POV EDWARD

Acordei com o barulho irritante do despertador e o silenciei, rolei na cama e logo a ansiedade em vê-la veio sobre mim, ignorei este sentimento assim como fazia com todos que eu poderia vir a sentir e fui tomar meu banho, assim que saí coloquei a cueca Boxer branca e escolhi um terno grafite, desci e vi a mesa já posta.

_Bom dia menino – Matilde minha governanta sorriu a me ver, dei um meio sorriso e comecei a tomar meu café, apesar de ter um apreço por Matilde, nunca consegui demonstrar, Matilde me conhecia desde que nasci e depois que voltei da Inglaterra á trouxe da casa de Carlisle para morar comigo, ele já estava casado novamente e sua mulher Esme não impediu quando Matilde aceitou vir comigo.

Saí depois de desejar um bom dia a ela e segui para a empresa, queria muito me certificar que Isabella realmente estaria lá, girei a chave na ignição e rumei para minha empresa.

Segui até o elevador, a cada andar eu sentia meu coração disparar até que o elevador parou, respirei fundo e segui para minha sala, vi que em sua mesa o computador estava ligado mais não havia nenhum pertence diferente e bufei irritado com certeza era Alice ali, entrei em minha sala murmurando e estaquei quando a vi a minha frente, me olhando sorrindo, vestia um conjunto de blazer preto com uma camisa branca e salto alto, seu cabelo estava em um coque frouxo mais que lhe deu um ar totalmente sério e ao mesmo tempo sexy.

_Bom dia Sr. Cullen – sua voz me trouxe a realidade, desviei de seus olhos e fui para minha mesa me sentando rapidamente.

_Deveria estar em sua mesa Srta Swan – falei e ela me olhou com um sorriso quase cínico.

_Só estava em sua sala Sr. Cullen  pois vim deixar alguns documentos que Alice me pediu, pois o Sr irá precisar assiná-los agora cedo – falou e se virou – Se me der licença,  Alice irá me ensinar meu serviço – saiu e fechou a porta com um pouco mais de força, o que me fez rir, afinal mal nos encontramos e ela já estava irritada, quero só ver com o tempo.

Peguei as pastas que estavam ali e depois de ler cada uma com bastante atenção assinei e pedi que Isabella viesse a minha sala. Assim que entrou indiquei a cadeira pedindo que se sentasse.

_Estes documentos serão entregues a cada dois dias para a Srta, são os ajustes que o RH faz me dando um relatório completo dos funcionários da empresa – falei e a vi me olhar indignada.

_O Sr vigia seus funcionários? – perguntou descrente.

_Não Srta, eu somente zelo por minha empresa, aqui como você verá com o tempo, cada um é recompensado conforme seu serviço e comprometimento com a empresa, gosto de acompanhar passo a passo dos meus funcionários, pois se caso algo esteja errado eu saberei e poderei resolvê-los rapidamente o que fará com que vocês trabalhem bem e sem contratempos – assim que falei a vi sorri aliviada.

– Bem acredito que Alice tenha lhe passado minha agenda que conseqüentemente será sua também, já que em qualquer evento que eu precise participar você estará comigo.

_Alice me informou sim Sr – falou normalmente.

_Bom já que já esta informada pode voltar aos seus serviços – falei voltando minha atenção ao notebook, assim que estava de costas a olhei, alguma coisa estava errada comigo, em menos de 24 horas de convívio com ela, me senti diferente, olhei para as fotos em minha mesa e peguei a que mamãe estava comigo em seu colo.

_Sinto saudades – falei passando a mão em seu rosto onde habitava o sorriso mais lindo que eu havia visto puxei fortemente o ar e coloquei o porta retrato no lugar, eu não tinha mais 10 anos para ficar chorando como fazia naquele internato, era um homem feito e que agora tinha uma empresa para carregar.

O dia havia transcorrido normal e Isabella realmente surpreendeu-me ao resolver algumas questões financeiras com alguns Staffs que eu possuía na França. Ela não mentira ao se gabar de sua fluente em idiomas.

Fechei meu notebook e peguei minha pasta disposto ir á algum lugar para relaxar. O expediente se encerrara e eu provavelmente era o único ali.

Saí da minha sala e qual fora a minha surpresa ao encontrar Isabella ainda em sua mesa digitando algo em seu notebook.

_Srta Swan – á chamei e eu tive o deleite de novamente encontrar aquelas orbes preciosas – Seu expediente já encerrou, pode ir para casa – falei aproximando-me de sua mesa.

_Só estou checando alguns compromissos para amanhã – ela sorriu ao falar e fechou seu notebook.

_Isso poderia ter sido feito antes não acha? – sei que soou rude, mas ao ver aquelas bochechas corarem novamente, não me arrependi de ter dito.

_Desculpe Sr Cullen – ela baixou os olhos e suspirou - Serei mais atenta aos meus horários – dizendo isso ela pegou sua bolsa e virou-se em direção ao elevador de funcionários.

