A Luz Na Escuridão escrita por lili-alice


Capítulo 5
Capítulo 4: Encontro


Notas iniciais do capítulo

Obrigado por TODOS os comentárioooosss eu lerei a todos e responderei, prometo!



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Pdv:Julliet

Encarando-me naquele espelho sujo, do fétido banheiro do bar onde eu trabalho, prendi meu cabelo em um coque desajeitado e mal feito, encarei-me no espelho olhando-me mais uma vez.

Eu não me considerava feia e nem muito menos gorda ou magra de mais, eu era na medida, o que os garotos chamam de gostosa, meu corpo é magro e bastante curvilíneo, o bastante para que meus seios fiquem super apertados dentro de uma camisa já usada pela antiga (e sem peitos) funcionária do bar, minha bunda era grande e minas pernas grossas o suficiente para atrair o olhar de muitos, principalmente o desses caras nojentos do bar, meus cabelos eram de um dourado muito bonito porém seu jeito ondulado não me agradava e eu tinha grandes olhos azuis e uma boca vermelha e cheia, ao todo eu realmente não era feia.

Saí do banheiro após ouvir a terceira batida na porta, bufei com raiva do povo mal- educado deste lugar, sai do banheiro e o bêbado apenas me mediu de cima a baixo entrando em um modo cambaleante na cabine.

Peguei o meu bloquinho, e caminhei em direção a meu chefe que encarava de modo ousado a minha perna, Peter era do tipo panaca, embora seus cabelos loiros que iam até nuca, seus lindos olhos verdes, braços fortes e um sorriso sedutor, fizessem sucesso com as mulheres, eles não tinham o mínimo efeito sobre mim, aliás eu pouco ligava para aquele estúpido metido a adolescente.

-Gostosa na medida certa- piscou, medindo-me- Atenda aquela mesa ali, parece que os idiotas dos seus amigos já chegaram, e mande-os tomarem cuidado, não quero ser preso por causa de três idiotas que ficam fumando e cheirando em meu bar- falou arrogante

-Fácil não venda bebida e nem drogas para eles- respondi seca caminhando em direção a mesa

Senti braços fortes me segurarem e então Peter me virou bruscamente, encarei seus gélidos olhos verdes, e senti seus braços apertarem mais os meus, soltei um gemido de dor, aquele brutamonte estava me machucando!

-Me solta!

-Escute aqui doçura... apenas dê o meu recado, não gosto quando você faz essas gracinhas, entendeu?- chacoalhou-me

-Você está me machucando Peter-gemi de dor, com certeza aquele bruto deixaria marcas

-Solte-a agora Peter, ou eu posso contar para o papai sobre o que bastardo anda fazendo com a graninha que ele dá no final do mês- disse uma voz ríspida

-Brad, resolvendo me ameaçar por causa da sua putinha?-perguntou Peter encarando o irmão mais novo

Brad e Peter eram irmãos, obviamente de mães diferente Peter era o tão falado filho bastardo do prefeito, aliás um de vários escândalos nos quais nosso querido prefeito estava envolvido, era evidente que Brad odiava a Peter, a mãe de Brad se matou quando descobriu sobre o filho bastardo e Brad culpava a Peter e também a vadia de sua madrasta que ele tinha certeza que fora ela que contou sobre o tão bem escondido filho bastardo.

-Não a chame assim e nunca mais encoste uma mão nela estamos entendidos?-perguntou Brad pegando-me nos braços

Senti-me protegida nos braços de Brad, ele nunca havia me defendido daquele modo, seus olhos pareciam mais intensos de raiva e um tanto quanto preocupado, senti uma espécie de ternura por ele, eu nunca havia me sentido desta forma com Brad, ele estava me protegendo, notei que todos no bar pareciam muito atentos com o que acontecia entre nós.

