Promessas Inquebráveis - HIATUS escrita por Firefly Anne


Capítulo 2
Promessas Cumpridas


Notas iniciais do capítulo

Olá! Esse é o primeiro outtake de um total de três, eles serão postados de acordo com a resposta de vocês a cada outtake. Quanto mais incentivo, mais extras para vocês! Primeiramente eu gostaria de agradecer a vocês por terem lido, comentado, me incentivado, eu realmente fiquei explodindo fogos de artifício em meio a tanta positividade. Essa o/s surgiu-me do nada, eu apenas estava dando uma pausa na faxina em casa, quando inocentemente abri o word e bem, as palavras começaram a fluir e vocês tiveram aquele primeiro "contato" com esses dois lindos! Fiquem à vontade para sugerir momentos em que desejam vê-los, mas, por favor, usemos o bom senso e nada de "trepando feito loucos", eles são pré-adolescentes ainda! Haha
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Boa leitura! :)



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Outtake I: Promessas Cumpridas

[...]

Hoje completa uma semana desde que eu vi Edward pela derradeira vez. Eu me sentia triste cada vez que eu me lembrava do seu sorriso ou então dos seus olhos incrivelmente brilhantes. O fulgor refletido pelos orbes verdes era tal como os raios do Sol, daquele ensolarado sábado em Port Angeles.

Tentei na segunda-feira convencer Renée a irmos novamente àquele parque, mas ela argumentou que não tinha nada para fazer naquela cidade, ao menos nos próximos dois meses, portanto não havia razão lógica para o deslocamento.

No dia seguinte, eu arrisquei o argumento que gostaria de ir ao cinema ou shopping, aceitei até a perder o meu medo por compras, mas nem mesmo assim minha mãe cedeu.

Esse era o ponto negativo de se ter apenas treze anos; nós somos completamente dependentes de um adulto, e como não temos autorização para dirigir legalmente... Bem, nós temos apenas que aceitar a todas as decisões dos nossos superiores — no meu caso, dos meus pais.

Não encontrei Alice na quarta-feira, e também eu sentia que, se eu a encontrasse, imediatamente me lembraria de Edward e nas possibilidades de eles serem irmãos. Afinal, quantas Alice's existem em Forks? Do meu conhecimento — bem elusivo — existia apenas Alice, mas ainda havia a possibilidade de não ser ela, e então, eu ficaria ainda mais decepcionada, porque a adolescente sonhadora que morava dentro de mim não queria aceitar que Edward e eu jamais nos reencontraríamos.

Se ao menos eu soubesse o seu sobrenome... Mas o nosso primeiro encontro jamais permitiu que essa informação fosse dita. Seria tudo mais simples, e eu poderia averiguar se ele era um Cullen, como Alice. Afinal, quais são as probabilidades de haverem três pessoas com nomes e sobrenomes iguais? E em Forks? Forks não era uma cidade muito ampla — se é que poderíamos nomeá-la de cidade, não quando precisávamos nos deslocar para Port Angeles — e em raros casos até Seattle — para fazer algumas aquisições. Contudo, uma pequena parte de mim, aquela que eu estava alimentando diariamente, dizia-me que Edward seria novamente colocado em meu destino, mais uma vez.

Assim são os contos de fadas, afinal.

Não, talvez eu estivesse assistindo em demasia a esses filmes da Disney onde todos tinham o seu “feliz para sempre".

— O café da manhã já está pronto, Isabella — meus pensamentos evaporam como uma nuvem espessa e passageira, tão logo eu ouço a voz suave — como uma gaivota — de Renée. Eu ainda estava me acostumando a chamá-la como mãe. — Já estou descendo — respondo. Levanto-me lentamente da cama, calçando minhas pantufas do Pooh em meus pés, enquanto me dirijo até o banheiro para a higiene matinal, antes do café da manhã.

Quando chego até a cozinha, me surpreendo com a rara harmonia que há entre Charlie e Renée, apesar de não demonstrar seu desgosto, eu sabia que o meu pai ainda se ressentia com a fuga de Renée, e o seu consequente regresso alguns anos depois.

Aproximo-me de Charlie, depositando um beijo em sua bochecha e sem seguida digo:

— Bom dia, papai — Charlie está com algo em sua boca, por isso ele se limita a lançar-me apenas um balançar de cabeça.

