Um Nobre Apaixonado escrita por Mary


Capítulo 21
Capítulo 21 - Voltas & Revoltas


Notas iniciais do capítulo

O título não está exatamente na orem de acontecimentos, mas gostei da rima, logo... UAHUEHUEA
Este capítulo, meus amores... Que loucura.
Sei que demorei um pouco mais que o normal, mas época de provas, fim do ano, trabalho... complicou, mas agora férias estão ai na quinta e vou começar a postar com frequência (prometo de minguinho)
Mas chega de papo...
Boa leitura e até lá embaixo.



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Pov Eleazar

Eu estava na sacada do quarto, encarando os jardins. Minha cabeça estava vagando por todos os acontecidos dos últimos dias. Era difícil acreditar o rumo que as coisas estavam tomando. Havia se passado quase um mês desde minha ultima briga com Carlisle e ela ainda martelava em minha cabeça. “Um Traidor”. Ouvi batidas de leve na porta, me tirando de meus devaneios. Virei-me para dentro do quarto. Carmem entrou devagar, com um sorriso fraco nos lábios. Ela veio até mim e respirou fundo.

– Podemos falar? – perguntou.

– Claro. – sorri fraco, tocando-lhe o rosto.

– Sei que anda deveras preocupado com o Reino, principalmente agora que Aro e Felix fugiram, mas não consigo segurar mais a noticia. – ela disse.

– Está tudo bem? – franzi a testa, preocupado.

– Eu... – ela respirou fundo, com os olhos marejados.

– Carmem, está me preocupando...

–... Estou grávida. – disse me olhando.

– Está grávida... – falei baixo para mim. Puxei-a pela cintura, levantando-a do chão. – Está grávida. – senti um sorriso bobo surgir em meus lábios.

– Bem, não me senti bem nesses últimos dias e digamos que... Minha regra não vem há quase três meses. – ela disse. – Pelo o que o médico disse... Sim... Grávida.

– Você me faz o homem mais feliz do mundo, sabia disso? – sorri.

Ela apenas riu fraco, me abraçando. Coloquei-a no chão, soltando sua cintura. Segurei seu rosto entre as mãos e sorri.

– Eu amo tanto você. – falei baixo.

Ela sorriu e ficou na ponta dos pés me beijando.

– Altezas. – alguém chamou na porta. Separamos-nos rapidamente. – Desculpe atrapalhar, Conde, mas chegou uma mensagem para o senhor.

– Mensagem de quem? – perguntei.

– É melhor que o senhor desça. – ele disse saindo.

Olhei para Carmem por alguns segundos, ela assentiu com um pequeno sorriso. Sai do quarto sendo seguido por ela. Havia uma criança no salão central, com um papel na mão. Ela se curvou assim que aparecemos.

– No que podemos lhe ajudar? – perguntei.

– Um homem me parou na estrada. – ele disse vindo até mim. – Pediu que lhe entregasse isso. Disse que seria melhor que eu não o desobedecesse. – concluiu.

Peguei o papel da mão do menino e o desdobrei. Precisei ler algumas vezes para assimilar as palavras.

Aproveite sua chance para se despedir... O reino de Volterra terá um novo Rei em poucas horas. Espero que não deixe Carlisle cruzar o meu caminho, ou ele não será só deposto. Espero também que não leve o mal entendido sobre a traição para o lado pessoal, mas sei que Carlisle e você são fracos quando estão separados. Como antes dito, achei melhor lhe dar a chance de se despedir de seu Rei antes que eu coloque minhas mãos nele.

– Arrume suas coisas. – olhei para Carmem. – Estamos indo para Volterra.

– O que? – ela me olhou.

– Não tenho tempo de explicar. – respondi. Olhei para um dos criados. – Arrume uma carruagem pra levar minha senhora. Quero sair em 5 minutos.

Ele apenas assentiu saindo junto ao menino que havia trazido à carta. Pegamos nossas coisas o mais rápido possível e seguimos para Volterra.

