Crime Passional escrita por Flor de Cerejeira


Capítulo 2
Paixões secretas


Notas iniciais do capítulo

N/A:

Acho que estão apaixonados... e o Sesshy... o coraçãozinho dele esta tão carente...

O que será que vai acontecer com esses dois... e a formatura...?

Ah eu queria dizer que o Touya e o Takeda eu inventei porque estava meio sem idéias, e como eu tinha dito no cap. 01 são mais de um personagem que não pertencem ao anime, o Touya e o Takeda e mais um que eu ainda não posso revelar.

Ate a próxima pessoal... o/



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2 - Paixões secretas

- Rin, você poderia me ajudar com essa matéria? Eu estou um pouco enrolada... – Pediu uma simpática garota.

- Claro Sango, vamos na biblioteca eu te ajudo... – Rin deu um sorriso e as duas seguiram para a biblioteca.

Era quinta feira e tudo estava correndo muito bem, Rin estava bem confortável no apartamento de Sesshoumaru, e o rapaz não teve nenhum problema ate agora relacionado a Sara.

Na sala, Sesshoumaru organizava seu material para a próxima aula, e nem percebeu quando ma garota sentou-se ao seu lado.

- Oi, você anda tão distante ultimamente, o que aconteceu?

- Nada... – respondeu ele secamente, querendo mostrar que aquela conversa não tinha futuro. Levantou se segurando apenas um livro, indo em direção à porta.

- Ei espera... preciso conversar com você...

- Não temos nada para conversar Sara, fique longe de mim, ou vai inventar outra historia absurda sobre nos dois. – disse ele ainda andando.

- Eu perdi o bebe...

Sesshoumaru parou e sentiu Sara se aproximar dele.

Ela parou distante dele, mas perto o suficiente para ele ouvir alguns soluços.

- Eu... Sinto muito. – Comentou sem se virar.

Sara olhou-o ainda de costas, e caminhou ate sua frente e olhou no rosto do rapaz, estava impassível como sempre.

- Me... desculpe por mentir para você... – declarou-se com lágrimas no rosto. – eu gosto muito de você, e gostaria que me perdoasse pelas besteiras que falei e...

- Sara, eu estou um pouco ocupado, com licença. – Sesshoumaru friamente deixou Sara sozinha, indo em direção a biblioteca.

- Ele não me perdoa pelo que fiz... – Sara sentou-se numa cadeira e chorou, sentindo ódio de si mesma e de Sesshoumaru por ser tão frio.

Duas garotas entraram na sala onde Sara estava e acolheu ela a fazendo desabafar.

- Não fique assim Sara, um dia ele te perdoará...

- Não, ele nunca me perdoará...

Na biblioteca, numa sala de estudos, Rin e Sango discutiam a matéria a qual Sango não estava entendendo, estavam muito distraídas, e Rin estava fazendo o possível para que ela entendesse, mas faltava uma parte.

- Esta faltando uma parte, mas eu sei onde esta, eu vou buscar e volto em instantes, aproveite e revise esses resumos e extraia algo...

- Ok! Rin-chan! – Sango fez como que um soldado a um superior, fazendo-a rir. Rin levantou-se e seguiu para a porta, e após sair, foi para uma parte da biblioteca onde se encontravam os livros os quais iriam precisar, e no percurso, seu prendedor de cabelos soltou deixando seus cabelos longos e negros caírem sobre suas costas.

- Mas que droga! – Bramiu baixinho, abaixou-se e apanhou o prendedor e seguiu.

Ao chegar na parte onde se localizavam os livros, parou e começou a procurar o que precisava, e quando finalmente achou, xingou a si mesma, por ter que ficar na ponta dos pés, e mesmo assim, não alcançou o volume.

- Deixe que eu pego para você... – Sesshoumaru chegou por traz da garota e pegou o livro, e estendeu para ela.

Rin corou e pegou o livro da mão dele sem o olhar nos olhos.

- Como tem passado?

- Estou bem... – respondeu Rin afastando-se do rapaz o que o deixou um tanto intrigado.

- Estou percebendo que agora esta usando blusas mais... decotadas... – disse ele fazendo Rin corar ainda mais.

- E-eu... – Ela ficou sem jeito, segurando o livro tampando a parte do colo, onde supostamente ele estava olhando.

- Não fique envergonhada, esta muito bem vestida, eu só reparei que agora você parece estar mais a vontade com o seu corpo.

- É que as marcas sumiram... – Rin baixou o rosto envergonhada, sentindo o queimar.

Sesshoumaru viu que a deixou numa situação de extremo constrangimento, e aproximou-se dela novamente e baixou-se um pouco para olhar no rosto da garota.

- Rin me perdoe, eu não quis te constranger, só elogiar...

- Não... se preocupe, eu estou bem... – Rin sorriu ainda sem graça, fitando os próprios pés.

- Esta preparada para sábado? - perguntou ele, pondo se ereto de novo, para acabar com aquele clima constrangedor que tinha se formado.

- Um pouco, estou preocupada com o que vestir... tenho que estar elegante para te acompanhar...

Sesshoumaru quase riu ao ver a expressão dela quando a viu revirar os olhos ao dizer a palavra elegante.

Eles estavam distraídos na conversa, sem perceber a presença de Sara perto dali, observando o que conversavam.

- Que coisa feia senhorita Sara, escutando a conversa alheia. – uma voz masculina sussurrou, era muito conhecida entre as garotas.

- Ai! Miroku quase me matou de susto... – Ela ficou pálida com o susto, levando a mão no peito para tentar inutilmente conter as batidas desordenadas de seu coração.

- Do que estão falando? – Perguntou Miroku curioso, vendo o rosto da garota assumir uma expressão indignada.

- Não foi você quem acabou de me repreender por bisbilhotar a vida dos outros Miroku...

Uma gota desceu no rosto de Miroku, e vendo que Sara não comentaria, saiu de trás da estante e caminhou calmamente ate os dois, que cessaram a conversa ao vê-lo se aproximar.

- Rin-chan, disseram-me que a Sango esta com você, mas vejo que ela já foi... – Começou ele ignorando a presença de Sesshoumaru ali.

- Não, estamos estudando na sala de estudos... – explicou-se Rin apontando em direção à sala.

- Rin, eu tenho que terminar meus resumos, nos encontramos então mais tarde na lanchonete... para acertar aquele compromisso?

- Claro, - Rin viu-o virar-se e afastando acenou com uma das mãos. – ate mais...

- Compromisso? – Miroku perguntou curioso com uma das sobrancelhas arqueadas. E Sara ainda estava na escuta.

- Miroku deixa de ser enxerido... – Rin o repreendeu, sorrindo docemente.

- Porque não pode me contar... – Miroku de repente parou com uma expressão de quem sabia o que era o compromisso. – Vocês estão saindo!

- Para com isso Miroku... Nos somos apenas amigos... – Disse ao rapaz.

Rin continuou caminhando, e logo chegou à sala de estudos, onde Sango se encontrava concentrada.

Rin sentou-se em frente a ela, que desviou suas atenções para ela dando um largo sorriso, ao ver também Miroku sentar-se ao lado de Rin.

- Miroku, o que esta fazendo aqui? Deveria estar na aula... – Sango disse após deu um adorável sorriso.

- Eu estou no intervalo, e aproveitei e vim te procurar, estava com saudades...

- Estou estudando com a ajuda da Rin-chan... Ela esta me explicando algumas coisas, o que o professor deveria fazer, mas ele é um grosso... – Disse ela fazendo beicinho.

A porta da sala se abriu, e uma outra aluna entrou, mas não se sentou, laçou um olhar mortífero a Rin, que se arrepiou pelo gesto, ficando sem entender o porque daquela reação.

- Miroku, as aulas já começaram... – anunciou ao rapaz, que após dar um carinhoso beijo em Sango saiu acompanhando a garota.

- Nossa Rin-chan, você viu o jeito que a Sara te olhou? – Perguntou Sango perplexa com tal gesto.

- Vi sim, mas eu nunca fiz nada contra ela, nem nunca falei com ela...

- Você soube do escândalo que ela aprontou por causa do Sesshoumaru? – Perguntou Sango começando a organizar alguns livros empilhando-os.

- Ouvi alguns comentários, mas não soube o porque... – respondeu à amiga ajudando a recolher o material.

- Ela estava grávida dele... bem foi o que ela espalhou por toda a faculdade a um mês atrás...

Rin parou repentinamente de mexer nos livros, e olhou surpresa para Sango, a qual não entendeu tal reação.

- Ele tem um filho com aquela mulher? – Rin ficou seria de repente.

- Não, ela diz ter perdido.

- Perdido?

- Ela disse isso depois que o Sesshoumaru deu um fora nela... bom assim conta o Inu-Yasha...

- Então o Sesshoumaru já teve um relacionamento com a Sara? – Perguntou ela segurando alguns livros numa mão levantando-se em seguida.

