Nina, ou a doce punição de Loki escrita por Puella


Capítulo 27
Fogo e gelo - parte final


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente feliz natal!!!!!!!!!!!



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Os jotuns ainda encaravam Loki em silencio sem responder a pergunta do mesmo.

– O que há? – perguntou o trapaceiro – Perderam a língua?

Urtgard que até então não dissera nada – devido ao fato de sua mente ainda estar processando o que aconteceu – fez um gesto para que o jovem príncipe o acompanhasse. Loki seguiu o passo mas sentiu a mão de Thor lhe segurar.

– Ficou louco! E se for uma cilada?

Loki revirou os olhos e encarou o irmão.

– Era por isso que eu queria ter vindo sozinho.

Sif caminhou até os dois e cochichou para Loki.

– Ele pode ter razão, Loki! Os gigantes de gelo não costumam ser tão confiáveis.

– Obrigado pela parte que me toca Sif – Loki respondeu irônico e a jovem entendeu a indireta ficando sem graça – acontece que eu infelizmente também sou um.

Nina abriu os olhos fitando o teto, sentiu alguém se mexer e viu Alvin ainda abraçado a si, depois a jovem vanir percebeu o vazio ao seu lado e notou que Loki não estava no quarto, ainda era madrugada em Asgard. A garota se levantou olhando para todos os lados e nada. Alvim que dormia acabou acordando junto ao sentir o corpo da jovem mexendo.

– Nina? – a criança a chamou coçando os olhos.

– Oh, desculpe! Acabei acordando você – ela afagando os cabelos do menino – que estranho, por que Loki não está no quarto?

– Eu vi ele sair – disse o menino.

– Viu?

– Sim – disse o pequeno elfo – ele me falou que precisava resolver algo muito importante.

A jovem ia falar alguma coisa mas um barulho de fora do quarto acaba lhe chamando a atenção. Eram várias vozes, a garota se levantou e vestiu um roupão.

– Que será que está acontecendo? – disse Sigyn pensativa.

– Não sei – disse Alvim, e no mesmo instante Odin aparece abrindo a porta do quarto e acompanhado de Frigga, ele tinha um semblante irritado e aflito.

– Pai de Todos – disse a jovem – O que houve?

– Sigyn – disse o rei com uma voz levemente áspera – não faz a mínima ideia de onde está o seu marido? Faz?

– Não – disse a jovem pressentindo que algo ruim estava por vir ali – eu estava começando procurar por ele.

O velho suspirou. A jovem agora tinha certeza de que realmente havia algo errado acontecendo.

– O que aconteceu? – a jovem perguntou com medo palpável em seu rosto – Onde está Loki?

Odin demorou alguns segundos para responder.

– Loki foi para Jotunheim.

– O que? – disse a jovem.

– Mas não se preocupe minha menina – agora era Frigga que falava – ele ira voltar.

– Voltar? – disse agora Odin irritado – Ficou louca? Os jotuns vão matá-lo, ou acha que eles esqueceram o que aconteceu naquela noite na Bifrost?! Ele só pode ter ficado maluco!

– Odin! – disse Frigga – Não diga isso! Pode parecer loucura mas eu vi o que vai acontecer! Loki ficará bem.

– São só visões Frigga! – disse o velho – E para piorar ainda tem essa ameaça de guerra...

Sigyn estava completamente alheia a conversa do casal, apenas as palavras “Loki”, “Jotunheim” e “mata-lo” giravam dentro de sua cabeça. De repente uma vertigem se apoderou da jovem que olhava tudo a sua volta se mover de forma lenta e começando a girar lentamente, um enjoo forte, Nina começou a ofegar, não conseguia respirar. Só sentiu seu corpo tombar para o lado caindo no chão, o que acabou chamando a atenção dos demais.

A última coisa que a jovem vira fora Alvim gritando o seu nome e vindo em sua direção.

Loki sentiu um pequeno incomodo no peito, uma sensação esquisita, porem teve que voltar a realidade quando encarou o atual governante dos jotun, Trymm, um dos filhos de Laufey, irmão de Loki.

Mas isso era um detalhe que o deus da trapaça pouco se importava.

– O que esses vermes asgardianos fazem aqui? – disse o líder dos jotun.

– Este sujeito – pronunciou-se Utgard apontando para Loki – afirma ser filho do rei Laufey.

Trymm olhou para Loki e este lhe sustentou o olhar a sua maneira debochada.

– Que piada mais sem graça – disse o gigante – está querendo morrer por acaso asgardiano?

– E tem mais – disse Utgard com um sorriso de escarnio no rosto grotesco – foi ele que ativou a Bifrost para nos destruir!

O sorriso de Trymm morreu ali mesmo, ele se levantou ameaçador fitando o jovem mago, que não parecia nem um pouco intimidado.

– O que faz aqui? – disse o gigante de forma ameaçadora.

