Colecionadores De Segredos. escrita por Lioness


Capítulo 22
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Hello!
Então, saiu consideravelmente mais rápido hein?! Acontece que era pra ter saído mais rápido ainda, só que foi um pouco complicado de escrever já que as ideias eram muitas. Fui escrevendo o que estava na minha mente e depois ajeitei o capítulo. Por isso o próximo capítulo vai sair mais rápido ainda, se tudo der certo. Tenho grandes fragmentos prontos.

Bom, observação: o que há entre aspas no início é uma recordação do capítulo passado ok?

Enjooy (:



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“O cara de cabelos pretos não teve tempo sequer para piscar quando um soco extremamente mais forte o acertou novamente, o jogando no chão e tirando sua consciência.

Todos os olhares voltaram-se surpresos e perplexos para o homem loiro, parado rente ao cara caído no chão, ainda com a mão cerrada. Todos pararam o que faziam. Hn, muitos ali se davam por sortudos por não estar na mira do olhar voraz e assassino dele.
E aqueles que estavam na mira... Chegava a ser engraçado como tremiam e engoliam em seco.

Ainda sentado no bar, Sasuke terminou de beber calmamente e sorriu de canto, se levantando. Aquela noite seria divertida. Daria para estralar os ossos das costas.”

–------------- xx --------------

Capítulo 21

Tremiam. Completamente, da cabeça aos pés. Uma presença assustadora caía sobre o ar. Todos vidrados no que aconteceria a seguir. Ele ainda estava lá, com o punho fortemente cerrado. Certa luz furiosa rasgava seus olhos azuis como se fossem carros passando rapidamente por postes de iluminação.

Sasuke mantinha-se alguns passos atrás, esperando por alguma ação. Sorria de canto debochadamente, olhando-os como um coiote cretino que se diverte assistindo as galinhas tremerem suas penas de medo antes de atacar.

–-Então... – começou despretensioso, falando pelo canto dos lábios – Vão ficar parados mesmo? Se for o caso, eu posso começar? Hein, Naruto?!

O loiro não moveu um músculo.

Interrogações começavam a se formar nos rostos dos canalhas. Entreolharam-se, confusos. Depois olharam para o corpo de Sakura ainda despencado nos braços de um deles, se movendo sem consciência (ela balbuciava algumas palavras, mas pouco compreensíveis e sem importância). Então uma expressão de descoberta caiu-lhes perfeitamente, como se dissessem “Oh! Claro!”. Entreolharam-se novamente e espiaram de esguelha o amigo desmaiado no chão. “Com um só soco!” exclamaram assustados. Recuaram alguns passos simultaneamente e hesitaram. Mas, previsivelmente, sempre haveria o idiota sem razão que defenderia a honra do comparsa.

Um homem, um pouco escondido no grupo, apresentou-se três passos à frente e cerrou o punho. Não era muito alto, mas seus músculos volumosos sob a camisa de flanela o faziam parecer uma jamanta. Em seu corpo tudo era invejosamente bem definido.

Conseguiu controlar a tremedeira e engrossou a voz, incentivando todos os cinco companheiros a firmar a postura.

–-N-Não sei quem você é cara – fixava o olhar nos olhos de Naruto – mas se é burro e idiota o suficiente pra mexer com a gente, vai ter que voltar todo quebrado pra casa, muleque! – riu sarcasticamente, olhando pra trás como se mandasse os outros o obedecerem. Deu resultado. – Claro, se acabar essa noite vivo!

O homem gargalhou como se fosse a última piada do mundo. Subitamente fora tomado por uma coragem tola. Seus dentes eram surpreendentemente brancos e bem tratados. Não era como o estereótipo, mas continuava sendo um ignorante imbecil.

Sasuke inclinou a cabeça para trás e apoiou os cotovelos no balcão.

Naruto se irritava cada vez mais. Seus nervos pulavam euforicamente de sua pele e estava cada vez mais complicado. Fechou os olhos e aspirou profundamente para depois soltar o ar pelos dentes. Cerrou o punho com ainda mais força e voltou a encara-lo.

