Encontro escrita por May Black


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Oláá *-*
Antes de qualquer coisa quero agradecer a Lady Black pela recomendação que escreveu para a fic e que me deixou muiito feliz... Obrigada de coração... *-----*
Bom, eu sei que a fic está bem atrasada, quem acompanha minha fic "Seu amor me salvou" deve ter visto meu recadinho lá no último cap... Mas é que meu fim de ano foi bem corrido e começo de ano pra mim é sempre meio preguiçoso... rsrs... Além do mais não foi tão simples escrever esse cap... Mas aí está ele e espero que gostem *-*



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Como já era esperado, eu não dormi nada naquela noite, praticamente vi o dia clarear.

Quando vi que não conseguiria mais dormir me levantei e tomei um demorado banho tentando relaxar, mas era praticamente impossível. Eu só consigo pensar no que o Jacob irá me contar hoje. Estou ansiosa e assustada ao mesmo tempo.

Decidi ir fazer as entregas hoje, então por último passarei na casa do Jacob, ele não tinha encomendado nada, mas eu lhe levarei um bolo e então poderemos conversar.

Gabriel ainda está gripado então enquanto minha mãe saiu para resolver umas coisas eu fiquei em casa com ele, começaria as entregas depois do almoço hoje. E isso só me fez ficar mais ansiosa.

Preparo o almoço para mim e para o Gabe e depois de fazê-lo comer um pouco o deito no sofá e tento almoçar, mas não consigo, estou tão ansiosa que não consigo comer nada.

E quando enfim minha mãe voltou eu fiquei aliviada, mas ao mesmo tempo nervosa porque chegou o momento.

-Bella você está bem? – pergunta Renée enquanto termino de arrumar todas as encomendas do dia.

-Sim, tudo bem. – digo tentando disfarçar meu nervosismo.

-Tem certeza? Você parece inquieta.

-Estou bem mãe, não precisa se preocupar. – consigo lhe lançar um sorriso e mesmo parecendo ainda um pouco desconfiada ela apenas assente e me dá um carinhoso beijo na testa. –Agora tenho que ir mãe, até mais tarde.

Ao passar pela sala dou um beijo no Gabe que está cochilando e então saio de casa com o coração batendo cada vez mais rápido.

Fiz as entregas apressadamente, agindo quase que mecanicamente, como se estivesse no piloto automático, e quando dou por mim já estou me aproximando da casa do Jacob. Paralisei, tentando me acalmar, não sei por que estou tão nervosa assim, já que o que eu mais queria era saber o que angustia tanto o Jacob, o que o torna tão triste, mas agora que estou prestes a saber não consigo controlar meu nervosismo e ansiedade.

Respiro fundo, pronta para seguir em frente...

-Bella. – olho para o lado e vejo Embry parado em sua porta. Eu estava tão distraída que nem percebi que paralisei bem em frente a sua casa.

-Embry. Oi, como você está? – me viro em sua direção.

-Bem. – ele caminha até ficar parado na minha frente. –Nossa, parece que faz um século que não nos vemos.

E é verdade, e isso me entristece, mas as coisas estão meio estranhas entre a gente.

-Sim, parece mesmo, e isso é horrível porque você é meu melhor amigo. – digo.

Embry me olha, em silêncio, por um tempo. Depois suspira e me abraça. Me aconchego em seu abraço percebendo o quanto sinto sua falta. Quando Charlie foi embora e minha vida virou de cabeça para baixo Embry e Seth foram um grande apoio para mim.

-Eu tenho que ir trabalhar agora, mas prometo que depois vou à sua casa. – ele diz e se afasta um pouco. Vejo que ele está sorrindo e isso me tranquiliza mais.

-Tudo bem, vou esperar você e o Seth também. O Gabe também sente falta de vocês.

-E como ele está? Animado com o aniversário chegando? – ele sorri.

-Sim, super animado. Mas ele está um pouco resfriado agora.

-Ele precisa de algo? – Embry pergunta, preocupado.

-Não, está tudo bem, mas obrigada.

-Prometo que vou lá, o Seth está todo enrolado com o trabalho e a escola, mas ele vai lá também.

-Ok, vão mesmo. – lhe dou mais um abraço.

-Ei, minha mãe não pediu nada para hoje, o que você está fazendo por aqui? – ele pergunta.

-Preciso ir na casa do Jacob. – digo e noto seu incômodo, mas não posso fazer nada sobre isso e para meu alívio ele não comenta nada.

-Eu tenho mesmo que ir trabalhar agora. – ele diz.

-Promete que vai passar lá em casa depois. – peço e ele sorri ligeiramente.

-Eu prometo. – diz e me dá mais um abraço antes de partir.

Fico parada o olhando até perdê-lo de vista e depois preciso de mais alguns instantes até finalmente caminhar para a casa do Jacob. Bato na porta sentindo meu coração cada vez mais acelerado, mas antes que eu possa sequer pensar em algo Jacob abre a porta. Nos olhamos em silêncio, por um tempo que mais pareceu uma eternidade, até que Jacob se move abrindo mais a porta.