Olho para Renée, mas nenhuma de nós diz algo.

[...]

— Batom vermelho fica lindo em você, Bella! — Alice exclama revoltada, com a minha recusa em aceitar ter meus lábios pintados de carmim. — Te deixa adulta!

— Não gosto de vermelho! Faz-me parecer mais velha, e eu gosto da idade que aparento! — dou de ombros, resoluta a não ceder aos caprichos de Alice.

Cor de lábios saiu a muito tempo da moda! — ela argumenta sabiamente.

Perco a fala com alguns segundos. Mordo meu lábio superior, tentando achar uma brecha para poder fugir.

— Eu queria perguntar algo — soei insegura demais em meu timbre. Peço internamente para que Alice não perceba a minha hesitação. Isso é algo que eu quero — muito — lhe perguntar.

— Não tente mudar de assunto! — ela diz alto demais. Contorço-me em meu assento, assustada com o tom agudo de seu timbre. Alice — quando quer — tem uma voz estupidamente irritante.

— Eu realmente preciso saber de uma coisa — quase imploro, mas não me arrependo.

— A próxima cor que eu pintarei as suas unhas será roxo! Roxo é a minha cor predileta e o meu aniversário será daqui a três semanas! — Alice diz animada.

Eu paro por uns instantes. Poucos, na verdade. Não que eu estivesse contando cada segundo, é óbvio.

A lembrança que o aniversário de Alice será daqui a três semanas me atinge como um Vulcão em erupção.

Eu havia olvidado.

O aniversário da minha melhor amiga.

Eu havia totalmente esquecido.

— Roxa é uma cor... Bonita. Combina com você — aponto para a boina nessa tonalidade que está em sua cabeça. — Alice, — eu começo insegura. Ela está me olhando com seus olhos azuis, em expectativa. Ao analisar com minúcia a cor de seus orbes, eu retrocedo. Lembro-me exatamente dos esmeraldinos olhos de Edward, e sem seguida eu fixo meus próprios olhos no azul celeste de Alice. Diferentes.

Percebo que Alice está inquieta com a minha demora. A pequena Cullen não é muito paciente, e eu logo sei que falta muito pouco para ela ter um "ataque". Eu suspiro, desistindo de lhe perguntar, se ela tinha um irmão chamado Edward.

Talvez a minha mente romanesca e tão desesperada em ter notícias de Edward havia perdido o bom-senso que, não havia nenhuma chance biológica — lógica e racional — de Edward e Alice serem irmãos.

Seria coincidência demais.

Perfeito demais.

Fantasioso demais.

— Não era nada — deixo meus ombros caírem, e encaro meus próprios pés.

— Bella! — Alice grita, presa em sua própria frustração.

— Era besteira — afirmo, tentando não soar insegura, mas tropeço em minha própria contradição, pois meu olhar infeliz acusa que havia algo por trás do meu hesitar.

— Bella! — ela tenta me convencer, usando sua feição mais persuasiva.

Eu tento resistir.

— Eu aceito o batom vermelho — digo, mudando de assunto. Fissurada como é com maquiagem, Alice imediatamente esquece que eu pretendia lhe perguntar algo.

Alice vira a cadeira em que estou sentada, deixando-me frente a frente com ela, que se abaixa até ficar na minha altura. Alice remove a tampa do batom, e quando eu o vejo naquela magnificência vermelha, eu tremo. Alice toma o meu queixo em suas mãos, migrando tão logo o cosmético em direção aos meus lábios. Quando ela termina a sua pintura, ela vira novamente o meu assento, deixando-me encarar a minha imagem naquele cristal.

Não estava tão ruim.

Eu aparentava ter dezesseis anos, contudo.

[...]

Logo depois das minhas férias de verão, eu deveria retornar para a Escola Elementar de Forks, mas eu não me sentia animada para isso, porém. Eu detestava o primeiro dia de retorno, pois era sempre o mesmo alvoroço de sempre. As meninas bonitas desfilariam por todo o salão do colégio, mostrando a todos e vexando aos menos bem-aventurados — de belezas superficiais — o quanto elas eram lindas e desejadas. Os "valentões", tentariam erguer o seu ego caído achincalhando pessoas fracas e inocentes — como eu —, apenas para se sentirem bem ao deitar as cabeças nos travesseiros mofados, ao amanhecer.

