O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 24
Bônus: O Herdeiro do Primeiro Peverell


Notas iniciais do capítulo

Boa noite galera, olha eu/
Ok, não me xinguem por não postar um capítulo hoje e sim um bônus. Mas precisava esclarecer o outro lado da história. O que realmente aconteceu(mais informações nas notas finais).
Neste bônus vocês verão o motivo pelo qual o Herdeiro quer a Varinhas das Varinhas - que talvez seja um pouco surreal. Hehe
Acompanhem, entendam, e vivenciem essa experiência. Não literalmente, hehe. Espero que gostem...



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Bônus:

O Herdeiro do Primeiro Peverell

O homem caminhou silenciosamente pelos corredores da casa velha. Seu acompanhante relatava os últimos acontecimentos com certo receio, crente de que o chefe descarregaria toda a sua fúria sobre ele.

Os olhos cinzentos estavam pensativos, avaliando a situação de modo imparcial a fim de encontrar algo positivo no fracasso de seus comparsas. As coisas não saíram como ele previra. Mais uma cadeia de obstáculos se formara frente a seu objetivo. Ele chegou ao cômodo mais extremo da construção no exato instante que o capanga terminava sua narração.

– E perdemos um dos nossos, senhor. – ele acrescentou como se tivesse deixado a pior parte para o final. – Ele foi capturado no momento que evadimos.

O comandante tentou se acalmar, mas a cólera em seus olhos era perceptível mesmo sobre a expressão serena. De todas as coisas que tinham acontecido, essa seria a que lhe causaria mais dor de cabeça. Teria de adiantar o plano, ou correria o risco de o descobrirem antes de concretizar o seu feito.

– Mas um deles também foi ferido. – continuou para tentar amenizar a gravidade do acontecido. – Sua fonte nos informou de que o garoto está no hospital.

– Isso é... – respirou fundo. – Interessante. – o único evento do qual poderia tirar proveito. – Peça ao nosso espião que colete uma amostra de sangue do rapaz. Preciso analisar os efeitos da transição do soro em um bruxo comum. – ele olhou mais uma vez o indivíduo de barba alta ao seu lado. Os olhos um pouco desnorteados, a respiração rasa, suor brotando da testa. – Acho que precisa da sua dose diária. – o outro concordou desejoso.

O chefe o conduziu até o centro do aposento e retirou o tapete puído que cobria a passagem. Puxou o fecho da escotilha, e abriu a portinhola. O ambiente escuro se encheu da luz que vinha do local. Eles desceram pela escadinha de metal entrando no subsolo da casa. Qualquer um que vislumbrasse aquela paisagem, jamais imaginaria que um bruxo residia ali.

Desde que retornara a casa, o homem decidira não modificar seu interior. Gostava das lembranças que esta o trazia, e não estava disposto a abandonar o passado já que este regia o caminho do seu futuro. Porém, precisava de espaço para retomar suas pesquisas há tanto esquecidas. Decidiu usar o antigo porão como princípio para sua base de operações. Expandiu-o até que ele ocupasse todo o espaço da edificação e das terras pertencentes. Transferiu todo o conhecimento que adquirira nesses 19 anos, e recomeçou o plano.

Trabalhar em baixo da terra, além de ser seguro contra bisbilhoteiros, lhe oferecia uma paz que não experimentava desde pequeno. O homem que nutria fascinação pela miscigenação entre o universo dos trouxas com o mágico, não hesitou em usar equipamentos humanos para auxiliá-lo nas suas experiências. O resultado é claro, fora fantástico. Em menos de um ano conseguira avançar substancialmente em tudo que projetara, criando diversas misturas mágicas que testava em suas cobaias.

