You Make Me Crazier escrita por Anne D


Capítulo 25
Capítulo 25 - Acordando


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez não demorei, não foi?
Quero dedicar esse capítulo a duas leitoras muito fofas! Arqueira Mestre, apesar da sua ameaça de assassinato num de seus reviews incríveis, foi você que me deu o pontapé final para recomeçar. E Cherry Pie, obrigada pelas suas palavras lindas! Esse cap é pra vocês meninas



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Acordo assustada. Está tudo completamente escuro, e eu não enxergo absolutamente nada. Tento acalmar a respiração e me lembrar de onde eu estou, recapitulando o que aconteceu. Faço o que sempre faço para me ajudar com os pesadelos.

Eu sou Katniss Everdeen, tenho 16 anos. Meu pai está no hospital em coma e eu não consigo, nem nunca conseguirei, superar isso. Minha mãe está fora de órbita, dentro do pequeno mundo interior que ela criou para fugir dos problemas, que agora não me parece tão ruim assim. Briguei com minha irmã ontem, e ela me desobedeceu. Briguei com meu namorado ontem, e acho que as coisas estão feias. Agora estou na casa de Clove não tenho idéia do que pode ter acontecido a Peeta ou a Prim.

Minha respiração volta ao normal, mas minha cabeça ainda está a mil.

Clove já se levantou, deixando a porta fechada e a janela também, e é por isso que não consigo enxergar nada. Ela deve ter ido pegar as sobras da pizza que comemos ontem.

Peguei minhas coisas e fui andando para a casa dela, que é consideravelmente longe e o que foi consideravelmente perigoso, levando em conta que eu saí de casa sozinha e não avisei a ninguém. Ela abriu a porta, e eu comecei a chorar. Acho que desabei em cima da minha melhor amiga, e ela me ouviu e me consolou. Deu-me uma bronca também, e até me emprestou uma de suas facas para eu acertar no alvo.

Acho que entendi porque a Clove controla as emoções tão bem. Perguntei onde ela está fazendo o curso de auto defesa, e ela ficou feliz em me passar as informações.

Peeta... Prim... Sei que a minha atitude foi errada, mas a deles também foi. Ela não tinha o direito de dizer o que disse, e nem ele tinha o direito de se meter em nossos assuntos de família!

Agora, que a raiva passou, me resta apenas a preocupação. Pego o meu celular e encaro a tela por alguns segundos. Digito o número de Prim, e estou quase apertando o botão de discar quando Clove entra com a caixa de pizza e duas xícaras.

– Olha só, a bela adormecida resolveu acordar – ela brinca

– Nem dormi tanto assim, vai... – eu respondo pegando a xícara. Quente. Chocolate-quente.

– Diz isso porque não foi você que teve que me esperar acordar – ela resmunga – Você sabe o que é ter que esperar duas horas inteirinhas jogando Candy Crush porque a maldita da sua melhor amiga ainda não acordou?

– Não, porque eu geralmente pulo em você quando você acorda depois de mim – deixo escapar um risinho

Ela bufa, com raiva.

– Péssima, seus pontos caem cada vez mais... – nós duas rimos – Está melhor, Kat?

– Um pouquinho – eu tomo um gole do chocolate quente – Obrigada por não me abandonar lá fora.

– Por mais insuportável que você seja, e quando eu digo insuportável, eu quero dizer insuportável mesmo – eu dou risada – Tipo, você ronca e baba enquanto dorme, sabia disso? Quando você e o Peeta, bem, vocês sabem... – ela me olha maliciosa – Não deixe-o acordar com você, vai acabar com todo o encanto!

Dou um tapa nela.

– Ele já dormiu comigo e não acabou encanto nenhum! – eu grito

– E você nem me contou?! – ela me olha estarrecida – Sua ridícula! Você é completamente ridícula!

– Não nesse sentido, Clove – eu berro entre risadas – Ele só... Dormiu. Tipo, nós dormimos mesmo. – ela me olha desconfiada – É sério! Acho que o encanto acabou mesmo, depois de ontem...

– Sem essa, Katniss – ela me olha séria agora – Não é só por causa de uma briguinha por conta de opiniões diferentes que você tem que desistir dele! Você gosta dele, não gosta? – faço que sim – Então, não desista.