–-Só quero que deixe a garota numa cadeira e que se mandem daqui. – avisou pausadamente entre dentes. O corpo inteiro tenso.

O homem gargalhou alto e claro, com seu cinismo pretensioso. As sósias medrosas o acompanharam mais sutilmente. Ele escondeu o rosto entre os dedos apoiados na têmpora e meneou a cabeça. Ainda sorrindo.

Naruto estava querendo quebrar aqueles dentes, entretanto, estava em um lugar público. Tinha que se segurar. Afinal, autocontrole nunca fora seu forte e, como estava em algo não profissional, não podia garantir a frieza comum que tinha em seus trabalhos com o grandalhão. Principalmente porque já era pessoal.

Quando finalmente descobriu a face, o grandalhão percorreu seus cabelos até a ponta das botas com os olhos.

–-Garoto abusado. Quer ser o cavaleiro em armadura brilhante montado em um alazão branco para aquela princesinha prostituta ali? – apontou o polegar sobre o ombro para a garota. O loiro rasgou a garganta engolindo em seco, recomeçando uma contagem regressiva, evitando olhar para o homem a sua frente – Acha que vai ter a mesma sorte que teve usando o mesmo truque que usou para nocautear meu amigo que já estava machucado? Contra cinco?! – debruçou sobre o estômago de tanto rir – Tu é abusado maluco! Falando nisso, seu filho da puta – sua voz se tornou ameaçadora – acha que pode sair machucando meus amigos assim sem pagar?! É fedelho? Agora abaixou a cabeça, foi? Frangalho bastardo!

A este ponto, a mão de Naruto sangrava pela força com que a apertava. Ao redor, as pessoas já se encolhiam nas cadeiras, apreensivas. Sabiam que a bomba estava prestes a explodir. No entanto, ninguém ousava se mexer. Como dito, a tensão era extrema. Mesmo o dono do bar se encontrava estacado, embora preocupado.

–-Só largue a garota.

–-Tá preocupado com o projeto de vadia?

–-Se refira a ela mais uma vez assim e eu não pedirei com calma na próxima vez.

O grandalhão se encheu de coragem e se aproximou do amigo que segurava Sakura – que se mexia em seus braços – e imprensou suas bochechas com seus dedos grossos e rudes.

–-Ah, é mesmo? Sério? Então porque não levanta essa cara e me vê fazendo isso? – chacoalhava o rosto dela de um lado para o outro apesar dos protestos e tentativas da garota de se livrar daquele incômodo – E agora? Tá brabinho? Seu merda!

–-Naruto, pelo amor – Sasuke se pronunciou com a voz arrastada, entediado – se demorar mais um segundo eu vou primeiro e acabo com tudo sozinho.

O loiro arquejou profundamente, relaxando os ombros. “Ku! Ku! Ku!”. Seus ombros balançavam conforme sua risada baixa ecoava contra chão, atraindo a atenção dos canalhas. Ele meneava a cabeça de um lado para o outro. Ergueu-a e olhou o amigo pelo ombro, exibindo um largo sorriso sadicamente divertido e sombrio nos lábios.

–-Teme, sabe que eu não te daria esse gostinho nem no inferno – se existisse. – Sasuke bufou entre dentes e olhou para o lado, rindo.

–-Então vá e faça as honras.

O grandalhão engoliu em seco. O clima estava pior do que antes. Pelo menos antes o fedelho loiro tinha um ar preocupado. Agora, parecia estar com a consciência livre com o que podia acontecer. Pior, parecia estar gostando.

Olhou por cima dos ombros e seus comparsas pareciam querer esconder em suas roupas. De ambos os lados. Olhou para seus próprios punhos que voltavam a tremer, assim como sua coragem.

Seus olhos arregalaram instantaneamente.

Pego completamente de surpresa.

O chute insano e forte rasgou o ar, inesperadamente acertando-o no queixo, jogando-o cambaleante e tonto para o lado.

Tropeçava nas próprias pernas.

Esbarrando nas cadeiras.

Doía ardentemente.