Aquele dia, contudo, estava sendo o oposto de tudo o que eu tão antecipadamente conjurei. Eu até me sentia alegre, apesar de se ter passado dois meses, desde o meu encontro com Edward. Talvez porque eu já houvesse superado aquele meu encontro com ele, ou talvez porque há duas semanas eu estive naquele mesmo parque — onde nos encontramos pela primeira vez — tentando revê-lo, mas ele não estava. Descobri por intermédio de um garoto que jogava em seu time que Edward estava passando o final de suas férias na casa de uma tia, em Seattle.

Talvez nossos destinos fosse que jamais nos reencontrássemos e, apesar de eu estar com uma nostalgia quase alucinatória daquele garoto que rondava os meus sonhos — eu cheguei à triste conclusão, quiçá Edward não fosse o meu príncipe, e eu não estava vivendo em um conto de Fadas. Eu não era Gisele, tampouco aquele garoto que me derrubou acidentalmente no parque — o meu Edward — não era o Edward, da película cinematográfica Enchanted.

// POV Edward \\

— Seis, sete, oito, nove, dez... Vinte e dois... Trinta... Quarenta... Quarenta e cinco... Sessenta e sete dias! — marquei no calendário os números exatos da quantidade de dias que eu não via Isabella. Ou Bella, como ela gostaria de ser chamada.

A cada dia o calendário marcava uma nova data, e desde a minha primeira contagem, bem, já haviam se passado dois meses desde nosso último encontro. Eu costumava sempre pensar naqueles olhos marrons daquela garota que acidentalmente esbarrou em meu caminho.

Um infortúnio que ela morava em Forks e, apesar do meu pai morar lá, com a minha irmã, eu era reprimido por Esme de ir vê-lo. Mamãe ainda sente ressentimento por algo que meu pai fez, que a deixa triste, ela nunca me conta sobre isso, e nem eu a questiono. Sei apenas que é um assunto delicado, por isso eu apenas respeito.

— Eu quero ir à Forks — eu disse, certa vez, logo no café da manhã.

Esme pausou o jornal em que lia em cima da mesa, e me olhou com aqueles olhos verde musgo, perfurando-me totalmente com sua intensidade dolosa.

— Você não pode — isso é tudo o que Esme me responde.

Irado com a recusa de Esme em autorizar a minha saída até Forks, eu abandono o meu assento na sala de jantar e corro até o jardim.

Aquela não era a primeira vez que eu tentava convencer Esme a deixar-me ir até Forks. Aleguei que o meu interesse repentino em conhecer a cidade nada tinham a ver como o homem que, apesar de eu não conhecê-lo, era o meu pai.

Sentei-me na grama molhada, ignorando a umidade que perfurava o meu jeans.

Olho para uma árvore que está a minha frente, lembrando-me do tempo em que eu era jovem demais e me escondia por entre os galhos. Com a típica aventura infantil eu conquistei apenas ferimentos em meus joelhos, cotovelos e pernas devido à travessura.

Eu não me arrependia, porém.

— Edward — ouço a voz suave de Esme. Eu sabia que ela viria ao meu encontro. — Anjo, me entenda, por favor — ela diz, tocando o meu ombro.

Eu nada respondo.

— Você pode ir até Forks — ela diz, e eu imediatamente enrijeço. — Se esse ainda for o seu desejo — completa tão logo percebe o meu estado rijo.

— Isso é tudo o que eu mais quero — respondo, logo um sorriso brilha em minha face. Eu iria até Forks no dia seguinte. Não, eu iria até Forks naquele exato momento, eu não permitiria que nem mais um dia se firmasse naquele calendário idiota à minha distância para com Isabella.

Eu precisava vê-la mais uma vez.

Precisava ouvir mais uma vez o som de sua voz.

Presenciar o tom rubro de suas bochechas.

— Você quer que eu vá levá-lo? — Esme pergunta, e eu confirmo. Eu queria ir sozinho, mas eu não conhecia o caminho, e perder-me na estrada não era o meu desejo futuro. — Você só tem que me prometer algo.

Balanço a minha cabeça afirmativamente, eu seria capaz de lhe prometer qualquer coisa se isso a fizesse dar-me o aval para ir até a cidade vizinha.

— Você não deve, de forma alguma, procurar o seu pai — ela exige. Eu rapidamente aceito. Não havia motivos para que eu fosse procurar uma pessoa cujo meu último contato foi há mais de uma década.