-Não vai ficar assim- sussurrou Peter mais para si mesmo, do que para outra pessoa, caminhando em direção ao balcão

-Você está bem?-perguntou-me Brad

-Eu estou ótima Bradley, mas você não deveria tê-lo enfrentado, seu irmão é mais perigoso do que você pode imaginar, já vi gente subir por menos que isso- comentei, enquanto caminhávamos para a mesa, onde Anne e Cooper me aguardavam ansiosos

-Ele não me mataria, ele sabe que papai preza muito mais os filhos da legítima e incontestável primeira dama do que os filhos de uma vadia qualquer como a mãe dele, se acontecesse algo comigo e meu pai só suspeitasse que foi Peter, bom ele estaria preso ou morto em um piscar de olhos- Brad respondeu ainda raivoso

-Você é confiante de mais- virei os olhos

-Relaxa gata eu sou durável- piscou sentando-se na mesa e tomando mais um gole de seu uísque

-Você está bem?-perguntou Anne encarando-me preocupada, eu podia perceber sua agitação, seus pés balançavam rapidamente e seus movimentos eram ritmados e sua boca encontrava-se levemente trincada, era óbvio que minha amiga já havia tomado um de seus comprimidinhos

-Estou ótima, mas então o que desejam?-perguntei, percebendo os olhares mortais que Peter lançava para mim, eu precisava de dinheiro e as gorjetas que ganhavam não eram ruins então tempo é dinheiro.

-Rápido assim? - indagou Cooper, coçando o nariz- Estamos preocupados- encarou-me

-Eu estou ótima, mas vocês sabem, eu preciso trabalhar...- falei pegando o bloco em minhas mãos

-Sendo assim eu desejo você doce em minha boca- piscou Brad mordendo os lábios

-Isso não está a venda, sabe como é a garçonete tem namorado- gargalhei

-Eu não sou ciumento- piscou, tragando seu cigarro- Eu quero mais uma dose de uísque

-Vocês?-perguntei direcionando-me a Cooper e Anne

-Cerveja- responderam os dois

-É pra já- respondi – Mesa dois quer dois número cinco e um número dez- gritei para Lilo o estranho Barman e para Minnie que costumava pegar as cervejas

E então caminhei para outras mesas, anotando pedidos, ganhando gorjetas e cantadas de outros bêbados e assim, foi até as duas e meia da manhã.

Odiei quando Brad foi embora cedo de mais e fiquei sem carona para voltar para casa, Anne e Cooper também foram embora cedo, deixando-me sozinha para voltar para casa, agradeci por minha casa ser a apenas duas quadras do bar, eu não iria gastar toda a minha grana das gorjetas com um ônibus.

Troquei-me rapidamente, e no banheiro mesmo bolei um baseado para ir fumando no caminho de casa, roubei três latas de cerveja do bar colocando-as em uma sacola, e saí rapidamente do bar antes que alguém percebesse, eu sofria de mais com essas pessoas ao menos o direito de algumas cervejas eu tinha,

Acendi meu baseado e comecei a fumá-lo caminhando para casa, a rua estava escura e o vento batia forte, amaldiçoei-me por não ter pego um casaco mais quente antes de sair de casa, ri sozinha com a minha idiotice, em um frio infernal desses eu estava tomando uma cerveja extremamente gelada e fumando maconha sozinha, eu estava parecendo um belo tipo de nóia largada pelo mundo.

E isso me doeu por que era exatamente o que eu sou, Cooper e Anne são grandes amigos, porém cada um tem os seus problemas e devido ao tipo de vida que levam não são exatamente instáveis, Brad apesar de me proteger e termos um relacionamento, eu não o amo estamos juntos apenas por sexo e conveniência, a prova disso é que eu sei que ele já me traiu e apesar de minhas milhares de ameaças, sei que falta pouco para isso acontecer novamente e ai iremos terminar e cada um seguir a sua vida, eu era realmente largada, sem pai sem mãe e sem minha vó, a mulher que eu tanto amava, a única que havia me acolhido no estado em que eu me encontrava, abusada, maltratada e sem o mínimo de amor, ela havia me trazido isso de volta, mas do mesmo jeito que trouxe me deixou, como sempre todos me deixavam, inclusive Mike, meu tão adorado irmão, com dezoito anos me deixou e agora apenas manda alguns cartões que eu jogo fora imediatamente.

Eu me sentia sozinha e sempre seria assim, eu ia sempre ter uma vida escura e tomada pela bebida e pelas drogas, como eu já havia ouvido tanto das pessoas dessa cidade, para pessoas como ela não há salvação, ou alguns simplesmente me comparavam a minha mãe.