Mal conseguia enxergar. As vistas turvas como um espelho de circo. A pancada súbita descontrolou sua respiração. Ainda agachado massageou o maxilar deslocado, apoiando-se em qualquer coisa. Sobressaltado, fitou o loiro. Ele já não estava mais onde estava há dois segundos. Os pés dele pisavam no exato ponto de onde a própria jamanta o provocara. Atônito, reparava que o loiro nem ofegava. Continuava sem mexer um músculo, o fitando com um sorriso de canto seguro e um olhar debochado. Os fios loiros caiam rebelde e presunçosamente pelo rosto.

“Mas o que diabos...? Q-Que cara é esse?! Muleque...?” pensou. Nem sabia o que tinha o acertado.

O cara que segurava Sakura depositou o corpo da garota no banco mais próximo e, juntamente com os demais, formaram um semicírculo ao redor da jamanta, o ajudando a se erguer, ainda um pouco anestesiado pela dor. Um deles murmurava algo ao celular, mantendo uma distância segura, com um semblante de medo e preocupação. Ninguém entedia. Ninguém conseguira acompanhar os movimentos. Apenas o impacto. Só se perguntavam “como”.

–-Agora pode se juntar, Teme.

–-Não preciso do seu convite, Dobe. – o moreno afirmava se colocando ao lado do amigo – Hey, imbecis, se nos derem um pouco de ação e diversão esta noite, acho que deixamos que voltem só alguns ossos quebrados. O que acha, Naruto?

–-Ah, cara, já estou animado! Faz um tempinho, nê, Sasuke?

–-Não há nada melhor que uns dias sem prática para fazer ficar mais divertido. Não vou ter culpa se empolgar. – riu.

A briga era iminente. As pessoas mais curiosas rondavam para trás do balcão, eufóricos. Seria uma chance de beber e sair sem pagar e, acima de tudo, ver alguma agitação. Outros, mais conscientes, fugiam enquanto podiam.

Se pergunta sobre o barman? Hn. Ele era o que estava mais animado internamente dentre todos os outros.

–------------- xx --------------

Com uma técnica rápida de pés, Naruto se projetou para trás da jamanta agachada, surpreendendo-o. Retirou bruscamente a mão dele do queixo e prendeu com força seu braço sobre as costas utilizando seu pé. Antes que o grandão pudesse cair, o loiro o agarrou facilmente por um ponto de acupuntura que ligava o pescoço ao resto do corpo. O homem segurou o gemido de dor. Seu braço quase quebrava e aquilo doía como uma tortura, exaltando as veias do corpo por completo.

Ninguém ousou fazer algo se não assistir. Não sabiam qual seria a reação do loiro se interrompessem e, pelo semblante dele, não pareceria boa.

Naruto apertou mais seu pé contra o braço, empurrando. Afundou a pressão de seu dedo no ponto do pescoço do homem, sem piedade. Mais um pouco e furaria sua veia. O tal tentou se contorcer em dor, mas estava imobilizado.

–-Então, qual o seu nome? – perguntou imponente e calmo. Não obteve resposta, apenas um grunhido de desprezo – Sabe, eu posso continuar o tempo inteiro aqui com você assim, te martirizando. Mas eu também poderia simplesmente perfurar sua veia e te matar. Entende né? Acidentes acontecem... Então vou perguntar mais uma vez, lentamente, qual o seu nome?

“Tsc.” O homem virou o rosto e murmurou.

–-Shiu.

–-O quê?! – Naruto esbravejou o pressionando contra o chão.

–-Shiu cara!

–-Sh... Shiu? Pft... – suas bochechas incharam e gargalhou descontroladamente, derramando lágrimas – Que bosta de nome é esse?! – com os dedos livres enxugou cuidadosamente os olhos.

–-É um apelido. – sussurrou.

