POV EMMETT

Acordei sedo e fui para o Castelo, eu tinha combinado de estudar com Jasper. Isso estava se tornando frequente, ele era um ótimo amigo.  Os guardas já me conhecia, então não tinha problemas em eu entrar sem ser anunciado. Um dos guardas me falou que Jasper me esperava na biblioteca. Fui até lá. Estudamos algumas horas depois paramos um pouco para conversar. Sai de onde eu estava e pare na frente da janela da biblioteca. Ouvi as portas se abrirem, Alice entrou com o uma bandeja com suco. Ela olhou para Jasper com um sorriso bobo no rosto, vi que ele a olhava do mesmo jeito. Dei uma pequena desculpa pata deixar Alice e Jasper a sós. Sai pelo jardim, vi a Princesa Rosalie sentada em baixo de uma arvore, ela estava com uma expressão triste, como se estivesse chorado, mas ao mesmo tempo encarando um livro diante dela. Mesmo aquela expressão triste não escondia a sua beleza, agora, mais perto, pude ver o quão linda ela era e o quão apaixonado eu estava mesmo sem nunca termos conversado. Aproximei-me em silencio Para não assusta-la.

- É um bom livro. – falei quando cheguei perto.

- É sim. – ela respondeu.

- Prazer, Emmett. – falei.

- Prazer senhor. – ela disse fazendo um leve aceno com a cabeça.

- Não quero me meter, alteza, mas a Senhorita está com algum problema? Sente algo? – eu disse me mostrando preocupado.

- O que você faria se fosse casar com alguém que odeia? – ela murmurou.

- Não sei ao certo, bem, tentaria mudar isso mostrando que não é o melhor para mim. – respondi me abaixando ao seu lado.

- Acho que a minha tristeza eminente já é uma grande demonstração de que não sou a favor desse casamento. – ela disse erguendo o olhar.

- Já tentaste falar novamente com o Rei? – sugeri.

- Meu pai, se é que ainda devo chama-lo assim, ela anda muito ocupado com os afazeres do Reino para me ouvir. – ela suspirou.

- Com quem seria esse casamento indesejado? – falei. – Ah! Se não for intromissão de minha parte, Alteza.

- Felix, filho do Duque Aro, tio de meu pai. – ela disse.

- Já ouvi seu irmão falar sobre ele. Sinto muito. – falei.

- Acha mesmo que meu pai abriria mão do meu casamento para me ver feliz? – ela me olhou nos olhos.

- Se ele a ama de verdade, sim. – sorri.

- Eu não quero contraria-lo. Mas ao mesmo tempo não quero me casar com Felix, eu não terei mais liberdade, terei que passar o dia todo presa no castelo.

- Acho que posso lhe entender... Mas enquanto vosso pai não muda de ideia... O que acha de darmos um passeio aqui pelos jardins do castelo para aproveitar sua liberdade? – sorri envergonhado.

- Isso seria muito gentil de sua parte, mas está ficando tarde e eu tenho que entrar. – ela disse, abaixei a cabeça. – Amanhã perto das duas me encontre aqui. – olhei para ela, ela olhou para os lados e sorriu para mim.

- Amanhã. – sorri.

Ela se levantou e saiu. Fui para a saída dos limites do Palácio. Sabia que Jasper iria aproveitar o momento que eu dei para ele e Alice, eu não iria atrapalhar.

POV JASPER

Eu e Emmett estávamos estudando na biblioteca. Depois de algum tempo Alice chegou com uma bandeja e dois copos de suco. Emmett deu uma desculpa esfarrapada e saiu. Olhei para Alice, ela abaixou a cabeça e sorriu envergonhada.

POV ALICE

Fui até a biblioteca levar algumas coisas para Emmett e o Príncipe tomarem. Emmett logo saiu me deixando sozinha com Jasper. Eu não devia me sentir tão envergonhada, já era normal conversarmos. Ele, Bella, Edward, Rosalie e eu nos tornamos grandes amigos. Não que eu conseguisse ver Jasper como apenas um amigo.

- Oi Jasper. – falei me sentando ao lado dele.

- Olá... Alice. – ele sorriu envergonhado.

- Que livro estás lendo? – falei puxando assunto.

- Don Quixote. – ele respondeu.