Laura Marks, cabelos de um louro dourado incrível, um corpo invejável para uma mulher que foi mãe tão jovem e anos depois teve uma outra criança, porém todos sabiam o que tinha por baixo daquele corpo, sujeira e drogas, dos piores tipos, ela nunca havia sido uma mãe para mim, não me lembro de ter uma mãe, ela sempre fora uma louca bêbada e drogada que me batia e culpava-me por sua vida ser uma desgraça e ela ter sido obrigada a se casar com um traste como o meu pai eu e Mike sofríamos o diabo na mão dela, não havia um dia que ela não nos maltratava e o pior proibia sua própria mãe de nos ver, então sem ninguém nossa vida era propriamente dita um inferno.

E eu também não poderia me esquecer de Louis Marks, ele não era um homem feio, bonitos olhos azuis cabelos pretos e um sorriso pervertido e amedrontador, como eu odiava aquele sorriso, antigamente as mulheres da cidade morriam por ele, porém foi só o idiota começar a se tornar o maior bêbado da cidade que todos se afastaram menos minha mãe, que acabou por engravidar dele, duas vezes, nunca vou me esquecer desse cara asqueroso, nunca vou esquecer-me das vezes em que ele abusou de mim, inclusive da primeira, eu tinha apenas seis anos de idade Mike tentava me defender, mas o que ele poderia fazer, era apenas um garoto.

Eu nunca havia odiado tanto alguém como eu odiava esses dois, eram meus pais mas nunca foram nada além de um monte de merda que me pôs no mundo, e por culpa deles agora eu era assim tão parecida com eles, a diferença é que eu já mais teria filhos, mesmo por que pessoas como eu morrem com trinta e dois anos como indigentes.

Mas nunca vou-me esquecer do dia em que me libertei, a cena era obviamente traumática porém, significa o dia de minha liberdade.

Flash Back On:

Eu esperava que os gritos vindos da sala cessassem, para que eu pudesse dormir em paz, e lá estava eu encolhida de baixo de cobertores com medo do que poderia acontecer depois, eu não tinha mais Mike aqui comigo para me proteger, o que ficava mais assustador ainda, lágrimas escorriam por meus olhos e eu tremia.

-Você acabou com a minha vida, sua cachorra!- ouvi Louis gritar e em seguida um forte barulho de tapa e em seguida Laura gritou

Os palavrões e gritos que saiam não eram normais eram gritos alterados e embolados, devido ao grande nível de bebida que envolvia os dois, eu ainda tremia porém percebi que os barulhos haviam diminuído e então ouvi dois fortes estampidos e tudo silenciou-se.

Levantei-me devagar da cama,mesmo por que não tinha outro jeito de me levantar, já que aquele brutamonte havia abusado de mim deixando-me inteiramente machucada.

Abri a porta do quarto devagar e caminhei em direção a sala, atravessando o pequeno corredor, foi ai que comecei a ver sangue por toda parte, reprimi o impulso de gritar, mas não consegui segurar-me ao ver aquela cena, Laura estava com os olhos abertos e frios encarando teto e em sua cabeça havia um pequeno e certeiro furo de bala por onde jorrava sangue em suas mãos havia uma arma, a mesma a qual ela havia usado para ameaçar-me semana passada.

E do utro lado estava Louis,havia um tiro em seu peito, ele ainda estava vivo tossia muito sangue e seus olhos frios encontraram os meus pela última vez e logo em seguida ele fechou os olhos, uma arma estava em sua mão, e então eu percebi o que havia acontecido durante essa briga ambos haviam se matado.

Mas e agora o que eu faria?

Reprimi o choro que ameaçava atravessar minha garganta, e liguei para a polícia com as forças que tinham, eles prometeram que chegariam logo e então eu simplesmente tranquei-me no quarto até eles chegarem.

Bateram na porta rapidamente, estranhei a rapidez na qual a policia havia chegado, abri a porta rapidamente prendendo a respiração,quando passei pelos dois corpos inanimados jogados na sala.