Eu devia ser um tremendo idiota, mas quando dei por conta era tarde de mais. Eu estava levando minha mulher grávida para um Reino que possivelmente entraria em guerra, mas eu sentia que ela estaria mais segura lá, do que aqui, sozinha.

Pov Carlisle

Agora cá estava eu, sentando na sala do trono, sozinho. Dentro desse ultimo mês havia pensado muito sobre todas as coisas. Principalmente em Esme... Era difícil explicar o quanto sentia falta dela. Mas como diria Jasper, meu orgulho às vezes se torna maior que meu amor, e isso não deixou com que eu fosse atrás e lutasse por ela novamente.

Sai de meus devaneios com as portas do salão principal de abrindo. Emmett entrou e caminhou até próximo ao trono.

– Majestade. – se curvou.

– Sabe que não precisa disso. – falei para ele.

– Posso ver Rosalie? – disse. Apenas assenti.

Ele saiu e direção às escadas. Levantei-me rapidamente do trono.

– Emmett! – chamei. Ele parou e se virou para mim. – Eu... Como Esme está? – perguntei.

– Exatamente como o senhor imagina que esteja, Majestade. – ele respondeu.

– Majestade! – o comandante das minhas tropas entrou correndo junto a Eleazar.

– O que está acontecendo aqui? – me virei para eles.

– Revoltosos! Muitos deles vindo em direção ao vilarejo. – disse.

– O que faz aqui? – olhei Eleazar. – Veio trazê-los?

– Não é hora para um de seus dramas, Carlisle. – ele disse estendendo um papel para mim.

Peguei-o para ler.

Aproveite sua chance para se despedir... O reino de Volterra terá um novo Rei em poucas horas. Espero que não deixe Carlisle cruzar o meu caminho, ou ele não será só deposto. Espero também que não leve o mal entendido sobre a traição para o lado pessoal, mas sei que Carlisle e você são fracos quando estão separados. Como antes dito, achei melhor lhe dar a chance de se despedir de seu Rei antes que eu coloque minhas mãos nele.

– Chegou ao meu palácio hoje pela manhã. – Eleazar disse.

– Quanto tempo nós temos, Comandante?! – olhei-o.

– No máximo 15 minutos. – respondeu.

– Reuna as tropas. Quero soldados protegendo o castelo. – desci a pequena escada em minha frente. – Vá indo. Me junto a vocês daqui a pouco.

Ele assentiu e correu novamente para a rua. Virei para Eleazar, que me olhava apreensivo.

– Vamos deixar as mulheres aqui. – falei. – Vou deixar guarda em todos os portões de entrada e saída do castelo. Avise Carmem e chame os meninos. Preciso de ajuda para liderar as formações.

– Tudo bem. Encontramos-nos lá fora em... – olhamos para o relógio.

– 5 minutos. – falamos juntos.

Não era a primeira vez que o Reino enfrentava rebeliões. Durante o governo de meu pai, isso era mais comum do que deveria ser. Mas nos meus 20 anos de reinado, essa era a primeira vez que isso estava acontecendo. Eleazar e eu seguimos em direção à escada.

– Majestade. – Emmett chamou. Quase havia me esquecido que ele estava lá. – Minha mãe está sozinha em casa. Se me der o tempo de tirá-la de casa, eu terei prazer em lutar com o senhor.

– Claro Emmett. – Eleazar disse depois de me olhar por alguns segundos. – Vamos subir. Comunico aos meninos e vou achar uma espada e uma proteção para você.

Emmett assentiu e os dois subiram. Esme. Minha Esme. Sozinha. Emmett está certo, é melhor levarmos ela para um lugar seguro. Sai do meu transe momentâneo e subi para o meu quarto. Abri o baú e peguei minha espada, prendendo a bainha no cinto da calça. Toquei a corrente com o medalhão que minha mãe e que agora ficava junto à aliança de Esme. Coloquei-a novamente para dentro da camisa e sai do quarto. Enquanto os meninos desciam as escadas, apressei-me para alcança-los. Descemos juntos e fomos para os portões de saída do território do Castelo, o capitão nos esperava com os cavalos prontos. Montamos e dei as ordens para os guardas que ficariam protegendo o castelo.