- Um ótimo livro. – falei.

- Que tipo de livros você gosta? – ele perguntou.

- Todos. – sorri.

- Ah... – ele reclamou.

- O que foi? – perguntei.

- Odeio não ter o que falar com você. – ele disse.

- Que tal me dizer o que está pensando agora? Sua expressão está me intrigando. – falei.

- Não exatamente no que estou penando, mas sim em quem... Ultimamente só penso em uma pessoa. Meu único foco nos últimos tempos... – ele disse. – Você.

- Ah! Alteza, o senhor pensa... Em... Mim? – falei atrapalhada.

- Como nunca pensei em outra pessoa. – ele disse tocando meu rosto.

- Por favor, não brinque com isso... – murmurei abaixando o rosto.

- Eu nunca brincaria com você, Alice. Eu estou totalmente, certamente e absolutamente apaixonado por você. – ele disse levantando meu rosto. – Eu te amo. – ele aproximou seu rosto do meu.

- Eu... Eu também te amo. – sussurrei.

Ele se aproximou mais e selou nossos lábios devagar. Coloquei minha mão em sua nuca, mexendo em seus cabelos. Logo sua língua pediu passagem entre meus lábios, cedi ao seu beijo. Nossos lábios se separaram devagar, minha mão ainda estava em sua nuca e a dele em meu rosto.

- Nós não...

- Não diga que não podemos, por favor, diga tudo menos isso. – ele me interrompeu.

- O que seu pai vai pensar? – falei.

- Não importa, nada disso importa, meu pai não vai mudar o que sinto por você, nem o que vamos fazer para ficar juntos. – ele murmurou.

- Você tem razão, nada disso importa. – o abracei.

Sentamos-nos em um dos sofás da biblioteca. Jasper passou o braço por meus ombros, deitei a cabeça em seu peito, e assim ficamos conversando até perto da hora do jantar.

POV EDWARD

Jasper estava com Emmett estudando na biblioteca. Rosalie saiu para ler no jardim como de costume, acho que Alice foi ver Emmett. Esperei Bella sair do quarto de Rosalie e fui atrás dela.

- Bella. – chamei.

- Alteza. – ela virou fazendo uma reverencia.

- Podemos falar? – perguntei.

- Claro. – ela sorriu.

- Bom, eu... Er... Eu... Queria saber se você... Você gostaria de fazer um passeio pelo Reino amanhã... Comigo? – falei atrapalhado coçando a nuca.

- Eu adoraria. – ela respondeu rápido e animada. – Quero dizer... será um prazer. – sorriu envergonhada.

- Então... Ah... Até amanhã. – sorri beijando o rosto dela.

- Até amanhã. – ela disse acariciando e depois beijando meu rosto.

POV CARLISLE

Sentei escorado na pedra. Esme sentou um pouco mais a frente e deitou a cabeça em meu peito, a abracei, segurando suas mãos em seu colo.

Estávamos em silencio, o lugar e a companhia eram perfeitos para pensar. Rosalie dele estar me odiando agora, por mais que as palavras que ela tenha dito noite passada tenham me afetado, era necessário. Ela devia entender que uma Princesa tinha deveres a cumprir, e o casamento era um deles. Engoli seco e fechei os olhos, eu tinha que ser firme, não podia deixar que uma simples discussão com a minha filha fizesse que quebrar minha palavra de homem e de Rei.

- Tudo bem? – Esme disse baixo, mexendo na minha mão.

- Ah, podemos dizer que sim. – suspirei.

- “Podemos dizer que sim” não significa que está tudo bem. – ela disse me olhando.

- Estou com alguns problemas nos castelo, nada que você precise se preocupar. – falei beijando o topo de sua cabeça.

- Pode me contar? Quem sabe eu ajudo você, não quero que fique assim, tão... Aflito. Nem parece você. – ela disse.

- Rosalie vai noivar, tem que noivar, ela não concordou com o noivo escolhido, está brava comigo, me odiando, nunca passamos por isso, não é algo muito agradável. Mas ela tem que entender que precisa casar, está perigoso para ela, para o Reino. – falei.

- Perigoso como? – Esme indagou sentando de frente para mim. Droga! Falei de mais.

- Não ligue para isso, é apenas uma desconfiança minha. – falei.