- Ela diz que sim, mas segundo a Kagura, a ultima namorada que ele teve, que ela inventou essa historia para separar os dois, e tentar conquistá-lo... – Sango acompanhou Rin levando seu material e mais quatro livros, para devolver às prateleiras da biblioteca.

- Nossa, o Sesshoumaru é bem cobiçado então, parece que todas as garotas querem ficar com ele...

- É, - Sango sorriu e abriu a porta em seguida, para que Rin e ela saíssem. - e pelo jeito ele não quer se relacionar com nenhuma delas. Só estava namorando a Kagura porque ela era de outra faculdade, onde eles se conheceram, mas ele também teve um problema lá por causa de ser muito cobiçado... – as duas caminhavam arrumando os livros no lugar em quanto conversavam, e Rin estava atenta a cada palavra dita pela amiga. – Ninguém sabe direito o porque dele ter realmente saído da outra faculdade, mas pelo que todos comentam, é por causa dessas garotas que ficam em cima dele o tempo todo.

- Sesshoumaru é muito fechado, não conta nada para ninguém, a vida dele é totalmente desconhecida entre todos... Eu nunca escutei nada sobre ele aqui...

- Nisso você tem razão Rin-chan, ninguém sabe nem quem é a mãe dele, e só sabemos que tem um pai porque o Inu-Yasha comentou por alto. – Sango respirou fundo depois de ter posto o ultimo livro no lugar. Após as duas se encaminharam a porta de saída. – Também tem outra pessoa que a vida é um mistério! – Sango sorriu e Rin ficou sem entender.
- E existe alguém mais misterioso quanto ele?

- Ah existe, e se essa pessoa fosse namorada dele fariam o par perfeito, acho que nem o Sherlock Holmes conseguiria desvendar os mistérios dos dois... – Sango fez uma expressão de muito mistério, como aquelas de filmes de suspense.

- E quem seria Sango, fala logo, e deixe de mistério... – Rin ficou extremamente curiosa, e parou frente à garota de braços cruzados esperando ela contar.

- Ora, a única garota que não sabemos nenhum segredo – Sango segurou nas bochechas de Rin, mas se apertar de força balançando o rosto dela suavemente. – é a senhorita Rin-chan! – concluiu ela largado a moça, e viu ela assumir uma coloração tão vermelha, que parecia um morango bem maduro.

- Eu! Ah não com certeza não sou tão misteriosa quanto ele... – Rin ficou sem jeito, começando a acompanhar Sango no caminho novamente.

- Rin, você é tão sigilosa que nem ao menos sabemos onde mora...

- E supõe-se que saiba onde o Sesshoumaru mora?

Sango coçou a cabeça e olhou a amiga rir dela enquanto tentava responder.

- Tudo bem, você venceu, mas eu ainda acho que sejam um mistério, vocês são tão parecidos, eu acho que se fossem irmãos não seriam tão parecidos.

As duas riram daquele comentário, mas logo se despediram, pois cada uma se dirigiu a um lugar diferente, ambas estudavam direito, mas Rin estava no ultimo ano e Sango estava no penúltimo, estudava junto com Inu-Yasha e seu namorado Miroku.

Rin teria aula com um de seus professores favoritos, o professor de Código Penal. De nome Touya Yuuki, é jovem ate demais para ser professor, e dono de desejáveis olhos azuis, alto, os cabelos curtos, muito simpático, estava sempre sorrindo, e parecia gostar muito do que fazia. Tinha outro irmão, mais velho, muito diferente dele. De nome Takeda Yuuki, era professor de matemática, era rude e totalmente insociável, era um dos professores mais temidos e odiados da faculdade.

Rin encantou-se muito com o jeito de ser do jovem professor, e ele parecia ter o mesmo sentimento por ela. Já tinham conversado varias vezes depois das aulas, mas ela sempre recusava os convites dele para jantar, tomar sorvetes, etc. por causa de Kouga, que sempre a perseguia.

A aula terminou, e Rin estava arrumando o material cuidadosamente, sempre fazia isso, por isso era uma das ultimas a sair da sala.

Aproveitando essa demora, Touya aproximou-se para uma conversa.

- Jovem Hiiragizawa... tem acompanhado bem as matérias?

- Hai sensei... – respondeu tímida.

- Esta com boas notas, estive olhando-as...

- Eu agradeço sensei... – Rin levantou-se e não o fitou nos olhos como de costume. – E fico muito feliz em saber isso... – Sorriu ela.

- Senhorita Hiiragizawa, gostaria de... – ele respirou fundo, tomando coragem para perguntar. – almoçar comigo amanha?

Rin ficou em duvida, pois Kouga não aparecia há uma semana, e o rapaz a sua frente parecia ansioso pela resposta dela.

- Esta bem sensei, eu aceito... – Rin decidiu-se fazendo o rapaz comemorar intimamente.

Rin sorriu e após saiu da sala, o professor ficou muito feliz, deixando isso transparecer a cada passo que dava em direção a direção da faculdade, fazendo os alunos que o viram desconfiar e ate rir de tal felicidade.

Era a ultima aula que Rin assistia, sendo assim, ela seguiu para o estacionamento, logo pegou sua moto e foi para casa, onde finalmente poderia descansar.

- O que esta me dizendo Miroku! – Sango surpreendeu-se com o comentário.

- A Rin-chan vai almoçar amanha com o professor de Código Penal, aquele bebezinho sabe...

- Mas isso é o feito do ano Miroku... A Rin-chan saindo com um professor, ainda mais o Touya! – Sango se alegrou, por saber que a amiga estava deixando de ser tão fechada.

- Nossa, mas vocês adoram comentar sobre coisas fúteis. Desde quando a vida daquela garota é tão importante assim?

- Olá Kagura, boa tarde para você também. – Sango cumprimentou sarcasticamente.

- Ainda guarda magoas de Sesshoumaru Kagura? – Miroku perguntou, abraçando Sango, e o trio seguiu para a porta de saída da faculdade.

- Quem falou de Sesshoumaru aqui, Miroku? Eu nem toquei no nome daquele infeliz...

- Mas da para ver escrito na sua testa, com letreiro luminoso: Eu odeio a Rin porque ela é amiga de Sesshoumaru. – Miroku fez um gesto representando o letreiro.

- Miroku, como você é idiota em acreditar que sinto alguma coisa ainda por aquele inútil... – Kagura sorriu ironicamente.

- Então porque você não gosta da Rin, ela é uma garota tão legal...

- Talvez seja porque ela seja muito parecida com o Sesshoumaru, ela é muito sem sal, sem graça, não tem assunto, e só sabe falar das matérias da faculdade, argh!

- Com certeza eu tenho que concordar com você Kagura...

- Sara! Como tem passado? – Kagura abraçou e beijou Sara, e Sango revirou os olhos.

- Eu estou ótima, não quer tomar um sorvete, melhor que ficar falando daquela garota... sem sal... nossa, não sei como agüentam conversar com ela...

As duas riram e logo se afastaram do casal que não fez nenhum tipo de comentário sobre Rin, só olhavam com desdém, o desprezo delas pela moça, um desprezo sem sentido na verdade, e visivelmente por ciúmes.

Depois delas se distanciarem, Miroku maneou a cabeça, e Sango o olhou concordando após.

- Essas duas são muito invejosas... nossa eu tenho ate pena da Rin.

- Tudo por causa do Sesshoumaru... Eu não sei o que as garotas vêem nele, ele sim parece ser sem tempero algum.

- Miroku esta com inveja dele?

- Só pode ser Sango, ele não gosta do meu irmão mesmo, apesar dele nunca ter feito nada a ele. – Inu-Yasha chegou surpreendendo os dois.

- Inu-Yasha, o outro cabeludo... porque não cortam esses cabelos talvez ficariam mais sociais... – Comentou Miroku, o olhando diretamente.

- Eu acho que eles ficam muito bem assim... a propósito seu pai também tem os cabelos compridos? – Comentou Sango, perguntando finalmente.

- Tem sim Sango, é uma tradição da família e...

- Inu-Yasha vamos logo, temos coisas a resolver... – Sesshoumaru chegou de repente, sabe lá de onde, interrompendo a conversa, andando apressadamente para o estacionamento. - ...Ande logo, sabe que detesto falar a mesma coisa duas vezes... – continuou ao chegar onde o carro estava.

- Ate mais pessoal... – Inu-Yasha acenou e deu uma corridinha ate o carro, e após abrir a porta entrou, e antes dele fechar a porta Sesshoumaru partiu.

- Nossa que irmãos diferentes não acha Miroku? – perguntou Sango ao namorado que coçou a bochecha, e olhou para ela depois.

- Você gosta de cabelos compridos Sangozinha?

Sango caiu perplexa com a pergunta do namorado, e logo se levantou e com uma gota na cabeça tentou explicar o comentário.

- Miroku, eu acho que eles ficam muito bem de cabelos longos, não disse que gostava...