– Vamos? – olhei para Eleazar, Marcus e os meninos.

– Espera! – Eleazar falou baixo, parando o cavalo ao meu lado. – Pedi que reforçassem a segurança na volta do castelo, sai que foi sem suas ordens, mas... Mas Carmem... Bem, ela descobriu que está grávida. – falou. Senti que estava angustiado em deixa-la. – Não posso ficar aqui, mas quero garantir a segurança dela.

– Fez bem, Conde. – falei.

Quando o cavalo começou a andar me lembrei de algo. Alguém. Rosalie. Ninguém a tinha visto no castelo. Puxei com força as rédeas, fazendo o cavalo virar para os que me seguiam, todos pararam, me olhando sem entender.

– Jasper... Onde está sua irmã? – perguntei.

– Eu... Eu... – franziu o cenho. – Não a vi lá dentro. – murmurou.

Virei para Edward. Ele apenas negou com a cabeça.

– Majestade. – O Comandante chamou.

– Sim? – virei-me para ele.

– Um dos meus homens acabou de me dizer que a princesa saiu, há mais ou menos 01h. Mas não viram retornar. – falou ele.

Nesse momento meu sangue ferveu por completo. Minha menina estava sozinha, em só Deus sabe onde, com o Reino prestes a ser invadido por um exercito de loucos e liderado por alguém que só pensa em vingança. Eu não podia deixar que nada acontecesse com ela. Não podia. Não me perdoaria... Estaria falhando com ela e com Elizabeth. Virei-me novamente para os que me acompanhavam.

– Quando os portões se abrirem, vão para confronto direto, mas nossa prioridade é não deixar com que eles se aproximem das casas e das pessoas que não tem nada a ver com isso. Comandante, você e seus homens vão contornar o vilarejo e dois deles vão avisar os moradores. Eleazar, Marcus, os meninos e eu vamos procurar alguém e nos encontramos lá. – falei.

Todos assentiram e saíram para suas designações. Virei o cavalo para frente de novo e seguimos em direção à casa de Esme. Chegamos lá em pouquíssimos minutos, Emmett e eu descemos de cavalo. Ele foi até a porta e bateu algumas vezes. Ouvimos o barulho na tranca da porta. Enquanto todos trancavam as portas e as janelas, Esme abria para nós. Ela olhou para Emmett e depois para mim, sua expressão era confusa.

– Emmett... O que...? – ela ainda me olhava.

Fazia mais de um mês que não nos víamos, desde a última briga. Eu tinha que admitir que ela esteve certa esse tempo todo, mas, mesmo sabendo disso, não tive coragem de procurá-la de novo.

– O reino está sobre ataque. – Emmett disse. – Vamos levá-la para um lugar seguro, já estou preocupado com Rosalie, não ia conseguir pensar em mais nada sem ter certeza que a senhora está em segurança. – completou. Fiz minha suas palavras. – Vamos ter que levá-la para o Castelo.

Olhei em direção aos portões. A guarda já estava montando formação e pela agitação, os revoltosos já deviam estar por perto.

– Não. – falei. Os dois me olharam. – Não dar tempo... Temos que leva-la para outro lugar. – parei para pensar... Droga, Carlisle, pense! – A campina! É isso. Vá para a campina, além de nós dois só Marcus sabe onde é.

– Isso. – ela concordou. – Tudo bem. A campina. – abraçou Emmett. – Pelo amor de Deus, fique bem. – olhou-o com os olhos marejados.