– Ele me contrariou, Clove – eu digo, em minha defesa

– A vida inteira as pessoas vão te contrariar – ela começa – O mundo não é seu. Mas você pode escolher em deixar o Peeta fugir e vê-lo ser feliz com outra pessoa ou encarar esse problema em ser você quem vai fazê-lo feliz. – ela da de ombros – Eu digo isso porque com o Cato eu faço isso. Quer dizer, nós dois somos completamente diferentes e discordamos em tudo. Mas eu amo ele, de verdade. Não vou deixá-lo ir enquanto esse sentimento existir.

– É verdade... – eu admito – Onde é que eu estou na cabeça?

– Em Júpiter, acredito eu – ela bagunça o meu cabelo

– Mas ele não vai sair impune. – eu reforço, afastando-a do meu cabelo já bagunçado – Os assuntos continuam sendo meus e da minha família.

– Ele só quis ajudar, pelo amor de Deus KitKat – ela diz e eu franzo o cenho – Tudo bem, a vida é sua. Mas não seja tão chata com ele. As intenções eram as melhores, tenho certeza.

– Será que ele está bem? – eu deixo escapar – Quer dizer, ele não me mandou nenhuma mensagem e deve ter voltado tarde...

– Ao contrário de você, que é uma péssima aluna, e eu, que sou uma ótima amiga – ela acaba o conteúdo da caneca e pega um pedaço de pizza – Ele está tendo aula neste momento e teve que acordar cedo.

Mostro a língua para ela e pego um pedaço também.

– Sabe, falando sério agora – ela diz com um ar preocupado – Eu estou me sentindo mal de matar aula.

– Nós não estamos matando aula – eu pondero – Sua mãe deixou...

– Só porque você chegou aqui desesperada ontem – ela engole mais um pedaço – E eu tinha tarefa para entregar. E matéria para aprender.

– Não te da um alívio só em pensar que não temos que olhar para o Snow hoje? – digo sorrindo – Sem sermões, sem tarefa exagerada e sem olhar para aquela cara de velho até amanhã!

– Pensando assim... – ela pondera

– Você pega tudo amanhã – eu mordo um pedaço da minha pizza

– E você também, KitKat – ela me olha séria – Você precisa voltar a acompanhar e ir bem nas provas finais. Precisa passar de ano...

– Não sei se dá tempo – eu digo sincera

– Com esforço, tudo dá certo – ela pega minha mão – Mas você não pode pensar que as coisas vão vir voando até você. Tem que lutar por elas.

– Eu sei... – digo sem olhar nos olhos dela

– Ajudo você. – ela sorri para mim – E Madge também. Tenho certeza de que ela ajuda.

Dou um abraço na minha amiga, porque não consigo expressar em palavras o quão agradecida estou.

Terminamos de comer e conversamos sobre coisas banais. Cato liga para ela quando dá o intervalo para o almoço, e ela o manda parar de encher o saco. Sei que, um minuto depois que eu saio do quarto, ela diz que está brincando e que o ama. Eles repetem isso um para o outro toda a hora.

Ajudo a lavar os pratos e canecas e a arrumar o quarto. Nós começamos a fazer as tarefas que Clove pegou com Cato, e eu até tiro algumas dúvidas.

Quando chega na metade da tarde, resolvo por fim encarar meus problemas. Não posso fugir para sempre.

Despeço-me de Clove e da mãe dela, agradecendo o tempo todo tudo o que elas fizeram por mim. Eu penso em voltar assim que elas fecham a porta. Para aquela atmosfera gostosa e sem problemas gritantes. Para chorar de novo no ombro de Clove e comer a torta de morango gostosa que a mãe dela faz.

Volto andando para casa, assim como vim, e isso me dá tempo para pensar. Clove tem razão, tenho sido injusta com Peeta. Mas não acho que ele esteja completamente certo. E confesso que estou um pouco magoada por ele não ter procurado por mim. Mas depois da briga feia que tivemos ontem...

Estou preocupada com Prim, mas Clove me disse que ela está bem e que chegou em casa. Prim é muito inteligente, com certeza sabe o que fazer. Mas ela também tem suas fraquezas. Assim como eu...

Mal percebo o quanto caminhei, perdida nos meus devaneios, e quando me dou por mim já estou no portão de casa.