- Eu sei, mas... você gosta?

- Não tão longos quanto os deles, o suficiente para um pequeno rabicó e um charme. – disse ela corada, com uma ponta de timidez.

- Gostei desse comentário princesa. – Miroku deu um carinhoso beijo em Sango e após abraçá-la seguiram para o ponto de ônibus próximo, onde ficaram melosamente namorando.

No carro, Sesshoumaru estava odiosamente serio e calado.

- Aconteceu alguma coisa?

- Sim aconteceu. – respondeu ao irmão em tom altamente repreensivo. – Sabe que não gosto que comente sobre nossa família a ninguém...

- Mas eu não tenho nada haver com isso, não criei problemas com ninguém no passado.

- Deixe de ser infantil Inu-Yasha, nunca teve esses tipos de reação quanto a esse assunto, e sempre me escutou...

- Claro, antes eu era um idiota e fazia tudo o que queria, mas eu estou querendo me libertar desse seu cativeiro silencioso, quero ter amigos, uma namorada, e arranjar minha vida. – Inu-Yasha estava estranhamente calmo para aquele tipo de conversa, que resultava sempre em serias discussões entre os dois.

- Para ter amigos e uma namorada não é necessário ficar comentando sobre nossa vida pessoal Inu-Yasha.

- Você quer dizer da sua vida pessoal. – Inu-Yasha retrucou fazendo o irmão o olhar mais friamente ao parar num farol.

- Escute Inu-Yasha, eu fui ameaçado de morte, e fui quase preso por tomar fama de maníaco sexual naquela maldita faculdade, se você começar a alimentar a curiosidade das pessoas elas irão fazer mais e mais perguntas sobre nossa família, e vai acabar descobrindo não só a nossa vida, mas também a de nossos pais.

- E por isso eu tenho que me privar de tudo e de todos? – Inu-Yasha começou a alterar-se.

- Inu-Yasha... escute meu irmão, não estou dizendo para se privar de ter uma vida, eu só gostaria que nossa família vivesse em paz... – Sesshoumaru pousou uma mão no ombro do irmão, sendo paciente, pois sabia que de certa forma ele tinha razão.

Inu-Yasha respirou fundo compreendendo o irmão mais velho.

- Agora conte-me, tem alguma garota em especial?

- Tem sim, uma garota do segundo ano de direito... – Inu-Yasha corou um pouco, e virou o rosto para a janela do carro, vendo tudo passar rápido do lado de fora.

- Do segundo ano?

- É, o nome dela é Kagome Higurashi e tem dezessete anos, somos amigos, mas eu sinto que ela gosta de mim, e eu... gosto dela...

- Inu-Yasha apaixonado... – Sesshoumaru bagunçou o cabelo do irmão, fazendo um cafuné exagerado nele, como num cachorrinho que fez algo que merecia tal tratamento.

- Ei! Pare com isso... –Inu-Yasha pediu serio e Sesshoumaru sorriu, logo concentro-se em abrir o portão da casa onde moravam, estacionando depois.

Ao entrar o pai estava sentado assistindo anime, os dois irmãos o saudou, e logo subiram, e cada um foi para seu quarto.

Após tomar um banho, Sesshoumaru sentou-se e concentrou-se num livro, era de suspense, adorava ler historias desse gênero, pois tinha o mesmo apego em descobrir e formular como ia acusar o réu ou defender a vitima, com as pistas adquiridas ao longo da leitura.

Leu durante umas duas horas e acabou cochilando. Infelizmente alguém bateu na porta o despertando.

- Senhor Sesshoumaru, telefone para o senhor... – Disse um dos empregados da casa.

Sesshoumaru sentou-se, pois estava recostado, pois o livro em cima da mesinha próxima à poltrona, e estendeu a mão para pegar o aparelho que estava com o empregado, e após o pegar, o empregado saiu fechando suavemente a porta.

- Sim?

- Sesshoumaru, desculpe incomodar, é Rin... eu estou precisando de uma ajudinha aqui, você poderia vir ate aqui para me ajudar?

- E no que precisa de minha ajuda?

- Estou enrolada com uma matéria, eu deixei para estudar por ultimo, mas mesmo assim não estou conseguindo entender nada...

- Estou indo, em alguns minutos estarei ai. – Respondeu ele.

- Obrigada e ate mais. – Rin disse animada e após ouvir a despedida do amigo desligou.

Sesshoumaru olhou a hora, não passava das sete e meia, levantou-se e depois de arrumar-se saiu, e como prometido não demorou muito para chegar onde Rin estava.

Tocou a campainha, e Rin logo atendeu.

- Você toca a campainha para entrar em seu apartamento? – perguntou ela com sarcasmo.

- Sim, não sei se esta à vontade, e depois ele é seu enquanto estiver aqui. - Sesshoumaru enfatizou, deixando Rin um pouco envergonhada.

O rapaz adentrou o apartamento, parando apenas para tirar os sapatos. Após entrou e sentou-se no sofá ao convite de Rin.

- Eu estou terminando o jantar, não se importa de revisar a matéria para mim? Esta tudo aqui. – Rin mostrou as matérias e após tê-las entregue nas mãos do rapaz voltou à cozinha.

- Quer um chá? – Perguntou ela antes de entrar para a cozinha, sorrindo.

- Quero sim... – Disse ele já revisando os resumos de Rin.

Rin saiu, mas minutos depois estava de volta com uma bandeja com chá. Pois a sob a mesinha de centro, e depois de servir duas xícaras, entregou uma para Sesshoumaru e após pegou a outra, sentando-se em seguida perto do sofá onde ele estava, mas no chão.

Pegou o livro e começou a folheá-lo, mostrou alguns tópicos marcados, pedindo informações sobre outros.

Rin finalmente chegou a uma conclusão, conseguindo assim, com a ajuda de Sesshoumaru entender a matéria.

- Muito obrigada Sesshoumaru, e para agradecer de verdade, não quer jantar? – Rin ofereceu. – Vai ser um... prazer jantar com meu amigo. – Rin sorriu, pondo-se de pés, segurando alguns livros e anotações nas mãos, esperando paciente pela resposta de Sesshoumaru, que estava serio na hora.

Sesshoumaru pois se de pés também, e pegou o material das mãos da moça, e caminhou silenciosamente para o escritório, e Rin foi atrás.

- O que esta fazendo?

- Vou guardar isso para você, enquanto põe a mesa, não pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

Rin sorriu, mas o interrompeu, fazendo-o olhar para traz.

- Eu não estou usando seu escritório, pode por no quarto em que estou...- Rin caminhou ate ele e abriu a porta de seu quarto para Sesshoumaru entrar e saiu, indo após para a cozinha.

Após ele deixar o material lá Sesshoumaru foi ate a sala de jantar, e uma bonita mesa estava servida, tudo parecia tão gostoso.

E realmente estava, Sesshoumaru nunca havia comido algo tão bom, limitou-se em ficar em silencio todo o jantar, saboreando o que Rin tinha feito.

- A senhorita cozinha muito bem... – comentou ele.

- Obrigada, eu aprendi com meu pai, ele gastava muito de cozinhar. – Disse ela corada, servindo-se depois de mais alguns alimentos.

- Seu tempero lembra muito o de minha mãe... – Sesshoumaru ficou surpreso com o próprio comentário, e fechou os olhos e baixou um pouco a cabeça, deixando aparecer rugas entre suas sobrancelhas.

Rin o olhou no rosto vendo aquela reação resolveu não comentar por hora. Viu que ele ficou desconfortável com aquele comentário vindo de si próprio.

- Quer um pouco mais de salada? – Perguntou a ele dando o mais doce dos sorrisos.

O rapaz reparou o sorriso, e sentiu o coração se confortar, um estranho sentimento, o qual nunca tinha sentido antes.

- Sim, obrigado. – aceitou ele, voltando às atenções depois para a garota.

Ao terminarem o jantar, levantaram-se da mesa, mas Rin demorou um pouco a fazer companhia a ele, pois retirou a mesa e depois foi em seu quarto escovar seus dentes.

Sesshoumaru após escovar os seus dentes no banheiro de seu quarto, foi para a varanda, onde ficou observando o horizonte. Um vento soprou, desalinhando os longos cabelos do rapaz, que continuou apoiado às mãos no gradeamento desta.

- Esta esfriando, acho que teremos chuvas neste fim de semana... – Rin chegou onde ele estava, comentando.

Ele viu-a sentar-se onde apoiava as mãos, e estreitou os olhos. O vento passava pelos fios de cabelos dela, fazendo com que o nariz dele sentisse o perfume que a pele exalava.

- Estamos no sétimo andar... não tem medo de cair daí? – Perguntou ele serio.

- Não, - disse ela se inclinando suavemente para olhar para baixo, se segurando no gradeamento. – eu só tenho medo da solidão... é a única coisa que me faz temer a noite...

- Rin desce daí... – pediu serio, afastando se um pouco das grades detalhadas da sacada do apartamento.