Emmett apenas assentiu e lhe deu um beijo na testa. Esme fechou a porta de casa e abraçou Emmett mais uma vez. Puxei a corrente com o medalhão de minha mãe, que agora estava acompanhada com a aliança de Esme. Ela caminhou até passar por mim, com os olhos fixos no chão. Segurei sua mão e coloquei a corrente ali.

Esme virou para mim com um pouco de duvida e abriu a mão para ver o que havia ali. Vi uma lágrima descer por seu rosto. Aproximei-me mais dela e a sequei com um beijo.

– Leve minha sorte e meu coração com você. – sussurrei. – Espero que isso me ajude a proteger você.

Ela assentiu, passando a mão em meu rosto de leve, correndo em direção à campina. Engoli seco e subi novamente no cavalo. Conforme íamos nos aproximando os guardas abriam passagem para tomarmos a linha de frente. Assim que a assumi, dois homens abriram os portões. Podemos ver mais a frente uma grande formação de homens, talvez mais do que nós em quantidade.

– A prioridade é o rendimento deles, mas ninguém se aproxima do castelo. Ouviram?! Ninguém! – gritei. – Evitem cair do cavalo, enquanto estiverem montados são mais fortes. – completei, me virando em seguida para os meninos. – Nós quatro vamos procurar Rosalie. Ele é a nossa prioridade.

Eles assentiram se retirando rapidamente em direção à floresta. Olhei mais uma vez para o problema que se aproximava e fui a uma direção qualquer. De alguma forma eu sabia que algo me guiaria até Rosalie, mas ao mesmo tempo eu tinha a sensação que poderia não conseguir ser rápido o suficiente.

Quando sai de meu transe já estava próximo à campina, puxei as rédeas do cavalo, diminuindo a velocidade do cavalo. Os galhos estavam baixos, e eu não deixaria que um acidente de percurso assim, me tirasse da busca.

– Se aproximar-se de mim novamente eu vou gritar. – reconheci a voz de Esme.

– É isso mesmo que eu quero. Que você grite. O mais alto que conseguir. – por alguns instantes meu sangue gelou. Willian?! – Grite! Vamos! – ouvi o barulho de um tapa. Bati com meus pés nas costelas do cavalo, fazendo-o voltar a correr.

Meu sangue ferveu com a cena que vi. Esme estava chorando, escorada em uma arvore. Willian estava na frente dela, com a espada contra seu pescoço. Por um momento fiquei totalmente cego. Tirei minha espada da bainha e em apenas um golpe o corpo de Willian já estava caído ao chão. Desci do cavalo e me aproximei de Esme, abraçando-a. Ela escondeu o rosto em meu peito, ainda chorando. Afaguei seu cabelo e segurei seu rosto entre as minhas mãos.

– Agora está tudo bem. – beijei sua testa. – Eu estou aqui. – tornei a abraça-la.

– Carlisle. – ela separou o abraço. Olhando-me nos olhos. – Eu...

E então foi interrompida pelo grito alto de Rosalie. Esme e eu nos desvencilhamos rapidamente e tocamos olhares rápidos antes de começar a correr na direção do grito. Rosalie estava caída em uma pequena clareira, com um ferimento ao lado da barriga, respirava de uma forma descompassada. Corri ao lado dela, me deixando cair de joelho.

– Rose... – senti as primeiras lágrimas descerem.

– Pai... – disse com dificuldade. – Estou com muita dor.

– Já vai passar minha pequena. Vamos levar você para o castelo. – respondi. Olhei o ferimento por alguns segundos, rasgando a manga da minha farda para estancar o sangue.

– Não consigo ficar com meus olhos abertos. – ela disse.

– Não... Você tem que ficar acordada. – falei, tentando não parecer desesperado. – Quem... Quem fez isso com você?!

– Fe... – ela tossiu. – Felix.

Mais lágrimas desceram pelo meu rosto. Eu sabia que Esme devia estar por ali, podia ouvir sua voz chamando pelos meninos, mas eu só conseguia ver Rosalie, e o pavor que estava me dando só em pensar que poderia perdê-la.