[...]

Eu estava em Forks.

Eu estava em Forks fazia exatamente duas horas, mas ainda não havia encontrado Isabella.

Era um domingo e, provavelmente, ela estaria curtindo o dia ao lado dos seus familiares. Era o meu desejo ir até a sua casa, mas em meio a tantas residências tão semelhantes, eu realmente não sabia como começar às buscas. Tentei pelo método mais prático. Eu andava — sentido o peso da mochila batucarem minhas costelas —, enquanto eu me dirigia até a única estalagem que havia naquela cidade tão... Verde.

Essa havia sido uma das orientações dada por Esme: que eu procurasse uma pousada para eu ficar, enquanto permanecesse na cidade.

Depois de tomar um banho e vestir novas roupas, eu desci até a sala principal, encontrando a senhora Stanley, como a gentil senhora havia se apresentado para mim. Na verdade, a senhora ficou exultante ao saber que teria o seu primeiro freguês em tantos meses de escassez.

— Boa tarde — cumprimento. A senhora para o bordado em sua tolha para fitar-me.

— Sente-se, garoto — ela me aponta uma poltrona, idêntica a que ela estava sentada, fazendo o artesanato.

— Já estou de saída — informo, colocando as mãos dentro dos bolsos da calça.

— Está com fome? — pergunta e eu avanço um passo.

— Na verdade eu gostaria de uma informação.

— Siga em frente — diz, retornando ao seu bordado.

— A senhora conhece... Isabella? — pergunto finalmente.

— Isabella? — repete.

— Sim. Bella.

— Ah, sim. A menina Bella. A filha de Charlie e Renée?

Não confirmo ou tampouco nego.

Eu apenas não sei o seu sobrenome.

— Sim? — minha afirmação soou como uma pergunta, devido à minha hesitação.

— Oh, sim. Bella mora aqui perto.

A gentil senhora deu-me as coordenadas do lugar, e não querendo perder tempo, eu segui as instruções, parando em uma casa, praticamente igual a que a senhora Stanley viva.

Bati na porta.

Uma. Duas vezes.

Ninguém atende.

Estou suando em bicas, porque passa pela minha mente várias possibilidades.

Isabella mudou de endereço.

Isabella está fora da cidade.

Isabella se esqueceu daquela tarde em que nos conhecemos.

Quando desço o primeiro degrau da escada, a porta se abre.

Eu prendo a respiração.

Eu olho para ela.

Ela retribui o meu olhar.

Sua boca se abre em choque, pasmo, eu não sei bem denominar suas emoções — que são reflexos às minhas.

— Bella?

— Edward?

Indagamos ao mesmo tempo.

Nós dois rimos com a nossa sincronia.

Ela continua tão bela, como há dois meses.

Talvez seus cabelos estejam um pouco maiores, e seus lábios pintados de rosa.

Ela estava completamente natural aquele dia.

— O que faz aqui? — ela pergunta, fechando a porta atrás de si.

Sigo Isabella até a calçada e sentamo-nos lado a lado.

— Eu prometi que viria vê-la.

— Imaginei que houvesse se esquecido — ela diz com um olhar triste.

Ouso tocar em suas mãos. Estão frias, mesmo assim quentes para mim.

— Eu nunca esqueci aquele dia, Bella. Pode ser bobeira, você até pode me achar um boboca, eu realmente não me importo, mas aquele dia, nunca saiu da minha memória. Nem por um segundo.

Um sorriso se forma em seus lábios.

Ela olha para mim e nossos olhos estão grudados um no outro.

Verde e Marrom.

Uma combinação perfeita.

O verde representaria a umidade de Forks, em nosso segundo encontro.

O marrom seria o símbolo do Sol, naquele nosso primeiro contato.

— Eu também não consegui esquecer. Nunca — ela confidencia, com a sua característica timidez.

— Amigos? — estico minha palma em sua direção.

— Amigos — ela confirma quando nossos dedos se encontram.

Aproximo-me de Isabella e deposito um singelo beijo em sua bochecha. Naquele mesmo ponto em que meus lábios a tocaram, ela corou.

E aquele contraste não tinha como ser ainda mais belo.



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Notas finais do capítulo

Aquela troca básica ainda continua! Vocês se lembram? Eu escrevo, vocês comentam, eu posto mais!