De paredes cromadas para evitar alterações no composto do meio, o ambiente estava repleto de aparelhos eletrônicos. Formando um grande círculo no centro, estavam cinco grandes tanques transparentes com criaturas mágicas e trouxas, imersas em um líquido paralisante esverdeado que ele inventara baseado na Porção do Morto Vivo. Monitores ligados aos recipientes contavam a frequência dos batimentos cardíacos, e mediam a porcentagem do composto no sangue.

Aqui e ali grandes caldeirões fumegavam, misturando os novos compostos que ele desenvolvia. Seringas, estetoscópios, pinças, e diversos outros instrumentos cirúrgicos estavam dispostos numa mesa mais adiante. Ao longe podia-se divisar alguns microscópios de diversos alcances. Por toda a sala prateleiras, e mais prateleiras estavam cheias de ingredientes para poções, e frascos com substâncias luminosas.

Ele conduziu o homem até o círculo dentro dos tanques. Em uma redoma de vidro repousavam dezenas de seringas automáticas, com uma substância azulada. Seu mais recente feito, o soro 3T, especialmente para sua legião de voluntários lobisomens, o enchia de orgulho. Força física e mental duplicadas, além de permitir algo inédito. O controle das feras quando estão transformadas. Cem por cento de eficácia desde que dadas ordens simples como, “fuja” ou “ ataque”, e sempre em grupo. Mesmo não sendo capaz de permanecer no sistema por mais de algumas horas, ainda era seu veneno mais poderoso.

Até o momento que criou seu sucessor, o soro 3T-i, que tinha a mesma função só que se podia ir além de controlar as feras. Com a mistura esverdeada, era possível lhes dar um objetivo, uma missão. E foi exatamente o que fizera com sua primeira cobaia neste experimento. Torceu o nariz ao se lembrar de que a mesma fora capturada pelos inimigos.

– Tome. – puxou uma seringa de metal contendo o soro 3T e entregou ao homem. Ele rapidamente mirou a veia e espetou a agulha, fechando os olhos com a dor. Retirou a seringa sorrindo satisfeito. – Agora vá. Pegue estes. – deu mais algumas injeções. – Leve aos outros. Sei que já estão necessitados.

– Obrigado senhor. – ele respondeu gratificado. Saiu rapidamente do porão sem esperar segunda ordem.

Era um contratempo que tinha de resolver sempre. A dependência criada pelo soro 3T. Por mais que tentasse extingui-la ao criar o 3T-i, acreditava que havia agravado a necessidade da dosagem periódica. Agora tinha que produzir o soro 3T em larga escala, para dar conta do seu exército de lobisomens. Isso logo será resolvido. Só preciso dela.

Deu uma volta pelo laboratório e analisou os monitores. Em um dos tanques havia um cachorro, da raça Pit Bull, em que ele estava testando o seu soro da velocidade. Ao lado um Guepardo adulto servia para comparar os resultados de eficácia em espécies distintas. No seguinte, um barrete vermelho flutuava com tubos ligados por todo o seu corpo. Ele tentava extrair seu instinto mágico sanguinário. Nos outros dois, testava sua mais nova invenção. O soro regenerativo. Um Grindylow com metade de seus tentáculos decepados, agora se regenerava restaurando os filamentos aos poucos. Ao lado uma fênix adormecida regenerava parte de sua asa.

Num conjunto de prateleiras ali perto, ele passou os olhos pelas etiquetas nas misturas. Essência de Veela. Pinças de Explosivim. Couraça de Erumpente. Pernas de Dilátex. Lágrimas de Fênix. Veneno de Basilisco. Ovos de Acromântula... A coleção não tinha fim. Ele agora se especializava em remover não só partes dos animais, como seus comportamentos. Assim como fazia com o Barrete Vermelho no tanque, agressividade, lealdade, e diversas outras características que manifestavam a magia interior podiam ser canalizadas e isoladas. Para só então reutilizadas em outras espécies.