– Pai... – ela tocou meu rosto com as mãos tremulas. – Não quero que chore por minha causa. Os Grandes Reis não choram. – completou com a voz fraca.

– Não sou um Rei, Rosalie. Sou seu pai. – tentei não chorar. Sua mão caiu sobre seu colo e seus olhos se fecharam. – Não! Rosalie! – mexi nela algumas vezes. – Rose, fala comigo!

As lagrimas já desciam compulsivamente. Esme abaixou ao meu lado e me abraçou. Ouvi o barulho entre os galhos. Levantei rapidamente com a espada em punho. Emmett, Jasper e Edward saíram de entre as arvores, ainda montados nos cavalos. Os três desceram rapidamente e correram até nós.

– O que...? – Jazz disse, senti sua voz falhar.

– Sem tempo para explicações. – falei, secando meu rosto com as costas da mão, ainda tinha sangue de Rose em meus dedos, pondo novamente a espada na bainha. – Levem ela e Esme para casa. Chamem um médico. Vou acabar com isso!

Corri para a campina e montei novamente em meu cavalo, indo em direção ao vilarejo. Assim que cheguei, desci do cavalo. Peguei a espada em punho novamente e corri para onde os outros estavam. As coisas estavam piores do que eu podia imaginar, mas mesmo com a diferença numérica, minha tropa ainda estava firme. Fui para onde Eleazar estava.

Havia dois revoltosos contra ele. Assim que viu que eu me aproximava, virou de costas para mim, fazendo com que eu ficasse de costas para ele. Tínhamos aprendido a lutar assim, e conseguíamos ser uma ótima dupla. Desarmamos ambos os revoltosos e os deixamos em condições que não os permitiam continuar lutando. Nosso propósito era o rendimento e não a morte. Assim que os dois caíram, machucados, mas alguns vieram. Combate direto, quem conseguisse a cabeça do Rei era premiado. Um atacou a Eleazar e outro a mim, pobre homem, não conseguia nem empunhar direito uma espada.

Quando consegui me livrar dele, por reflexo, olhei para Eleazar. Tínhamos nos afastado mais do que o recomendado em uma situação assim. Ele estava ocupado de mais com um e quando vi, outro vinha pronto para atacá-lo pelas costas. Meus reflexos foram mais rápidos do que imaginei. Consegui girar o corpo, parando a espada inimiga em meu ombro. Senti uma dor quase insuportável no momento em que a lâmina, bem dizer, atravessou meu ombro esquerdo. Senti meu braço fraquejar, e quase derrubei a espada. O revoltoso me deu um pequeno sorriso, puxando novamente a lamina. Dei um passo para trás e segurei com as duas mãos o punho da espada. Esse não era o momento de fraquejar por causa de um ferimento. Quando consegui me recompor, Eleazar já tinha cuidado do cara. Ele me olhou por alguns segundos, mas eu não conseguiria descrever sua expressão.

– Já chega! – alguém gritou alto o suficiente para fazer com que todos parassem, espantados.

O caminho foi se abrindo e quando vi, estava mantendo contato visual direto com Aro. Franzi a testa e me aproximei dele, ainda com a espada em punho. Aro largou a espada que segurava e se deixou cair de joelho. Suas mãos estavam sujas de sangue e sua expressão era de dor.

– Eu vim me render. – ele disse. – Mas se for piedoso o bastante, vai me matar aqui mesmo.

– Aro. – ouvi a voz de Marcus, me virando para onde ele vinha. Ele largou a espada e foi em direção a Aro. Segurei seu braço.

– Marcus. Não podemos baixar a guarda. – falei.

– Ele é meu irmão Carlisle, e por pior que seja eu o conheço. – soltou o braço e fui até Aro, abaixando ao seu lado. – Irmão... O que houve?