– Vim atrás de respostas – disse Loki – e... vim propor um acordo com vocês – ele disse com o sorriso cara de pau no rosto.

– Veio atrás de sua morte isso sim! – disse o gigante.

Sif e Thor se olharam apreensivos, Loki não esboçara nenhuma reação.

– Olha meu caro, eu já tentei morrer várias vezes, mas ninguém quer Loki no mundo dos mortos, e acho que se eu morresse hoje, eles também provavelmente não me aceitariam, por isso nem perca o seu tempo com isso, e além do que, eu não tenho planos para morrer hoje – e depois virou-se para Utgard – pensei que eu tivesse lhe provado alguma coisa na aposta.

Utgard rebateu.

– Manipular gelo? Acha que somos idiotas, sabemos que tu tens o dom da magia, podes muito bem ter forjado tudo!

Loki apenas suspirou.

– Tu jamais seria um jotun! Pequeno desse jeito!

– Isso é no mínimo ridículo – disse Trymm – não me venha com essa história patética. Tu mereces a morte.

Dizendo o isso o gigante avançou sobre Loki com um machado de gelo, Thor rapidamente preparou seu martelo, porem antes que o “circo” estivesse montado um voz feminina ao fundo os paralisou.

– Basta!

Os gigantes se entreolharam, e Trymm encarou a parte funda do corredor da grande sala revelando a figura de uma jotun, alta – na mesma estatura de Gerda – com a pele branco azulada e olhos vermelhos, tinha os cabelos negros e longos.

– Mãe? – disse Trymm surpreso – O que faz aqui?

– Não o machuque – disse a mulher caminhando até ele e Loki, sendo que neste último ela lançou um olhar mais significativo – sempre soube que um dia lhe veria de novo.

Loki encarou a mulher.

– Quem és tu?

– Sou Ferbaulti, rainha de Jotunheim, tua mãe.

Loki piscou os olhos rapidamente, tal revelação deixou todos perplexos. A mulher encostou a sua grande mão no rosto filho biológico, logo a verdadeira pele de Loki se revelou, azul.

Thor e Sif olharam para aquilo estupefatos, jamais imaginaram que Loki tinha aquela aparência. Loki se afastou da mulher e sua pele ficou branca de novo, ele a encarou confuso.

A rainha encarou o chão e depois o fitou.

– Sei que jamais sentirá alguma coisa por mim, a não ser indiferença ou ódio – disse a mulher que tinha a voz fria – mas nós, gigantes de gelo, temos uma maneira diferente de amar, sei que deve ter sofrido todo esse tempo, mas foi preciso, tudo o que fiz foi para te proteger da ira de meu marido. Fiz por meus sentimentos de mãe. Quando tu nasceste Laufey quis mata-lo, mas eu não permiti, eu o enganei dizendo que faria isso eu mesma, mas na verdade eu escondi no templo, você era frágil e não conseguia se alimentar, você iria morrer a qualquer hora, e então estávamos em meio à guerra, e Odin me encontrou escondida no templo juntamente com você. Vi nele a esperança de manter você a salvo e então o entreguei a ele para que o criasse, e em troca depois teríamos uma aliança de paz duradoura por meio de você. Provaríamos para todos que era possível haver paz em nossos povos.

E as palavras de Odin ressonaram nos ouvidos de Loki.

– Por que?

– Porque foi o mais sensato a se fazer – disse a mulher – e mesmo que não me perdoe nunca, eu não me importo, nunca duvidei que meu pequeno gigante se tornaria um ser grandioso. E hoje vejo isso – ela sorriu, mas suas emoções eram contidas – um dos seres mais poderosos dos nove reinos.

Loki encarava a mulher.

– Não tenho raiva de ti – ele disse - sempre achei que estivesse morta, e não consigo me ver como teu filho.

– Naturalmente – disse a mulher.

– E eu não quero e nunca quis ser rei deste lugar, eu apenas queria saber a verdade.

– Agora tu a sabes – disse a rainha.

Depois Loki se virou para os demais jotuns.

– De fato eu matei Laufey – disse ele – matei porque eu havia descoberto minhas origens, o matei porque ele também quis a minha morte quando eu ainda não podia pedir pela minha vida, eu me vinguei.

– Me fez um grande favor – disse Ferbalti – eu nunca amei a teu pai. E nem ele a mim, ele apenas me humilhou e prendeu neste castelo.

Depois de tamanhas revelações, Loki prosseguiu para a segunda parte de seus objetivos, de manter uma aliança com os jotuns contra Starvalheim, deu trabalho, mas com a ajuda de sua mãe biológica ele conseguiu dobrar os demais gigantes.

Depois disto ele, Thor e Lady Sif partiram de volta para Asgard.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenho gostado.... e o que será que aconteceu com a Nina?
Bjs e até o próximo!