Alice’s POV

–Layne hã... Essa situação é meio constrangedora. –Digo enquanto sinto meu rosto queimar.

–Você acha? Eu acho agradável. –Layne dá uma risadinha meio rouca e então volta a me beijar, e olha... Como ele tá só de toalha eu posso sentir que ele tá bem, BEM animado, de uma forma... Grandiosa, suponho eu, não dá pra ter certeza...

O beijo dura quase um minuto e então sinto sua mão deslizando por baixo de minha camiseta, até chegar a um dos meus seios, e então ele começa a brincar com ele. Sádico maldito.

Um gemido escapa de minha boca e então ele para o beijo, mas continua brincando com meu mamilo enquanto me observa.

–Você estava dizendo algo? –Ele me interroga com aquele sorriso malicioso estúpido dele estampado na cara... Cretininho.

–Eu... Eu te odeio. –Sabe o quanto é impossível pensar ou dizer qualquer coisa enquanto um deus grego te provoca?

–Odeia mesmo? –Layne distribui alguns beijos por meu pescoço e então ergue a camiseta que estou usando com cuidado e me dá alguns beijos na barriga. Pensa na Ju Alice... Pensa na Ju... FILHO DA MÃE.

A boca de Layne agora está em um dos meus seios, enquanto sua mão continua a brincar com o outro. Quando foi que ele levantou meu sutiã que eu nem senti? E ele fica lambendo e dando leves mordidinhas... Toda vez que deixo escapar um gemido ouço uma risadinha abafada. CRE-TI-NO.

Foco, Ju, foco, Ju, foco Ju, foco... Por algum motivo memórias invadem minha mente, coisas que deveriam estar mortas e enterradas, mas... E inevitavelmente termino chorando. Eu odeio, DETESTO chorar na frente dos outros, mas não consigo controlar as lágrimas.

–Li? –Layne para e me encara. É, preciso mesmo que logo ele me veja chorando. –Me desculpe, eu não queria... Eu não... Achei que-

–N-não, não é você. –Respiro fundo tentando engolir o choro e tento pensar em algo para dizer para Layne.

–Ei, vem cá. –Ele se deita a meu lado e me puxa, me abraçando e dando um beijo em minha testa. –Passou, passou. Eu to aqui.

Ficamos abraçados por um tempo. Layne não perguntou o motivo de eu estar chorando, e acho que não perguntará.

Logo meu celular toca e o atendo, tentando controlar minha voz.

–Alo?

–Alice? É o Fred.

–Oi Fred, algum problema?

–Lindo anjo querido. Teria como a banda de seu irmão fazer outro show aqui, um amanhã?

–Vou falar com eles e mais tarde te ligo.

–Certo, não diga nada para eles, mas tem um conhecido meu que tem uma gravadora e está procurando uma banda promissora para assinar contrato, eu vi a banda de seu irmão tocando e achei que vale a pena mostra-los para ele, isso sem falar que o nome da banda é perfeito.

–Haha, valeu pela piada, viu Fred.

–Eu não podia deixar essa passar.

–Certo... Mais tarde te ligo então, ok?

–Ok. E parabenize eles pelo nome da-

–Mas é um babaca mesmo... –Digo depois de ter desligado o telefone na cara de Fred. –Fred quer que vocês façam outro show lá no bar dele, amanhã.

–Por mim tá perfeito. –Layne diz sorrindo e alisa minha cabeça.

–Ei, to com fome, bora tomar café da manhã? –Prefiro não ficar a sós com o Lay agora.

–Claro.

Descemos e encontramos a mãe de Layne esquentando o café da manhã.

–Você esteve chorando querida? –Ela interroga me encarando preocupada. –Layne o que você andou aprontando?

–Mãe...

–Querida quer que eu bata nele?

–Mãe... Pelo amor de Deus...

–Sabe, a irmã dele costumava bater no Layne quando ele era pequeno, se quiser ela pode tentar dar uma surra nele da próxima vez que vier aqui...

–Mãe...

–Ou posso te mostrar fotos dele quando pequeno como uma vingança por qualquer coisa que ele tenha lhe feito... Tem uma dele peladinho tomando banho. –Sério, a D. Nancy é muito legal.

–Mãe, para antes que eu me mate...

–Oh querido. –Nancy aperta a bochecha de Layne e ele suspira constrangido. –Ah, Julie ligou perguntando se você já havia acordado e mandou você ligar para ela assim que possível...

–Tá, vou lá na sala ligar pelo fixo.

–E então querida. –Nancy se volta para mim sorrindo assim que Layne nos deixa a sós. –O que você pretende fazer no aniversario de seu futuro namorado?

–Oi?

–O aniversario do Layne, alguma idéia especial para ele? Posso ajudar com algo.

–O níver dele tá chegando?

–Sim, vinte e dois de agosto, ele não contou?

–Não. Layne idiota. Digo...

–Relaxe, diga o que quiser. –Ela ri. –Bem, espero que você faça algo para ele, meu menino gosta muito de você, ele fala muito á seu respeito, então imagino que qualquer coisa que você faça fará ele se sentir bem.

–Oh sim, claro com certeza. –Sorrio. Eu vi algumas fotos de Layne com Nancy e uma moça loira que presumo ser a irmã dele espalhadas pela casa, mas não vi nenhuma de seu pai. Gostaria de perguntar á mãe dele o porquê, mas não acho que seria legal.

–Você gosta dele, não?

–Oi?

