O Presente Perfeito

[...]

Com a proximidade do dia dos namorados eu já estava ficando quase louca! Escolher presentes, mesmo para o meu namorado, não era uma coisa muito fácil. Arrastando Alice até Port Angeles, estávamos em busca de um presente perfeito. Edward e Alice eram irmãos, eu tinha certeza, mas não podia me meter naquele assunto familiar. Os pais dele, se algum dia entrasse em um consenso, poderia apresentá-los. Enquanto isso eu teria a minha melhor amiga e o meu namorado um pouquinho amigos. Alice implicava com Edward por ele passar a maior parte do tempo comigo, e assim eu não lhe dava a atenção que ela gostaria.

— Já estou cansada, Bella! — Alice exclamou.

— Vamos entrar naquela última loja — aponto.

— Sempre é a última loja e você nunca compra o presente.

— Estou em dúvida.

— Pois não tenha dúvida. Escolha uma camisa de listras brancas e azuis e está perfeito!

— Seu gosto para moda já esteve melhor — acuso.

— Última loja. — Ela sibila e entramos no estabelecimento.

(...)

Chego em casa com a caixa com o presente de Edward em uma sacola de papel e corro até o meu quarto. Procuro dentro do meu guarda-roupa uma caixinha amarela forrada com um papel de presente de desenhos de ursinhos e espalho as coisas que tem dentro em cima da cama enquanto busco um papel de carta.

As folhas tem a borda com desenhos, e parece bem menininha. Mas é romântico.

Procuro dentro da minha mochila da escola uma caneta colorida e escrevo uma carta ao meu namorado. Estou praticamente com coraçõezinhos saltando do meu peito enquanto as palavras apaixonadas fluem naturalmente. Dobro o papel e coloco a carta dentro da caixa com o presente dele.

Preciso ligar para Edward; no dia anterior marcamos de nos encontrar na pracinha assim que eu chegasse da “tarde de garotas”.

Busco o meu celular, e escrevo uma rápida mensagem para o meu príncipe.

Estou com saudade :( ~B

Edward demora pouquíssimo tempo para me responder.

O relógio parece que parou. Os minutos nunca passavam e eu estou morrendo de vontade de vê-la.  ~E

Estou saindo de casa agora. Me encontre naquele lugar. Beijinhos. ~ B

O dia dos namorados é apenas amanhã e eu não sei se devo levar o meu presente. No fim, decidido que não. Saio apressada e busco a minha bicicleta para ir encontrar o meu príncipe. Ele já está à minha espera e eu largo a bicicleta no meio-fio e corro para os seus braços. Ele me segura apertado.

— Oi, linda — ele me diz, e eu derreto.

— Como foi o seu dia? — pergunto.

— Teria sido melhor se eu não fosse abandonado durante toda a manhã, tarde e um pouco da noite. São quase seis horas.

— E como eu posso me desculpar? — sorrio para ele, observando a sua feição.

Não consigo parar de admirar o meu namorado. E pensar que ele me ama... Bem, eu acho que estou realmente dentro de conto de fadas. De qualquer forma, não quero nunca acordar. Não me importo de na minha história de amor eu interpretar a Bela Adormecida.

— Apenas três coisas. — Ele diz, mordendo o meu nariz.

— E quais são elas?

— A primeira... — ele se inclina e roça seu lábio no meu. — é um beijo.

Não espero que ele diga as outras duas coisas; inclino-me para cima e junto meus lábios aos dele. E ele está me beijando tão apaixonadamente que eu não sei mais o meu nome. Seria clichê demais suspender o pé enquanto ele me beija? Como acontece em O Diário da Princesa.

Não me importo com o piegas, eu estou no meu conto de fadas e posso ser como princesa Mia. Levanto um pé, e parece que estou sonhando. Ele para de me beijar e junta a sua testa na minha.

— Não quero dividir você com a sua amiga.

— O engraçado é que ela diz o mesmo.

— Por causa dela não a vi o dia inteiro.

— Não seja reclamão, Edward! Posso dividir o meu tempo com a minha melhor amiga e o meu namorado.

— Mas eu quero você só para mim.

Suspiro.

— Você e Alice têm que se dar bem.

— Só quando ela parar de roubar você de mim.

— Vou fingir que não ouvi isso — me afasto e cruzo os braços.

Ele me puxa de volta para os seus braços e está me abraçando.

— Desculpe.

— Está desculpado. Mas deixe de ser ciumento. Sou cinquenta e cinco por cento sua.

— Apenas cinquenta e cinco por cento?

— Cinquenta e cinco.

— E os outros quarenta e cinco seriam de Alice?

— Talvez.

— Não pode ser noventa e nove por cento minha? Você sabe que não gosto de compartilhar.

— Estou me sentindo um objeto em liquidação.

— Não seja absurda, Bella.

Ele me beija na testa e segura a minha mão. Estamos caminhando abraçadinhos pela pracinha deserta. Sentamos-nos em um banco de madeira e ele passa os braços por sobre o meu ombro. Encosto a minha cabeça em seu peito e seguro a sua jaqueta.

— Vai sair amanhã com Alice?

— Não. Amanhã sou exclusivamente sua.

— É uma coisa que me agrada. Muito.

Ficamos ali agarradinhos por alguns minutos, mas a noite está muito fria e eu me esqueci de levar um agasalho mais grosso. Edward me aquece com o calor de seu corpo e eu acho perfeito estarmos assim, tão juntos, quase como siameses.

— Vem, — Edward segura a minha mão. — Vou pagar um lanche para você.

Seguimos até a lanchonete da Sra. Weber. Há alguns adolescentes da escola por lá e todos eles param para nos olhar, de mãos dadas e abraçados. Finjo que não estou ouvindo os murmurinhos e nos sentamos o mais afastados possível daquele pessoal. Pedimos dois sanduíches, batata frita e Coca-Cola. Esperamos o nosso pedido ser entregue em meio a beijos, palavras apaixonadas e mais declarações de amor.

A Sra. Weber traz o nosso lanche e comemos. Divirto-me ao dar batata frita na boca do meu namorado, ou a sujar o seu nariz com ketchup. Lógico que ele não deixa barato sujando boa parte da minha bochecha com maionese, apenas para no segundo seguinte limpar a sujeira com a boca.

Edward me deixa na porta de casa exatamente às sete e quinze. Despedimos-nos com um beijo e com a promessa de nos encontramos no dia seguinte, no dia dos namorados.

Já estou mais que ansiosa.