Quando abri a porta, não eram os policiais e sim uma amável senhora de cabelos brancos que logo reconheci, aquela era minha vó, eu não costumava falar muito com ela já que era proibida, maseu sabia quem ela era, e eu como uma criança normal apenas abracei-a, sem deixar uma gota de lágrima cair, mas eu a abracei fortemente, tentando que aquele cheiro doce e sorriso amável me ajudasse a apagar aquela cena horrível de minha mente.

E daquele dia em diante, eu nunca mais apanhei fui abusada ou machucada, minha vó tentava dar-me a vida de uma criança normal, a vida que me foi tirada tão cedo, Mike as vezes mandava noticias mas nunca mais voltou a cidade, mas eu finalmente estava livre para ser feliz, pelo menos por mais alguns anos...

Flash Back Off:

Traguei pela última vez meu cigarro, tentando afastar as lembranças de minha mente, eu realmente queria que a maconha apagasse tudo de meu cérebro o que era impossível, porém eu ainda sonhava com o dia que me esqueceria de tudo, desejei ter forças para experimentar drogas mais fortes, mas eu não conseguia, sentia-me culpada por estar traindo a confiança de minha vó.

-Desculpe vovó mas não tem como, você também me deixou, e sem nada tudo que eu tenho é a maconha os comprimidos e a bebida- falei com amargura, dando o último gole na terceira cerveja

Eu estava quase chegando e minha casa, já podia ver a pequena e simples casinha a qual após a morte daquelas coisas eu havia ido morar com minha vó, era confortável e aconchegante, eu gostava de morar lá era uma casa térrea com um banheiro apenas e dois quartos pequenos, uma sala minúscula e uma cozinha, tudo que antes era bem organizado formava uma pequena bagunça, que eu tentava arrumar aos sábados.

Aproximei-me mais da casa, porém notando algo estranho, havia alguém sentado por ali, ou era apenas uma viagem minha?

Porém não era viagem a rua estava escura, mas eu via uma pequena e magra forma a minha frente, de cabeça baixa e vomitava compulsivamente, preocupei-me e mesmo com medo de assalto ou algo assim decidi investigar.

-Quem é você?-perguntei, e então olhos encontraram os meus assustados

-Não interessa- respondeu uma voz feminina e fina, porém assustada e em seguida tossiu e voltou a vomitar

-Você está bem?-perguntei, encarando a pequena forma ainda curvada vomitando, a voz dela estava mole então a menina deveria estar bêbada, nada de incomum aqui por perto

-Não, eu quero meu pai- gemeu e uma voz chorosa

-Te garanto que a única coisa que você vai conseguir agachada ai no escuro sozinha em noite de Lua Nova, é um resfriado ou um estupro- virei os olhos com a criancice da garota

-Você é Julliet não é?-perguntou a menina, repentinamente interessada, levantando-se e limpando a boca nas mangas de sua blusa, reprimi uma carte de nojo

-Sim, e você é a ?-perguntei, estranhando por aquela garota desconhecida saber meu nome

-Renesmee Cullen- respondeu ainda meio abobalhada

-Ah você é a garota nova-

Falei surpresa os Cullen não pareciam do tipo que davam problema, mas ai me lembrei na brisa que tal de Edward estava hoje, realmente uma família com problemas havia se mudado para cá, como se nossa cidade precisasse de mais uma. Encarei a garota que era magra e parecia inofensiva, provavelmente se estava bêbada em um lugar escuro não queria ser encontrada, então decidi que não fazia mal convidá-la para entrar.

-Quer entrar?-perguntei, abrindo a porta de casa

-Eu posso?-perguntou tímida

-Na verdade estava tentando ser educada e não bater com a porta na sua cara- fui quase que sincera

-Sendo assim, proposta aceita- e a garota entrou em minha casa rapidamente

Fechei a porta acendendo as luzes, e então encarei a garota de cabelos bronze e olhos chocolate a minha frente, ela já estava acomodada em meu sofá, a pobre menina estava mais branca que o normal e sua blusa estava meio suja de vômito, eu não tinha dúvidas que aquela garota havia tomado seu primeiro porre há algumas horas, sua expressão era cansada.

Caminhei em direção a cozinha pegando um copo de água para ela e servi uma dose de vodca para mim, voltei para a sala com os dois copos na mão e um balde que peguei na área de serviço, a garota estava meio esverdeada, por isso joguei um pequeno balde para ela.