– Felix... Ele enlouqueceu! – disse. – Fui buscar ajuda em um Reino vizinho... Pois sim, queria tirar Carlisle do trono... Mas Felix... Felix deixou o poder subir a cabeça. Quando voltei, ele... Sulpícia... Ele tinha a matado. – sua voz falhou. – Ele tentou matar Rosalie... Eu não podia o deixar desgraçar mais uma família... Precisei... – ele olhou para as mãos sujas de sangue. – Majestade, se ainda tem um pingo de pena, peço que me mate agora. – disse com suplica.

– Carlisle. – Marcus me chamou. Eu olhava Aro de uma forma atônita. – Peço que deixe que eu o leve. Posso cuidar dele. – completou.

– General, peça a um de seus homens que acompanhe o Duque. – falei. Ele apenas assentiu. – Espero que Estevam vendo que não existe motivo algum para isso! Estavam sendo liderados por um homem louco e tudo que conseguiram foram perdas e mais perdas! A todos os revoltosos: meus homens vão acompanha-los para fora do reino e nunca mais... Repito: Nunca mais, irão colocar os seus pés em meu Reino! – gritei.

Todas as ordens foram dadas e começaram a ser cumpridas. Eleazar e eu seguimos para o Castelo o mais rápido que conseguimos. A apreensão que eu estava sentindo era indescritível. Assim que chegamos, fomos direto para o andar de cima. Edward e Jasper estavam no corredor, em frente ao quarto de Rosalie, eles estavam juntos a Alice e Bella, abraçados a elas, consegui ver que serviam de porto seguro uns para os outro. Engoli seco e os olhei.

– Como ela está? – perguntei.

– O médico ainda está ai dentro. – Jazz respondeu.

– Emmett pediu pra ficar com ela. – Edward disse. – Não vimos problema. Ele estava angustiado.

– Tudo bem. – assenti de leve.

A porta do quarto se abriu devagar. O médico saiu e nos encarou.

– A sorte é que ela foi socorrida rapidamente. – disse. – O corte não foi muito profundo, mas ela parece ter perdido bastante sangue. Ela tem que descansar e ficar em repouso absoluto. Vou deixar uma as criadas como deve ser feito o curativo.

Apenas assenti, eu não sabia o que dizer, só queria vê-la. Sentir que ainda estava viva. Assim que o médico saiu, entrei no quarto. Emmett estava sentado ao lado dela na cama, segurava sua mão entre as dele. Abaixei-me ao lado dela e a olhei por alguns segundos, afagando seu rosto de leve.

– Obrigado por ter ficado. – sussurrei olhando para Emmett. – Sei como gosta dela. – respondi.

– Era o mínimo que eu podia fazer. – ele disse. – E a Revolta? Felix?

– A revolta acabou... E quanto a Felix... Está morto. – respondi. – Aro o matou.

Emmett suspirou e se manteve em silencio. Afaguei o rosto de Rosalie mais uma vez e respirei fundo, me levantando.

– Vou me limpar e tirar essa roupa. Depois venho vê-la de novo. – falei indo em direção à porta.

– Majestade. – Emmett disse, me fazendo parar.

– Sim? – virei para ele.

– Minha mãe está lhe esperando na biblioteca. – respondeu.

Agradeci com um sorriso e segui para biblioteca. Esme estava parada em frente a uma das janelas, olhando para a rua, parecia apreensiva. Fechei a porta devagar e me aproximei dela.

– Esme. – chamei baixo. Ela se virou para mim, com um pequeno sorriso. Aproximei-me mais. – Por Deus, volta pra mim. Não sei como estou conseguindo viver sem te ter ao meu lado. Não sei como vou superar tudo isso sem te ter comigo... – ela tocou meus lábios com o indicador.

– Você fala de mais quando está nervoso. – disse baixo, próxima ao meu rosto. – Preciso ouvir só três palavras.

– Eu te amo. – respondi, beijando-a.

Passei um de meus braços pela cintura de Esme, enquanto suas mãos iam para meu pescoço. Uma de suas mãos desceu pelo meu ombro. Senti meu corpo protestar contra o incomodo. Esme se afastou de mim e olhou o sangue na ponta dos dedos.