- Esta com medo de eu cair... – Ela se inclinou de novo, sorrindo dessa vez.

Ele se aproximou dela e a segurou pela cintura e puxou-a, a fazendo descer de onde estava, mas os corpos encontraram se abruptamente, e um abraço foi dado por ele a ela, para evitar que ela caísse no chão. O rosto dela se encostou ao peito dele e ela pode sentir de perto o perfume. Arregalou os olhos e o olhou no rosto vendo que ele fazia o mesmo. Os rostos estavam próximos e um podia sentir de perto a respiração do outro.

- D-desculpe... – Rin afastou-se um pouco, estava corada, e ele ainda serio a olhava de uma maneira repreensiva. – Eu não queria o aborrecer...

- Não me aborreci. – disse virando se para entrar novamente.

Rin o acompanhou e viu-o seguir para a poltrona na sala, onde tinha uma almofada bordada, qual não tinha antes.

- Você esta bem? – perguntou ela parando ao vê-lo fazer o mesmo, mas perto da poltrona.

Ele ficou em silencio, o coração levemente acelerado, olhava fixo o bordado da peça decorativa... eram flores, Orquídeas rosas e amarelas.

- O que foi? – perguntou ela se aproximando, tocou as costas do amigo e viu que ele olhava fixo para a almofada. – Você não gostou dessa almofadinha, eu tiro... – Ela pegou-a, vendo depois ele olhá-la nos olhos, estavam brilhantes...

- Você fez esse bordado? – Perguntou ele.

- S-sim... eu o fiz quando meu pai ainda era vivo... Ele lembra a sua mãe também não é? - Viu o fechar os olhos, e assentir com a cabeça. - Quer falar sobre ela?...

- Não gosto de falar dela... – Disse ele finalmente sentando-se. Rin sentou-se no sofá ao lado, virada para ele.

- Porque você é tão fechado? Isso não faz bem para ninguém, sofrer sozinho pode dar problemas cardíacos e psicológicos nas pessoas. Todos comentam na faculdade que não sabem quem você é, de onde veio, o porque veio... você é um desconhecido...

- Não se preocupe comigo, não sou um homem mau. – Disse a ela sarcasticamente quebrando o clima de tensão que se formou.

- Eu falo serio. – disse ela jogando a almofada nele, que a agarrou antes de acertar no rosto.

- Não faça bagunça... – ele sorriu e jogou a almofada de volta, mas ela acertou o rosto de Rin, bagunçando a franja dela. Rin levantou-se e foi ate o quarto pisando duro.

Sesshoumaru arqueou as sobrancelhas, e levantou-se para ir atrás dela, preocupado de ter a machucado, andou alguns passos, mas logo parou, ao ver a garota sair correndo do quarto com dois travesseiros nas mãos.

Ele correu em volta dos sofás rindo dela e debochando por ela não acertar nenhuma travesseirada nele.

- Então quer uma guerra! – Disse ele, correndo após para seu quarto e fechando a porta.

Rin estava arfante, e vendo que ele se trancou no quarto, voltou para a sala ainda segurando os travesseiros.

- Você não vai sair daqui hoje sem eu descontar essa afronta viu! – Rin disse alto, mas de costas para o corredor, não percebendo que Sesshoumaru estava atrás dela.

De inicio deu uma suave travesseirada nela, que se virou com uma veia saltada na testa, e o encarou por uns segundos, mas logo proferiu uma também, mas ele desviou e o travesseiro acertou a porta do quarto dele...

- Perdeu uma arma, agora vai ser difícil me vencer... – Sesshoumaru deu mais uma travesseirada nela e cercou-a não deixando que ela pegasse o outro travesseiro.

- Deixe de ser trapaceiro, você esta com dois... – Rin protestou, mas ele sorriu maliciosamente.

Rin deu varias travesseiradas nele, mas ele conseguiu se desviar de todas, menos da ultima, a qual finalmente tinha acertado o alvo, o rosto dele, bagunçando sua franja. Ela estava totalmente descabelada, e agora sem nenhum travesseiro. Vendo isso deu um meio sorriso, e ela vendo a malicia tentou correr, mas ele acertou-a, estourando o travesseiro, fazendo penas voarem por toda à parte.

- Isso não vai ficar assim! – Disse ela, mas ele ainda tinha um, e para que ela não pegasse nenhum continuou a cercando.

Ela correu para passar por baixo do braço dele, mas ele a segurou pela cintura, impedindo-a de passar.

Ela se debateu, e os dois acabaram caindo, um por cima do outro... Ela por baixo.

Os dois estavam arfante, e com penas grudadas por todo o corpo, riam muito, sem perceber que estavam no chão.

Ele finalmente parou de rir e deitou-se ao lado dela, para descansar... Ela parou de rir também.

- Nossa, faz muitos anos dês de minha ultima guerra de travesseiro. – Comentou ele virando o rosto para fitar o dela.

- Você não queria bagunça, agora olha só... – Rin também virou o rosto para onde o dele estava.

- Foi você quem começou... – Informou ele.

- Mas você provocou... – repicou ela.

Rin sentou-se e olhou em volta deles, tinha muitas plumas brancas, por toda à parte, fez uma expressão desanimada, teria que arrumar tudo aquilo ainda aquela noite.

- Eu te ajudo... – ouviu ele falar de repente ainda deitado.

- Não, eu arrumo tudo rápido...

- Eu vou te ajudar, não fez a bagunça sozinha. – Disse ele levantando-se e após estendeu a mão para que Rin se levantasse também.

Ao levantar-se, Rin deu uma discreta risada, e ele confuso olhou–a.

- O que houve?

- Esta com uma pena aqui... – ela aproximou-se e estendeu a mão perto da bochecha dele e encostou no rosto dele para pegar a pena, ele apoiou a mão dele sob a dela, semicerrando os olhos ao sentir o calor do toque da mão dela em seu rosto. Ele aproximou-se mais ainda segurando a mão dela.

Um beijo estava prestes a suceder-se, mas uma cena chegou aos pensamentos de Rin, a fazendo se contrair, a fazendo sentir um extremo medo. O que o preocupou.

- Rin calma... Esta tremendo...

Ela ficou estranhamente fraca, e sentiu as pernas dobrarem, e caiu de joelhos, e foi acompanhada por ele.

- Rin fique calma... – Ele viu a olhar nos olhos e corou.

- E-eu, eu...

- Desculpe , eu me deixei levar pelo momento e...

- Não se desculpe, - começou ela mais calma. – você não tem culpa do que aconteceu comigo...

Os dois levantaram-se e após Rin respirar fundo, foi pegar o material para começarem a limpar a bagunça.

Na casa do pai dos irmãos, Inu-Taishou viu o filho mais novo passar por ele, e chamou a atenção deste.

- Inu-Yasha, você sabe de seu irmão?

- Não pai, ele saiu assim que recebeu um telefonema... – Respondeu Inu-Yasha sentando-se perto do pai.

- Um telefonema...

- Eu acho que era uma garota... quem atendeu de inicio foi o Jaken. – Afirmou ele.

- Jaken! – Chamou o pai.

O empregado, de baixa estatura apareceu na sala reverenciando-se para Inu-Taishou.

- Quem ligou para meu filho mais cedo?

- Foi uma garota chamada Rin...

- Rin?

- A Rin-chan, ela estuda lá na faculdade, esta no quinto ano também, e vai se formar junto com o Sesshoumaru. – Inu-Yasha explicou ao pai.

- Será que seu irmão esta de namorico com essa garota? – O pai preocupou-se com a possibilidade de novas dores de cabeça.

- Ih! Não pai, A Rin-chan é muito diferente das outras garotas. – Inu-Yasha afirmou com certeza.

- É? – disse o pai com sarcasmo, pegando o telefone ao lado do sofá, dispensando o empregado em seguida fazendo um gesto com a mão, e digitando um numero com a outra mão.

- Para quem vai ligar a essa hora pai? – perguntou Inu-Yasha, vendo o pai fazer um gesto com a mão para que esperasse.

- Alô!

- Com quem estou falando?

- Rin Hiiragizawa...

- Poderia falar com o Sesshoumaru, é o pai dele...

- Só um momento, eu vou chamá-lo.

O pai sorriu ironicamente, e após Rin largar o aparelho, Sesshoumaru demorou um pouco para atender, mas logo veio.

- Sim pai? – perguntou com voz impaciente.

- Estava vestindo as calças filho?

- O que esta dizendo pai, ficou doido?

- Ora o que meu filho, homem, bonito, bem situado na vida, acadêmico de direito estaria fazendo em seu apartamento com uma garota, não seria guerrinha de travesseiros né? – Disse o pai vendo o filho mais novo arregalar os olhos e rir da situação depois.

No apartamento...

- Pai, eu estava estudando...