-Entra Bella. – ele diz e eu entro rapidamente.

-Trouxe um pedaço de bolo para você. – digo lhe entregando o bolo.

-Obrigado. – ele murmura e o leva para a cozinha, mas volta bem rápido para a sala.

O observo e vejo como ele parece cansado e triste.

-Jacob você não precisa me contar nada se não quiser. – digo ao ver sua angustia.

-Não. Eu quero contar, preciso conversar com alguém sobre isso e quero que seja com você. – vejo sua sinceridade e relaxo um pouco.

-Tudo bem então, estou aqui, você pode falar sobre o que quiser comigo. – digo e ele dá um leve e distraído sorriso.

-Vem, senta aqui. – ele diz e me leva para o sofá onde nos sentamos lado a lado.

Na nossa frente tem uma mesinha de centro e em cima dela o que parece ser um álbum de fotografias fechado. O olhei por um tempo sem saber ao certo porque ele tinha me chamado a atenção, mas logo volto a me focar no Jacob.

-Eu nunca conversei sobre isso com alguém além da minha família e alguns poucos amigos. – Jacob começa a dizer e presto toda atenção nele e no que ele diz. –Não é nada fácil para eu falar sobre isso porque ainda dói muito Bella. Passei praticamente essa noite toda em claro pensando em como iria falar com você hoje, até liguei para a minha irmã e ela me aconselhou a realmente me abrir com alguém, e não sei exatamente porque, mas eu confio em você como há muito tempo não confio em alguém.

Não consigo evitar um sorriso com suas últimas palavras e sem conseguir me conter pego uma de suas mãos e a seguro entre as minhas. O contato me deixa arrepiada, é tão bom.

-E você pode mesmo confiar em mim Jake. – digo.

Jacob olha para sua mão nas minhas e parece relaxar um pouco.

-É uma história longa e triste. – ele diz.

-Eu estou pronta para ouvir. – digo e meio sem perceber acaricio sua mão.

-Eu nem sempre fui tão fechado e triste assim... – ele me olha. –Na verdade eu era bem feliz. Meus pais são daqui de La Push, mas antes mesmo de eu nascer eles se mudaram para Phoenix. Fomos felizes lá, eu, eles e minha irmã Rachel. Meus pais têm uma condição financeira muito boa. Meu pai é dono de uma rede de oficinas mecânicas e eu o ajudava, sempre gostei de mexer com carros e motos, sempre fui muito bom com essas coisas de mecânica, fiz minha faculdade e fiquei ajudando meu pai.

Jacob faz uma pausa, mas antes de eu poder falar alguma coisa ele continua:

-Mas sempre teve um problema... Meus pais deixaram o dinheiro subir à cabeça, com o tempo foram ficando cada vez mais esnobes e preconceituosos, eu e minha irmã odiávamos esse jeito deles e ainda detestamos. – ele fica com o olhar distante. –E então um dia eu me apaixonei. O nome dela era Lorena, linda, sempre sorridente, mas para o horror dos meus pais ela era bem pobre. E então o inferno começou. Foi a época mais feliz e mais triste da minha vida.

Jacob balança a cabeça distraidamente e eu não ouso interrompê-lo. Meu coração está batendo cada vez mais rápido.

-Meus pais não aceitaram de jeito nenhum. – Jacob continua. –Eles fizeram de tudo para me afastar da Lorena, mas não conseguiram, nos amávamos muito. E então chegou um momento em que eu tive que escolher entre ela e eles e eu a escolhi, escolhi o nosso amor. Eu e a Lorena nos casamos, minha irmã nos apoiou, os pais da Lorena também. Eu tinha um bom dinheiro em minha conta então comprei uma casinha para a gente, simples, mas linda.

Um leve sorriso surge em seus lábios, ele está revivendo todas aquelas lembranças.

-Meus pais romperam relações comigo, foi muito doloroso, minha mãe ainda tentou manter algum tipo de contato, mas meu pai nunca permitiu. – ele dá de ombros. –Mas eu fui em frente, arrumei um emprego e apesar de tudo fui muito feliz com a Lorena, eu a amava tanto... E ela me amava também.

Jacob suspira, seus olhos ficam marejados quando ele se vira e pega o álbum que está na mesinha de centro em nossa frente. Ele aperta o álbum em suas mãos e me olha... Vejo tanta tristeza nele que preciso me controlar para não chorar.

Não sei o que falar, estou com medo do final dessa história, então espero em silêncio até ele continuar.

-Nós fomos intensamente felizes, mas não durou muito. – ele aperta o álbum com mais força.

-Seus pais? – pergunto de repente, surpreendendo até a mim mesma. Minha voz sai baixinha e embargada.

-Não. – ele balança a cabeça. –Quem me dera tivesse sido meus pais, eu saberia lidar com eles. Mas foi pior, muito pior.

Ele respira fundo antes de continuar.

