com Darkaster mas não o achou, então decidiu esperar até a hora do encontro na sala da mestra Catarina. Antes que isso pudesse acontecer, foi até o próximo estagio dos exercícios do dia na prisão Widlug, treino livre.

– Luke! – chamou Kisara – vamos seguir os outros jogadores até a arena de Treino Livre, quero que me ajude! – ela praticamente gritava, deixando Luke com certa vergonha.

– calma Kisara, eu estou indo! – ele resolveu a seguir.

Kisara pegou a sua mão deixando Luke um pouco avermelhado. Ele observava os lugares que passavam, a prisão era realmente grande, seus corredores de concreto iluminados por tochas eram realmente bem feitos, Luke pensava o tamanho trabalho de desenvolvimento deste jogo, será que o produtor está jogando este jogo? Seria interessante.

Eles chegaram à aclamada arena de Treinos livres, eles diziam que nesta arena era possível ganhar mais experiência do que em qualquer outro lugar de novatos, Luke estava lá para provar destes rumores. Caminharam dentre outros jogadores, mas onde estavam os duelistas? Está pergunta o intrigou, pois teoricamente eles deveriam treinar nesta arena agora. Deixando as suspeitas de lado, Luke se concentrou em aumentar seu nível o quanto antes.

– Luke! Vamos naquele espaço vazio ali, eu treinar tiro ao alvo! – Kisara disse.

– certo, mas depois serei eu. – ordenou Luke, afinal ele também queria treinar. Ela concordou.

“Arch!” ela disse essas palavras conjurando seu arco; ele era colorido por um branco metálico e suas pontas formavam ondas pequenas, semelhantes à de um galho seco, no coração destas ondas tinham duas perolas azuis, uma para cada ponta, talvez seja lá a fonte de todo o poder.

– vou atirar as flechas menores – ela comentou – guardar as maiores para uma verdadeira batalha! – dizendo isso, atirou em um alvo pintado num boneco de palha há 50 metros de distancia, a física do jogo ajudou para que sua flecha fosse desviada para o lado, a fazendo acertar um pouco ao lado do centro – droga! Eu nunca consigo acertar o alvo – ela lamentou o fato de ser um pouco ruim de mira, Luke decidiu ajuda-la.

– Kisara, deixe-me ajuda-la – ela concordou – vejamos, como eu vi o jogo afeta fisicamente na trajetória das flechas as fazendo desviarem, então apenas aponte contra a direção que o vento está soprando e um pouco acima do alvo em si. –Luke observou que ela não estava prestando atenção em nada que ele estava dizendo – deixe-me demonstrar – ele pegou nas mãos dela como se ele estivesse controlando o arco, o que deixou ela pouco envergonhada – agora você mira um pouco acima e atira! – ele soltou a sua mão da dela, fazendo a flecha ir diretamente ao alvo, instantes depois ele foi surpreendido por um abraço que partiu de Kisara.

– você é um gênio Luke! – ele riu envergonhado – você já se decidiu se... Vai namorar comigo?

Nesse momento Luke se lembrou do pedido da menina no refeitório, ele olhou pra cima e engoliu seco.

– Gostei de você, Kisara. Quero ser seu namorado! – os olhos dela brilharam e ele estava um pouco avermelhado, logo depois foi surpreendido por um breve beijo.

– então assim nós começamos a namorar – ela disse autoritária, mas brincando com isso.

***

Depois de algum tempo de treino, o sol se punha de novo. As horas passaram tão rápido que Luke não se deu conta de que já estava na hora da reunião com a mestra Catarina em seu escritório. 

– Kisara, acho que está na hora de eu ir ao escritório da mestra Catarina, boa sorte com o resto do treino! – ele disse e rapidamente se foi, olhou para traz uma vez e viu Kisara balançando o braço de um lado ao outro e logo depois mexendo em algo na sua lista de Amigos. 

Ele andou por um pouco de tempo, até que finalmente encontrou a sala da mestra Catarina e se espreitou para ver algo da fechadura, percebeu que os outros já haviam chegado, então decidiu abrir a porta sem causar muito estardalhaço. Ele abriu e a porta rangeu, e logo foi abordado pela mestra.

– Está atrasado Luke, estava quase mandando alguém te buscar – ela disse, brincando.

– Me desculpe, eu estava treinando.