_Passar bem Sr Cullen – a visão de seus quadris balançando ao se dirigir para o elevador era intrigante e muito excitante. Eu estava hipnotizado.

_Sobe – ouvi-a sussurrar e apertar freneticamente o pobre botão.

_Pode descer comigo – senti a estacar –Se quiser é claro.

Assisti divertidamente o conflito interno que ela estava resolvendo e então á vi se virar em minha direção e suspirar derrotada.

_Obrigado – ela agradeceu-me e caminhamos lado á lado em direção ao elevador executivo.

Ela passou um pouco minha frente dando-me novamente a visão de seus traços traseiros esplendidamente fascinante.

_Droga – ela resmungou quando torceu seu pé e se desequilibrou no seu salto.

Rapidamente á segurei pelo cotovelo e á segurei contra mim.

Nossos olhos se encontraram e ali eu perdi a razão.

Ela já não precisava mais do meu apoio, mas eu não tinha á mínima intenção de soltá-la.

Pelo visto ela também não fazia objeção de sair dali.

Ficamos reféns, um do olhar do outro.

Minha respiração estava entrecortada e ela mal respirava.

Automaticamente aproximei lentamente à costa da minha mão em sua face ruborizada e a acariciei.

_Tão linda- aproximei-me ainda mais inalando aquele cheiro peculiar e inigualável.

Fitei aqueles lábios rosados e senti os meus secarem, umedeci-os com a ponta da minha língua e ela abriu os dela, um convite irresistível. Eu precisava senti-la.

Mas o pouco de consciência que me restava veio á tona. O que eu estava fazendo?Quem era essa garota que chega feito um furacão e tenta me roubar à sanidade?

_O elevador – indiquei afastando-me rapidamente dela e entrando no quadrado insuportavelmente quente. Ela ainda ficou ali parada, de costas para mim e eu notei que minha rudeza de certa forma á magoou.

_Vai entrar ou irá esperar pelo próximo? – juro que tentei soar menos frio, mas assim que ela se virou, sua face era dura, seu queixo estava contraído e seus olhos... Ah aqueles lindos olhos estavam marejados.

Soquei-me internamente por ter lhe causado esse desconforto, mas para mim, eu tinha ido longe demais, eu estava fechado para qualquer tipo de relacionamento que tenha na bagagem um sentimento.

Assim que as portas se fecharam, ela apoiou seus ombros na parede lateral, ficando assim, de costas para mim. Ela não devia fazer isso.

_Nunca mais me dirija á palavra Sr Cullen - ela falava ainda de costas e eu pude perceber sua voz embargada - Se o assunto não for relacionado á minha função ou ao nosso trabalho, não perca a oportunidade de calar-se – ela disse virando-se e encostando suas costas na parede do elevador. Á fitei intensamente me deliciando com aquelas bochechas ruborizadas.

_A Srta não é adepta á elogios? – zombei-a, sabia que ela estava se referindo ao nosso “quase beijo”, mas eu não poderia transpassar o quanto aquele “quase” gesto mexera comigo.

_Não – ela sussurrou inaudivelmente.

_Ah, me poupe Isabella – eu não acreditava em tamanha balela, essa garota estava de brincadeira com a minha cara.

_Desculpe – ela sussurrou fungando.

_Porque está se desculpando exatamente? – perguntei ficando de frente para ela.

_Por estar sendo infantil – ela fungou novamente e apertou a ponta do nariz _E... – eu silenciei seus lábios com meu dedo.

_Se algum dia, o que eu não acredito muito, mas se algum dia você deixou de acreditar o quão linda é, você precisa urgentemente de um oftalmologista Isabella – eu disse erguendo seu queixo com a ponta do meu dedo.

_Sou isso que o Sr vê – ela disse abanando as mãos ao lado do corpo _O Sr mesmo pediu que eu viesse com uma roupa mais adequada outro dia, mas eu sou assim, despojada, e talvez por esse motivo nunca liguei tanto para minha aparência, mas não posso ouvir tamanha mentira – concluiu suspirando.

_E qual seria essa mentira? – perguntei curioso.

_Que sou linda – respondeu com desdém, ela realmente não acreditava naquilo.

_Olhe nos meus olhos Isabella – pedi e vendo a relutância por parte dela, forcei seu queixo para cima _Olhe bem dentro dos meus olhos – e então ela me fitou, chocolate e esmeralda se fundiram.

_Por um acaso meus olhos dizem alguma mentira quando afirmo que você é linda? – não desviei meus olhos um só momento dos dela.

_Não – sussurrou e eu me perdi novamente.

Chacoalhei minha cabeça para manter minha linha de coerência em ordem, e em um desses movimentos percebi a porta do elevador já aberta.

_Às 8 horas em ponto amanhã Srta Swan – eu disse abandonando rapidamente aquele elevador que antes era até que confortável, mais hoje estava insuportavelmente quente e apertado.

Com um suspiro e uma desconhecida dor em meu peito girei a chave na ignição do meu carro e rumei para meu apartamento.