–-Cara, já devo imaginar o por que. Enfim, Shiu – conteve o riso – sabe, eu não gosto de ser sério. Gosto de ser um cara legal, compreende? Compreende?! – o forçou novamente. Recebeu um gemido positivo – E não tire conclusões precipitadas, não sou nenhum mafioso ou assassino – “Não mais” – mas aquele pedaço de carne inútil ali – apontou com a cabeça para o cara de cabelos pretos no chão – Me tirou do normal. A garota não queria ir. Não conseguem assimilar um simples não?! Idiotas. Acontece que a garota é alguém que eu gosto. E se ela não gosta de ser tratada daquele jeito, eu também não gosto que a tratem daquele jeito. Tá entendo, bastardo?!

Recebeu um novo grunhido positivo.

–-Pois é. Eu tava disposto a deixar as coisas só com o bastardo ali, mas aí você começou a me irritar também, cara. Sério, não tem noção de como eu me segurei. Eu avisei. Agora estamos nessa situação. E quer saber? To a fim de dar uma porrada em vocês. Eu e meu amigo.

O loiro soltou a jamanta de uma vez e o jogou no chão. O homem nem olhou para trás, completamente humilhado.

Sem esperar, uma nova gangue chegou a punhos cerrados no bar, olhando de canto os dois amigos no centro do lugar com ódio e superioridade. Eram aproximadamente seis. Quando o último se acomodou no semicírculo, os homens tinham um ar repleto de presunção, orgulho, maldade e segurança. “Afinal,” pensavam “são só dois caras que vamos acabar.”.

–-Tu tá fudido cara! – um deles falou. A jamanta riu do chão maldosamente desencadeando mais risadinhas pertinentes – Vai ser chutado mais que cachorro morto!

Naruto sorriu de canto junto com Sasuke, cerrando os punhos. Seus olhos brilhavam de prazer, os chamando.

O cara que estava na frente de todos desferiu o primeiro soco.

Começara.

–------------- xx --------------

Naruto desviou facilmente do soco desferido para atingi-lo, agachando e retribuindo o “cumprimento” com um igual na boca do estômago de seu adversário. Pela dor ele se encurvou e instintivamente levou às mãos ao lugar machucado, dando abertura para o loiro acerta-lo com um chute no joelho, o jogando no chão. Erro um: em uma briga, nunca distraia com uma dor.

Entretanto, todo o resto já havia feito seus movimentos e partido para cima dos dois. Eram aproximadamente cinco de uma vez para cada garoto. Mesmo assim, eles desviavam com técnicas de pés habilmente, não sendo atingidos uma vez, embora alguns ataques se aproximassem. Não era fácil de acompanhar.

Era uma bagunça confusa. Tanto loiro como moreno lutavam usando apenas mãos e pés, sem nenhum truque imobilizante. Não teria uma mínima graça se os usa-se. A plateia não arriscava piscar, sorrindo com a diversão ao vivo.

Naruto deslizou para perto de Sasuke trazendo um cara pelo colarinho. O moreno alternava entre um homem perto dos quarenta (pateticamente tentando se enquadrar entre os jovens) e um adolescente nojento com espinhas estranhas no rosto. Era vergonhoso como apanhavam. Ao notar o amigo se aproximar às suas costas, Sasuke girou os calcanhares em cento e oitenta graus assumindo agora às costas do loiro chutando o tórax de outro bastardo que seguia Naruto enquanto ele perfeitamente acertava horizontalmente o cara que arrastava pela gola nos dois com quem Sasuke surrava a pouco, os jogando em cima do balcão, quebrando copos, garrafas e assustando as pessoas que vibravam e tiniam de adrenalina, perplexos com a exata e impecável sincronia entre os dois amigos. Aquela era a marca mais fascinante da dupla. Aquilo que os tornava quase imbatíveis quando juntos e assombrava quem os via.

–-De que parte, dessa porcaria de mundo, esses dois vieram?! – o barman murmurou atônito.