– tudo bem, sente-se naquela cadeira – ela apontou para uma cadeira de madeira polida com estofado verde ao lado de uma idêntica onde Darkaster estava sentado – bem, vamos voltar ao nosso assunto. – ela disse, enquanto Luke havia ido se sentar.

– como funcionaria esse campeonato? – perguntou uma Elfa, a vencedora do treino daquele dia.

– é um simples mata-mata entre vocês, vencedores dos treinos de hoje. – explicou a mestra Catarina. – vocês serão organizados em chaves de torneio aleatoriamente...

– como será a distribuição de força? – o vencedor do treinamento dos Mortos-Vivos interrompeu a Mestra com uma voz suave e aparentemente Intelectual – como todos podem ver existe uma clara diferença de força entre certos participantes. – ele se referia claramente a Darkaster. Mesmo sendo tão fraco, sua desempenho no treino daquele dia foram consideravelmente ótimo, outros dizem que foi excelente, mas ninguém sabia explicar por que ele escolhera aquela classe horrível.

– nós temos o encantamento de equalização de forças – explicou pacientemente a Mestra Catarina – todos vocês serão ajustados no nível 20 e todas as skills serão liberadas – antes de qualquer duvida sobre aquilo, ela se pronunciou – para que todos mostrem suas capacidades com cada classe. Isso será um evento, então ao final dele, todas as alterações voltaram ao seu inicio.

– e o premio? – perguntou o Selvagem, O vaidoso, era o apelido dele desde que se exibiu em seu treino.

– ainda não decidimos direito isto, mas provavelmente vale uma vaga no clã Widlug. – explicou a mestra. Todos ficaram surpresos.

O clã Widlug era o mais forte de todo o jogo, comprovado pelo campeonato dos campos de Myr. Há alguns dias, foi realizado o campeonato em que valia o item de “posse de terreno” onde o ganhador ganharia todo o terreno da prisão, um campeonato com poucos clãs participaram, pois só era aceito clãs de nível 40 para cima, naquela época somente existiam 6 clãs com tamanho nível, e dentre todos eles, Widlug se destacou não  perdendo nenhuma partida, e assim ganhando o campeonato. O destaque veio pelo numero de pessoas, o clã Widlug é composto por somente 6 pessoas:
Duster e Orc_Blanka lideres do grupo;
Lorde Wicker e Andra sub-lideres;
Catarina fora recrutada por Duster pouco antes do torneio;
e finalmente, Ghost, melhor espadachim e Guerreiro do grupo, E também, melhor Guerreiro de todo o jogo.

– serio? – perguntou o animado Vampiro, Sempre confiante, ele mostrou sua habilidade e velocidade no treino do dia acabando com ele pouco antes do mesmo começar. – terei uma bela oportunidade então.

– sim – confirmou a mestra – mas somente para o ganhador. – um breve silencio tomou a sala, então a mestra finalizou – pois bem, vão para seus quartos descansarem, o campeonato ser manha logo após o café da manha, e durará o dia todo. – todos concordaram e se retiraram, menos Charly, que encarava Luke com desprezo, esperando ele sair.

Luke o ignorou e saiu, precisava treinar para o campeonato que logo viria.

Ghost

– então, é ou não um bom motivo? – questionou Ghost a Synx, com um lindo sorriso no rosto.

– cara, você é louco, nunca vai conseguir – ela não acreditava na insanidade de Ghost.      

– não irei conseguir se você não me ajudar Synx. Pois bem, de qualquer jeito você me deve uma agora não é? – ele soltou um leve riso – lembre-se do favor.   

– certo oque você quer? – ele se preparava para falar, mas ela logo o interrompeu – tudo bem, não fale nada, eu sei que você quer que eu te ajude até o fim.

– exato, nós dois pensamos igual querida Synx, você e seu clã serão de grande ajuda – ela olhou para o lado ainda com certo desprezo – eu prometo liberta-lo assim que tudo isso acabar – ele disse decidido.

– certo, quando o meu clã for libertado, eu farei oque me pedir. Odeio admitir, mas quero ver até onde você consegue chegar. – Synx pode ver o brilho no olho de seu novo parceiro de batalha.

 – I Love you – ele disse num inglês imperfeito.

Ela o odiava, mas estava começando a entender o lado dele, e isso a deixava estranhamente confusa.