(...)

As horas hoje passavam voando, e por algum motivo hoje eu estava mais irritado do que outros dias.

Ontem eu quase cometera uma besteira, e eu bem sabia que isso teria grandes conseqüências. Uma delas era a cara de azedume que Isabella se encontrava quando cheguei, mal nos cumprimentamos e para mim, isso estava tranqüilamente bom.

Estava?

_Sr. Cullen com licença, mas precisará de mim agora? – perguntou parando há minha frente.

_Não, pode ir almoçar, mas esteja aqui em uma hora – falei e a olhei rapidamente, vi que ela assentiu e notei seus olhos aborrecidos, mais eu não tinha tempo para lidar com problemas pessoais de funcionários, voltei à atenção ao computador, assim que ela saiu bufei irritado, alguns minutos depois meu celular tocou e eu o peguei sem olhar quem era e atendi rapidamente.

_Cullen – falei e ouvi um arfar do outro lado.

_Edward, por favor, não desligue – me arrependi imediatamente por não ter visto primeiro quem era.

_Precisa de algo Esme? – perguntei irritado, eu não atendia telefonemas nem de Carlisle muito menos de Esme e quando isso acontecia era por que fiz a burrada de atender sem olhar no visor quem era.

_Edward eu só queria saber se você virá no fim de semana para o jantar que iremos fazer? Sei que não gosta de mim, mas seu pai sente sua falta, por favor, juro que não irei me aproximar de você, só venha – odiava quando ela dizia isso, eu nunca tive nada contra ela, pelo contrario mesmo não demonstrando, sempre agradeci por ela ter entrado na vida de Carlisle, afinal foi por ela que ele saiu da depressão e eu não fiquei órfão por completo, mas o que ela não entendia era que minha raiva era justamente por Carlisle.

_Me desculpe Esme terei um jantar de negócios e não poderei faltar – falei já cortando o assunto, e mesmo que eu fosse ficar em casa não iria pisar na casa de Carlisle nunca mais.

_Oh, tudo bem, sinto muito te atrapalhar, mas se mudar de idéia o jantar será as 20h00min em beneficio do hospital infantil – falou e mesmo sendo grosseria de minha parte desliguei, não estava a fim de ficar ouvindo mais nada, joguei o telefone na mesa, irritado retirei o paletó e o pendurei na cadeira, afrouxei a gravata e assim que fechei os olhos o sorriso de mamãe veio como um raio, senti-me incomodado e quando abri os olhos Isabella estava parada a minha frente com um sorriso perfeito me encarando.

_Precisa de algo? – perguntei grosso.

_Desculpe Sr. Cullen, só vim avisar que voltei do almoço antes e se precisar de algo o Sr poderá me chamar – falou ainda sorrindo, mas percebi que estava um pouco irritada.

_Se precisar irei chamá-la – falei e ela assentiu se virando, mas antes que saísse se virou novamente pra mim e me surpreendeu com que disse.

_Deveria sorrir mais Sr. Cullen, combina mais com você – falou e saiu me deixando boquiaberto, balancei a cabeça espantando os pensamentos e olhei novamente a porta que já se encontrava fechada, passei a mão no cabelo nervoso, a frase acabou mexendo comigo mais do que deveria.

Já eram quase 14 da tarde quando pedi que Isabella trouxesse minha agenda de compromissos para o fim de semana. Assim que ela entrou indiquei a cadeira e pedi que me relatasse tudo que já estava programado.

_O Sr terá um jantar na sexta-feira às 20h00min com o representante grego, no sábado terá a festa de lançamento da coleção Victoria's Secrets as 21h00min e será somente esses – assim que ela terminou assenti e assim que ela se levantou a parei.

_Te pego as 19h40min na sexta-feira e as 20h30min no sábado – falei e ela me olhou confusa – Disse que minha secretaria me acompanharia em todos os eventos que eu fosse – falei e ela assentiu sem falar nada – Se tiver algum compromisso desmarque.

_Não se preocupe Sr. Cullen não há nada para desmarcar – falou e eu dei de ombros, mas com uma sensação de leveza por saber que pelo jeito não havia ninguém em sua vida.

_Tome – retirei um dos cartões corporativos da empresa que estava em minha carteira e a entreguei juntamente com a senha.

_O que é isso? – perguntou espantada.

_Compre um novo terno ou sei lá como se chama esse casaco feminino que vocês usam, essa peça você irá usar no jantar, e compre também um vestido para o desfile e comprimento e cores ficarão á seu critério – peguei sua mão e depositei o cartão ali.

_Não posso aceitar Sr Cullen, comprarei as roupas que quer com o meu próprio dinheiro – ela disse ofendida e eu bufei já irritado.

_Não seja mesquinha Isabella, o valor dessas peças não paga nem a refeição do meu cachorro –eu disse e ela subitamente apertou o cartão entre os dedos e me encarou friamente.

_Como queira Sr Cullen – ela disse e saiu requebrando porta afora.

Essa mulher seria minha morte.