O senhor de meia idade tinha pés de galinha ao redor dos olhos cansados e a face marcada pelo tempo. Embaixo do pescoço o pouco de gordura acumulada o fazia transparecer um velho sem muitos cuidados com a saúde. As roupas impecáveis e detalhadamente limpas comprovavam a existência de uma mulher a seus cuidados. Ele não se mexia. Estava boquiaberto. Naquele momento seu cérebro só conseguia se focar nos dois garotos de corpos delgados se esquivarem esplendidamente e acertarem um valentão após outro até desistirem. Alguns, mesmo que caíssem, levantavam como uma praga. Onze homens razoavelmente fortes, armados de estiletes e canivetes. Ainda assim, os dois garotos continuavam sem um arranhão.

–-São monstros... – balbuciou quase que silenciosamente. Apenas até um novo cara ser jogado em sua direção, deslizando pelo balcão e quebrando tudo que havia pela frente – Que estão quebrando todo o meu bar!! – vociferou, acordando, puxando os ralos cabelos, ignorando o homem gemendo aos seus pés – Seus idiotas, vão brigar lá fora! Muleques filhos da mãe!

–------------- xx --------------

Sakura rebolava pelo banco. Os cabelos róseos enroscavam contra o couro liso e escorregadio do estofado. Tinha uma mão sobre os olhos, os protegendo da luz, e a outra solta, tocando a ponta dos dedos no chão frio. Seus jeans deslizavam facilmente sobre o banco, se contorcendo. Seu rosto contraído e a boca entreaberta, ainda com os lábios sedutoramente vermelhos.

–-Mas que barulheira infernal! – subiu a mão dos olhos até a cabeça, afagando os cabelos.

Sem ter um mínimo de cuidado, a garota tentou se erguer. Em seu estado lamentável, não seria uma surpresa dizer que escorregou e caiu como chumbo no chão. Ela resmungou algo e massageou o lugar dolorido. Levantou-se tontamente, apoiando-se na mesa e tentou se equilibrar no salto.

Sem um pingo de preocupação ou percepção da proporção da situação a sua volta, ela se enfiou no meio da briga, apertando-se e esquivando. Caminhando completamente torta e tonta. Era simplesmente incrível como ficava em pé, ainda mais como não havia sido acertada. Um esbarrão aqui e outro ali, com quais ela conseguia lidar, mas nada que a conseguisse tirar da rota. Talvez seus passos incertos fossem a razão de tanta sorte.

Ela bocejava enquanto caminhava, olhando despreocupadamente os homens se matarem sem conseguir identificar algum. Sorriu bobamente e bagunçou os cabelos. Suas orbes capturavam apenas borrões se movendo lentamente. Ao chegar à bancada escolheu uma banqueta ao lado de um homem moreno de lábios cortados semiconsciente. Metade na banqueta, outra no chão.

A sua frente, o barman arrancava os cabelos e vociferava.

–-Hey, por favor, tem como me servir uma dose? – ela pediu calmamente para o senhor.

Ignorada.

Completamente ignorada.

–-Acho que vou ter que me servir então.

Ergueu-se lentamente, reparando finalmente no ser ao seu lado.

–-Cara, você tá numa pior hein?! – riu pelo nariz.

Rodou o balcão, se acomodando entre o aglomerado de pessoas.

Ninguém prestava atenção nela, ninguém a notava.

Pegou uma garrafa de alguma coisa de uma prateleira e escorreu até o chão, acomodando as pernas. Retirou a tampa do vidro e levou o gargalho a boca, bebendo sem hesitação.

–------------- xx --------------

Ino estalava os saltos contras as calçadas desgastadas e esquecidas pelo governo. Estava no subúrbio. Pessoas a encaravam, mas ela não importava. Não tinha algum tipo de problema contra pessoas do subúrbio ou com o lugar em si, em fato já era conhecida em algumas regiões. Sabia muito bem que não há lugar melhor para beber tranquila sem se importar com a idade. O único “porém” seriam seus jeans azuis apertados, a justa e decotada bata de seda púrpura, o cabelo brilhoso solto e o batom atrativamente vermelho. Estava impecável e matadora.

Entretanto, andava com afã, olhando para os lados, eufórica e desesperada, examinando cada metro quadrado de cada esquina.

Estava ofegante.

Cansada.

Os pés doíam tanto que já não os sentia mais.