-Tente não vomitar em minha casa ok?- perguntei encarando-a enquanto entregava a ela um copo de água

-Está bem...-respondeu a garota, tomando a água rapidamente

-Uau! Que sede hein?- gargalhei

-Pois é, eu nunca mais bebo em toda minha vida- resmungou

-Eu já falei isso antes, e aqui estou eu chapada e bêbada, falando com a filha do médico da cidade que está meio esverdeada, e provavelmente fugiu de casa?-perguntei curiosa, em como a garota havia parado aqui, afinal ela devia morar na zona nobre da cidade e não tão perto da estrada junto com os pobretões

-É mais ou menos- a garota riu, e sua voz ainda estava meio molenga- Eu só estou de saco cheio de todos sabe, e então quis ir dar uma volta, acabei pegando umas bebidas e bebendo mais do que devia, um garoto simpático me ofereceu um cigarro e eu fumei ele era bem adocicado e eca! - e então a garota pareceu cair na real

-Eu fumei maconha não é?

-Sim! Aliás nada fora do normal que não puxa unzinho de vez em quando?-perguntei rindo e tomei um gole de minha bebida, eu já estava ficando bem alegre, eu gostava quando a bebida começava a fazer efeito

-Droga eu estou muito encrencada, se Edward perceber, eu estou completamente...- e então a garota encarou-me envergonhada, como se lembrasse de algo que não podia deixar escapar

-Edward, seu irmão mais velho certo?-perguntei

-Na verdade, meu irmão gêmeo, só que eu estou uma série atrasada- explicou naturalmente

-Entendi, mas fique tranquila se quer saber, ele parecia mais chapado que você na aula de Bio- gargalhei lembrando-me do garoto atrapalhado e gostoso de cabelos acobreados

-Edward?- perguntou-me incrédula- Ele só devia estar distraído com a sua mente inteligível- comentou naturalmente e então pôs a mão na boca, como se tivesse falado algo errado

-Minha mente o que?-perguntei

-Nada esquece, acho que estou apenas na brisa- tentou contornar a situação, resolvi ignorar o comentário estranho da garota mudando de assunto

-Pretende passar a noite aqui?

-Não sei, eu posso?-ofereceu-se, garota folgada!

-Se quiser, bom há um quarto extra aqui, é o meu eu irei dormir no da minha vó, mas por favor tente não vomitar no meu quarto, ok?-encarei-a séria, eu sabia como seria ruim ser pega no estado que ela estava pelos pais

e pior pelos pais adotivos

-Obrigada mesmo- disse a garota sua expressão já estava melhor e sua cor já havia voltado

-Quer beber algo?-perguntei tentando ser minimante educada, enquanto caminhava para a cozinha para pegar mais bebida

-O que você está bebendo?-perguntou-me

-Melhor você não tomar- falei, eu não queria uma garota entrando em coma alcoólico em minha casa

-Por favor, eu já estou bem e me recupero rápido- insistiu Renesmee

-Ok, mas depois não venha me encher Renesmee- reclamei, servindo dois copos de vodca pura

-Você toma pura?-encarou-me- E aliás me chama de Nessie, eu odeio esse nome patético Renesmee, puf!

-Ok Nessie- ri do apelido idiota da garota que olhou-me feio- Óbvio que tomo pura, odeio misturar com limão ou essas coisas tira o gosto da melhor parte, vamos tome assim é bem mais gostoso-sorri para a garota que virou o copo e em seguida teve um acesso de tosse

-Meu deus queima!- praticamente berrou

-Obviamente inteligência, vodca se toma aos poucos, parece água mas não é- virei os olhos com a burrice da garota

-É bom lembrar-me disso- falou sentando-se na cadeira – Eu quero mais

-Sirva-se, e acho bom ir tomar um banho depois- falei olhando para sua roupa suja de vomito, aquilo estava começando a embrulhar meu estômago

-Que nojo! Acho que eu estava tão entorpecida que esqueci-me da sujeira, desculpe é que a vida anda difícil- comentou

-Nem me fale...- concordei levantando o copo em um sinal de brinde

-Mas então, onde está sua avó?

