Uma Sereia no Deserto escrita por Kath


Capítulo 1
Capítulo Único - Nós e nada mais




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No céu não havia muitas estrelas, somente uma lua cheia, lua que iluminava tudo aquilo que era possível e que atraia muitos olhares, mas também, quem não gostaria de apreciar infinita beleza? Eu diria que o céu estava perfeito, mesmo sem as estrelas, que geralmente, acompanham aquele enorme astro da noite. Mas, existe outra coisa mais importante agora, que está sendo realizada por uma garota de olhos perolados, olhos que são diferentes e que mesmo assim, possuem um grande esplendor. Na verdade, para o clã Hyuuga, esses olhos são bem comuns. Comuns até demais.

 

O que ela estava fazendo? Andando sozinha, aliás, estava fazendo muito mais que isso. Estava fugindo de Konoha, para encontrar certo alguém que ela considera muito importante e que pelo jeito, faria tudo por essa pessoa, até mesmo desobedecer a seu pai, um homem muito importante naquela vila. Que ousadia não?

 

Ela corria desesperada até o seu local de destino, porém, ao mesmo tempo em que faz isso, deve manter profundo silêncio, ninguém poderia encontrá-la, ainda mais se fosse alguém conhecido, pois ela ficaria em maus lençóis se isso acontecesse. Resolveu que iria correr pelas árvores, era mais discreto e mesmo que fizesse barulho, seria difícil conseguir avistar a pessoa que passava por entre as árvores cheias de vida.

 

A cada passo que ela dava, se sentia mais cansada e ainda sim, continuava a correr, tudo isso para ir atrás do que ela mais desejava, mas, o que ela desejava? Só ela sabe.

 

Ela parou sobre uma árvore, queria descansar um pouco e conseguiu. Além disso, seus olhos brilharam ao ver onde ela estava, aliás, mais adiante de onde estava, pois mais a frente, se encontrava um lugar deserto, somente a areia voando de um lado para o outro e o ruído que elas faziam estava presente ali.

 

Conclui ela que havia chegado ao lugar que tanto desejava. Parabéns, ela chegou, mas o que faria a partir dali? O que ela queria naquele lugar?

 

Cobriu seu rosto e voltou a correr com a mesma velocidade de antes e apesar de não poder ver o seu sorriso, era possível perceber que ela sorria. Que estava feliz.

 

Ainda estava percorrendo aquele vasto deserto de areia, mas nada a impedia, nem mesmo a solidão que aquele lugar representava e o que a deixou mais animada ainda, foi ver que havia chegado ao prédio do Kazekage e estava prestes a adentrá-lo, porém ela foi abordada na porta por duas pessoas, que a conheciam de certa forma.

 

- O que deseja Hinata? – Perguntou uma mulher de cabelos da cor loira. Ela havia um corpo bem formado: pernas torneadas, corpo esguio, seios fartos, tudo no lugar certo.

 

- Gostaria de falar com o Kazekage, ele está? – Respondeu um pouco tímida, por ter sido recebida daquela maneira, mas continuou firme e forte.

 

- Sim, ele está. – Sorriu delicadamente. – Leve-a até a sala dele Kankuro. – Ordenou Temari e ele logo obedeceu, por ser o irmão mais novo e por respeitá-la, Hinata somente o seguiu.

 

Ambos ficaram em silêncio, não tinham o que conversar, eles mal se conheciam, e era estranho ficarem a sós, mas isso não significava nada para nenhum dos dois, obviamente.

 

- Gaara, tem uma pessoa querendo falar com você. – Gritou Kankuro, enquanto esperava a resposta de seu irmão, que demorou um pouco mas logo lhe respondeu:

 

- Mande entrar.

 

O irmão do Gaara abriu a porta para a moça que o esperava e pediu para que ela entrasse. Quanto terminou, ele logo partiu e os deixou a sós.

 

- Hinata, que bom te ver. – Falou sem mostrar emoção, mas para a garota de cabelos longos, isso já era um alivio. – O que deseja?

 

A garota abaixou a cabeça e começou a rir sozinha, Gaara somente estranhou a atitude da garota, mas nada fez.

 

- Você quer mesmo saber? – Perguntou enquanto ria.

 

- Acho que sim, se eu perguntei é porque pretendo saber, não acha? – Foi um pouco grosso ao falar isso com a jovem, mas não fez com que ela ficasse abalada ou que começasse a chorar, continuou rindo sem parar.

 

- Nem eu sei o que vim fazer aqui. – Olhou para ele de forma tristonha.

 

- Então, retire-se. Não posso perder o meu tempo. – Deu as costas para a garota e passou a olhar para a lua. Sim, era possível vê-la de onde ele estava.

 

- Não. – Se mostrou firme. – Gaara, você não sente nada por ninguém? Aliás, qual o motivo de não conseguir sentir nada por ninguém? Eu nunca consegui te entender, pois, você nunca falou sobre o seu passado e... – Foi interrompida pelo homem que estava a sua frente, homem que de certa forma, era atraente, principalmente com aquele seu jeito arrogante e ao mesmo tempo, carinhoso.

 

- O que é sentir nada para você? Sentir nada é não sentir amor? Pois saiba que eu sinto amor, porém, não preciso mostrar isso todo o santo dia! – Respirou profundamente. – Sobre o meu passado, não lhe interessa, você nem faz parte da minha vida, além disso, eu não sei o que você está fazendo aqui. Não sei mesmo. – Dessa vez, olhava atentamente para Hinata, que estava um pouco triste com as respostas que havia recebido, principalmente com uma: ele sentia amor e por ela, não poderia ser, pois como ele havia dito, ela não fazia parte da vida dele.