Escorou numa parede qualquer, colocando seu peso nos pés. Levou a mão à testa e puxou os longos e dourados cabelos para trás, os prendendo entre os vãos dos dedos. Suspirou profundamente, sem conseguir impedir que as lágrimas de angústia em seus olhos marejados escorressem por seu rosto cálido.

–-Que droga Sakura! Cadê você?! – vociferou entre soluços fracos.

Não podia ter a perdido. Era impossível. Que tipo de melhor amiga era ela? Estava tentando a proteger, levando-a a um bar mais calmo e tranquilo. Não pensava que a amiga – a qual abominava qualquer tipo de exagero alcoólico – iria fazer uma coisa dessas. Tudo bem que Sakura já não estava sóbria quando escapou de seus olhos, mas...

Apertou os dedos em suas têmporas.

A imagem da garota em um estado sórdido revolvia turbulentamente em sua mente. Ao mesmo tempo em que as imagens voltavam, ela não queria lembrar.

Odiava ver a amiga daquela forma.

Era como ver sua irmã desmoronar.

Algumas letras piscavam refletindo em seu rosto chamando sua atenção. “Talvez Sakura possa estar aí.” Palpitou. Afagou as maçãs do rosto e rumou à entrada do local, mas foi rudemente – e completamente – surpreendida por um baque oco contra o chão. Aproximou-se com passos apressados, preocupada. Um homem se encontrava derrubado com a mão no nariz inchado e sangrento. Obviamente quebrado. Escutou-o praguejar algo como “Tudo por causa daquela vadia de cabelo rosa” e se desesperou, arregalando os olhos. Afoita, passou por cima do homem sem pensar e adentrou bruscamente o lugar.

Seu queixo despencou em queda livre.

Não conseguia ver nada. Nada que queria.

A única coisa que seus olhos capturavam eram cerca de oito homens pelo chão se agonizando e dois caras surrando dois homens. Um loiro e um moreno.

Havia um quê de similaridade brilhando em seus olhos, mas ela não compreendia.

O primeiro desviava os ataques do oponente e o puxava pela nuca, acertando-o com seu joelho no rosto. Com a respiração um pouco descontrolada ele o deixava cair absorto em dor no chão, o encarando.

Ino recuou dois passos.

Certa incredulidade tomou sua face.

Por seus olhos via o homem moreno usar o homem a sua frente como se fosse um saco de Box, acertando-lhe seguidos socos veementes por seu abdômen e tórax, assim como chutes. Não parava. Não havia clemência em seu olhar. Continuaria com aquela voracidade animalesca.

As cenas se passavam devagar e abafadas. O cara moreno desferiu um soco devastador no queixo do garoto a sua frente, o levando ao chão e se pondo sobre ele.

Continuando sem parar.

Ino não fora capaz de sibilar qualquer som. Não piscava. Não mexia. Estava apenas ali, atônita.

O garoto loiro terminou um rápido olhar pelo estrago que fizeram. Sorriu de canto arregaçando a manga da camisa xadrez. Virou-se para o lado, chamando o amigo, porém seu semblante mudou radicalmente ao assimilar o que acontecia, gritando pelo moreno e o arrastando de cima do homem.

Ino era capaz apenas de ver os lábios do loiro se mexer bruscamente. Ele vociferava com o amigo, o balançando. No entanto, o nome “Sakura” que saía de sua boca a trouxe de volta da inércia.

Ela entrou em pânico ao ver que sua amiga estava no meio daquele tipo de confusão.

Não importava quem fosse.

Não importava quão perigosos fossem.

Ela apenas correu até eles sem temor.

Ela só ansiava ardorosamente que Sakura estivesse bem.

–------------- xx --------------


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam da briga de Sasuke e Naruto?
Tivemos um(a):
Naruto sádico;
Sasuke perdendo o controle (pode isso?);
Ino traumatizada
e
uma Sakura tão doida que não tava ligando pra nada e pra ninguém.

Coloquem suas fichas na mesa e me digam o que acham que pode acontecer.

Beijocas,

Até o próximo capítulo.




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