– Está machucado?! – ela disse me olhando.

– Eu estava tão alucinado que havia me esquecido disso. – respondi. Era como se eu estivesse me lembrando de sentir dor, mas a adrenalina do momento estava passando.

– Vou chamar um médico, com sorte o que cuidou de Rosalie não foi ainda. – ela disse fazendo menção de sair.

– Não. – segurei seu braço. – Médico não, por favor.

– Vou buscar algumas coisas e eu mesma cuido de você então. – disse. – Sente e me espere.

Assenti e me sentei no chão, encostado em uma poltrona. Esme voltou algum tempo depois com algumas coisas de primeiros socorros, água morna e toalhas. Ela pediu que eu tirasse a parte de cima da farda e limpou o ferimento, colocando álcool e depois fechando o curativo. Eu estava com uma dor incomodativa, mas ainda conseguia mexer o braço, e isso, segundo ela, era um “golpe de sorte”, porque eu poderia ter perdido o movimento do braço.

– Como sabe essas coisas? – perguntei, enquanto ela terminava o curativo.

– Meu pai era médico. – respondeu. – E meu ex-marido estava sempre com um machucado novo. – suspirou. – Até que alguém finalmente o golpeou no lugar certo. – completou baixo me dando um sorriso divertido. Ri.

– O que seria de mim sem você? – perguntei rindo fraco.

– Só mais um Nobre qualquer. – ela riu me dando um beijo rápido. – Agora levante, tem alguém que quer falar com você.

Ela levantou e entendeu a mão para mim. Levantei e olhei para a porta. Esme pediu que eu esperasse e saiu, levando as coisas. Firmei a mão no ombro e tentei mexe-lo, mas ainda doía bastante.

– Você é mais louco do que eu pensava. – Eleazar disse. Levantei o olhar para ele. Não o tinha visto chegar.

– E por que diz isso? – me fiz de desentendido.

– Não sabe mesmo do que estou falando? – ele olhou para meu braço.

– Ah! Refere-se a isso?! – indiquei o machucado com o olhar. – Não me considero louco por isso.

– Oras Carlisle, se o golpe pegasse pouco mais para a direita você estaria morto e esse reino sem um Rei! – respondeu com repreensão. Ri fraco da expressão dele.

– E se eu não tivesse me posto diante daquela espada estaria deixando um filho sem pai, uma mulher sem o marido que tanto ama e... E estaria deixando meu melhor amigo morrer. – respondi. – Que tipo de pessoa faz isso?

Ele me olhou por alguns segundos, engolindo seco. Eleazar se aproximou de mim e deu um soco fraco no ombro que não estava machucado.

– Como acha que me sinto devendo minha vida para um idiota? – perguntou rindo fraco.

– Ei! Não me chame de idiota. – franzi a testa. – Sua divida pode ser paga com o perdão. Você é a pessoa com quem mais errei e que mesmo assim esteve aqui. Peço que me perdoe.

Ele me olhou sério por alguns segundos e negou com a cabeça.

– Quais as possibilidades de ajoelhar? – perguntou serio.

– Ah... – engoli seco. – Nenhuma. – sorri.

– Tá, tudo bem. – ele riu. – É claro que te perdoo. Eu disse que veria que estava errado. Mas infelizmente o tombo foi alto. – completou.

– Ainda está disposto a ajudar esse Rei cansado a se levantar de mais um tombo? – perguntei.

– Sempre estive, Carlisle. – ele disse estendendo a mão.

Estendi a mão para ele e o puxei para um abraço.

– É bom te ter de volta meu amigo. – ele disse somente.


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Notas finais do capítulo

PRECISO DA OPINIÃO DE VOCÊS?
Andei estudando as possibilidades de fazer uma continuação da fic, não gosto de desapegar...
Devo fazer ( ) sim ( ) não

E o que acharam REALMENTE do capítulo?