–Você gosta do meu Layne. –Olha... Ao contrário de mim a Dona Nancy não tem problemas em perguntar o que pensa diretamente...

–Ah eu... Não... Hã...

–Fica claro pela forma que vocês se olham. E meu Deus, o Layne fala tanto a seu respeito, sério, É um tal de “Alice fez isso”, “Alice disse aquilo”, “Alice me deu um tapa na frente da Julie e depois começou a gargalhar, mas eu relevo porque ela fica linda quando gargalha”. Eu nunca achei que meu filho fosse se apaixonar, fico feliz que ele finalmente o tenha feito.

–Eu acho que a senhora tá enganada, o Lay é namorado da Ju, minha amiga.

–Sei... Eu já disse para ele terminar com essa moça, mas Layne ás vezes é um tapado.

–Não acha que seria errado ele terminar com ela?

–Errado? Querida errado é ele estar com ela sem ama-la, independente de ele ficar ou não com você, ele ama você, e ele está enganando a pobre moça mesmo que não queira.

–Bem... –Ela está certa, e isso me faz me sentir mal pela Ju. Sou a pior amiga do mundo.

–Alice o Sean tá chegando. –Layne diz voltando para a cozinha. Francamente fico feliz por ele ter aparecido, odiaria ter que continuar essa conversa com a mãe dele agora...

Layne’s POV

Entro na cozinha e tanto minha mãe quanto Alice quietas, mas não parecem ter brigado... Elas não tiveram um papo de mulher não, né?

Enquanto esperamos Sean chegar Alice e minha mãe conversam sobre micos que já paguei na vida. A coisa mais linda do mundo é ter sua mãe contando pra garota que você gosta algumas coisinhas bobas, tipo como você chorou feito um bebê em seu primeiro dia de aula... Ou da primeira vez me que ficou bêbado e de uma hora pra outra decidiu usar os vestidos dela... Isso mãe, assusta mesmo a Alice...

Logo Sean chega e nós três vamos para sua casa, eu vou arrastado, pois Sean acha que os pais dele e da Alice brigarão menos com os dois se alguma visita estiver por perto, e já que eles acham que sou um garoto responsável...

Quando chegamos damos de cara com os pais deles, uma senhora e um carinha com um nariz meio estranho, (meio torto) sentados na sala.

–Finalmente chegaram. –O pai de Sean diz sorridente. –Não é legal deixar seu primo ter que ficar lidando com os velhos enquanto vocês se divertem. Vocês deveriam ter vindo busca-lo.

–Foi mal aí pai, não deu tempo, a gente foi na correria. –Sean diz e... É a primeira vez desde que o conheço que o vejo tão sério. Alice por outro lado me parece completamente aérea, é como se ela nem estivesse aqui.

–Oh tudo bem, não é querido? –A mãe deles diz sorridente enquanto dá uns tapinhas no ombro do marido. –Agora temos coisas para fazer, temos de levar minha irmã para fazer as compras dela.

–Eu vou junto tia. –O carinha de nariz esquisito diz meio nervoso.

–Não querido, fique com seus primos e divirta-se.

Os pais de Alice se despedem de nós e vão em direção á saída acompanhados pela tia e então Sean se vira para o rapaz.

–Eu não acredito que você teve coragem de voltar aqui...

–Olha eu-

–Eu nada. Cala sua maldita boca e me escuta. –A voz de Sean fica meio alta, e ele parece realmente irritado, furioso. Seus punhos estão cerrados e parece que a qualquer momento ele pulará no cara o matará... –Se você ousar... Se você...

–Cara... Eu não vou fazer nada, eu-

–QUIETO. - Sean respira fundo e aponta o dedo indicador na direção do cara. – Eu juro, juro por tudo que me é mais sagrado que dessa vez eu não te deixo viver. –E então ele se aproxima do cara e segura seu pescoço.

–Sean, chega, por favor. –Alice diz com um jeitinho de menina enquanto segura o braço de Sean... –Ok, Alice sendo delicada. Isso é um universo alternativo bizarro?

Sean encara a irmã e seu semblante se suaviza, é o Sean novamente.

–Você tá avisado. Nada nem ninguém me impede de te matar dessa vez. Apronte e verá. –Ele puxa Alice, me chama e sobe as escadas.

–Hã... O que exatamente foi isso? –Interrogo assim que chegamos ao quarto de Sean. Eu nem sabia que ele podia se irritar com algo ou alguém, ele sempre me pareceu o cara mais tranquilo do mundo. Francamente, quero morrer amigo dele...

–Nada, eu só perdi a cabeça por um momento. –Sean diz com seu sorriso típico de volta ao rosto. Alice continua quieta e pensativa. –Desculpe se te assustei.

–Nah, tudo bem. –Me sento na cama de Sean e vejo a foto de um bebê que tem em cima dela, um bebê muito bonitinho, bem pálido, com cabelinhos negros e com um sorrisinho banguela, mas muito fofo. –Quem é esse bebê?

–Deixa eu ver isso. –Alice toma a foto de minha mão e então a joga de qualquer jeito na mesa do computador de Sean. –Você ainda não se livrou dessa porcaria? –Ela interroga com um ar meio frio.

Eu sei que Alice não é a maior fã de crianças, mas vê-la falando dessa forma é muito estranho. E Sean me parece irritado novamente, mas só por alguns segundos, e então ele se próxima da irmã e dá um beijo em sua testa.

–Não e nem vou jogar, Li.

Quem é o bebê da foto e porque essa reação? Sério, esses dois estão me deixando perdido.