- Sesshoumaru é uma da manha, você não ia levar uma garota para seu apartamento “só” para estudar, e depois uma hora dessas, você ainda esta estudando. – afirmou o pai sugerindo outra situação, o que deixou Sesshoumaru extremamente nervoso.

- Minha amiga – enfatizou – esta morando aqui temporariamente, e eu não vou aturar que faça esses tipos de insinuações sobre ela. – Disse ele desligando depois.

- O que houve Sesshoumaru? – Perguntou ela não entendendo a situação.

- Não aconteceu nada. Agora que terminamos de arrumar a bagunça que fizemos eu tenho que ir, vou tratar de enxeridos lá em casa. – Sesshoumaru caminhou ate a porta e Rin o acompanhou.

- Obrigado pelo jantar, estava muito bom.

- Obrigada a você, por me ajudar com aquela matéria, eu realmente precisava de sua ajuda.

Ele deu um fraco sorriso e virou-se, tocou a maçaneta abrindo a porta depois, saindo em seguida, mas quando Rin ia fechar a porta ele virou-se.

- Não fique sentando naquelas grades pode ser perigoso! – alertou ele, vendo-a dar um sorriso, e assentindo com a cabeça depois.

Após vê-lo entrar no elevador, acenou para ele, e ele retribuiu o aceno, vendo depois as portas do elevador se fechar.

Ela suspirou fundo e fechou a porta a trancando depois.

Sesshoumaru dirigiu para sua casa um tanto nervoso, estava exausto de todos ficarem comandando sua vida, se metendo em seus relacionamentos.

Ao chegar em casa, o pai estava o esperando com uma expressão não muito satisfeita no rosto. Inu-Yasha já tinha se recolhido.

- Porque desligou na minha cara?

- Estou farto de todos quererem adivinhar minha vida, vigiar o que faço, ou com quem estou...

- Não se altere rapaz! – alertou o pai.

- Como não vou me alterar pai, eu não posso passar uma hora na rua que já esta ligando para meu celular, fica tentando me proteger, se metendo em tudo, estou farto disso! – Disse alterado ao pai.

- Não altere a voz para mim, me respeite! – O pai alterou a voz um pouco sem perder a compostura.

- Respeitar, eu te respeito meu pai, muito contrario do que faz comigo...

- Você sempre teve suas namoradas, e todas elas sempre tiveram interesse em seus bens, e agora põe uma desconhecida para morar no apartamento que foi de sua mãe?

- Minha mãe morreu há muito tempo, e a Rin não é uma desconhecida.

- Não? Por acaso eu a conheço, por acaso já a trouxe aqui em casa, você esta mantendo ela em troca de que?

Sesshoumaru estreitou os olhos, se enfurecendo com o que o pai insinuou.

- Pare de insinuar que a Rin é uma meretriz, ela é minha amiga, e eu gosto muito dela...

- Como diz que não esta se deitando com ela se esta com penas de travesseiro em seus cabelos? Você enlouqueceu de vez, parou de pensar com o cérebro e começou a pensar com o pênis?

- Pai eu... – começou o rapaz tirando a pena do cabelo, mas foi interrompido pelo pai.

- Você esqueceu que aquela Sara te processou por assedio, esqueceu que quase morreu por causa da Kagura...

- E você quer que eu vire gay por isso? – Sesshoumaru perguntou finalmente. Mas a resposta foi uma bofetada, fazendo o belo rosto virar-se com a força do golpe, levando consigo mechas de cabelo.

- Se ousar eu mesmo mato você...

Sesshoumaru voltou o rosto olhando com ódio ao pai por ele tê-lo ofendido daquela forma. Sem dizer uma palavra, subiu para seu quarto e lá pegou seu computador e alguns livros, descendo em seguida.

O pai ainda estava na sala, estava nervoso e andava de um lado a outro quando viu Sesshoumaru dirigir-se à porta.

- Ei! Onde esta indo à uma hora dessas, são duas horas da manha... – Disse o pai, mas Sesshoumaru não quis ouvir, continuando andando em direção à porta. - ... Sesshoumaru eu estou falando com você... – O rapaz saiu sem dar atenção ao pai, batendo a porta atrás de si.

Encaminhou-se apressadamente para a garagem, e após adentrar o carro, partiu.

Dirigiu sem caminho certo, e quando o sono aflorou, pareceu que o carro dirigiu-se sozinho ate o prédio onde ficava seu apartamento. Deveria ser porque estava muito acostumado a ir para lá nesses momentos de discussão. Ao desligar o motor olhou para o lado vendo a moto de Rin, lembrando-se que ela estava morando lá, e sabia que com o trauma vivido há um tempo atrás, se entrasse no apartamento ou tocasse a campainha poderia a fazer ter uma crise desesperadora. Respirou fundo e recostou a cabeça na poltrona do carro. Estava tão cansado que nem percebeu seu próprio adormecimento.

Foram relampejos e trovões que acordou uma sorridente Rin na manha seguinte, que num salto levantou-se e após tomar um rápido banho, preparou a mesa para o desjejum, e após tomá-lo, seguiu cantarolando para seu quarto onde se arrumou. Após organizou suas coisas e depois de um longo suspiro saiu do quarto, fechando a porta após. Ao chegar na porta de saída, pegou sua bolsa com o capacete, e após o retirar de dentro da bolsa, pois o material cuidadosamente arrumado, ficando apenas com um livro e o capacete nas mãos.

Saiu e depois de trancar a porta, chamou o elevador apertando o botão, e enquanto esperava cantarolava.

Após descer e chegar ao estacionamento mexeu impaciente no bolso externo da mochila procurando as chaves, e quando finalmente as achou olhou em direção a moto, mas não a viu, mas sim a um carro preto conhecido.

- O que o carro do Sesshoumaru esta fazendo aqui, esta com os faróis acesos, será que... – Rin deu uma corridinha e ao chegar perto olhou dentro do carro, o qual estava com os vidros fechados. Viu uma sombra se mexer pelos vidros escuros, resolvendo assim bater suavemente neste.

Sesshoumaru despertou e olhou fora do carro, identificando Rin. Baixou o vidro e olhou sonolento para a moça do lado de fora.

- Sesshoumaru o que aconteceu!

- Oi Rin... – Disse ele bocejante e parecendo muitíssimo cansado.

-Vamos subir... – Disse ela abrindo a porta do carro. - ...Você esta horrível, tá com cara de sardinha enlatada.

Sesshoumaru pegou o material ao lado, e o seu notebook, e saltou do carro. Rin pegou o computador para ele fechar o carro, e logo os dois subiram.

Os cabelos estavam desalinhados, e o rosto sempre bonito, inchado por causa do sono.

- Você esta parecendo um zumbi, - disse ao abrir a porta do apartamento, vendo ele quase se arrastar para dentro. – tem que estar inteiro, esqueceu que nossa formatura é hoje?

- Não... – as respostas estavam reduzidas.

Ele caminhou para o quarto, e Rin depois de deixar seu material e o computador dele no sofá, foi atrás, e viu ele mexer no closet e tirar algumas peças de roupa.

- Eu vou tomar um banho, poderia me esperar, vai ser rápido... – disse bocejante.

- Claro, não precisamos chegar tão cedo na faculdade hoje, a organização vai começar as oito...

- E ainda são seis... porque acordou tão cedo?

- É o costume... – disse ela corada. – Com licença eu irei te esperar na sala. – Rin virou-se e saiu do quarto, fechando suavemente a porta depois.

“ - O que terá acontecido... ele saiu daqui ontem dizendo que trataria de enxeridos, e amanhece no estacionamento...”

Rin foi à cozinha e preparou um desjejum para o amigo, e pois a mesa. E voltou para a sala sentando-se depois no sofá.

Minutos depois, Sesshoumaru apareceu com os cabelos úmidos, bem vestido, comparado ao que ele estava vestido antes, e... perfumado.

- Vamos Rin... estou pronto...

- Não vai desjejuar? – Perguntou a ele levantando-se após.

- Faço isso no caminho...

- Mas eu preparei para você... – Rin inclinou um pouquinho a cabeça para o lado dando um amigável, mas lindo sorriso, na opinião dele.

- Esta falando serio?

- Não seu bobo, eu coloquei a mesa para os duendes... – disse Rin sarcasticamente ainda sorrindo.

Os dois caminharam para a sala de jantar, e ele sentou-se à mesa...

- Rin... Obrigado...

- Não agradeça, apenas se alimente bem... – Ela sentou-se frente a ele, mas baixou o rosto continuando - ... Você parece ter se aborrecido, apesar de não parecer estar...

- Sim, meu pai ele... – Parou de súbito, e estreitou os olhos se repreendendo depois.

- Desculpe, eu não devia ter comentado... – disse ela envergonhada. Levantando-se após.

- Fique... eu sou um idiota... eu não devia me esconder de minha amiga... – Começou ele secando os lábios depois com o guardanapo.

- Não precisa me contar nada se não quiser Sesshy... – Ela levou as mãos nos lábios ao perceber de quê o tinha chamado.