- Tudo bem, mas em relação a sua filha, você acha mesmo certo isso? Quer dizer, não tem outras formas? Ela vai ficar tão infeliz, meu amor.  – ela falou tocando o meu rosto.

- Não, acho que não. Eu sei que ela vai ficar infeliz mais isso passa. Meu casamento também foi arranjado, com o tempo Elizabeth e eu aprendemos a nos gostar. – falei. Esme abaixou a cabeça e mexeu na grama. – Desculpe. – falei.

- Tudo bem, eu sei que você gostava da sua esposa. – ela disse sorrindo fraco.

- Sim, eu gostava muito de Elizabeth. – abaixou mais a cabeça. – Mas nunca cheguei a ama-la, não como eu amo você.

- Você não precisa se explicar. – ela falou.

- Claro que eu preciso, você não viu sua carinha quando falei de minha falecida esposa. –falei. – Mas você não precisa ficar assim. Certo?

- Tudo bem, não vou ficar mais assim. – ela sorriu se ajoelhando em minha frente, ficando mais próxima.

- Minha pequena. – murmurei afagando o rosto dela.

Ela sorriu e colocou a mão em minha nuca aproximando nossos rostos. Sorri e a beijei. Segurei sua cintura puxando-a para meu colo, meus braços travaram em volta da sua cintura. Separamos-nos quando o ar foi totalmente necessário.

- Está anoitecendo, tenho que ir para casa. – Esme disse.

- Por que a gente sempre tem que se separar?! – bufei.

- Mas sempre nos vemos de novo. – ela sorriu. – Você vem amanhã? – ela perguntou.

- Ah, eu não sei, o Duque vem amanhã para acertar o noivado de Rose. – falei.

- Tudo bem, amanhã irei passar o dia em casa, se não se encontrar com o Duque, sabe aonde ir me encontrar. – ela disse me dando um selinho e levantando.

Depois que Esme saiu esperei alguns minutos e voltei para o castelo. Chegando lá não falei com ninguém apenas tomei um banho e me arrumei para o jantar. O clima ainda estava pesado, Rosalie não dirigia a palavra a mim. Edward e Jasper estavam diferentes, mais leves. Mesmo sem falar nada a expressão de Rose era um misto de tristeza e ansiedade, alguma coisa devia ter acontecido, ela não estaria assim por causa de Felix. Minha cabeça doía levemente, não pelos “remédios”, mas sim pelo misto de informações que eu estava tento que suportar.

- Marcus deu resposta? – perguntei a Eleazar.

- Sim Majestade, ele disse que chega amanhã logo cedo, não quer deixar de falar com Rosalie antes dos acertos do noivado.  – ele respondeu, assenti.

- O padrinho vira? – Rose disse olhando para Eleazar.

- Sim. – Eleazar e eu respondemos.

- Também o convidou para ver minha desgraça? – ela disse com os olhos cheios de lágrimas.

- Será possível? Você não pode ouvir nada que tem que se impor desse jeito! Agora chega. Você vai casar, pode espernear, chorar, gritar, faça o que quiser, não me importo! Nada disso vai fazer com que eu mude de ideia! – falei alto batendo na mesa.

- E eu não posso falar mais nada que o senhor explode! Grita comigo como se eu fosse um... Animal, um cavalo desses que temos. Se acha no direito de escolher minha vida, mas não me deixa nem falar?! Não escolhi ter essa vida de menina submissa.  – ela disse levantando.

- Todos os dias agora, vai ser a mesma coisa? O seu papel é fazer sacrifícios por esse Reino e esse casamento não vai ser o pior deles, acho melhor se acostumar. – falei me levantando.

- Você tinha coragem de dizer que seu pai era um monstro, que ele fez de tudo para você ter um destino igual ao dele, mas está sendo igual a ele. Um monstro! Simplesmente um monstro desgraçado que mentiu todos as vezes que disse que amava os filhos.  Eleazar foi mais meu pai do que você! – ela disse me apontando o dedo.

- Abaixe essa mão menina, se você não aprendeu a me respeitar eu te ensino agora! – abaixei a mão dela.

Ela soltou a mão e saiu correndo para o quarto.

Bati na taça de vinho fazendo-a cair e fui para meu quarto. Chega de problemas essa noite, por favor, meu Deus.