A História De Uma Avox escrita por Liv


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Oi gente.
"Livliv, sua vaca leiteira, onde vc esteve? Você disse que ia postar toda semana poxa, e um mês sem aparecer? Como assim?!!!"
Tipo ~lá vem~ eu tava (ainda estou) doente. Passei mal (pra caraca) e pra piorar peguei um castigo e minhas aulas voltaram.
"Mas poxa liv, dava pra postar tá?!"
Realmente não deu. Sério, escrevi o capítulo todo quebrado, um dia isso, um dia aquilo, e tive que reescrever mil vezes pra sair ISSO.
Desculpa mesmo gente. Não to fazendo isso de propósito ~embora pareça~. Parece que sempre que eu acho que as coisas vão aliviar, vem um problema. É carma, só pode. Ou macumba. Sei lá.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/254566/chapter/22



– Pode acreditar. Matar é bem mais fácil do que isso. Apesar de que, pra todos os efeitos, estou te matando também.

– Você pode se apressar um pouco? – Dei uma risadinha fraca com esse comentário.

– Não. Cala a boca e come essas peras.

Eu acordei depois de uma noite sem sonhos. Dei um sorriso fraco para o nada, finalmente consegui dormir bem. Já havia se passado uns dois dias desde a minha tortura. Meu corpo todo ainda estava dolorido, mas bem melhor.

Minha barriga roncou fortemente. Até pensei em levantar-me para ir à geladeira pegar uma sopinha ou qualquer outra coisa, mas desisti logo da ideia ao tentar me mover. Gemi baixinho e tentei fechar os olhos e voltar a dormir. Impossível. Porque eu tinha de sentir fome, heim? Só porque eu não posso me mexer sem sentir uma dor absurda.

Fiquei olhando para a parede, já que estava de barriga para baixo e não tinha mais para onde olhar, além da porta do banheiro. Não estava pensando em nada em especial. Apenas... Essa parede é tão esquisita...

Foi aí que percebi uma mudança da iluminação no ambiente. Alguma luz que estava acesa se apagou. A do banheiro! Virei a cabeça para o outro lado, os olhos arregalados de terror. Ah Deus! É Zaro... Zaro veio me matar. Pior, veio me torturar. Comecei a suar frio e me encolhi, ignorando a dor.

A porta se abriu. Um menino, com não mais de dezessete anos saiu do banheiro e parou, também de olhos arregalados, por me ver acordada. Consegui – não sei como - não gritar.

Ele usava uma túnica cor de cobre com três botões no colarinho. Seus olhos eram brilhantes, de um tom de azul bem puxado para o roxo, e percebi que não eram lentes. Seus cabelos eram de um loiro bastante claro, quase branco. E não era uma peruca. Nasci e fui criada na Capital, portanto sabia identificar se uma pessoa era “artificial ou verdadeira”. Sua pele era branca como gelo, e ele era um tanto magro demais.

Juntei as peças. Ninguém poderia entrar no meu quarto sem ser visto, e provavelmente já teria sido punido – e eu também, claro – A menos que... Esse fosse seu trabalho.

Estava na frente de Jules Feyerhert, meu avox. E nossa, ele era muito lindo.

Mil coisas passaram pela minha cabeça em menos de um segundo. Ele me orientando antes da chegada da minha orientadora e “professora” Tammy e me dando o remédio para a dor, quando eu acabara de ser capturada. Quando ele me indicara o médico. E que por culpa dele – mais ou menos, na verdade – eu fui capturada. Pisquei, tentando reorganizar minha mente.

Ele pareceu se acalmar. Tinha levado um susto como eu. Então olhou pra mim, um aviso silencioso no olhar. “Durma” ele queria dizer. E foi terminar de fazer o que tinha de fazer. Qualquer forma de contato com outra pessoa – principalmente um avox – e eu e ele íamos pra vala mais cedo do que o esperado.

Embora a ideia não fosse tão má assim. Mas não sabia se ele achava o mesmo.

Dei uma última olhada nele e fechei os olhos. Não sei por que, mas quis guardar sua imagem em minha mente. Sinceramente, ele era bonito demais pra se esquecer. Mais até que Nick, se bem observado. E, se daqui a algum tempo, por descuido, eu acordasse novamente no meio da noite, ou simplesmente não conseguisse dormir, não gritaria ao vê-lo entrar de meu quarto. E tive um pressentimento de que ia precisar me lembrar dele depois.

Quando voltei a abrir os olhos, ele tinha terminado. Estava indo até a porta. Lançou-me um último olhar e saiu.

Apenas quando ele saiu que eu percebi que estava apenas de roupas íntimas. E não estava coberta. Corei.

Ele trocara os curativos dos meus pulsos enquanto eu dormia. Ontem eu havia arrancado os curativos que alguém colocara e me arrependi disto. Eles estavam em carne viva – meus pobres pulsos – e soltando pus e sangue. Tentei colocar de volta de qualquer forma – ardeu pra caramba – mas não adiantou muito. Então resolvi dormir do jeito que estava.

Voltei a dormir.

Quando acordei, a TV estava ligada. Os jogos passavam – pelo jeito já estavam em um estágio avançado. Queria realmente ignorar a porcaria da TV, mas não voltaria a dormir e não podia me mexer.