Ele por sua vez arqueou uma sobrancelha, e a viu corar ate a raiz dos cabelos.

- Como disse? – Fez-se desentendido...

Ela sentou-se de novo, mas não o olhou, ainda estava vermelha.

- Rin... como foi que você me chamou? – Ele levantou-se e aproximou-se dela, sentou-se na cadeira mais próxima a ela.

- D-desculpe S-Sesshoumaru, e-eu não q-queria... – Ela gaguejou ainda mais vermelha, fitando as próprias mãos no colo.

Ele fechou os olhos, e deu um sorriso, pousando a mão no ombro dela depois...

- Já faz anos que não ouço alguém me chamar assim, desde a ultima guerra de travesseiros...

Rin o olhou dessa vez e arregalou os olhos vendo um sorriso tão carente nos lábios do rapaz. Ela se levantou e ele fez o mesmo, mas ela surpreendentemente o abraçou apertando suavemente o abraço, ouviu o coração dele acelerar. Sentiu os braços dele a envolverem, confortando-a. Pousou o rosto no topo da cabeça dela fechando os olhos depois.

- Obrigado Rin... – disse ele em um sussurro, que não foi audível a ela.

-Eu sei que é muito dolorido perder quem amamos... eu sinto muito por ter que passar por isso, eu também sinto muita falta do meu pai...

-Ela não morreu Rin... ela foi embora por causa do meu pai...

Rin olhou-o saindo delicadamente dos braços dele, vendo que, os olhos dele estavam mais úmidos que de costume.

- Foi embora?

Ele respirou fundo e fechou os olhos para evitar que esses entregassem lagrimas naquele momento.

- Meu pai estava a traindo com uma meretriz, a mãe de Inu-Yasha...

- Ele esta se abrindo pra mim...” – pensou ela.

- Por isso não comento minha vida com ninguém... meu irmão não sabe que a mãe dele era uma meretriz...

- É compreensível que seja tão misterioso, que sua vida seja de segredos, você quer proteger a integridade da sua mãe e de seu irmão... assim como eu quero proteger os meus segredos, os quais você já conhece...

- Rin... Dês que minha mãe foi embora eu nunca mais tive amigos, ou amigas... eu... vejo que agora eu consegui resolver esse problema... – Ele não sorriu, mas olhava fixo no rosto dela, mas ela não o olhava nos olhos.

- Eu senti isso Sesshoumaru, eu gosto muito de você, não pelos seus bens, por nada que tenha, isso para mim não importa, o que importa é que você é uma pessoa maravilhosa – ela estendeu a mão, e ele a pegou, sentindo ela apertar suavemente, como numa caricia. – quero ser sua amiga, de verdade e... pode contar comigo para o que der e vier.

Ela soltou a mão dele e foi ate o sofá pegou seu material e o notebook dele, e estendeu para que o pegasse.

- Eu não vou levá-lo, - ele pegou o computador e depois caminhou ate a biblioteca deixando-o lá. Logo recolheu seu material em seu quarto e os dois caminharam para a porta de saída.

- Eu tive uma discussão com meu pai ontem, e gostaria de pedir para me arrumar aqui hoje, se não tiver nenhuma objeção é claro. – comentou ele depois de chamar o elevador.

- Como eu poderia me opor a isso, esse apartamento é seu esqueceu disso? – disse Rin sorrindo, um pouco sem graça pode se dizer.

- Eu já disse ele é seu enquanto estiver aqui...

- Não é... – repicou ela.

- Quem limpa ele?

- Eu...

- Que cuida das contas e despesas dele?

- Eu, mas... – Ela começou, mas ele a interrompeu estendendo a mão.

- Quem esta morando nele agora? – ele a viu baixar o rosto, mas ele levantou delicadamente com a mão, para olhá-lo. – Rin...

- Esta bem ele é meu, mas só ate eu resolver esse infortúnio com o Kouga...

Ele estendeu os braços numa indicação de que estava certa, bem na hora que o elevador abriu as portas. Ela então passou por ele e entrou no elevador sendo seguida depois por ele. E quando as portas iam fechando lembrou-se que tinha esquecido algo, segurou a porta para que não fechasse.

- O que houve Rin?

- Eu esqueci meu capacete...

- Você não quer ir de carro? Esta caindo uma tempestade lá fora...

Rin largou a porta do elevador, e viu ele dando um sorriso irônico...

- Eu deveria ter comprado um carro... – disse ela suspirando depois.

Após a morte do pai, Rin mudou-se da cidade onde nasceu e após chegar em Tókio passou a trabalhar em uma empresa, conseguindo assim custear a faculdade e viver uma vida quase que em paz...

Sesshoumaru caminhou ate o carro e após adentrá-lo destravou a outra porta para que Rin também entrasse.

A chuva estava torrencial, e Sesshoumaru teve que dirigir de vagar, pois se corresse poderia causar um sério acidente.

- Será que essa chuva vai permanecer ate a noite? – Rin preocupou-se.

- Não se preocupe Rin, a festa é dentro da faculdade, não vai se molhar... – disse a ela rindo, e vendo depois que ela estava vermelha e com uma veia saltada na testa, e ainda com uma almofada tirada sabe se lá de onde.

- Ora como pode dizer que tenho medo de água?

- Ei, ei, eu não disse isso... – os dois riram da situação.

Quando chegaram à faculdade, passavam das oito e meia, e quase ninguém se encontrava no local, mas os que estavam lá, já tinham começado a organizar as coisas para a festa. Logo, os dois se dispersaram, e começaram a ajudar no que era necessário. A chuva estava continua, mas logo enfraqueceu, não passando de chuviscos fortes, em comparação à tempestade que caia pela manha.

- Olha só como aquela destemperada trata o Sesshoumaru, cheia de intimidade... – Sara comentou com Kagura e suas outras duas amigas.

- Será que eles dois estão saindo, só pode, agora eles dois vivem juntos, onde um vai o outro vai atrás, chega dar nos nervos. – Kagura mostrou-se nervosa com aquilo.

- Bem, a um tempinho atrás eu ouvi uma conversa deles dois, lá na biblioteca, e eles estavam marcando de se encontrar, segundo o que eu ouvi, dito por ele, era para acertar um “compromisso”... – Revelou Sara as amigas.

- Compromisso? – perguntou Kagura, continuando após. – Será que ele tem coragem de sair com aquela sem sal... O gosto dele por garotas depois que terminamos ficou tão ruim assim... ai que coisa...

- Kagura, porque não pergunta com quem ele vai no baile hoje a noite? – Perguntou Kanna, a irmã mais velha de Kagura, que tinha acabado de chegar ao local.

- Ficou louca Kanna, e depois dá para desconfiar com quem irá... não duvido nada que seja com aquela infeliz.

- Então não esquenta maninha, - começou Kanna pousando a mão no ombro de Kagura. – ele também é um infeliz como você mesmo esbraveja para todos, os dois se combinam. – completou ela sorrindo ironicamente.

- Cala essa boca Kanna... – Kagura se afastou deixando o grupo de amigas indo em direção a Sesshoumaru, que nem deu atenção, quando viu que ela se aproximava, continuando assim, fazendo o que fazia.

- Ola Sesshoumaru, como tem passado? – Perguntou ela ao chegar perto do rapaz.

- Um pouco ocupado se não percebeu... – respondeu ele sem a olhar, continuando com os afazeres.

- Estou vendo que arrumou uma namorada nova, essa Rin... – comentou ela fazendo ele parar de organizar as coisas que fazia e olhá-la serio.

- Kagura – suspirou cansadamente e passou o braço na testa limpando o suor, fazendo com que sua franja colasse parte no local. – Não estou namorando ninguém, a Rin e apenas minha amiga.

- Amiga... mas vocês estão tão próximos que todos comentam que...

- Kagura, não me interessa os comentários feitos por você ou pelas outras pessoas dessa faculdade, e sim o que eu penso... a Rin é apenas minha amiga, e me deixe terminar de arrumar isto, já esta quase na hora do almoço e temos que terminar antes do anoitecer...

- Seu grosso... – Kagura começou ia fazer um pequeno escândalo, mas Rin chegou nesta hora.

- Sesshoumaru, eu vou ter que dar uma saidinha agora, quer algo para almoçar de especial?

- Olha só, parecem o casal perfeito, dois infelizes...

- Kagura... – começou Sesshoumaru já se alterando.

- Nos somos amigos Kagura, eu...

- Eu não te perguntei nada sua sem sal...

- Chega! Se quer ofender que o faça com outra pessoa, a Rin nunca te fez nada...

- Esta defendendo ela veja só, que lindo. – ironizou Kagura.

- Senhorita Hiiragizawa! – chamou um rapaz a garota, um jovem conhecido professor.

Rin virou-se e viu Touya se aproximar.

- Sensei-sama!

- E então – Perguntou o rapaz sorrindo, ao chegar perto dos três. – Vamos almoçar?