-No hospital- respondi

-Oh! Ela é enfermeira deve estar trabalhando com o meu a ... quer dizer pai agora- tagarelou Nessie

-Você ia chamar seu pai de vô, você realmente fica bêbada fácil- sorri- Na verdade se pessoas em coma podem trabalhar no hospital, eu deveria estar recebendo o dinheiro dela não?

-Oh, desculpe-me, a quanto tempo sua vó está assim?-perguntou-me, e por um segundo os olhos grandes e expressivos da garota, eram preocupado e ternos

-Tudo bem não se preocupe,dois anos- respondi, tentando ser indiferente e dei mais um gole na bebida

-E seus pais?-perguntou

-Morreram quando eu tinha treze anos- respondi

-Você é sozinha no mundo?

-Digamos que sim- sorri com a espontaneidade da garota

-Quer dizer, eu não deveria usar esse termo mas...- tentou concertar o que disse

-Mas você está certa, não se preocupe, mas então você foi adotada com quantos anos?-pergiuntei

-Eu tinha uns sete anos...- respondeu suspirando, ela parecia desinteressada e entediada ao contar essa história, como se ela não fosse a verdadeira

-E seu namorado onde está?-perguntei referindo-me ao moreno bonitão que eu via sempre ao lado dela

-Jacob?-perguntou-me

-Deve ser, um moreno forte e bonitão

-Hey não fale assim dele, eu sinto ciúmes- disse com a voz meio abobalhada, ela já havia bebido uns bons goles de vodca – Não namoramos, eu terminei com ele, sei lá por ser meio que o destino dele ficarmos juntos, ele é muito super protetor e tudo que faz é arrumar um jeito de me prender juntamente com toda a minha família.

-Ok não está aqui quem falou, como assim o destino vocês ficarem juntos?- indaguei curiosa, servindo mais vodca em nossos copos

-Uma porra de um negócio chamado Impritting- resmungou

-Que diabos é isso?

-É uma coisa de lobo sabe?- encarei-a como se ela fosse louca, como assim coisa de lobo?

-Lobo?

-É os lobisomens gigantes de dois metros, eles meio que escolhem uma garota e se apaixonam por ela, eu sou teoricamente a escolhida de Jacob- explicou como se tudo que ela tivesse falando fosse verdade e o pior é que parecia verdade!

Eu realmente deveria estar ficando bêbada e chapada, eu havia tomado um comprido a pouco tempo, mas será que ele estava tendo um efeito tão louco assim, as coisas que essa garota está falando não tem o minimo sentido!

-Acho melhor pararmos de beber, você está falando muita besteira- gargalhei tentando, amenizar as besteiras que aquela garota falava

-Não é besteira é a minha realidade- a garota riu

-Vá tomar um banho, eu vou te emprestar a minha camisola certo?- ofereci levantando-me da mesa

-É acho melhor, amanhã estarei encrencada, sorte que sou mestiça se não acho que os vampiros da casa drenariam o meu sangue- a garota soluçou rindo, e gargalhei, Nessie bêbada era bem engraçada

Levei a garota que continuava a falar umas doideiras até o banheiro, e finalmente a coloquei no banho deixando uma camisola em cima da tampa da privada ao lado de uma toalha, saí do banheiro deixando-a a vontade, e então joguei-me no sofá da sala e acendi mais um cigarrinho, eu gostava de puxar unzinho antes de dormir.

Eu estava fumando calmamente quando Nessie saiu do banho vestida em minha camisola, ela ficava amarrada em seu ombros já que ficava muito grande nela, eu era magra porém Nessie era muito mais e também bem menor que eu, agora o que fazia uma garota assim, por aqui, tão jovem e bêbada?