 

- A verdade é que... – Ela falou em voz alta essa parte, mas logo abaixou o tom de voz ao falar:

 

- Quero fazer parte da sua vida.

 

- O que disse? – Ele se levantou da cadeira em que se encontrava e se aproximou de Hinata.

 

- Quero fazer parte da sua vida. – Abaixou mais ainda o tom de voz, ao vê-lo tão perto e ao mesmo tempo, ela tentava não olhar para aquele lindo homem que estava perto de seu corpo, tentava não sentir o seu perfume e tentava também, não olhar para aqueles lindos olhos de esmeralda, olhos que dificilmente poderiam ser evitados.

 

- Repita. Por favor. – Continuou sem entender, e dessa vez, abaixou-se um pouco, para ficar mais perto dos lábios da jovem.

 

- Não. Assim como você não quer me falar sobre o que aconteceu com você, não irei repetir. – Dessa vez, mostrou-se persistente.

 

- Escuta, eu nunca ousei amar alguém da forma que estou amando, pois antigamente, todos me rejeitaram, todos que eu ousei amar, porém, essas pessoas eram minha família e quiseram, quiseram me matar, nem mesmo minha mãe teve coragem de me amar, muito menos meu pai, que pediu para que minha tia me matasse e ela tentou isso, porém, não conseguiu, minha areia me protegeu, mas o pior não foi isso, o pior foi saber que... – Ficou cabisbaixo. – Foi saber que ela poderia ter recusado o pedido, mais não quis, pois me odiava, assim como todos e é por isso que durante anos, rejeitei amar alguém, eu deveria viver para a minha existência e nada mais... – Uma lágrima discreta escorreu sobre seu rosto, o que fez com que a Hyuuga se sentisse mal, pois fez com que suas lembranças do passado voltassem a sua mente, lembranças que com toda a certeza não foram boas.

 

- Me perdoe. – Ela aproximou seu corpo do dele e partiu para um abraço, enquanto ele apoiava sua cabeça sobre o ombro da jovem e a abraçava fortemente. – Não queria fazê-lo chorar.

 

- Tudo bem, como você disse, não sabia do meu passado. – Estava de olhos fechados, tentando esquecer tudo que havia acontece antigamente. – Você me considera um amigo?

 

- Não. – Ela sorriu. – Lhe considero muito mais que um amigo.

 

- Quer dizer então que você... também sente o que sinto? – Perguntou com ar de dúvida.

 

- Eu não sei, o que você sente? – Perguntou curiosa, queria saber tudo sobre o garoto que a abraçava e que em questão de instantes, a deixava feliz e que fazia com que tudo que estava no seu coração, se libertasse de forma rápida.

 

- Talvez eu ame uma pessoa, porém, não vivo com ela e fui completamente incapaz de demonstrar isso. Não pela minha reputação, mas pelo meu jeito de ser e considero isso estranho, mas... eu sou estranho e infelizmente não posso fazer nada. – Ele suspirou, ainda de olhos fechados e aos poucos, esquecendo tudo que havia acontecido, somente lembrando o presente, na verdade, o momento de agora, somente ele e a Hyuuga, abraçados, a luz do luar de uma forma ou outra.

 

- Sabe, eu sinto o mesmo por alguém, mas sou capaz de demonstrar isso, pois não vivi a mesma tragédia que você e acho, que demonstrar seus sentimentos é uma coisa, maravilhosa, diferente e estranha também. Por tanto, somos dois estranhos se abraçando. – Ela riu e ele somente sorriu.

 

Finalmente os dois se separaram, porém, ainda estavam próximos, passaram a se encarar e num passe de mágica, falaram ao mesmo tempo o que sentiam pelo outro:

 

- Eu amo você.

 

Ela aproximou seu rosto do dele e ele do dela, se olharam mais um pouco e sorriram, estavam felizes e Hinata percebeu que por trás daquele homem arrogante, havia também, um homem encantador, talvez não demonstrasse isso para mais ninguém, mas para ela, sempre seria assim.

 

- Eu... te amo, minha... minha Hinata. – Sussurrou o garoto, que se aproximou mais um pouco da garota, e que finalmente conseguiu tocar os lábios da jovem, que se encontrava apaixonada pelo ruivo. Ela diria que foi um beijo apaixonado, ele diria que foi o seu primeiro e verdadeiro amor e ambos diriam que ainda tinham muito que viver, até porque, cada beijo passaria a ser mais intenso e cheio de sentimentos mistos.

 

Haviam se separado, estavam sem fôlego, haviam explorado cada região da boca do outro e haviam sentido o verdadeiro sabor do sentimento que poucos podem ter e sentir de verdade.

 

- Também te amo e, além disso, prometo estar ao seu lado a todo instante. – Falou a garota, enquanto chorava de felicidade e que novamente, o abraçara. Dessa vez, o abraço foi mais e apertado e extremamente aconchegante. Nada poderia separá-los dessa vez. Pois estavam protegidos pela areia e pelo verdadeiro sentimento.

 

- Obrigado. – Acariciou o rosto da Hyuuga de forma leve, enquanto apreciava seus olhos, seu corpo, seu rosto, tudo. Porém, logo deu um pequeno selinho na jovem e eles logo voltaram ao estado anterior. Ao lindo e persistente abraço.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!



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