Logo depois, o primeiro sinal tocou. Comecei a me levantar, gemendo de dor. Só lembrei que não iria mais trabalhar quando já estava de pé. Ah, que droga.

Aproveitei para ir até a geladeira. Peguei um pote de iogurte de amora e bebi em uma golada só. Fui ao banheiro e depois voltei para a cama – novamente com dificuldade.

– Acabou. Vamos fazer uma limpeza em você. Fica de olho na floresta pra mim, certo?– Disse a garota. Seu parceiro estava enlameado e parecia prestes a desmaiar. A menina tirou a lama de seu corpo e quando conseguiu tirar sua blusa começou a colocar remédio nos machucados em seu peito.

A menina estava verde e o menino, pálido.

– Engole isso – ela disse a ele e dá uns comprimidos, que toma obedientemente. – Você deve estar faminto.

– Pra falar a verdade, não estou não. É engraçado. Faz vários dias que não sinto fome. – A garota dá pra ele pedaços de alguma coisa, mas ele recusa. Ela o olha, preocupada.

De repente os reconheci. Ela era aquela menina do distrito doze, a que lançara uma flecha nos Idealizadores. E ele é o menino que veio antes dela. Os dois vieram do mesmo distrito. Era estranho, pois geralmente os tributos se separavam, e apenas os carreiristas costumavam se aliar. As vezes até havia uma aliança ou duas, mas nessa altura dos jogos...

– Peeta, nós precisamos botar algum alimento em você.

– Eu vou vomitar tudo. – Ele respondeu, mas ela, depois de algum esforço o convenceu a comer alguns pedaços de alguma coisa. – Obrigado. Estou bem melhor, sério. Posso dormir agora, Katniss?

– Logo, logo. Primeiro preciso dar uma olhada em sua perna.

Ela começou a retirar suas botas. Tirou suas meias, sua calça rasgada na coxa e nossa: Havia um machucado horrível em sua perna. Um corte muito horrível mesmo: sangue e pus, a perna inchada, tudo inflamado.

Tive vontade de vomitar. A coisa me fez imaginar as minhas costas, como elas aparentavam na hora em que me tiraram das correntes e me deixaram na cama. Duvido que tão ruim, mas...

– Bem feio, heim? - ele diz enquanto a observa.

Mais ou menos. – Mais ou menos? Quase comecei a rir. Aquela coisa estava deplorável. – Você tinha de ver algumas pessoas que são trazidas das minas pra minha mãe cuidar. – Ela diz com indiferença, mas não parecia muito convincente. – A primeira coisa a fazer é limpar bem o ferimento. Por que a gente não deixa ele tomando ar e depois...

– E depois você conserta tudo? – Ele a olhou com uma expressão estranha.

– É isso aí. Enquanto isso você come isso aqui. – Ela coloca algum tipo de alimento em suas mãos (pareciam frutas secas, mas eu não tinha certeza) e volta para o riacho terminar de lavar as roupas. As estende e vai até o pequeno kit médico e examina. Curativos, comprimidos, remédios simples. Coisa básica.

Ela começa a mastigar umas folhas e as pressiona em sua perna. Pus começa a escorrer e eu viro a cabeça, enojada.

– Katniss? – Ouço-o chama-la. – Que tal aquele beijo?

Ela começa a rir. Continuo com a cabeça virada para o outro lado. Eu sei lá o que ela continua a fazer com aquela perna enquanto ri.

– Algum problema?

– Eu... eu não sou muito boa nisso. Não sou minha minha mãe. Não faço a menor ideia do que estou fazendo e odeio pus. Argh! Arghhhhh!

– Como é que você caça?

– Pode acreditar. Matar é bem mais fácil do que isso. Apesar de que, pra todos os efeitos, estou te matando também.

– Você pode se apressar um pouco? – Dei uma risadinha fraca com esse comentário.

– Não. Cala a boca e come essas peras.

Tomei a coragem de olhar pra tela novamente. A perna parecia um pouco – só um pouquinho – melhor.

– E agora, dra. Everdeen?

– Talvez eu coloque um pouco do unguento para queimaduras nele. Acho que deve ajudar na infecção, sei lá. Fazer um curativo, de repente? – E então ela faz. Olhou pro short dele e fez uma careta. Pegou uma mochila e ofereceu a ele. – Aqui, cubra-se com isso que eu vou lavar meu short.

– Ah, não me importo de você me ver nu. – Ri, mas tratei de abafar logo o som. Sei lá né. Me lembrei de um dia na minha casa... Acho que indo para o show das minhas primas... Nick abriu a porta do banheiro pra me entregar algo e eu caí no chão, de toalha. Foi constrangedor. Eu e ele ficamos mais vermelhos que um tomate.

Ri novamente, por causa dessa lembrança.

Decidi voltar a dormir. Quem sabe eu não sonharia com alguma lembrança daquele dia. Bem, provavelmente não. Mas não custa tentar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A partir desse ponto a história começa a "esquentar"... u.u
Vou postar o próximo amanhã, depois de amanhã ou no máximo em 3 dias. To sem expiração mas tentando realmente escrever.
#Partiu #Ver #GameofThrones *-*
Bjs gente o/
Alguém aí é psicólogo? HEUAHEUA to precisando de uma consulta, pq né. Vou surtar. Bjs