-Como você veio parar por aqui?-perguntei a ela

-Bom eu moro perto da estrada e vim caminhando até aqui, então para me esconder parei em um barzinho entrei, e o resto eu te contei, a hora que sai do barzinho caminhei até aqui e logo depois você encontrou-me vomitando, eu realmente não deveria ter caçado antes de beber- passou as mão pela barriga, e a garota parecia novamente enjoada

-Você quer dizer comido?-perguntei, tragando mais uma vez o cigarro e olhando-a

-Não caçado mesmo sabe, animais, quer dizer... o sangue deles- disse

-Pera ai você bebe sangue de animais?- gargalhei- A fumaça da maconha está realmente te fazendo mal

-Não tem nada a ver, eu estou te falando a verdade- insistiu a menina

-Está bem, acho que está na hora de dormir- falei levantando-me, eu era drogada e bêbada mas estava ficando assustada com as coisas que essa menina doida falava

Eu hein?

-Acho que vou...- a menina soltou um gemido e então vomitou

Fiz uma careta de nojo mas então soltei um grito, a menina estava vomitando sangue e pior em grande quantidade, eu não me surpreenderia se ela morresse neste momento, e não tinha como falar que era outra coisa, cheirava a sangue...

-Renesmee- berrei assustada

-Droga, me desculpe eu vou limpar!- falou a garota levantando-se rapidamente do sofá, encarei-a assustada

Como ela poderia estar bem logo após vomitar sangue?

-Não tudo bem, só não se levante, qual é o número dos seus pais, ou melhor qual o número do hospital?- perguntei e a menina encarava-me zonza

-Não precisa ligar! Eu estou bem- falou exasperada

-Não você não está bem, você vomitou sangue!- berrei

-É normal, não é meu sangue é de um veado e de um puma- a garota tentou-me explicar

-Acho que você está certa, eu não preciso ligar...

-Viu? É óbvio que eu estou certa- a garota virou os olhos como se o que ela falava fosse a coisa mais normal do mundo

-Eu preciso ligar para um manicômio!- gritei novamente, eu estava até mesmo zonza por conta da situação

-Não por favor, não ligue para ninguém eu vou te explicar- disse a menina indo parar rapidamente na minha frente, e seu braços magros que não pareciam nem um pouco fortes, me apertaram

-Me solta menina doida! Eu não gosto de mulher- falei tentando me afastar, mas ela continuou segurando-me

-Sério preste atenção em mim, e eu não vou te atacar só preste atenção em mim!- a garota pediu, e eu encarei-a

E então como num passe de mágica, imagens estranhas começaram a entrar em minha mente, primeiro foi a imagem de uma garta de cabelos cor mogno e olhos chocolates como o de Renesmee e logo em seguida Edward entrou em minha cabeça, e vários flashes e fotos com os dois começaram a passar em minha cabeça contando-me uma história.

Edward havia se casado com aquela garota que parecia se chamar Bella, mas então Bella engravidou e morreu durante essa gravidez, e desse união nasceu Renesmee, essa história poderia ser simples como a de um filme, o grande problema é que ela se passava em minha cabeça, e as pessoas dessa história em grande parte eram vampiras, daqueles que sugam sangue sabe?

Renesmee voltou a me mostrar coisas sobre sua infância, cidades diferentes por onde passou, contando-me a história de sua família, inclusive a tão estranha história sobre lobos que ela havia me contado antes, Jacob era um lobo, e o resto dos Cullen vampiros e ela uma mestiça, mas como isso era possível? Essas coisas não existiam!

Ou será que existiam?

Eu me sentia em uma brisa eterna, devido a maconha ou algo assim, eu talvez quisesse acreditar que era isso o grande problema era que nada era mais real do que aquilo, Renesmee estava ali me mostrando aquelas imagens e contando-me a história de sua vida, e me mostrando que tudo em que pensei um dia acreditar era mentira, existiam muito mais coisas no mundo do que eu pensava, inclusive os inacreditáveis seres místicos, e era disso que eu tinha medo.

Me afastei rapidamente da garota, encarando-a assustada, eu esperava que a menina me atacasse ou algo assim, porém ela simplesmente me olhou e do nada sumiu de minhas vistas, fiquei um tempo parada absorvendo o que vi, até que desisti de tentar entender, e caminhei até meu quarto.

Eu precisava dormir em breve teria escola e teria que enfrentar aqueles tão estranhos seres, eu até queria contar a alguém, mas quem ia acreditar em mim?

Então incrédula e assustada eu cai no mais profundo sono...


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, e comentem por favor o comentário de vocês é muito importante!
Beijos Lili