Estava curioso para saber a reação do garoto que fora infectado. Teria ele desenvolvido comportamentos lupinos, ou pegado só as habilidades do soro? Sofreria mudanças na lua cheia ou se comesse carne? Como o soro funcionaria em seus momentos humanos se ele estava dissolvido no sangue de lobisomem? Diversas perguntas preenchiam sua mente. Ele ainda não testara o soro em bruxos comuns. O único experimento, aliás, que fizera com bruxos, foi uma dose de magia pura que injetara, aumentando consideravelmente o poder das duas cobaias.

Ele próprio e seu espião agora contavam com uma porção extra de mágica. Isso os permitia executar feitiços poderosos sem esforço algum. Confiar essa dádiva ao membro mais novo da equipe era um modo de mantê-lo seguro caso os outros descobrissem sua farsa. Ele poderia enfrentar a todos e sair ileso sem, portanto, revelar nada a respeito dele e de seu plano.

Precisava continuar os experimentos, mas para isso faltava algo. Estava mais perto do que nunca do seu objetivo final. Se os assaltantes tivessem pego a Varinha das Varinhas tudo já estaria acabado. A manobra de tirá-la de Hogwarts de nada serviu. Ainda assim eles fracassaram. Depois que soube disso mandou uma ordem expressa para sua cobaia do soro 3T-i para capturar o garoto. Ele deveria ser o único a conhecer a localização da Varinha.

Já havia arquitetado a missão como distração com a ajuda de seu espião, atraindo todo o Esquadrão até o covil dos lobisomens. O combate se prolongou demais a seu ver, e percebendo que o Sol já estava prestes a nascer e a vantagem de seus lobos-mutantes acabaria, deu a ordem conjunta de bater em retirada. Com raiva ouviu instantes atrás o capanga relatar o fracasso no sequestro do garoto.

Sustentava a esperança de que como prisioneiro, ele conseguisse de alguma forma descobrir o paradeiro da varinha, e alertá-lo o quanto antes. Agora a chave era Harry Potter. Tudo dependia desse garoto. Mais uma vez o homem via seu destino atrapalhado por esse reles menino. Mas ele não é qualquer um. Afinal, ele derrotou Voldemort, coisa que eu sequer cogitei durante anos. - pensou com raiva. – E talvez derrote a mim também.

Não. Ele não tinha os mesmos motivos de Voldemort. Ele não fazia aquilo, todas aquelas experiências, para benefício próprio. Ou melhor, não só para benefício próprio. Suas cobaias nada mais eram que voluntários, que ansiavam pela evolução de sua espécie assim como ele. Muito mais que um bruxo-cientista, ele se considerava líder de uma seita. Lutava por uma causa que nem todos achariam ideal.

Só precisava de um único objeto para que suas criações despertassem. E de acordo com o conto dos três irmãos, seguindo a profecia destinada a ele, finalmente conseguiria transformar todas as espécies numa só. Um único ser, perfeito, imortal.

A Varinha das Varinhas lhe pertencia por direito. Pois ele era o verdadeiro Herdeiro do Primeiro Peverell. Descendente do mais velho dos três irmãos, Antíoco Peverell, ele estava trilhando o destino predito há gerações.

Mesmo sem as outras Relíquias, ele se tornaria o Senhor da Morte.




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Notas finais do capítulo

E então? Okay, muitas dúvidas devem surgir. Prometo esclarecer tudo que vocês me perguntarem nos reviews. Eu fiz uma outra interpretação do conto dos três irmãos,que eu não posso revelar agora.
E não levem a mal nosso vilão, éle é um visionário. Só quer cumprir a tal profecia. No próximo cap. o Steven recebe alta, e vamos descobrir finalmente como ele ficou. Harry vai ter uma participação fundamental do desenrolar dos fatos, além do esconderijo da Varinha das Varinhas.
Mil beijos, espero que tenham gostado. Até a próxima ^^
*Dica: O vilão está diretamente relacionado a outro personagem já apresentado a vocês. Definam "relacionamento" da maneira que desejarem.



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