Mando o porteiro abrir o portão (NA: momento Elsa “Tell the guards to open up......... THE GAAAAATES) e respirei fundo. Chega de fugir.

Abro a porta e percebo que a casa está em ordem, com todos os empregados trabalhando. Nenhum deles pergunta por mim, e eu me sinto pequena e rejeitada. Será que eu fiz tudo isso? Fui tão estúpida a ponto de eles não quererem mais se dirigir a mim?

Greasy é a única que me lança um olhar de reprovação e me diz que Prim está no quarto dela, no andar de cima.

Deixo as minhas coisas no quarto e vou tomar um banho, para desestressar antes de qualquer discussão que esteja para acontecer. Saio e visto uma roupa confortável e minhas botinhas-pantufa.

Desço as escadas e percebo que Prim está sentada no sofá. A sala agora está vazia.

– Resolveu aparecer, Katniss? – ela pergunta, mesmo virada de costas

– Não é isso Pri...

– Quanto tempo achou que conseguisse evitar tudo isso sem nem um peso na consciência? – ela diz agora olhando em meus olhos – Sabia que você me deixou aqui sozinha ontem? Sem ninguém além de mamãe e Buttercup.

– Eu sinto muito, Prim – eu olho para baixo. E olhe que eu sou a irmã mais velha – Eu sei que o que eu fiz foi errado, mas eu precisava esfriar a cabeça.

– Sabe o que você precisa? Repensar seus atos. – ela diz firme – Mas o que passou, passou. Nós precisamos nos manter unidas, então eu peço desculpas pelo que eu disse ontem, mas saiba que eu vou ao hospital todo o dia.

– Certo. – mordo a língua, evitando outra discussão

– Quero pedir também para que você não desconte sua raiva em Peeta – ela pede – A culpada sou eu, e não ele. Peeta só quis ajudar. E eu admito que não teria conseguido com ele.

– Você não pode mudar o que vai acontecer entre nós – eu lanço – E nem ditar o que eu preciso ou não fazer. Eu vou fazer o que achar melhor.

Ela me olha por alguns segundos.

– Também quero anunciar que eu marquei uma sessão no psicólogo para mamãe – ela diz – Nós duas precisamos ir e entrar no consultório, porque ela não está em condições de entrar sozinha. Marquei sessões para mim também, mas em outro dia. Se você quiser eu também posso...

– Não quero isso – eu a interrompo – Não preciso disso.

– Certo – ela franze o lábio – Mas se sentir que precisa, é só marcar para você também. Vou pedir ao motorista para colocar mamãe no carro.

– Vou só trocar de roupa – eu digo, já subindo as escadas

– Ah, Katniss – ela fala – Só mais uma coisa. Sem mamãe e papai, a empresa está perdida e eu sei disso. Por esse motivo, coloquei Klaus, aquele moço inteligente que veio da Alemanha, no comando. Ele é confiável e disse que vai enviar um relatório com tudo o que está acontecendo todo o final de dia.

Olho impressionada para minha irmã mais nova, que parece ter amadurecido uns cinco anos em vinte e quatro horas.

– Certo, ótima idéia Prim – dou um sorriso, e ela sorri de volta

Não gosto desse tratamento formal entre nós duas. Sei que tudo o que está acontecendo é culpa minha, de certa forma. Mas gostaria de poder ser amiga dela também. Talvez nós possamos conversar enquanto mamãe é atendida pelo psicólogo.

Coloco um casaco com botões, uma calça preta e minhas botas macias de couro. Pego meu celular com apenas 21% de bateria e sei que ele estará morto até a consulta acabar.

É hora de encarar a realidade.


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Notas finais do capítulo

Esses dois últimos caps são para firmar mais as meninas na nova vida delas. Não se preocupem, ela vai encontrar o Peeta no próximo hauhsauhs
Queria dizer que fiquei muito feliz com o número de acessos no cap passado! 67 até agora! Só fiquei um pouco chateada porque vocês não vieram falar comigo...
Sou uma escritora movida a reviews, e quanto mais vocês me deixam um comentário, mais animada eu fico para continuar a escrever. Falem comigo, eu sou uma pessoa carente!
Mellarkisses, espero poder vê-los nos comentários



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