- Vamos sim. Sesshoumaru, nos vemos depois, tenho um compromisso agora... – informou Rin sorrindo ao rapaz.

Ela acompanhou o professor, conversando animadamente, deixando os dois boquiaberto para trás.

- Esta vendo Kagura, não estamos namorando como você afirma... – Sesshoumaru viu a envermelhecer, e vendo o sorriso irônico do rapaz saiu de perto dele enfurecida, indo para onde estava de inicio.

Sesshoumaru olhou em direção onde Rin foi, e sentiu certo desconforto no coração, uma pequena ira com aquele acontecido, sentimento que nem ele entendeu o porque de estar sentindo.

Em um pequeno, mas belo restaurante perto da Toudai, Rin sentia se tímida com os elogios do jovem professor, e mantinha-se de cabeça pouco baixa.

- Senhorita, não fique tímida, eu só estou lhe dizendo a verdade...

- Sensei-sama... obrigada...

- Você pode me chamar de Touya, - disse ele pegando nas mãos dela depois. – não estamos na sala de aula.

Rin corou suavemente ao sentir a cálida pele das mãos do professor... gostou daquele gesto carinhoso, e dele também, perecia tão confiante, estava sempre sorrindo, mas o sorriso de Sesshoumaru era mais cálido, o abraço dele era mais forte e quente...

Rin pegou-se pensando no rapaz, e balançou a cabeça exasperada para os lados tentando parar de pensar no amigo, e concentrar-se na conversa que estava sendo construída pelos dois.

- Rin... eu sei que sou seu professor, e que isso seria contra todas as regras da faculdade, mas... – ele começou, e Rin arregalou os olhos, já sabendo o que viria depois. - ... eu me apaixonei por você, e queria perguntar se gostaria de... – ele suspirou tomando coragem. – ser minha namorada, claro se não tiver nenhum compromisso com aquele rapaz, o Sesshoumaru...

- Sensei-sama... você...

- Ah como poderia ser tão idiota a ponto de pensar que não tinha um namorado... – disse ele um pouco tristonho.

- Eu não tenho um namorado...

- Não! – alegrou-se novamente e voltou a sorrir.

- Não, mas eu não vou poder aceitar seu pedido, eu estou resolvendo um grande problema em minha vida, e se eu começasse um relacionamento agora, eu estaria comprometendo não só a mim, mas também a pessoa que esta comigo. – Rin explicou olhando nos olhos do rapaz, mas ele desviou o olhar, e o sorriso dele foi desfazendo a cada palavra que ela dizia. – Não fique triste Touya...

- Eu não posso deixar de ficar, não ter você, é como não ter o ar... Eu pensei que teria chances, por isso me declarei, você esta sempre sorrindo, e tão linda...

- Touya, eu não disse que não tem chances, todos merecem ter chances na vida de uma pessoa, só que agora eu não posso me envolver com ninguém, não tenho condições para ter um relacionamento consistente.

- Eu vou compreender você por causa de sua sinceridade, mas eu não vou desistir, assim que estiver receptível, eu irei tentar novamente.

Após terminarem de almoçar, Touya pagou a conta, e após levantaram-se. Saíram do restaurante, caminharam ate o estacionamento, onde o carro do professor estava.

Gentilmente ele abriu a porta para ela, e após fechar, foi para seu lado, suspirou e depois ligou o carro.

- Vamos voltar, seu amigo deve estar com fome... – disse sorrindo para ela.

- Obrigada sensei Touya - Rin deu um beijo no rosto dele e o viu arregalar os olhos. – você é muito gentil. - Completou sorrindo docemente.

Ele sorriu e logo partiu. Em minutos estavam na Toudai, e após saltarem do carro caminharam juntos ate onde Sesshoumaru estava.

Sesshoumaru os viu aproximar-se, e ficou atento, eles conversavam sorridentes, e antes de chegar perto do rapaz pararam, e, inesperadamente o professor deu um beijo em Rin. Ele pensou que todos estavam no almoço, mas Sesshoumaru estava ali, e ao ver a cena estreitou os olhos. Rin desvencilhou-se dos braços de Touya e andou alguns passos para trás, estava pálida, assustada e com as mãos nos lábios.

O jovem professor se desculpou, passou as mãos nos cabelos e após tocou o ombro da garota, mas ela afastou-se.

- Desculpe Rin, foi um impulso...

- N-não se preocupe sensei-sama... Com licença...

- Rin direcionou-se para onde Sesshoumaru estava, e o professor ao vê-lo ali ficou totalmente sem graça, e vendo que Rin aproximava-se dele cada vez mais, e resolveu sair dali, indo para a direção da faculdade.

- Eu... Trouxe seu... a-almoço...

- Rin esta tudo bem com você? – disse ele pegando o que Rin o oferecia.

- E-esta s-sim. – respondeu ela vacilante.

- Sente se, esta mais pálida que sua blusa... – Sesshoumaru encaminhou-a gentilmente e ela sentou-se e após ele sentou perto dela.

Rin começou a soluçar e o choro foi inevitável, abraçou os próprios ombros, e sentiu um grande nojo percorrer por todo o seu corpo, encolheu-se, e Sesshoumaru largou o que segurava para abraçá-la, mas quando ele tocou nela, uma reação estranha aconteceu.

- Me larga! – gritou ela levantando abruptamente.

- Rin, calma eu...

- Não chega perto de mim! – Rin fechou os olhos com força, parecia irreconhecível, uma garota tão doce e carinhosa, de repente ficar agressiva.

- Rin... – Sesshoumaru estendeu a mão, tentou acalmá-la, mas o que recebeu foi um violento tapa, mas este não pegou, pois ele segurou o braço dela e puxou-a para junto de seu corpo, segurando-a suavemente. - ... fique calma, eu não vou te machucar...

- NÃO! - Ela lutou para se desvencilhar, mas os braços dele são fortes, e na luta eles quase caíram, mas ele se segurou e nisso Rin aproveitou e deu uma joelhada nos órgãos genitais do rapaz, o fazendo cair os segurando, e, com isso saiu correndo em direção a saída o deixando caído no chão, sentindo dores.

- R-Rin... – começou ele gemente. - ...es... pere! – Continuou, ainda caído, e após ela ter saído, Kagura entrou, confusa com o comportamento da garota, e ao ver Sesshoumaru caído, correu ate ele e ajoelhou-se perto.

- Sesshoumaru! O que aconteceu! – Perguntou preocupada, vendo que ele estava com uma expressão de dor extrema. – Eu vou te ajudar a levantar... – Ela abraçou-o pelos ombros, mas os músculos estavam rígidos, e ele mesmo queria ficar daquela maneira, pois sabia que não suportaria ficar de pés.

- K-Kagura... me deixe... – começou ele tirando as mãos dela do ombro dele com uma mão e ainda se segurando com a outra.

- O que aconteceu com você? Não me diga que a Rin... – Ela levou as mãos na boca vendo ele a olhar com olhos estreito, confirmando o pensamento. – O que fez a ela, tenho certeza que ela não te chutaria a toa?

Finalmente a dor cedeu um pouco e ele, apoiando-se conseguiu se levantar, e Kagura o ajudou.

- Vamos Sesshoumaru, diga que tentou a agarrar a força como fez com a Sara, e ai levou um chute...

- Eu... nunca agarrei nenhuma garota... não é necessário... que eu as force...

- Ora seu convencido! – Kagura se irritou, e Sesshoumaru deu as costas a ela, indo em direção a saída.

- Não sou convencido, sou realista... – disse, continuando a caminhar, deixando uma Kagura com varias veias saltadas na cabeça.

Rin, depois de ter saído de onde Sesshoumaru estava, correu indo em direção ao estacionamento para sair com sua moto, esquecendo que tinha vindo de carro, desesperada e confusa virou-se e começou a andar para fora dali, e neste momento a chuva novamente começou a cair e forte.

Começou a correr sem direção pelas ruas, e quando viu estava numa grande praça, onde sentou-se perto de uma arvore em um banco, encolheu-se abraçando as pernas e de cabeça baixa começou a chorar.

A chuva permaneceu,e a garota ficou totalmente encharcada, mas seu ser apesar de estar sendo lavado pela água da chuva ainda estava sujo, sujo das mãos de sua desonra, de sua pureza que foi roubada de forma brutal.

Sesshoumaru caminhou ate o estacionamento, e molhou-se um pouco por não andar apressadamente, ainda sentia-se dolorido com a joelhada que levou. Mas finalmente entrou em seu carro e saiu, ia para o apartamento, pois ela poderia estar lá, e apesar dela tê-lo “chutado” , ele estava preocupado. Sabia que ela reagiu daquela forma por causa do acontecido com o Kouga, e não a culpava pelo fardo que teria que carregar pelo resto da vida.

Dirigiu de vagar, pois a chuva se intensificou, e nisso passou pela praça onde Rin estava, a vendo encolhida perto da arvore. Reconheceu pela roupa que usava. Ele parou o carro e saltou, e percebeu que ela chorava, pelos soluços.