-A Lorena e eu queríamos muito ter filhos e começamos a tentar. E conseguimos, mas bem no começo ela teve um aborto, foi horrível, mas tentamos de novo e de novo... Foram três abortos. – lágrimas caem de novo por seu rosto. –E em cada um era como se uma parte da Lorena se fosse também. É claro que eu também fiquei arrasado, mas ela nunca mais foi a mesma.

Jacob seca as lágrimas do rosto antes de continuar.

-Eu não queria tentar mais, estava com medo do que pudesse acontecer com ela, mas então nós conseguimos. Ela engravidou de novo e dessa vez tivemos o nosso menino... Um milagre. – ele ofega e então me entrega o álbum, que eu pego com as mãos trêmulas, estou com um nó na garganta.

Abro o álbum e a primeira foto me faz chorar. É uma linda foto de Jacob abraçando uma bela mulher com um bebê no colo.

-Essa é a Lorena. – Jacob diz. –E esse é meu filho, Eric.

Lorena é linda... Os cabelos castanhos cacheados estão presos em um coque e seus olhos verdes sorriem para a câmera.

Começo a folhear o álbum e me deparo com várias fotos dos três. Vejo a Rachel em algumas. E paro em uma só do Jacob com o filho dormindo em seu peito. O bebê é lindo, já dava para ver como parecia com o Jacob.

Estou tão absorta nas fotos que me assusto ao ouvir a voz do Jacob:

-Foi um milagre e meu pequeno foi tão amado, mas mesmo assim a Lorena parecia não ter se recuperado dos abortos. Ela ficou paranoica, sempre com medo de que algo fosse acontecer com nosso filho, ela não desgrudava dele, não confiava nem em mim para ficar cuidando dele e isso foi acabando com nosso casamento. Era para estarmos felizes, mas só brigávamos. Eu queria levar o Eric na casa de algum amigo e ela não deixava, eu ia dar banho nele e ela ficava em volta vigiando. – ele suspira e eu tiro os olhos da foto e o encaro. –Eu tentava entendê-la e ajudá-la, mas ela não admitia que estivesse com problemas. Uma vez eu acordei de madrugada e a encontrei de pé ao lado do berço vendo se ele estava respirando, ela passou a noite toda lá. Nem mesmo os pais dela conseguiam ajudar. Eu não sabia mais o que fazer.

Ele se levanta e começa a andar pela sala. Eu sinto as lágrimas por meu rosto porque sei que o que vou ouvir agora será terrivelmente triste.

-Eu estava ficando tão cansado. Eu e os pais dela decidimos que daríamos um jeito de levá-la ao médico. – ele para no meio da sala e me olha. Está envolto em tanta dor, mágoa e tristeza. –Um dia eu decidi ficar até mais tarde no trabalho, a Lorena me ligou sem parar, mas eu estava tão cansado de tudo aquilo que não atendi.

Ele se encosta na parede e continua me olhando enquanto termina de me contar sua triste história.

-Naquela noite o Eric não parava de chorar e a Lorena na sua paranoia colocou ele no carro e o levou para um hospital, apesar de estar chovendo muito, foi isso que as enfermeiras e o médico que a atendeu no hospital me disse que ela falou. – ele morde os lábios e seca um pouco das lágrimas antes de continuar. –Eric não tinha nada, era só um pouco de cólica. Mas na volta para casa estava chovendo ainda mais e ela... A Lorena perdeu o controle do carro e... Ela e meu pequeno... Eles morreram...

Suas palavras foram engolidas pelo seu choro e num impulso me levanto, vou em sua direção e o abraço com força. Jacob também me abraça.

-Ele era tão pequeno Bella, tão indefeso... E a Lorena, apesar de tudo eu ainda amava tanto.

-Eu sinto muito Jake. – falo em meio as minhas próprias lágrimas.

-Eu podia ter evitado isso...  - ele diz. –Ela me ligou e...

-Ei... – o interrompo, me afasto um pouco e seguro seu rosto. –Nunca, nunca se culpe por isso.

-Ainda dói tanto... Acabou de completar dois anos... Eu não sei o que fazer... Me sinto tão perdido.

-Você não está sozinho Jake, não está. - volto a abraçá-lo com mais força.

-Eu sei... Sei que tenho minha irmã, meu cunhado, alguns amigos lá em Phoenix, os pais da Lorena... Os meus pais desde então tentaram se aproximar, mas eu não quero, não consigo... Mas mesmo assim ainda me sinto tão sozinho...

-E você tem a mim. – digo o olhando, estou chorando com ele, agora entendo o porquê de sua tristeza, de seu isolamento. Quero tirar toda essa dor dele, mas infelizmente sei que não posso.

-Sim... Eu tenho a você. – ele diz acariciando meu rosto carinhosamente e volta a me abraçar.

Não sei mais o que falar, quero arrancá-lo desse mar de dor, então o abraço com toda minha força e deixo ele chorar.


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Notas finais do capítulo

Enfim descobrimos o que causou toda essa tristeza no Jake... É bem complicada e triste a história dele né?! Mas vamos ver como essa relação dele com a Bella vai começar a se desenvolver agora ;)
Espero que tenham gostado e até mais *-*
Bjokas... May