Colorblind escrita por HeyWonderland


Capítulo 16
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Harry's P.O.V

– Sentem-se. – Eu nunca achei que Anny pudesse falar ou agir rudemente. Pelo jeito eu me enganei. Alice e eu nos sentamos nas cadeiras à sua frente e ela nos encarava com certa decepção nos olhos. - Eu não gosto de ser a vilã da história, e vocês sabem disso. Tolero muitas coisas, porque entendo que elas fazem bem para vocês, mas esse tipo de coisa é abusar da minha boa vontade, vocês não acham? - Antes que pudéssemos formular qualquer contra-argumento, ela continuou - Eu fiz de tudo que eu podia e vocês me respondem com isso? Vocês tem ideia do quê fizeram?

Alice me olhou pelo canto dos olhos e eu apenas encarei meus tênis enquanto Anny batia os dedos na mesa.

– FALEM ALGUMA COISA! - Ela gritou.

– O que devemos falar Anny? - Alice se pronunciou com um tom de voz monótono. - Nós cometemos um... Deslize. Não chamaria de erro. - Senti um sorriso se formando no meu lábio ao ouvi-la dizendo aquilo.

– Vocês foram completa e absolutamente inconsequentes! - Anny se levantou e nós a encaramos. - Eu não vou puni-los com regras para não se verem ou qualquer coisa do tipo... Não vai adiantar, e eu sei disso. Mas eu só quero dizer uma palavra para vocês: Proteção.

E eu quero dizer uma palavra também: Socorro.

Alice me olhou como quem precisava de ajuda na resposta. Eu não ia mentir para a enfermeira da minha namorada doente, afinal, poderia existir algo nisso que apresentasse um risco para ela... Eu não era expert na doença que ela tinha, então, eu fiquei... Em pânico, para ser sincero.

– Não vai acontecer nada, certo? - Pedi, com a maior inocência do mundo. Ou até onde eu consegui atuar para parecer assim.

– Eu não acredito! Vocês... Vocês... Eu não acredito mesmo nisso! Alice Charlotte Coltrain! Isso... É... Inaceitável! - Anny estava pirando. - Por que é que adolescentes acham que não existe um "efeito borboleta" nas coisas ao seu redor? - Ela passou as mãos no rosto e respirou fundo.

– E o quê acontece agora? - Pedi.

– Exames! – Ela sentou novamente e apoiou a cabeça entre as mãos. – Vocês... Estão liberados.

Alice e eu nos olhamos com desespero. Por que diabos eu não pensei em nada disso? Malditos hormônios.

Saímos para sentar nos banquinhos, enquanto o vento soprava as folhas que o outono vinha fazendo cair. Estávamos apenas abraçados e em silêncio.

– E se... – Alice começou a falar e eu a calei com o meu indicador.

– Vai ficar tudo certo. - Eu lhe beijei na fronte e ela sorriu. Aquele sorriso me fazia desmontar... Se ela me pedisse um dinossauro com ele, eu certamente conseguiria um apenas para ver ele de novo. Mas que poeta eu estou.

– Mas e agora, o quê nós vamos fazer para passar o tempo? - Alice interrompeu meus devaneios. - Nossos dramas acabaram! - Ela fez uma careta e nós rimos.

– Boa pergunta! Acho melhor nós fingirmos uma briga e então nos reconciliarmos outra vez... - Eu mordi meus lábios enquanto deixava a continuação daquela frase reticente solta pelo ar.

– Do mesmo jeito da noite passada? - Alice me olhou de um jeito tentador e alisou minha coxa... Caindo na risada alguns segundos depois. – Me desculpe, eu não nasci mesmo para ser sedutora!

Começamos a gargalhar e eu tentei imitar a tentativa falha de sedução que Alice acabara de fazer. Só o que se ouvia era o eco das nossas risadas e o estalo dos beijos que eu distribuía em momentos avulsos entre sua boca, testa e nariz.

Quatro meses depois...

– Mas por que você precisa ir? - Alice choramingava.

– Por que... Porque preciso, oras! Se eu quiser fazer parte disso, eu preciso ir. É importante para mim, você sabe o quanto eu estou feliz por tudo o quê está me acontecendo, Ally. - Eu a fitei nos olhos. Ela sorriu.

– Eu sei que sim... Só vou sentir muito sua falta enquanto estiver por lá... - Seus lábios tocaram os meus por alguns segundos.

– Vou precisar só de uma semana! - Eu ri. - Vai sentir minha falta em uma semana? Imagino quando eu for famoso e viajar o mundo...

– Para de falar isso! - Ela abraçou o travesseiro e me olhou. - Não quero pensar em ter que dar adeus para você algum dia, por qualquer motivo que seja!

Eu sorri e a abracei antes de beijá-la.

– Eu não vou embora, pequena. E mesmo que me torne o garoto mais desejado desse mundo... Meu coração ainda vai ser seu.

Ela sorriu e eu senti meu coração derreter por dentro. Nos despedimos e eu fui porta à fora, respirando fundo.

Eu tinha realmente ingressado nessa coisa de cantar, e precisaria ficar uma semana em Manchester para aprimorar a técnica vocal e toda aquela parte chata de cantar bem. Mas Alice ficaria bem, ela era forte.


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