Aproximou-se de vagar, e cautelosamente tocou o ombro dela.

- Rin... esta chovendo muito, vamos eu te levo pra casa...

Ela levantou o rosto, estava corado, e seus lábios roxos de frio. Ele tirou o casaco que vestia e pois sobre os ombros dela e em seguida deu um fraco sorriso.

- Me perdoe Sesshoumaru... – Rin levantou-se envergonhada e amparada pelos ombros por ele caminhou ate o carro, e depois de adentrá-lo olhou-o e depois o colo dele, corando em seguida pela vergonha de ter machucado ele.

- Eu fui uma idiota...

- Shhh... – ele tocou o indicador no lábio dela, que se retraiu, após tirou e olhando para ela continuou. – Você não teve culpa daquilo ter acontecido Rin...

Ela ficou em silencio ate chegar em casa, Sesshoumaru a fitava de vez em quando pelo canto dos olhos e ela sempre se mantinha cabisbaixa.

Depois de adentrar o estacionamento, saltaram do carro e afastados caminharam ate o elevador, ainda em silencio.

Ela muito tremula tentou inutilmente abrir a porta, mas não acertava a fechadura. Sesshoumaru, então, segurou na mão dela e a ajudou abrir a porta. Que mão quente...

Sentiu um conforto percorrer por todo o corpo só com o toque da mão dele, mas ainda sim continuou de cabeça baixa.

- Vá se trocar ou pode se resfriar, eu também vou. – Informou já indo em direção a seu quarto.

- Espere! – pediu ela, e ele virou a fitando nos olhos. – Me desculpe por... ter te machucado... – Ele continuou serio e olhando para ela.

Logo se aproximou, mas não a tocou, e sim fixou o olhar nos olhos dela.

- Porque ele fica me olhando tão profundamente nos olhos, parece que busca algo, ou alguém...” – Pensou Rin desviando daqueles olhos dourados.

- Porque ela foge dos meus olhos?” – Pensou ele fechando os olhos e suspirando.

- Não vou dizer que não foi nada, porque ainda esta doendo um pouco, mas eu te desculpo sim, eu fui o culpado Rin...

- Culpado? Como pode ser o culpado, eu fiz uma coisa horrível com você, e você é sempre tão amigo – ela começou a soluçar de novo e as lagrimas logo afloraram. – eu não mereço ter amigos...

- Rin... – Ele fez menção em abraçá-la, mas hesitou. – Você sofreu um trauma muito grande, eu tenho que entender isso você não teve culpa... – disse se aproximando mais.

Rin se afastou um pouco e ele, um pouco frustrado revelou-se compreensivo, e continuou parado, mas de repente ela correu o abraçando, e começou a chorar. Por sua vez, ele a abraçou, e deu um carinhoso beijo no topo da cabeça dela, a confortando.

- Fique calma Rin, eu vou te ajudar a superar esse trauma, sendo seu amigo, eu prometo...

- Sesshoumaru... eu queria morrer, só assim tudo acabaria, eu não ia mais sofrer e lembrar de cada momento, de cada toque daquele sujo, eu tenho nojo do meu corpo, eu tenho nojo de ser tocada por outro homem...

- Desabafe, ponha seu ódio para fora... – Ele acariciava os cabelos molhados dela com uma mão e a abraçava forte com o outro braço enquanto ela chorava e tremia desesperadamente.

- Não, eu não quero lembrar... – ela ficou fraca e os joelhos dobraram, ela levou as mãos na cabeça desesperada, e ele estava junto, e sem perceber as lagrimas afloraram em seus lindos olhos dourados. - ...eu não quero, me ajude a esquecer Sesshy, me ajude!

Ele a abraçou forte, muito forte e sem que seus olhos o obedecessem, soltaram grossas lagrimas, e ao perceber estava chorando junto ao desespero da moça em seus braços, pois cada lembrança ruim dele vinha associada às palavras dela. Os dois estavam ali, no chão da sala, abraçados, molhados da chuva, mas aquecidos pelo calor um do outro. Rin a cada lagrima saída de seus olhos sentia-se mais conformada.

Passaram-se quase duas horas desde então, e finalmente ela parou de chorar e levantou o rosto, e viu o rosto do amigo molhado de lagrimas, mas seus olhos fechados, parecia dormir, pois estava recostado no sofá, e respirava suavemente. Rin pois se de joelhos frente a ele, e olhou-o no rosto, tão plácido, tão bonito... corou perante o pensamento dele a beijar, e não encorajou-se a fazer o mesmo, mas sentiu verdadeira vontade de o fazer. Os lábios úmidos e suavemente entreabertos dele pareciam pedir um beijo, sentiu o coração acelerar, e levou as mãos no rosto, sentando-se sobre os calcanhares.

Ele abriu os olhos e olhou para ela.

- Rin, esta mais calma? – perguntou tirado as mãos dela do rosto suavemente.

- Sim... – respondeu sem o olhar.

- São quase quatro da tarde, devemos começar a preparar... – ele não terminou, pois Rin tocou o no rosto, secando suavemente as lagrimas escorridas.

- Seu rosto, esta... molhado... – dessa vez Rin o olhava penetrantemente, e aquilo estava o deixando estranhamente confortado, sentindo vontade de a beijar... o coração acelerou estranhamente, um sentimento totalmente desconhecido, seria paixão?

Ela aproximou o rosto do dele, e também sentiu o coração pulsar forte. Ele estava surpreso sem palavras, ia acontecer um beijo? Sim aconteceu, mas um carinhoso beijo no rosto. Que lábios cálidos... Sesshoumaru fechou os olhos e aproveitou cada segundo.

- Obrigada, você é um amigo excelente...

- Rin... – Ele estava corado, mas ainda sim continuou a olhá-la.

- Nos temos que aprontar as coisas, temos que arrumar nossas roupas – disse levantando-se e estendeu a mão para ele se levantar, ele a pegou e levantou-se, vendo depois que ela dirigiu-se para o quarto, e após entrar fechou a porta e encostou-se nela.

Ele olhou a porta fechada, e logo seguiu para seu quarto. No banho só tinha um pensamento, Rin, ela estava se tornando um vício incontrolável.

Sesshoumaru permaneceu no banho durante uma hora, pareceu dormir debaixo da ducha quente.

- Sesshoumaru... – Rin bateu suavemente na porta, estava preocupada. - ...você esta bem?

Finalmente despertou de seus inúmeros pensamentos, não demonstrava, mas estava nervoso com a formatura, nervoso com o que Kouga fez com Rin, nervoso pela confusão de seus sentimentos.

- Já estou indo... – Ele fechou finalmente a ducha e saiu do banheiro com seu roupão, e uma veia saltou ao perceber que não tinha arrumado sua roupa ainda.

Rin bateu na porta novamente, e, Sesshoumaru um tanto frustrado com seu esquecimento, caminhou descalço ate a porta e a abriu.

- Rin eu... – calou-se diante da imagem que viu. Rin estava... linda...

- Você não vai assim né? – Rin corou ao ver o roupão um pouco aberto deixando aparente o peito alvo do rapaz ainda com gotinhas de água escorrendo, pode sentir também o perfume do sabonete que usou no banho.

-Não, eu tive um contratempo, vou me atrasar, minha roupa eu esqueci de preparar... – Ele viu Rin dar um sorriso, e logo estendeu as roupas para ele.

- Eu preparei para você... me desculpe por invadir seu quarto, mas eu quis retribuir a gentileza de hoje a tarde...

Sesshoumaru largou a porta que segurava e pegou as roupas nas mãos dela. Estavam impecáveis, sem nenhum vinco.

- É melhor se aprontar logo ou vamos nos atrasar. – Rin olhou-o parado, e virou-se indo em direção à sala.

Ele fechou a porta e minutos depois também apareceu na sala, ajeitando o que parecia um estranho nó na gravata.

Rin ao ver aquilo, deu uma risada.

- Ei isso esta parecendo uma cama de gatos, deixe-me ajudá-lo... – disse Rin sorrindo e o ajudando.

- Eu detesto estes nós, nunca saem perfeitos, só meu pai consegue, e pelo que estou vendo, você também... – completou ele vendo depois o resultado. – obrigado... vamos?

- Espere... – Rin o olhou mais uma vez, e tirou uma fita preta de um dedo e meio de espessura de seus cabelos. Sesshoumaru não entendeu, ate ela caminhar ate suas costas. - ... Acho que seus cabelos estão muito soltos, isso vai realçar a cor dele.

Ela prendeu os cabelos dele num elegante rabo baixo, com um resistente laço, e após puxou duas mechas e as ajeitou.

- O que fez? Eu estou de laço... todos vão rir de mim... – Sesshoumaru estava com o olhar estreito, e um pouco corado.

- Vamos, ninguém vai rir de você, esta muito elegante...

Continua...



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